FRAGMENTOS De PASSADO

By GrazielleMartins9

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María estava feliz, recém-contratada como secretária na Indústria Cosmética La Belle. Lá conhece os dois irmã... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Epilogo

Capítulo 9

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By GrazielleMartins9



María acordou cedo, novamente a noite tinha se arrastado. Enquanto ela não se declarasse a Esteban, sabia que seria assim. Ela precisava dele. Ela o amava. Não fazia outra coisa que não fosse pensar nele. Respirou fundo e tomou uma decisão, iria ao apartamento e declarar-lhe que o amava com todas as forças do seu coração.

Tomou banho e se vestiu com capricho, precisava de toda a autoconfiança que pudesse dispor. Seria capaz de convencê-lo que o amava?Independente de qualquer coisa?

Ao estacionar em frente ao apartamento dele. Sentiu-se mal. Suas mãos tremiam, suas pernas estavam bambas. Respirou fundo e abriu a porta do carro.

Tocou a campainha. Rosita abriu a porta, antes de María abrir a boca ela o viu. Esteban estava sentado no sofá com uma bengala branca nas mãos, com jeans escuro e camisa branca, com os cabelos desalinhados e descalços. María percebia que ele olhava sem ver. Seus olhos não tinham mais vida.

— Quem é Rosita? Esteban exclamou impaciente.

Rosita se afastou e María avançou.

— Sou eu. María.

María o viu empalidecer, suas mãos tremiam. Esteban perdeu completamente o controle. María percebeu a dor e a confusão estampadas em seu rosto quando ele virou a cabeça em sua direção. María não se conteve e avançando se agachou e abraçou suas pernas, sentiu-o estremecer.

— Esteban, senti tanto sua falta. — María falou entre lágrimas.

Esteban enrijeceu as costas e se levantou, quase derrubando María no chão.

— Você fez sua escolha quando saiu daqui. Não temos nada para falar um com o outro.

María não se importando com as palavras duras dele o abraçou de novo e pousou sua cabeça em seu peito, ouviu as batidas fortes do seu coração que batia como o dela num ritmo louco.

— Por favor, Esteban eu preciso de você. Não me rejeite meu amor. Se você pudesse ver como estou abatida. Não tenho conseguido dormir desde que brigamos.

Esteban enrijeceu as costas e com mãos firmes a afastou de si.

— María eu não preciso de sua piedade. Eu acredito em ações, não mais em palavras. Lucinda também me dizia que me amava. Mas foi só eu voltar a enxergar que ela voltou para Luciano. Só que agora eu não vou voltar a enxergar. E você fez sua escolha quando me deixou.

— Esteban independente da sua cegueira, eu te amo.

María o abraçou novamente e pegou as mãos dele e levou ao coração.

— Esteban, sinta meu coração como ele bate loucamente por você. Eu te amo.

Esteban a afastou novamente e tropegamente andava batendo a bengala, ele parou no meio da sala. Procurou os óculos que estava no bolso da camisa e colocou.

— Que Diabos, me deixe María. Eu não te amo.

María empalideceu. Ficou muda, emocionada com a voz presa na garganta.

— Você disse que me amava.

Esteban bateu nervosamente a bengala e encontrou uma cadeira e sentou-se.

— Eu menti. Queria me vingar de meu irmão.

María o olhou com dor nos olhos. Ficou um tempo sem conseguir lhe falar, as emoções eram tão fortes que as palavras ficaram presas na garganta.

A cabeça de Esteban estava voltada para o chão com um ar de derrota. María respirou fundo, e emocionada soltou as palavras.

— Parabéns Esteban, você conseguiu se vingar. Seu irmão disse que me amava e eu disse que amava você e não me importava com o fato de você ter ficado cego. Espero que agora dê sua vingança por encerrada, pois você conseguiu alcançar seus objetivos. Adeus, e espero que você seja muito feliz.

