Estelar voava rápido, com esperança de nada grave ter acontecido a Robin. Ele estava segurando as lágrimas, mas estava muito preocupada. Mesmo assim, segurava ele firme nos braços.
- Amigos! – Choramingou a garota. – O que eu temia aconteceu!
Os amigos arregalaram os olhos ao ver Robin no colo dela e ele estava desacordado (senão nunca permitiria).
- AHHHH! O Robin morreu! – Gritou Mutano, correndo de um lado pro outro.
- Ele só desmaiou... idiota. – Ravena lançou um olhar mortal para Mutano que se calou.
- Ele... Ele... – Estelar deixou algumas lágrimas caírem. – Estava treinando muito, se esforçando demais. Falei com ele, mas ele quis ficar sozinho. E eu ouvi um barulho... Quando vi, estava no chão.
- Calma, Estelar... Vai ficar tudo bem. – Cib disse.
- Ele vai ficar bem? – A cara de Estelar parecia a do gato de botas.
- Sim, só precisa repousar. – Ciborgue disse, pegando o garoto prodígio no colo e levando para a enfermaria titã (chique, nom?).
- Sabemos que você não tem culpa de nada. – Mutano viu a cara de preocupação da alien e tentou amenizar.
- Você só queria cuidar dele... – Ravena também se pronunciou.
- Pro Robin vai ser difícil repousar. Vamos cuidar dele. Sempre foi um ótimo líder, apesar de mandão, emburrado e um pouquinho convencido. – Ciborgue disse, deitando o mascarado na cama.
Eles todos olharam para o garoto acamado.
- Vamos tirar a máscara dele! – Mutano sugeriu.
- Como pode pensar numa coisa dessas agora? – Ravena deu bronca no metamorfo que abaixou as orelhas num instante.
- Silêncio. Ele precisa de repouso. E bastante. Nunca tirou férias esse abelhudo. – Suspirou o garoto-robô, que também estava um poço de preocupação.
- Quando ele vai acordar? – Estelar parou de chorar e perguntou.
- Pode demorar. Ele bateu a cabeça? – Perguntou Cib, olhando para o menino prodígio.
- Não sei... Talvez...
- Então, pode demorar. Ele está fraco. – Cib tocou a testa dele e sentiu pelos seus sensores o calor que emanava. – E com febre.
- Vou fazer um chá para ele. – Ravena disse, indo para a cozinha.
- Vou fazer uma sopa. – Disse Mutano.
- Espera, eu faço. Da última vez, você quase explodiu a panela. – Ciborgue relembrou o metamorfo, que fez beicinho.
- Não é justo! – Reclamou o verde.
- Estelar, fica tomando conta dele. – O garoto-robô disse, levando Mutano consigo.
Estelar finalmente estava sozinha com ele. Seu coração batia muito, ainda mais no silêncio daquela sala. Daria de ouvir uma agulha caindo. Robin estava respirando, mas ela continuava preocupada. Precisava ficar ao lado dele, mesmo que ele não quisesse. Ele precisava dela.
- Robin... – Ela tocou o rosto dele, que estava um pouco molhado ainda. Ela não ligou. Ele ficava bonito até mesmo suado. Ela continuou acariciando o rosto dele, até se aproximar o bastante para poder tocar os lábios dele.
Mas antes de tocá-los, Robin se debateu, como se estivesse tendo um pesadelo.
- S-Slade... – Falou ele, em voz fraca.
Estelar até acharia graça se não estivesse morta de preocupação.
- Até em sonhos ele assombra o Robin... – Suspirou a menina.
Estelar respirou fundo e se aproximou de Robin mais uma vez, a fim de tocar seus lábios mais uma vez nos dele. Se inclinou e...
- CHEGA! EU NÃO TÔ MORTO! – Gritou ele, acordando e vendo Estelar tão perto, começou a ficar vermelho e isso causou mais calor do que já estava.
- R-Robin...
- E-Estelar... – Disse ele, que agora estava suando de novo. – O que faz aqui? O que aconteceu?
- Você se esforçou muito e isso acabou te sobrecarregando. Sua pressão baixou. E estamos cuidando de você.
- Não pode ser. Como deixei isso acontecer? Como sou fraco! – Reclamou o líder, que não admitia erros.
- Não. Você precisa de descanso. – Ela segurou a mão dele com força e o mesmo corou. (ele estava com aquelas roupas de hospital).
- Não precisam se preocupar. Eu estou bem. – Ele disse, ainda meio fraco.
Estelar não segurou as lágrimas. Ela não hesitou e abraçou o líder, que estava sentando na cama.
