Olá sobrinho, digo ao entrar na porta da casa onde já costumeira morar um dia, hoje está sendo abrigada por Maxuel, meu sobrinho, desde pequeno.
ele sempre foi um bom garoto, então o deixei ficar com a casa, depois que parti a praticamente uns 40 anos, ela era rústica, com pilastras em sua varanda, branca, e por dentro era clássica, móveis antigos, mas sempre bem conservados, por algum motivo que desconheço, não que esteja reclamando, só acho um pouco irônico, meus móveis serem conservados, poeticamente, herdando meus dons.
Maxuel é o único sobrevivente da minha família, a mãe dele infelizmente morreu em seu parto,junto com seu irmão, que iria sair dps, mas infelizmente n conseguimos ter a honra de cria-lo, e o pai, bom, felizmente conseguiu criar Maxuel, até se tornar um homem, mas se foi com o tempo.. Eu os vi crescer, os vi morrer, Maxuel sabe da existência do irmão, mas seu pai me fez prometer que não iria contar a real versão, para protegê-lo de qualquer perigo, de fazer qualquer ação impensada, mesmo achando que, estando perto de mim, de pessoas como eu, ele infelizmente nunca estará seguro, por isso resolvi passar esses anos fora, ninguém na cidade, lembrara mais das criaturas que rondavam a pequena cidade, isso me tranquilizava.
Maxuel insistia que ainda haveriam moradores que lembrariam, e até alguns dessa geração que crêem nas lendas contados por seus avós ou pais, mesmo não tendo acontecido um aparecimento oficial de nada do tipo, há muitas gerações.
Você prometeu, prometeu que n iria se alimentar!
Jovem é encontrada morta em acampamento no monte carl shill, estemunhas dizem que a vítima teria se perdido no meio do grupo, e sido atacada por um animal, a polícia não divulgou informações específicas sobre o caso, mas relatam que a vítima perdeu quase metade dos litros de sangue restantes no corpo, a garota foi encontrada com vida, mas morreu a caminho do hospital, os médicos dizem que ela estava muito desorientada por conta da perda de sangue, é que a vítima só disse poucas palavras a caminho do hospital "meu avô, ele tinham razão"
Vejo a notícia, e olho para Maxuel calmamente dizendo,
-acho que nem devo dizer, que não fiz isso, sabe que posso me controlar.
-n existem mais de vocês aqui tio,como quer que eu acredite que não foi você,acontecendo um dia depois de sua chegada aqui? Por que voltou afinal?
-não tenho que te dar motivos para meu retorno, não acha? Digo calmamente
-não disse que tem, mas não foi certo ter voltado, sabe que só trara problemas pra cá.
-acha que não sei disso? Acontece que aonde quer que eu vá, eu levo os problemas Maxuel, acontece que aqui, tenho você comigo, você é minha única família.
Vejo Scott dizer isso enquanto acompanho ele e Maxuel, discutindo pela janela, pensei na opção de entrar e dizer algo, como "sempre admirei seu afeto pela família, irmãozinho" mas acho que ainda não está na hora de aparecer, não agora, mas também não posso demorar muito, alguma hora terei que me alimentar de outra forma, para n levantar duvidas nos possíveis caçadores que ainda possam existir, ou um bando de pirralhos de 30 anos, que nunca nos viram de verdade, e acham que dão conta de nós só por ouvirem as histórias que rondam as casas daqui nessas últimas décadas.
Opto por sair dali naquele momento, já ouvi o suficiente.
-tio, sabe o quanto eu o considero, mas tem que entender, que a última coisa que quero, é que pessoas se machuquem, e você não pode prometer que isso não ira ocorrer! diz maxuel a mim com um tom de indignação.
-não, não posso, mas irei fazer o possível, tente acreditar em mim está bem?
Amanhã começo meu primeiro dia de aula, é normal eu estar sentindo um frio na barriga mesmo tendo meu primeiro dia no ensino médio pela 6° vez? Digo em tom de humor
Maxuel sorri de leve e diz
é, acho que não, diz ele sorrindo.
Agr vá dormir, ok? Digo a ele
- já passamos dessa fase de ter autoridade sobre mim, não acha?.
-considerando os anos que tenho a mais que você acho que não, agora vá.
-não pense que estou fazendo isso por poder me jogar do outro lado da casa, não estou. Diz ele enquanto sobe as escadas obedecendo minhas ordens diretas
-sei disso, boa noite sobrinho. digo com um sorriso puxando meus lábios pra esquerda.
-boa noite tio.
Quando Maxuel sobe, sento perto da lareira, e penso em como revelar o quê realmente aconteceu no parto de seu irmão, o pai dele me fez jurar que manteria em sigilo, mas um dia ele acabará descobrindo, e quero que seja por mim, por que se ser por outra pessoa, será um choque que não quero que ele sofra.
Encosto minha cabeça no topo da poltrona vermelha cor de sangue, do século passado. Com muito cheiro de naftalina, o que se percebesse bem, é o cheiro que a maioria dos móveis da casa tinham, estava começando a entender o porquê de estarem tão conservados, em meio aos pensamentos, acabei adormecendo.
Quando acordei, era de manhã, hoje irei para meu primeiro dia de aula, outra vez.