María saiu ás pressas do apartamento, nervosamente apertava o botão do elevador. Quando o elevador abriu ela entrou apertou o térreo e caiu no chão agarrando os joelhos chorando muito.

Luciano estava certo. Ele só aproximou-se dela por vingança.

Levantou-se e o elevador abriu. Já saia quando viu Luciano entrar pela porta giratória. Luciano viu María saindo com cara de choro e as olheiras profundas.

— O que houve?

Os lábios de María tremeram e Luciano a abraçou.

— María, eu falei que ia ser difícil. Dê um tempo a ele. Eu vou falar com ele agora. Preciso acabar com essa má impressão que ele ficou de mim. E pode deixar, falarei que você me rejeitou e que você o ama.

María soluçou alto.

— Ele não me ama. Ele acabou de me dizer que ele aproximou-se de mim por vingança. Para vingar Lucinda. Ele queria te afetar.

Luciano a afastou e a olhou com dor nos olhos.

— Sinto muito.

María sorriu infeliz. E o afastou. Antes de ir exclamou.

— Boa sorte.

María chegou a sua casa arrasada. Helen logo que a viu exclamou.

— Filha, você está doente?

— Acho que peguei uma gripe. Vou me deitar. Não vou almoçar, mais tarde peça para Rosália me levar um lanche. Lá pelas quatro horas da tarde. Pretendo dormir para repor as energias.

María tirou o vestido e se dirigiu ao banheiro. Tomou uma ducha, suas lágrimas se misturavam a água que corria do chuveiro. Colocou uma camisola velha e pegou um calmante e tomou. Não costumava fazer isso, mas precisava desse recurso. Tinha medo de enlouquecer de desgosto e dor.

María despertou no escuro, seus olhos ainda pesavam. Viu que já era noite. O radio relógio marcava dez horas.

Meu Deus! Como havia dormido!

Acendeu a luz do abajur e viu o lanche na mesinha. Comeu todo o lanche e bebeu o leite. Seus olhos se encheram de lágrimas.

Como será que Luciano tinha se saído com Esteban? Será que Esteban o havia recebido bem?

Estava sentando na cama quando viu sua mãe entrar no quarto.

— Filha, você está bem? Esteban queria falar com você.

María se sentou e abriu os olhos verdes em confusão. E Helen continuou.

— Eu fiquei chocada de vê-lo cego. Ele queria desesperadamente falar com você. Mas você estava desacordada. Fiquei desesperada então vi o tubo do calmante. Estou até agora vindo de hora em hora no seu quarto esperando você acordar. Fiquei preocupada, com medo de que você tivesse tomado o comprimido além da conta.

— Que horas Esteban apareceu?

— Era umas três horas da tarde.

— O que você disse a ele?

— Eu disse que você chegou abatida e falou que ia se deitar e que eu não conseguia te acordar por causa do calmante.

— Ele estava só?

— Não, ele veio com um motorista que ficou esperando ele no carro.

María suspirou. Seus olhos encheram-se de lágrimas. Isso já estava se tornando rotina ultimamente.

— Ele foi logo embora?

— Imagine, ele está aí. Deitado no sofá.

María ficou mais atônita.

— Mamãe, só agora você vem me falar?

— Ele disse que ia esperá-la. Que não ia sair daqui sem falar com você.

As mãos de María tremiam.

— Mamãe diga a ele que eu vou descer. Só vou me arrumar.

— Filha, ele não pode te ver.

— Não importa mamãe. Vai e diga que estou descendo.

Helen saiu. María tomou uma ducha. Colocou seu perfume preferido entre os seios e nos pulsos, escovou os cabelos e colocou o vestido branco que ele havia gostado tanto. Maquiou-se levemente e seguiu até a sala. Quando ela entrou, ele virou a cabeça na sua direção. Ele estava com a mesma roupa, o jeans escuro e a camisa branca. Ele tirou os óculos escuros e María ficou imóvel. O viu se levantar e ir até sua direção, com passos seguros. Seus olhos demonstravam um mistura de amor e desejo.

