Sem saber como nem porque, ele chorou. Chorou copiosa e desesperadamente. Por quê? Por que choras? "Ele morreu." Respondeu ao seu subconsciente. Ele morreu. Ele morreu. Ele morreu. Este era o único pensamento dele, a única coisa que conseguia pensar. Odiava-o tanto, mas chorava por sua morte. Qual o sentido do mesmo? O ódio surge do amor. O amor dá vida ao ódio.
Sua morte foi serena, indolor, rápida. Morreu dormindo, garantiu que isto acontecesse. Se tinha que matá-lo, que fosse de forma indolor. Uma gargalhada surgiu em seu interior, controlou-a. Tinha que manter a pose de namorado triste e desesperado. O que poderia fazer? Aquela praga foi morta. Ele, finalmente, viu-se livre. Estava sozinho em casa e mesmo assim ainda chorava. Sua máscara ainda na face. Era essa a explicação.
Ah, como estava feliz. Mesmo fedendo a hospital e loucura, estava feliz. Deixou a gargalhada presa em sua garganta sair para se divertir. Riu tanto que chorou, chorou e chorou. Era uma miscigenação grotesca.
Tirou o jaleco, guardou o sedativo e foi dormir.
Havia acabado, finalmente.