"Don't waste your time on me you're already the voice inside my head,
I miss you, I miss you" - I Miss You - Blink-182.
P.O.V Mariana
- Quem ele pensa que é?
- O médico? - disse Ariella calmamente.
- E? Ele não tem o direito de nos proibir de vê-la!
- Na verdade ele tem sim Max. - falei fazendo o garoto me olhar com raiva - Ele não disse que não iríamos poder ver ela. Só que não poderíamos agora.
- Mariana. - ele se aproximou, apoiando as mãos uma em cada braço da cadeira que eu estava sentada, e falando pausadamente - Ele não tem o direito de fazer isso. Sacou?
- Ta bom. Só não me bate.
- Ta, conseguiram alguma informação com os pais dela? - perguntou Ari se sentando no sofá o qual ela estivera deitada todo esse tempo.
- Não muita. - respondi.
- Eles só disseram que ela está estável. Mas ela está em coma. Se ela estivesse instável ela estaria morta!
- Max! - dissemos eu e Ari em uníssono.
- O que é? - bufou se jogando na cadeira ao meu lado.
- Nós precisamos nos acalmar. - olhei para Max - Principalmente você! Agora, vamos tentar entender o que aconteceu.
- Tentar entender o que? Ela caiu na piscina e se afogou. Pronto. - falou Max irritado.
- Que insensível. - comentei.
- É, mas o seu raciocínio está errado. Ela não caiu. Foi jogada. - disse Ari.
- Ah claro! Pelo fantasma da tal Patrícia. - Max nos olhou - De nada adianta nós falarmos sobre isso, se não pudermos provar. A garota não existe, não tem nenhum comprovante de matrícula, residência, nada! E depois que falamos aquilo para os policiais eles nos colocaram como suspeitos. E eles nem tinham pensado na possibilidade de uma tentativa de homicídio!
- Mas o que você queria? - falei - Não tem nem sinal de que a garota esteve lá! Sinceramente, eu não estou gostando nem um pouco disso tudo. Ou nós estamos loucos, ou algo muito estranho tá acontecendo aqui.
- Eu não acredito que isso esteja acontecendo de novo. Achei que a morte de Daniel fosse o suficiente. Mas Clarisse? - suspirou passando as mãos pelo rosto, suas olheiras estavam muito escuras - Desculpa Mari, não quero parecer indiferente à morte de Daniel.
- Não se preocupa Max. Eu entendi o que você quis dizer. E concordo. - sorri para o loiro que retribuiu.
- Ta pombinhos. Só eu que estou achando muito estranho isso ter acontecido com a Clarisse bem naquele dia?
- Do que você está falando? - perguntei.
- Ah por favor! - Ari levantou e ficou na nossa frente, eu e Max nos entreolhamos - Sem rastros? Nenhum sinal do agressor? Nenhum sinal de que houvesse alguém mais na cena do crime? Isso não lembra vocês de nada?
- Você não está pensando o que eu acho que está não é? - disse.
- Eu to perdido. Do que vocês estão falando? - falou Max nervoso, ele odiava ficar por fora.
- Ela está falando sobre o assassinato do meu irmão. - expliquei - Foram as mesmas coisas. Por isso arquivaram o processo, não fazia sentido.
- Ta, mas o que tem a ver isso com o dia?
- Bem no dia em que ela, magicamente, resolveu ir com o vestido? Que aliás seria o dia de aniversário de namoro dela e do Daniel? - disse Ari agitada - Vão me dizer que não acham estranho a cobra ter comentado sobre o vestido? Ela que nunca se importou com nada em relação a roupas.
- Como você sabe que era o dia do aniversário de namoro deles? - perguntou Max.
- Eu sou boa com datas. - falou Ari.
- Como está o seu irmão? - perguntei pra Max, tentando amenizar o clima.
- Hum? Lucas? - me olhou confuso.
- Tu tem outro irmão por acaso? - riu Ari, finalmente sentando novamente.
- Não. Ele está bem eu acho. Deve estar na escola.
- Ele está com quantos anos mesmo? - perguntei.
- Dois e meio se não me engano. - respondeu com um sorriso fraco.
- Nossa! Passou rápido não? - exclamei.
- Muito! - disse Ariella suspirando.
- Tá, da pra nós voltarmos ao foco principal? - falou Max cortando o momento.
- Não sei se tem mais alguma coisa que possamos fazer...a única coisa que poderia ajudar seria achar Patrícia. mas se nem a polícia conseguiu....duvido que nós conseguiremos. - disse ari.
