Nós estamos a caminho do hospital. Eu estou bastante preocupada com Ryan, e com as minhas amigas, que eu deixei lá na festa e não disse nada. Vou ter que mandar uma mensagem para elas, e eu vou ter que usar o dados móveis do meu celular. Eu nunca faço isso, mas é por uma boa causa.
-Ally, eu estou indo para o hospital com Henrique, desculpa por ter saído sem te dizer nada.
Ally: Mas você está bem?? Por que você está indo para o hospital?
-Eu estou bem sim. É que Ryan se machucou, e nós ficamos preocupados e estamos indo para o hospital levar ele.
Ally: Se não estivesse esse clima chato de brigas, hospital, tarados... Eu iria ficar te enchendo por causa que você está ás 21:45 no carro de Henrique. Mas vamos deixar para a próxima.
-Espero que não tenha uma próxima vez, não quero mais brigas e idas ao hospital.
Ally: E quem disse que alguém tem que se machucar para você sair com Henrique? Me poupe Camila. Agora sai do celular e vai aproveitar o seu boy hehe XD
-Eeee Allyson... Tchau viu.
Ally: Tchau <3
**************
Depois de alguns minutos nós chegamos no hospital. Henrique está falando com a atendente. Ele está resolvendo as coisas, para Ryan ser atendido. Eu estou sentada em uma cadeira, que milagrosamente está vazia, e Ryan está ao meu lado na outra cadeira. Ele está dormindo desde que entrou no carro, e eu e Henrique tivemos que traze-lo apoiado nos nossos ombros. Eu estou com pena dele. Ele está com marcas vermelhas no rosto, e uns ferimentos, alguns deles sangrando um pouco. Ele foi muito legal em ir me ajudar, e eu tenho que retribuir de alguma forma, mas eu ainda não sei como.
Eu apoio a cabeça dele no meu ombro para ele dormir melhor. Henrique se aproxima.
- Já está tudo certo. Ele vai ser atendido por um médico que se eu não estou enganado o nome é Rafael. O número de chamada é 503 - Henrique afirma.
-Ai, que bom que você conseguiu! - digo sorridente - Mas... vai demorar muito? Nós precisamos ligar para os pais dele.
-Acho que não vai demorar muito não. De acordo com a atendente tem apenas cinco pacientes na nossa frente. Talvez demore um pouco, mas... Fazer o quê né?! - Ele sorri de canto, e completa - E eu não acho uma boa ideia ligar para os pais dele, é bom ligar, mas não agora. Eles vão ficar preocupados.
-É, depois a gente avisa a eles.
Ficamos em silêncio por um certo tempo.
-Sabe, eu estou preocupada com ele. Ele está todo machucado porque foi me defender, e provavelmente ele vai se dar mal quando os pais descobrirem que ele deu outra festa, e ainda se meteu em brigas.
-É, provavelmente ele vai. Poderíamos avisar para os pais dele pessoalmente... Talvez melhore a situação.
-É, pode ser.
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Já se passaram uma hora, e nada de nos chamarem. Pelo o que eu sei só faltam mais três pacientes na nossa frente. Eu já estou ficando com sono, queria estar em casa, na minha cama, dormindo tranquilamente. Ainda bem que amanhã é sábado, e eu não tenho que ir para o colégio.
Eu pego o meu celular e mando uma mensagem para Ally.
-Ei Ally. Você já está em casa?
Ally: Oi mila. Já sim. Minha mãe foi me buscar. Ela ficou preocupada com você... Mas eu disse que você foi com o seu namorado para o hospital, porque Ryan estava te defendendo de um tarado e levou socos. Eu realmente acho que isso não ajudou muito... mas ela vai ficar feliz em saber que você mandou mensagem.
-Allyson! HENRIQUE NÃO É O MEU NAMORADO! Para com isso!
Ally: Calma garota. Eu só estou brincando. Eu não disse que ele era seu namorado não...
-Ok. Diga a tia Márcia que eu estou bem, e obrigada pela preocupação <3
Ally: Ela mandou beijos para você.
-Outro para ela :)
- Ah, já ia me esquecendo. O que aconteceu depois que a gente foi?
Ally: Mais ou menos uma hora depois que vocês foram começou a algumas pessoas irem embora. O tarado ficou no quarto de Ryan junto com alguns caras. Eles estavam cuidando dele. O cara estava todo machucado Camila! Você tinha que ver! Eu sei que você viu ele apanhando na hora da briga, mas foi muito mais tenso ver ele depois. Eu sei que é errado, mas eu ri XD
-Nossa Ally! Você é muito má XD
Ally: Sou mesmo. Eu não sei se ainda tem gente na casa de Ryan. Quando eu fui para casa tinha só algumas pessoas.
-E Gabi? Ela já foi para casa?
Ally: Gabi?? Kkkkk. Está vendo? Você ficou toda fechada para a menina, e agora já está se preocupando, e chamando ela de Gabi.
Ally: E sim, ela já está em casa. Minha mãe levou ela. E Ryan, como ele está?
-Está dormindo com a cabeça apoiada no meu ombro. Acho que ainda vai demorar uma hora para ele ser atendido. Tem três pacientes na frente dele.
Ally: Ok. Melhoras para ele. Beijos Camz, já está ficando tarde, e eu quero dormir. Qualquer notícia me mande mensagens. E venha para minha casa quando acabar aí. Você também precisa descansar. Me ligue, que eu desço e abro a porta para você.