Esteban hesitante parou e puxou-a para si beijando-a avidamente. Num beijo quente e repleto de amor. Então, subitamente, toda a paixão pareceu explodir entre os dois que se beijaram como se não existisse futuro, como se aquele momento fosse o último e definitivo. Quando afinal se separaram, ele olhou María com os olhos vivos. María ficou sem saber o que dizer. A voz de Esteban soou carregada de emoção.

— Eu te amo María. Eu queria te ferir, eu menti quando lhe disse sobre vingança. Eu te amo como jamais amei outra mulher em toda minha vida. Eu amei Lucinda, mas não se compara ao amor que tenho por você.

— Você está me enxergando?

— Momentaneamente estou. Eu tinha que lhe falar olhando em seus olhos, pois eu não sei quanto tempo isso vai durar.

María o abraçou e soluçou. Ela repousou a cabeça naquele peito forte. Experimentou um enorme prazer ao sentir a ponta dos dedos dele percorrendo-lhe as costas, de cima a baixo.

— O que te fez mudar de ideia? Foi Luciano?

Esteban a afastou e a olhou atormentado.

— Não María, foi você, quando me disse que Luciano declarou que a amava e você mesmo sabendo de minha cegueira veio até mim e declarou o seu amor. Tive vontade de sair atrás de você, mas não pude. Se eu estivesse enxergando naquela hora, eu o faria.

María fitou-o nos olhos transbordando de amor.

— Eu te amo Esteban.

Esteban tomou a boca dela num beijo apaixonado, ele a apertava com uma das mãos a outra estava enterrada nos cabelos de María. Ainda abraçado a ela lhe declarou.

— María, como eu sofri. Você não tem ideia. Como você me fez falta. Eu achei que fosse enlouquecer. Eu fui à consulta. Minha vista já havia falhado várias vezes, eu sei que menti para você lhe dizendo que ia a um cliente, mas tive medo de me abrir com você. Precisava desfrutar cada momento com você sem te passar preocupações. Então acordei na segunda no hotel cego. Ainda bem que Fernando me acompanhou. O resultado do exame não foi nada animador e descobri que meu caso não tem jeito. As partículas de vidro são muito pequenas e não tem como retirá-las. Elas se deslocam e fico assim, ás vezes enxergo outras vezes não.

María o abraçou. Ele tomou sua boca com paixão.

— Onde podemos ficar sem sermos interrompidos?

— Vem ao meu quarto.

— Não haverá problema?

— Não, todos já foram dormir.

Esteban seguiu até o quarto de María e observou tudo. Ele viu as cortinas num tom de rosa claro, os móveis brancos, a cama desarrumada. Ela o pegou pela mão e o fez sentar-se na cama.

— Luciano conversou com você?

Esteban a olhou tristemente e sorriu fraco.

— Ele me contou tudo. Eu fiquei arrasado. Desculpei-me com ele. Foi horrível não pude ver meu irmão na hora em que eu me desculpava com ele. Luciano veio até mim e me abraçou. Acho que ele entendeu o meu desespero. Então ele começou a me falar de você, disse-me que você me amava e confirmou que ele havia declarado que te amava. E que você o rejeitou, dizendo que me amava. — Depois de meia hora que ele saiu, minha visão voltou. Eu chamei Fernando e ele me trouxe aqui. Acho que passei a impressão para sua mãe que não enxergava, cheguei de óculos e com a bengala nas mãos. — Ele lhe sorriu fraco. — Você demorou tanto a acordar que às oito horas da noite eu dispensei meu motorista.

María lhe sorriu.

— Durma comigo. A cama é um pouco estreita, mas eu ficarei abraçadinha com você.

María se levantou e virou a chave da porta trancando-a. Sentou-se com ele novamente.

— María eu vim também para isso; Eu já o havia comprado pensando em você.

