A Filha Roubada - Completo - ✔

By rseverino

24.1K 2.8K 614

Todos achavam que a vida duma criança deveria ser um livro aberto, mas agora ela está desaparecida! Uma mãe d... More

Uma palavra inicial...
1§ A fuga
2§ Uma casa cheia de nada
3§ A caixinha de segredos do papá
4§ Um puzzle de oito horas
5§ A mulher que não era bairrista, mas recebeu o bilhete dourado
6§ O chefe da estação
7§ Uma proposta indecente
8§ Momentos de terror
9§ Uma angústia insuportável
10§ O caminho espinhoso
11§ A dama, o vagabundo e o detetive
12§ Incidentes
13§ A casa dos sonhos
14§ Filha do papá
15§ O berço da controvérsia
16§ Uma avó exemplar
17§ Procura-se o taxista da madrugada
18§ A primeira brecha no castelo das mentiras
19§ À margem da ética
20§ Banida pelo amor
21§ A mulher do polícia
22§ Encostado às cordas
23§ O circo mediático
24§ O inspetor que achava que sabia jogar xadrez
25§ Sensação de ser mãe
26§ A bela adormecida
27§ O dia mais negro
28§ Atrás das grades
29§ Fora de controlo
30§ Ponderando todos os cenários
31§ Um exército de White Russians
32§ Refém no próprio labirinto
33§ Uma dádiva celestial
34§ A primeira-dama desceu à favela
35§ Confronto de titãs
36§ Uma oportunidade para voltar atrás
37§ A filha perfeita
38§ O virar da página
39§ A verdade e somente a verdade
40§ Esperanças renovadas
42§ O copo da discórdia
43§ O homem que tinha medo de falar
44§ Doutor emigrante
45§ Pressionada
46§ Uma nova linha de investigação
47§ O regresso do homem dos bolos
48§ O dia do juízo final
49§ Depois de ti?
50§ Recomeçar do zero
51§ O homem do leme
52§ Um mundo de barriga para o ar
53§ A objetiva indiscreta
54§ A noite agri-doce
55§ As mães também fogem
56§ O cão da vizinha não é melhor do que o meu
57§ Magnético
58§ Reconciliação com o passado
59§ Demarcando o território
60§ À caça na sopa de letras
61§ Largar a bomba atómica
62§ Intimada para o chá das cinco
63§ Carinha laroca
64§ A transviada
65§ Ao encontro do desconhecido
66§ O outro lado da ópera
67§ Salvador
68§ Depois da tormenta
69§ A encruzilhada
70§ Do bairro
71§ A Babysitter
72§ De volta à cena do crime
73§ Dia Dois
74§ Um sol de inverno
75§ Fim da linha
76§ Tudo menos um conto de fadas
77§ O segredo mais bem guardado
78§ Mergulhado no abismo
79§ Motivações dúbias
80§ O melhor presente
81§ A maratona de negociações
82§ O preço do resgate
83§ Engolir o orgulho
84§ Um mar de cedências
85§ Aquele que os sogros desprezavam
86§ Mais de trinta anos depois...
87§ O legado
88§ Coisas de mãe
89§ Contornando as adversidades
90§ O silêncio de cada um
91§ O discurso da candidata
92§ Uma jogada arriscada
93§ A mesma história, um guião diferente
94§ O resgate duma antiga dança
95§ Resignado
96§ O poder do perdão
97§ Aquele comboio
Epílogo
Dedicatória & Agradecimentos
Cinco Mil Leituras!

41§ Demónios guardados no armário

247 30 7
By rseverino

----------

O Wattpad por vezes tem comportamentos estranhos. Assim, antes de continuar, certifique-se sempre de que leu o capítulo anterior.

< Capítulo anterior: 40§ Esperanças renovadas

Quer o pai, quer o barman demonstraram não ter dado por perdida a missão de encontrar a menina. A mãe confrontou o marido com uma observação inesperada...