-Ok Ally. Muito obrigada! Mas durma tranquila.
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-Só tem mais um na nossa frente - Henrique diz.
-Ainda bem. Estou muito cansada, e morrendo de fome.
-É, eu também estou. Não trouxe dinheiro para poder comprar lanche para nós dois. Vamos ter que aguentar até chegar em casa - Henrique diz, e suspira.
-É. Acho que falta pouco para ele ser atendido.
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(Quarenta minutos depois...)
-Número 503, paciente Ryan Mello, Sala 7 - Uma voz feminina diz pelo microfone.
Eu e Henrique levamos ele apoiado nos nossos ombros até a sala que fica no final do corredor. A sala é branca, e tem um médico de cabelo, e olhos castanhos.
-Sentem-se por favor - O médico diz, e nós sentamos.
-O que aconteceu com ele? - O médico questiona.
-Estávamos em uma festa, e ele foi me defender de um cara, e levou socos. Ele está bêbado.
-Coloquem ele na cama por favor.
Botamos ele na cama, e o médico o examinou. Dr. Rafael pega alguns remédios, e passa nas feridas.
-Ele está bem. Não teve nenhum ferimento grave, mas precisará de alguns cuidados. Para esse hematoma eu vou indicar uma pomada para ele usar durante cinco dias. É bom também colocar uma compressa de gelo no local várias vezes ao dia, tendo um intervalo de aproximadamente uma hora, e fazer também uma massagem chamada "Drenagem Linfática" ajuda muito. Após quarenta e oito horas, a região deve estar menos inchada e dolorida, e a marca roxa deve estar mais amarelada, o que significa melhora. A partir desse momento, é mais indicado colocar compressas mornas no local, deixando sobre a região afetada até esfriar. Sempre que esfriar, deve-se trocar a compressa por outra que esteja morna. O tempo total de uso das compressas mornas deve ser de aproximadamente vinte minutos, duas vezes ao dia - Diz Dr. Rafael, e completa - Tem também um remédio muito bom para ressaca que eu vou passar para vocês.
Ele nos dá a receita com tudo anotado. Nós agradecemos, e vamos embora.
-Quer que eu te leve para casa? Eu vou passar em minha casa para pegar o meu dinheiro para ir comprar os remédios dele lá na farmácia... Se você quiser eu te levo em casa primeiro, você deve estar muito cansada.
-Não, muito obrigada Henrique. Eu estou aqui até agora, eu vou continuar ao lado dele.
-Ok, então vamos.
Entramos no carro, e vamos para a casa de Henrique. Ele pega as suas chaves no bolso, e abre a porta cuidadosamente.
-Não podemos fazer muito barulho, senão meus pais vão acordar e vai ferrar tudo.
-E Ryan? Vai ficar sozinho no carro?
-Não tem problema não. Eu tranquei o carro, e o dinheiro está no meu quarto, não vai demorar. Venha.
Nós vamos no quarto dele. Não consigo enxergar direito o quarto, pois a luz está apagada. Ele não liga a luz, e vai direto para uma mesinha, em que ele pega um dinheiro, e sai silenciosamente.
Ele tranca a porta da casa, e nós vamos para o carro. Passamos em uma farmácia que fica aberta 24 horas. Foi bem difícil de encontrar uma farmácia aberta uma hora da manhã. Ele compra os remédios, que foram bem caros, e voltamos para o carro.
-Próxima parada, casa de Ryan - Ele diz sorrindo.
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Chegamos na casa de Ryan. Está tudo bagunçado, e não tem ninguém. O som está desligado, e tem uma carta em cima da caixa de som. Na carta dizia:
Por permanecer até tarde com o som em volume alto atrapalhando a vizinhança, o proprietário dessa casa será multado no valor de dois mil reais(...)
Ele está muito ferrado. Levamos ele para o quarto, e o colocamos na cama.
-E agora? - Henrique questiona.
-E agora o quê?
-O que vamos fazer?
-Sei lá. Ligar para os pais dele não é uma boa ideia, ir para casa talvez, mas eu não queria deixar ele sozinho. Sei lá a hora que os pais dele vão chegar.
-Você acha bom a gente ficar aqui?
-Pode ser. Até porque eu não vou ligar para a Ally uma hora da manhã para ela abrir a porta.
-Então vamos ficar aqui. A gente fica do lado dele, e arruma uma parte dessa bagunça.
-É, tudo bem. Ele vai ficar com uma dívida enorme com você - Eu brinco.
-Né?! - Ele ri - Eu acabo de conhecer o cara, e já estou bancando o hospital dele.
Fechamos a porta do quarto dele, pegamos sacos de lixo, e começamos a recolher os copos, as garrafas, e todos os lixos no chão.
-Sabe, não é qualquer pessoa que faria o que você está fazendo por ele. É realmente muito admirável toda essa ajuda que você está dando a um cara que você nem conhece direito -Eu digo.
-É, obrigado. Mas você também está ajudando muito ele! Você estava o tempo todo com ele no hospital, você está arrumando a sujeira da festa que ele fez, e muito mais! Isso é muito bonito Camila- Ele diz com um lindo sorriso no rosto.
-Eu não ia conseguir sem você... -Eu digo
-E nem eu sem você.
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400 visualizações!! Obrigada a todos, e até o próximo capítulo :)