Flames Hodrison - O Ápice das...

By ErossL

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Em uma época complicada nasceu Flames, os reis dominavam o mundo e a caça às bruxas eram frequentes. Muitos... More

Capítulo 1 - O garoto sem pais
Capítulo 2 - O garoto sem paz
Capítulo 3 - O homem na floresta.
Capítulo 4 - Ácura.
Capítulo 5 - A magia e o homem.
Capítulo 6 - Presa fácil.
Capítulo 7 - Fluxo de chamas.
Capítulo 9 - O terror da noite.
Capítulo 10 - O cetro e o machado.
Capítulo 11 - Os dois cavaleiros
Capítulo 12 - A grande cidade, Kings Town
Capítulo 13 - O matador de minotauros
Capítulo 14 - Caruncis, treinadores de heróis
Capítulo 15 - Primeiro treinamento
Capítulo 16 - O garoto da cicatriz
Capítulo 17 - O calabouço
Capítulo 18 - O grande príncipe
Capítulo 19 - A metal lendário
Capítulo 20 - A vila enânica
Capítulo 21 - Anões e Humanos
Capítulo 22 - O torneio
Capítulo 23 - O grande dia
Capítulo 24 - Batalha na floresta
Capítulo 25 - Capturados
Capítulo 26 - Ácura
Capítulo 27 - O Feiticeiro
Capítulo 28 - Hutianos, Herax e Hárdile
Capítulo 29 - O berço da magia
Capítulo 30 - Magia natural
Capítulo 31 - Boas vindas
Capítulo 32 - O coração da selva
Capítulo 33 - O templo de Olaryam
Capítulo 34 - A volta
Capítulo 35 - O convidado real
Capítulo 36 - Menyel, o rei
Capítulo 37 - Preparação de batalha
Capítulo 38 - A missão se inicia
Capítulo 39 - O acampamento
Capítulo 40 - O sangue do rei

Capítulo 8 - Fora de casa.

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By ErossL

Flames arrumava suas coisas para partir enquanto preparava-se para a longa estrada até Kings Town, Ele guardou com cuidado o livro e a roupa que Thor o deu e levou também várias fatias de carne de javali ressecada, não era a melhor refeição, mas era perfeita para um viajante, a longa jornada exigiria dele o máximo de energia que pudesse ter, e a carne de javali era uma ótima fonte.

- Então você já vai mesmo? – Perguntou Thor ao vê-lo arrumando suas coisas.

- Sim, acho que já passei muito tempo aqui, obrigado a todos vocês por tudo, de verdade. – Respondeu Flames singelamente.

- Não precisa agradecer, você já é de casa, mas entendo que queira ir e já que chegou a hora, há mais alguma coisa que quero lhe dar. – Disse Thor o entregando uma longa espada embainhada, a bainha era muito bonita e forte, feita com couro de qualidade e adornada com um metal prateado.

- Obrigado, parece que o senhor estava adivinhando que eu estava precisando de uma. – Agradeceu Flames a pegando da mão de Thor, ele não a sacou, mas percebeu pelo peso dela que não era uma espada comum.

- Thor usou essa espada por muito tempo, mas agora ele não precisa tanto dela, tomara que você a use com justiça. – Falou Diane.

Ao ver a maneira como era tratado e como sentiam-se com sua partida Flames notou que realmente era bem vindo ali, mas por algum motivo Ácura não estava lá quando ele se despedia.

Ele selou um dos cavalos e foi até o lago onde ela tinha o levado outrora, ele imaginou que ela estaria por lá, ao chegar ela estava sentada a beira do lago, Juba brincava na grama em sua volta pulando rolando e rosnando como sempre, ele foi o primeiro a perceber a chegada de Flames e saiu correndo em sua direção, Ácura então virou-se e o notou.

- Eu sabia que você iria me encontrar. – Exclamou ela.

- Claro, ainda não tive minha revanche. – Disse ele soltando suas coisas no chão e preparando-se para lutar.

- Você sabe que nem vai encostar em mim novamente. – Falou ela o provocando enquanto levantava-se.