- Eu fiquei tão preocupada! – Soluçou. – Que bom que acordou... Fiquei horrorizada ao te ver caído, logo eu que queria evitar de você ficar doente...
Robin corou mais ainda.
- Que mancada a minha... Se eu estivesse fora de casa, Slade já teria me capturado por essa fraqueza...
- Esquece esse bunglorf por enquanto. – Estelar disse, tocando a testa dele. – Descanse. Eu quero te ver bem.
- Mas como líder, eu não tiro férias...
- Mas você está doente! Não vou deixar você ir para a luta nesse estado!
- Estelar... – Suspirou ele.
- Ciborgue está fazendo sopa e Ravena , um chá. Você vai ficar melhor. – Sorriu a alienígena, que chorava agora de felicidade.
- Valeu... Eu acho. – Robin ficou envergonhado por fazer os amigos passarem por isso.
- E eu vou te proporcionar muita atenção, carinho e amor. No meu planeta, é muito difícil ter afeto por parte dos outros. – Explicou Estelar.
Robin congelou.
- É-é mesmo? M-mas eu já estou melhor, Estelar...
Ela se aproximou.
- Não está mesmo.
Ela se inclinou e deu um selinho rápido nele, que por baixo da máscara, arregalou os olhos.
Ele sentiu cada batida do coração, bem como ela mesma.
Ouviram-se vozes no corredor.
- Como está nosso cadáver? – Mutano brincou, rindo.
- Eu não tô morto! – Resmungou Robin, cruzando os braços.
- Esse é nosso garoto resmungão. Ele voltou! – Ciborgue riu, trazendo a sopa.
- Muito engraçado. – Robin ficou emburrado.
- Toma, fiz um chá para você. – Ravena entregou a caneca de chá com seus poderes de telecinese.
- Valeu... Não precisava. – O líder ficou envergonhado.
- Precisava, sim, fantasma do Robin! – Ciborgue também brincou.
Robin sabia que era brincadeira mas ele não sabia brincar.
- Quantas vezes vou ter que dizer que... – Ciborgue não esperou Robin terminar de falar e deu uma colherada de sopa na boca dele, que quase se engasgou.
- Eu e o Cib que fizemos! – Mutano disse, orgulhoso.
- Mais eu do que você. – Cib riu, bagunçando o cabelo do metamorfo.
- Ei! – Reclamou o verde.
Robin conteve a risada.
- Obrigado por tudo, pessoal.
Os amigos sorriram para ele.
- Eu vou dormir aqui? – Perguntou Robin, arqueando uma sobrancelha (se é que me entendem kkk).
- Não vamos deixar sair daqui até se curar. – Ciborgue disse.
- Mas eu preciso de um banho...
- Eu e Cib vamos dar um jeito nisso! Mas você vai ter que dormir aqui! – Mutano disse.
Robin suspirou.
- Não se preocupe. Ciborgue e eu vamos dormir com você. – Estelar disse, sorrindo.
Ele congelou.
- Calma, mano. Vamos dormir nas cadeiras. – Riu Ciborgue ao ver a cara de pânico no menino prodígio.
- Vai ser ruim para vocês. – O garoto do cabelo espetado disse.
- Não me importo de fazer sacrifícios... se for por você. – Estelar sussurrou para ele e ficou muito vermelha, bem como Robin, que após ouvir aquilo, ouviu o coração dar um pulo (era como se estivesse gritando dentro do peito).
O líder abaixou a cabeça.
- Agradeço. Agora eu preciso tomar um banho... – Tentou se levantar.
- Opa, vamos ajudar! – Ciborgue disse, pegando ele pelos braços e Mutano pelas pernas.
Ravena e Estelar riram (sim, Ravena riu).
Depois de um belo banho e de escovar seus brilhantes dentes Colgate (hahaha), Robin voltou para a enfermaria que nunca queria ter ido.
- Vê se não faz xixi nas calças, hein? – Mutano riu quando foi dar boa noite ao líder.
- Pode deixar. Essa função é sua. – Riu Robin (sim, a criatura riu!).
O metamorfo deu de ombros.
- Boa noite, Robin. Se cuide. – Ravena disse, baixando o capuz.
- Boa noite, Ravena. Você também.
- Agora só somos você, eu e o amigo Ciborgue! – Estelar bateu palminhas quando Ravena fechou a porta.
- U-há! – Ciborgue ergueu os braços, como se estivesse comemorando.
- É... Uhá. – Robin ironizou, sem emoção.
Estelar e Ciborgue sorriram, mas Robin estava bem desconfortável com a situação.
(As horas tinham se passado e já era noite)