Esteban tirou uma caixinha do bolso e abriu, tirou um anel de brilhantes e antes de colocar no dedo dela pediu.

— Você se casa comigo?

Os olhos de María encheu-se de lágrimas e ela o beijou.

— É a coisa que mais quero no mundo.

Esteban colocou o anel em seu dedo. E seus lábios se uniram em um beijo apaixonado. Ele deitou-a na cama e tirou-lhe a roupa, devorando-a com os olhos. Durante alguns segundos, contemplou o arfar dos seios e o leve movimento do ventre. María procurou relaxar os músculos, mas todo o seu corpo estremeceu quando as mãos dele tocaram a única peça de roupa que ainda usava. O magnetismo dele á deixou sem fôlego. Ele a beijara suavemente e depois com força, seus lábios apressados, a língua dele tão experiente, explorando o interior sensível de sua boca. Ela se agarrara a ele como se ela dependesse disso para sobreviver e ofegou, surpresa, em resposta quando ele fechou suas mãos famintas sobre seus seios redondos e perfeitos. Enquanto ele massageava as curvas e as suaves protuberâncias de seus mamilos com dedos hábeis, a excitação começou a percorrê-la, numa onda impossível de deter. Esteban tirou a camisa, e ela contemplou os músculos delgados e firmes flexionando-se abaixo de sua pele bronzeada e de pelos ásperos.

Enquanto desabotoava seus jeans e os despia, María ficava quase tonta com a visão daquele corpo que logo estaria no seu. O desejo de estar mais perto dele aumentava.

Ela estava tentando vencer com graça a timidez que tornava um desafio estar ali com ele, nua, a não ser por uma minúscula calcinha. Mas sabia que talvez ele não pudesse enxergá-la nunca mais e tentou sem inibições deixá-lo desfrutar da visão de seu corpo.

O ar entrou com força em seus pulmões com um suspiro quando ele acariciou os montes macios já tesos de desejo e pegou um bico pulsante e rosado entre os lábios, atacando a ponta intumescida com a língua. As mãos de María se fecharam sobre seu cabelo curto, mantendo-o contra ela, lançando-se contra a extensão de seus ombros fortes, quando ele se ergueu e procurou a boca dela. Ele tirou a cueca num gesto impaciente e apressado.

A sensação do calor líquido entre as coxas dela aumentou quando sentiu o impulso do quadril de Esteban contra o seu. Puxando-a para perto, Esteban enganchou a mão na cintura de sua última peça de roupa e a removeu. E a penetrou levando María a loucura.

Saciados dormiram abraçados. María acordou o sol já entrava pela janela olhou o relógio, nove horas. Levantou o rosto e viu Esteban dormindo serenamente. Ela saiu de seus braços e ele despertou. María percebeu que ele apertou os olhos e os abriu. O coração dela apertou. María sabia que a cegueira havia voltado. Ela o beijou na boca, sentiu o sal das lágrimas dela e viu que lágrimas saíam dos olhos dele também.

— Vem Esteban, eu te ajudo a se vestir.

María o ajudou com as roupas, penteou-lhe os cabelos. Ela colocou um vestido preto, calçou as sandálias e foi até ele o viu deitado com o braço nos olhos. María o fez sentar-se e agachando-se de frente a ele o abraçou.

— María, você tem certeza que vai querer se unir a uma pessoa tão complicada como eu? Eu vou ter que mudar de profissão. Minha profissão é toda visual. A área de marketing exige isso. Eu não sei como será meu futuro.

— Esteban eu te amo. Você me deixa triste falando assim. E se fosse eu que ficasse cega? Você me deixaria?

— Lógico que não, meu amor.

— Eu também não vou te deixar. Meu futuro é você, o resto para mim não importa. Eu te amo Esteban, e repetirei até você entender que meu o amor é incondicional.

Ele emocionado a beijou. María lhe disse com ternura.