- Então vamos fazer uma aposta. – Propôs ele. – Se eu tocar em você, você vai ter que ir comigo para King Town.

- Ir com você para Kings Town? – Ela perguntou em voz alta como se tivesse feito aquela pergunta para si mesma.

- Sim. - Flames se adiantou. - Eu sei que é seu sonho sair pelo mundo, essa fazenda é um pequeno sonho, mas não é o seu, vamos juntos para Kings Town. – Sugeriu ele tentando convencê-la. – E eu sei que seus pais deixariam, afinal seu pai me falou que você seria mais poderosa do que ele e até ele sabe que você nunca será uma maga poderosa se ficar aqui, então mesmo que ele te queira por perto ele sabia que uma hora esse dia chegaria.

Ela ficou pensativa com a proposta, mesmo insegura ela sorrio enquanto pensava, e pela maneira como ela ficou feliz ela parecia não saber que o pai acreditava tanto nela a ponto de pensar que ela o superaria, já que ele fazia parte da história da magia medieval, superá-lo não era o sonho nem do mais ganancioso dos magos, ela pensava. Mesmo assim deixar seus pais e partir era uma decisão difícil de se tomar tão de repente.

- Prometo que vou pensar no caso se você conseguir me tocar! – Afirmou ela com confiança.

- Tudo bem então. – Concordou ele, em seguida ele lançou uma labareda de fogo na direção dela, embora o ataque houvesse sido repentino Ácura possuía reflexos rápido e precisos e bem antes de ser atingida um escudo a envolveu impedindo o fogo de passar.

Flames mal terminou de atacar e uma lança de água voou em direção ao seu peito sendo seguida de várias outras, no entanto antes de atingi-lo ele pôs as mãos em chamas tornando os golpes de água que o atingia em vapor antes de feri-lo, as chamas nas suas mãos estavam tão grandes e intensas como nunca estiveram antes, em uma cor laranja avermelhado cintilante, as rajadas de água que Ácura lançava eram rapidamente vaporizadas por ele sem o mínimo esforço, novamente uma grossa cortina de vapor e fumaça os cobriu, impedindo a visão de Ácura.

- Você sabe que isso não funciona comigo. – Disse ela dispensando a nuvem de vapor, no entanto ela se surpreendeu ao perceber que a nuvem de fumaça em sua volta era muito mais densa que a de vapor, ele havia ateado fogo no capim que estava no chão, a fumaça não era forte o suficiente para impedir totalmente que ela o visse, mas aliada ao seu escudo d'água tornava difícil identificar exatamente onde ele estava ou de onde vinham os ataques, a respiração estava ficando mais difícil para Ácura, já havia tanta fumaça dentro do seu escudo que seus olhos ardiam vermelhos e irritados.

Ela era surpreendida por grandes rajadas de fogo que eram lançadas contra seu escudo, apenas os grandes florões eram vistos colidindo com a água, à medida que o escudo era atingido um pouco da sua água era vaporizada, deixando-o cada vez mais frágil.

Então no meio do fumaceiro ela viu algo cintilante, era Flames, pensou ela rapidamente, logo lançou uma forte coluna de água sobre ele, usando grande parte da água do seu escudo, ela tinha acertado, então desfez o escudo e aproximou-se, quando a fumaça se dissipou ela viu que o que ela tinha acertado na verdade era um galho de árvore que crepitava enquanto o fogo o consumia.

Assim que percebeu que tinha sido enganada ela refez o escudo, e virou-se para trás tomando um enorme susto ao perceber Flames dentro do seu escudo, com o susto ela o empurrou com as mãos na tentativa de jogá-lo para fora, ele suavemente a puxou fazendo-a cair por cima dele com isso o escudo se desfez molhando-os por completo, os dois começaram a sorrir até que ele a olhou no fundo dos olhos, as risadas pararam e Flames a encarou, seus cabelos encharcados e seu sorriso próximo ao dele fez Flames sentir como se seu coração tivesse parado de bater, tudo em sua volta parecia ter parado e naquele momento ele sentiu como se ela fosse a única coisa que havia em seu mundo.
Eles estavam ali deitados no chão, totalmente ensopados, o corpo delicado dela sobre o dele fazia seu coração bater lentamente como se não tivesse pressa alguma.