- Realmente. - concordei.
- É... Mas e aquele idiota canadense? - perguntou Max, levantei uma sobrancelha confusa e Ariella fuzilou Max com os olhos castanhos - Ele não poderia ajudar? Ele não é hacker?
- Phil, - começou Ariella - é vice-diretor de uma empresa de informática, não um hacker. E sim, talvez ele possa ajudar. - Max revirou os olhos.
- Que seja, não me importa se ele é um computador ou uma torradeira, o que me importa é ele ajudar ou não.
- Quem é Phil? - perguntei.
- Um amigo dela. - falou Max se levantando.
- Onde tu vai? - quis saber Ari.
- Pergunta errada. A certa seria onde nós vamos.
- Ok, e onde nós vamos? - perguntei me levantando.
- Pergunta pra Ariella, eu não sei o endereço do cara. - respondeu fazendo Ari bufar.
. 🍁
- Ella? - disse o garoto de cabelos castanho claro que deveria ser Phil, olhando para nós três da porta do apartamento - O que você está fazendo aqui? Está tudo bem?
- Na verdade não, podemos conversar? - respondeu Ari e o garoto abriu espaço para nós passarmos.
- Ella? - sussurrei para Max.
- É, eu sei. Esquisito.
O apartamento do garoto mostrava direitinho o que ele deveria ser, rico. Não por extravagância, na verdade me surpreendi ao ver que as peças que compunham o mobiliário da casa eram simples, o que mostrava a criação e a possível renda do garoto era a organização dos móveis e a qualidade.
Phil era um garoto mais velho, notava-se claramente pelo porte físico, e sou obrigada a dizer que era um garoto bonito também.
Talvez fosse o cabelo completamente bagunçado do momento, os olhos verdes que deixavam claro que tinha acabado de acordar (provavelmente pelo som repetido da campainha), e a camiseta cinza claro amassada reforçava isso, também dava para notar que não fazia muito que havia chegado do trabalho, o fato de ter dormido no sofá (fato que percebia-se pelo travesseiro ainda bem posicionado no braço do sofá central) ainda de jeans e da jaqueta ainda estar jogada na poltrona provava meu ponto.
O garoto jogou a jaqueta em uma das cadeiras da mesa de jantar e o travesseiro em outra, Max e eu ficamos parados ainda próximos da porta enquanto Ariella já estava jogada no sofá, me perguntava se ela tinha chegado a dormir à noite. Phil fez um gesto nos convidando a sentar e o fizemos, ele logo sentando-se ao lado de Ella.
- A quanto tempo vocês não dormem? - perguntou.
- Eles eu não sei, mas eu faz alguns dias. - disse Ariella calmamente, fazendo o garoto a olhar preocupado.
- O que está acontecendo?
- Nossa amiga se afogou e agora está em coma. -contei - Resumindo é claro.
- Amiga? - olhou para nós - Clarisse?
- É. Ela mesmo. - confirmei.
- Ela "caiu" na piscina. - disse Ariella fazendo as aspas com os dedos.
- "Caiu"?
- Foi jogada. - corrigiu Max - Pelo menos é o que nós achamos.
- Ok, - falou dividindo o olhar confuso entre a melhor amiga que estava quase dormindo no seu sofá, e dois estranhos que ela havia trazido - e no que eu posso ajudar vocês?
(Naquela pergunta Phil resumiu todas que ele tinha na cabeça, "como assim vocês acham que ela foi jogada?", "vocês sabiam que dormir ajuda a pensar?", e algumas outras que ele queria fazer somente à Ariella. Mas essas eu não vou contar a vocês por serem muito particulares.)
- Ahn, eu espero que você tenha tempo querido. - disse Ariella sentando-se - Porque essa explicação vai demorar um tempo.
Eu e Max nos entreolhamos enquanto Phil suspirou e olhou para nós três.
- Vou pedir uma pizza.
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Como vocês já devem ter percebido a parte que está em itálico, e dentro dos parênteses é uma nota minha. Por eu ter escolhido narrar a história em primeira pessoa, algumas coisas podem ficar confusas, então só pra entenderem melhor.
Agora começa uma nova fase da história, espero que gostem.
Clica aí na estrelinha pro livro brilhar mais!! ;)
No próximo capítulo: "- Então você quer que eu procure por alguém que ninguém tem ideia de quem pode ser? - falei - Você sabe que tem bilhões de pessoas por aí né?"