— Fique aqui que vou pegar sua bengala na sala e seus óculos.

María entrou na sala e viu sua mãe.

— E Esteban, foi embora?

María enrubesceu.

— Ele dormiu comigo.

Helen abriu a boca e fechou. María mostrou-lhe o anel.

— Ele me pediu em casamento.

Helen suspirou e abraçou a filha com lágrimas nos olhos. María a afastou e pegou a bengala dele embaixo do sofá e os óculos.

Quando chegou ao quarto ele estava na mesma posição ela lhe deu a bengala e deu-lhe os óculos que ele logo colocou.

— Vem Esteban, vamos tomar café.

Esteban estava apático novamente. María o pegou pela cintura e desceu até a sala de jantar. Sabia que não seria fácil para os dois. Mas ela iria cercá-lo de amor, ao ponto dele se enjoar dela.

Esteban recebia os dividendos da fábrica. Sabia que ele estava bem financeiramente e María pensava em trabalhar só até Luciano encontrar alguém para substituí-la. Queria ficar com Esteban e aprender junto com ele como lidar com a cegueira.

Ia contar-lhe sua decisão.

Ele lhe era a própria vida. O homem de sua vida merecia dela todo o seu amor e dedicação.

María o ajudou a sentar-se e serviu-lhe o café. Ele levou aos lábios e sorveu o líquido pensativo. María colocou nas mãos dele um pão de queijo e o tempo todo o ajudou. Seu pai se dirigiu a sala de jantar e parou vendo a cena. Olhou a bengala dele apoiada na parede e óculos escuros que ele usava. Olhou para Helen que ao longe fez um gesto com as mãos e o chamou. Ele silenciosamente se dirigiu a esposa.

Quando eles terminaram de tomar o café, María o ajudou a levantar-se lhe dando a bengala. Ela o conduziu a biblioteca e o fez sentar-se de frente para ela.

— Esteban, nós estamos na biblioteca. Eu te trouxe aqui para te dizer que eu não vou mais trabalhar para seu irmão. Vou esperar até que ele arranje alguém. E independente de estarmos casados ou não, eu decidi que vou morar com você. Quero te ajudar e aprender tudo sobre a cegueira. Tudo que tiver no mercado para facilitar sua vida eu quero conhecer e juntos nós vamos vencer todos os desafios. Eu te amo mais que minha própria vida. Você é o homem de minha vida. Vou falar com Luciano e tenho quase certeza que ele vai imediatamente me liberar no trabalho.

Esteban tirou os óculos e escorou a cabeça com as mãos e chorava convulsivamente. María o abraçou, ele se virou para ela e chorava no peito dela. María ficou ali o abraçando e dizendo o quanto o amava e que ia ajudá-lo a superar os obstáculos. Quando ele se acalmou ele pegou o lenço do bolso e enxugou as lágrimas e assuou o nariz. María o observava. Preocupada, querendo tirar-lhe daquela letargia.

Esteban suspirou e falou lhe firme.

— Eu serei forte por você. Você não me verá mais abatido. Eu fiquei muito feliz de saber que você estará do meu lado agora, independente de estarmos casados. Eu preciso de você María. Só você pode me devolver à vida.

María o olhou feliz, ela levou as mãos dele nos lábios dela e fez sentir-lhe o seu sorriso. Ela o abraçou e ele buscou os lábios dela com urgência, María se rendeu mole.

Mais tarde María comunicou a família à mudança dela para o apartamento de Esteban. Ele ligou para o motorista e ela fez as malas.

Vinte minutos depois María acompanhou Esteban até o quarto dele e o ajudou a se sentar na cama. Fernando depositava as malas dela nos pés da cama. María trancou a porta e ajudou Esteban a se livrar das roupas. Ele a puxou e a beijou com paixão.

— Parece um sonho você vir morar comigo.

— Eu estarei sempre ao seu lado. Dizem que há uma escola para pessoas com deficiência visual. Pensei em me matricular com você, para aprendermos tudo que possa te ajudar a superar os obstáculos.