- Eu consegui te tocar, agora você tem que fazer de tudo pra ir comigo. – Sussurrou ele a fazendo sorrir.

- Com certeza farei. – Sussurrou ela chegando ainda mais perto dele, tudo em sua volta ficou calmo, nem o estalar das chamas crepitando na vegetação a sua volta o incomodava, então ele se aproximou ainda mais e a beijou. Os lábios dela eram macios e suaves e seu beijo era tão doce que fazia ele sentir vontade de não largá-la nunca mais, ele deslizou a mão sobre cintura dela, ela afastou seu rosto e deu um pequeno sorriso e o beijou novamente.

 Ele nunca tinha beijado antes, mas sentia que aquela foi uma das melhores sensações de sua vida, ele sabia que poderia ficar beijando-a o dia inteiro se ela permitisse.

- Agora vamos apagar as chamas antes que cause um incêndio na floresta. – Disse ela olhando o ambiente ao redor deles repleto de chamas, Juba veio correndo pela grama e pulou em cima deles ao perceber que a luta tinha acabado.

Ácura apagou as chamas com facilidade enquanto Flames se secava e recolhia os cavalos para voltarem para casa.

...

Flames e Ácura chegaram em casa e Thor estava sentado em uma poltrona na sala, limpava a lâmina de uma espada, quando os viu ele logo os chamou, parecia ansioso para falar algo.

- Ainda bem que você ainda não foi embora, tenho uma coisa para te pedir. – Thor falou para Flames.

- Espera pai, eu quero pedir uma coisa antes. – Disse Ácura com medo da resposta do pai.

- Não se preocupe. - Thor sorrio. - Eu já sei, eu ia propor a mesma coisa.

- Já sabe? Ia propor o que? – Perguntou Ácura sem entender.

Antes que ele respondesse Diana veio trazendo um grande bolsa em seus braços, pela força que fazia parecia estar pesada e cheia de coisas. – Já arrumei tudo que vocês vão precisar. – Ela falou.

- Era sobre isso que eu queria falar, a gente sabe que você sempre quis saber como é a vida fora dessa fazenda e acho que já te ensinamos o suficiente para você ficar bem, eu acho Kings Town uma cidade encantadora, várias estátuas, prédios magníficos, o castelo real e todas as outras grandes coisas que existem por lá, com certeza você vai gostar. – Thor falou sorrindo como se lembrasse memórias passadas.

- Filha, você agora já está virando uma mulher e eu sei que vai conseguir se cuidar, você é como eu. - Diana disse. – É melhor que parta agora para aproveitar a viagem com Flames, ir sozinho nessas estradas pode ser perigoso.

Dava pra ver no rosto de Ácura o quanto ela estava emocionada com a atitude dos seus pais, pois mesmo ela sendo filha única eles não a impediram de partir que era o que ela esperava. – Obrigada. – Ela sorriu misturando seu sorriso com lágrimas de emoção, Diana a abraçou e Ácura sentiu que tinha muito pelo que agradecer a seus pais, mas naquele momento tudo o que Ela queria era aproveitar ao máximo o calor do abraço da sua mãe.

- Vocês devem pegar a estrada do barro vermelho até o rio Erclames, chegando lá peguem um barco e peçam para descer o mais perto possível de Kings Town, o capitão do navio vai saber onde deixá-los, lá perguntem a ele por qual caminho devem seguir, não saiam da estrada, não confiem em ninguém que demonstre muita gentileza sem motivo, as estradas estão cheias de ladrões e assassinos. – Explicou ele. – Se partirem agora chegarão até o rio amanhã antes do pôr do sol, essa noite vocês terão que procurar um abrigo.

- Certo, então partiremos agora. – Flames disse empolgado ao saber que Ácura o faria companhia durante a viagem.