----------

# AVISO IMPORTANTE #

Muitos dos leitores reportaram problemas com a visualização do capítulo que se segue, nomeadamente frases que aparecem incompletas.

Este problema prende-se com o próprio Wattpad. Para o resolver deverá bastar desconectarem-se da vossa conta e voltarem de seguida a conectar-se.

Caso a situação não fique corrigida, ou caso isto aconteça em outros capítulos, agradeço que continuem a informar-me.

Como sempre, todas as críticas, sugestões e correções ortográficas são muito bem-vindas por mim.

Um grande abraço e vamos ao capítulo de hoje!

----------



- MÃE -

Mais uma vez o marido foi salvo de explicações pela interrupção de terceiros. A irmã e o advogado aproximaram-se na hora agá e ele aproveitou para se escudar imediatamente neles.

– Tenho de voltar para a capital, deixas-me na estação? – questionou a irmã. – Não me posso atrasar mesmo.

Ela ainda olhou para o marido, o qual rapidamente sugeriu que ela fosse com a irmã e não se preocupasse com ele.

– Certamente que o Senhor Advogado não se importa de me dar uma boleia para casa, não é? – pediu, em tom de sugestão, ao homem que acabara de conhecer.

O marido preferira refugiar-se atrás de um estranho do que acompanhá-la a ela e à cunhada. Porquê? Tudo por causa do seu medo mórbido de ser confrontado com as suas falsidades. 

Ela questionava-se até quando o sentimento que os unira seria capaz de resistir à corrosão que este ambiente de suspeição potenciava.

– Acreditas que o amor pode resistir a tudo? – perguntou à irmã, enquanto conduzia rumo à estação. – Achas que pode sobreviver a mentiras, segredos e traições?

A irmã olhou-a com estranheza, por breves instantes, como que não entendendo a origem daquelas questões existenciais.

– O que se passa contigo?

Ela deixara escapar, ainda que duma forma retórica, aqueles desabafos em forma de interrogações. 

Na realidade não esperava uma resposta da irmã, pois sabia que, por mais boas intenções que ela tivesse, não a podia ajudar muito nessa área. 

Afinal, o que a irmã percebia de amor? Ela limitara-se a amar pelos olhos dos pais.

– Às vezes sinto-me tão só nesta batalha... parece que sou eu a única a defender o nosso casamento, a nossa família e a nossa relação. – desabafou à irmã. – Será que vale a pena continuar agarrada à imagem dum homem que já não existe mais? Quanto mais tempo vou perder, na ilusão de resgatar uma cumplicidade há muito perdida e que se calhar nunca existiu?

– Segue o teu coração e não adies mais essa conversa com o teu marido. – disse-lhe a irmã, saindo do carro. – Sempre te admirei pelo espírito livre que tiveste, sem medo do que os outros pensavam; por ires atrás da tua felicidade sem olhar atrás. O que for que decidas vou estar sempre do teu lado.

A irmã tinha razão, aquela conversa tinha sido protelada tempo demais. 

Era urgente exorcizarem todos aqueles demônios que tinham ido guardando no armário ao longo dos últimos meses. 

Monstros que tinham se agigantado às custas das meias-verdades, das palavras por dizer e do medo de não saberem como seria viverem um sem o outro.


Ao entrar em casa, sentiu um silêncio asfixiante. A sala continuava arrumada, tal como a irmã a deixara. 

O que ela pagava para ter tropeçado em brinquedos desarrumados, ver as bonecas espalhadas pela carpete e, acima de tudo, encontrar a sua menina a ver televisão, ainda com a boca suja de algum bolo ou iogurte, que lhe tivesse deixado.

Subiu as escadas, mas não teve coragem de ir ao quarto da filha e se deparar com mais uma bofetada da realidade. 

Em vez disso, dirigiu-se para o seu quarto e suspirou aliviada, ao ouvir o som do chuveiro vindo da casa de banho. Pelo menos não estava completamente só. 