— Quero marcar logo a data do nosso casamento. Não vejo a hora de vê-la como minha esposa.

— Eu já me sinto sua esposa, meu marido.

Esteban lhe sorriu e María extasiada viu o sorriso dele.

— Sorria mais meu amor. Você não tem ideia como você fica bonito. Eu quando vi seu sorriso pela primeira vez, perdi a respiração.

Esteban gargalhou com gosto. María o abraçou e o fogo da paixão os consumiu.

Depois de uma semana, María e Esteban se matricularam na escola para cegos e María acabou aprendendo a lidar com a cegueira de Esteban.

Passou a colocar a mão dele no seu cotovelo dobrado. E ele lhe acompanhava o movimento do seu corpo enquanto ela andava.

Avisava-lhe, antecipadamente, a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e obstáculos em geral durante o trajeto.

Quando o local era estreito ela colocava o seu braço para trás, de modo que ele podia segui-la.

Para ajuda-lo a sentar-se, ela o guiava até a cadeira e colocava as mãos dele sobre o encosto da cadeira, informando se esta tinha braço ou não.

Explicava-lhe as direções, descrevia os lugares, como estava o tempo. Quando assistiam a um filme acabavam sempre rindo juntos, ele se divertia com as descrições dela.

Ela lia livros para ele, sempre deitada no peito dele, mas sempre acabavam deixando de lado o livro para se entregarem a paixão que surgia entre os dois de repente.

Esteban já usava um relógio especial, e já estava mais sensível com o uso da bengala, já conseguia encher um copo de suco sem derramar o conteúdo.

Um dia María o viu tropeçar numa cadeira e levar um tombo feio. María correu até ele. Se sentindo culpada por não ter estado com ele. Ela o ajudou a levantar-se e Esteban sentindo-lhe a aflição. Abraçou-a e lhe disse firme.

— Não se culpe María. Isso algumas vezes vai acontecer. Eu não sou uma criança, para você me cercar o tempo todo. Isso faz parte da minha vida agora, toda vez que eu cair, vou me levantar e pronto. Eu prometi ser forte por você. Hoje quero ser forte por mim mesmo.

María entre lágrimas o abraçou e puxou a cabeça dele e beijou-lhe com paixão.

— Você tem me ensinado muito Esteban, eu ao teu lado tenho aprendido a te respeitar e a te admirar, você me tem surpreendido com suas qualidades de superação.

— Sem você María eu não teria conseguido. — Esteban lhe falou entre lágrimas.

Depois de um mês que María havia se mudado para casa de Esteban, o casamento deles se realizou. Foi em um Domingo de manhã, realizado numa casa de campo que pertencia à tia de Esteban.

O local fora preparado com várias cadeiras da cor branca, no corredor entre as cadeiras foi estendido um tapete vermelho. E o caminho ornamentado com flores do campo.

Esteban estava lindo, com um smoking preto, camisa branca e gravata cinza claro. María estava linda. Com um vestido de noiva de renda branca, seu buque era feito com flores do campo. Seus cabelos foram levantados num coque alto que prendia uma coroa de flores do campo de onde saía um leve véu.

María entrou de mãos dadas com seu pai. Viu Luciano encostado a Esteban descrevendo-a conforme ela avançava para ele. Quando ela o alcançou, Luciano pegou as mãos dele e colocou sobre as dela e ela percebeu que as mãos de Esteban estavam frias e que ele tremia. María pegou-lhe as mãos e levou aos lábios beijando-as de leve.

Todos os parentes de Esteban e os dela estavam emocionados.

No final da cerimônia, eles se dirigiram ao salão da casa, que havia sido preparado para receber a todos.

María abraçada a Esteban recebia os cumprimentos. Seus pais estavam emocionadíssimos e María não se conteve em segurar as lágrimas ao abraçá-los.


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