- Antes de irem preciso contar algo a vocês. – Falou Thor os olhando nos olhos. – Vocês terão uma jornada bastante... cansativa até se tornarem magos poderosos, não falem a ninguém sobre suas magias a menos que seja necessário, não confiem na conversa de ninguém que vocês não conheçam, muitas pessoas tendem a ser pretensiosas, porém os que forem amigos verdadeiros vocês saberão, ajudem quem precisar de ajuda, defendam quem não consegue se defender e jamais... jamais acreditem em críticas feitas para diminui-los, independentemente da posição social de quem a fez.

Flames acenou com a cabeça concordando para mostrar que entendeu, desde pequeno sempre foi acostumado a desconfiar de qualquer um, então o que Thor o avisara não lhe era uma novidade.

- Está certo, pai. – Murmurou Ácura com os olhos ainda molhados.

- Agora já está na hora de vocês irem, boa viagem, voltem aqui quando forem poderosos magos. – Ele falou com um sorriso.

- Pode deixar. – Flames disse virando-se e partindo, seguido por Ácura e juba correndo logo atrás dele.

...

Eles passaram o dia inteiro na estrada, as botas de Flames estavam vermelhas de puro barro, agora Flames entendia o por que aquela estrada se chamava barro vermelho, faltava poucos minutos para o pôr completo do sol e as estrelas já haviam começado a aparecer.

- Não acha melhor procurarmos um abrigo logo? – Perguntou Ácura preocupada com o cair da noite, ela sabia bem a fama dessas estradas, geralmente eram frequentadas por saqueadores covardes que costumavam atacar mercadores, peregrinos ou qualquer outro que eles encontrassem por ali tarde da noite.

- Sim, vamos sair da estrada, talvez a gente encontre algum abrigo na floresta em uma caverna ou algo do tipo. – Sugeriu Flames ao ver que essa era a opção mais segura que tinham.

- Certo. – Concordou ela.

Ainda era dia quando os dois entraram na floresta, com as copas das árvores ainda iluminadas pelo sol aquela floresta parecia um belo lugar para se caminhar, mas logo a noite caiu envolvendo toda aquela floresta em uma escuridão sombria, a enorme lua cheia iluminava o céu negro com a ajuda das estrelas, o céu estava mais claro do que nunca, exceto embaixo das folhas daquelas árvores, eles andaram floresta adentro segurando tochas improvisadas com galhos de árvores e pedaços de pano velhos, Flames olhava para o vazio da floresta o tempo inteiro, sentia como se algo o encarasse das sombras prestes a avançar, andando mais um pouco eles viram uma pequena vila no meio da floresta, não era muito grande, vinte e cinco ou trinta construções no máximo, no entanto ao caminhar por aquele lugar não se via ninguém e nem havia traços da presença de pessoas por ali.


  O clima por aquela região estava sinistro e pesado, não se ouvia o som dos animais da floresta a não ser o vento soprando os galhos das árvores ou os gritos das corujas que ecoavam vazio pela noite, as casas eram humildes e amontoadas, a maioria feita de barro e madeira, as ruas eram estreitas, íngremes e tão mal desenhadas que era um sacrifício caminhar por elas.

A noite estava gelada, até demais para aquela época do ano, e a medida que ela avançava ia ficando cada vez mais fria, eles precisavam encontrar um lugar para passar a noite logo, Flames não sentia frio, todavia percebia que Ácura estava com os braços cruzados e tremia um pouco mesmo que discretamente.

Flames tirou seu sobretudo da bolsa e a cobriu para aquecê-la.

- Obrigada. – Disse ela quase batendo os dentes de tanto frio, juba dormia protegido na bolsa de Flames sobre algumas roupas, ele deixou um espaço aberto para que ele pudesse respirar e andava com cuidado para não balançar muito e acordá-lo.

- Todas essas casas parecem abandonadas, o lado bom é que não temos que pedir permissão a ninguém para a gente dormir em alguma delas. - Ele pensou bem e engoliu seco. - O lado ruim é que parece que alguma coisa ruim fez as pessoas abandonarem essas casas, vai querer arriscar mesmo assim?

Ela acenou com a cabeça concordando, a ideia de se aquecer em uma fogueira o mais rápido possível parecia muito mais tentadora naquele momento.

Continua...

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