Apercebeu-se do momento em que a água parou de correr, seguida da abertura da porta da box do chuveiro, de um impulso só, como o seu marido fazia habitualmente. 

Jurou a si mesma que iria por todos os pontos nos i's, assim que ele aparecesse diante de si. 

Contudo, essa determinação desvaneceu-se quando o homem surgiu, apenas enrolado numa toalha, e a inebriou com o perfume do corpo dele e a enredou nos seus braços fortes e protetores. 

As palavras voltaram a ficar para depois e amaram-se com a volúpia dos primeiros tempos, em que eram eles contra o mundo. 

De alguma forma perversa, a história encarregara-se de se repetir, de os colocar novamente a circular no sentido oposto da sociedade, que lhes apontava o dedo incriminatório. 

Ela deixou-se arrastar por essa doce ilusão, um sonho em que eles tinham voltado a ser um só, encontrando uma realidade melhor depois de se terem amado.

Contudo, quando acordou, ele tinha ido embora. E nos dias que se seguiram ele voltou a fazer aquilo em que se tornara exímio: esquivar-se dela, fugir de conversas e, se preciso, evitá-la. 

Chegava tarde a casa e dormia no sofá, com a desculpa de que não a tinha querido acordar. Saia de manhã cedo, à pressa, alegando que o padrinho tinha alguma novidade e precisava dele. 

Já para não referir o súbito desejo dele em estar no terreno, com os policiais, a colaborar na investigação.

Enquanto isso, ela tivera que ir trabalhar, uma vez que ter uma filha desaparecida não dava direito a baixa ou férias. 

Julgada pelo olhar de uns, consolada pelas mãos de outros, ela ia esforçando-se por encarar os colegas, dia após dia, e fazer as suas tarefas. 

Os conhecidos chamados a depor na polícia desdobravam-se. As buscas nas florestas, lagos e serras circundantes à linha de comboio multiplicavam-se. 

A polícia já não procurava a sua inocente menina, mas sim um corpo sem vida, que era farejado pelos cães, altamente treinados, para o efeito.

Certa manhã, antes de começar a sua jornada, foi à delegacia. Naquele dia não se conformaria apenas com o ponto da situação nas investigações. 

Iria exigir que o inspetor lhe justificasse a razão de estar a dar a sua filha por morta.

– Entre e sente-se! – ordenou o inspetor, quando finalmente teve disponibilidade para a receber.

Antes que ele principiasse com o discurso do costume, do tipo: "O que a traz por cá?... As frentes em que temos estado a avançar são..."; ela interpolou-o com o seu desagrado em relação ao rumo das diligências da polícia.

– A minha filha foi roubada! Ela não está morta! – afirmou-lhe enfaticamente. – Quantas vezes tenho de lhe pedir para achar a mulher que a levou? Eu tenho a certeza de que vi a minha filha naquele comboio!

O inspetor deixou-a expulsar toda a fúria e frustração acumulada e, após se certificar de que ela tinha terminado, confrontou-a com um tema desagradável.

– Parece-me ter demasiadas certezas para uma pessoa que estava sob o efeito de álcool. – retorquiu ele. –Vários dos seus colegas afirmam que, naquela noite, você saiu do jantar da empresa bastante embriagada. Quer falar sobre o assunto?    

==========

Estimados,

Escrever em português de Portugal, pode ser um desafio adicional no Wattpad, dado a comunidade mais reduzida que somos. Por isso, o vosso apoio e divulgação junto de amigos é sempre apreciada.

Continuem a impulsionar este livro por:

! Votar !

&

! Partilhar !

Continue Reading

You'll Also Like

110K 3.5K 31
TERMINADA • Quem diria que numa simples viagem de carro do trabalho até ao infantário da Maria, filha de Margarida, esta iria esbarrar contra o seu f...
2M 104K 35
Alicia é a típica nerd que faz o último ano do ensino médio. Sua meta é se formar e ir para uma faculdade de direito na cidade do pai. Suas ideias mu...