Sophia Mode On
Eu mantinha meus olhos fechados enquanto os raios de sol aquecia meu rosto, esses entravam pela brecha da cortina. Respirei fundo após me espreguiçar, e abri os olhos devagar ao perceber que Valentina não estava na cama. Em seguida me levantei e fui até o banheiro, fiz minha higiene matinal, tomei um belo banho quente e logo me troquei indo em direção a sala em seguida.
- Bom dia mãe! - Disse Enzo ao me ver.
- Bom dia meu amor! - Respondi aproximando e pousando um beijo em sua cabeça. - O que está fazendo?
- Estou tentando embrulhar essa caixinha. - Murmurou me mostrando o objeto.
- E o que tem aí? - Sorri o olhando.
- Comprei um par de alianças para Sandy e Eu com a minha mesada. - Disse orgulhoso. - Quer ver? - Questionou em seguida e Eu apenas assenti. Ele então abriu a pequena caixa.
- Olha só... Você tem um ótimo gosto. - Indaguei surpresa ao ver.
- Acha que ela vai gostar? - Perguntou fechando a caixinha e tentando embrulhar novamente.
- Tenho certeza que sim, deixa eu te ajudar com isso. - Sorri sentando-me ao lado dele no sofá.
- Claro que deixo, estou apanhando disso desde quando cheguei. - Disse rindo e empurrando tudo para mim sobre a mesinha de centro.
- Não, não... - Repreendi empurrando de volta. - Você vai fazer isso, Eu só vou te passando os comandos. - Ele fez um biquinho e suspirou ao ouvir isso.
- Está bem... Como começo? - Questionou olhando pra mim.
- Ao invés de você tentar embrulhar com toda essa papelada, e recortes, porque não coloca naquele saquinho pequeno e amarra com um laço? - Sugeri o olhando.
- Eu tinha pensado nisso, mas acho que não cabe... - Murmurou pegando o saquinho e colocando a caixinha dentro. - Olha, não é que coube? - Indagou me fazendo rir. - Mas onde vou colocar o cartão?
- Você parecia mais esperto, o que a Sandy tá fazendo com você em? - Brinquei rindo e o fazendo rir também. - Sabe me dizer onde está sua mãe? - Acrescentei levantando.
- Ela disse que ia dar uma passada na casa da vó Camilla e depois ia comprar acho que maçãs do amor e... churros. - Respondeu concentrado no laço que estava fazendo.
- Maçãs do amor e churros? - Questionei confusa.
- Uhum! - Afirmou em um murmúrio.
- Mas Ela só comeu isso quando estava... - Fiz uma pausa.
- Quando estava...? - Incentivou Ele.
- Nada, deixa pra lá. - Respondi me retirando e indo para a cozinha.
Por uns instantes eu achei que Valentina estivesse grávida novamente, pois esses foram um de seus desejos quando estava grávida de Enzo. Mas é impossível não é? Ela garantiu que não teve nenhuma relação com ninguém nesses dois anos que estivemos distantes. E ela não faria isso comigo. Cheguei a ficar com um pouco de raiva só de imaginar que aquele imbecil possa ter tocado nela e ela mentiu pra mim, mas não... Mantive a calma, escolhi acreditar em sua palavra, e isso é loucura. Ela pode apenas ter sentido uma vontade de comer isso novamente e não é nada demais.
Minutos depois...
- Hummmm... Esse lanche está com um cheiro tão bom. - Pude ouví-la sussurrar em meu ouvido me pegando de surpresa.
- E está delicioso também, você quer? - Questionei levando o lanche em direção a ela por cima do meu ombro, o qual ela mordeu tirando um pedaço.
- Nossa, está dos deuses, ou sou eu que estou com fome? - Murmurou de boca cheia, dando a volta e sentando ao meu lado em seguida.
- Achei que já tivesse comido maçãs do amor e churros. - Disse a olhando.
- Enzo fofoqueiro. - Murmurou dando um leve riso. - Acordei com uma vontade imensa de comer doce.
- Mas você só comeu isso quando estava...
- Grávida do nosso filho? - Completou me olhando. - Sim, mas hoje não sei o que deu em mim. - Ela deu de ombros.
Um silêncio se fez e Eu voltei a comer meu lanche.
- Ei... - Chamou, mas peguei o copo de suco e dei um gole no mesmo. - Amooor... Você não está achando que Eu... - Ela deu um leve riso e envolveu um dos braços em meu pescoço me puxando para si. - Vida, eu não estou grávida a não ser que sua língua ontem fez um milagre e tanto. Além do ótimo trabalho. - Acrescentou fazendo cara de safada me arrancando um riso. - E a não ser que você queira ter outro bebê, uma menina talvez? E se eu estivesse grávida, como reagiria?
- Eu não sei se estou pronta pra isso, porque mais um para ter vergonha de mim? Uma mãe louca que vê fantasmas. - Especulei cabisbaixa.
- Enzo filho, pode vir aqui? - Chamou ela em voz alta após me soltar.
- Oi mãe, o que houve? - Questionou ao chegar rápido na cozinha.
- Vou te perguntar uma coisa e quero que seja sincero. - Ele fez uma cara de medo e assentiu. - Tem vergonha da sua mãe? - Questionou o olhando.
- Eu? Claro que não! - Exclamou nos olhando. - Não tenho vergonha de nenhuma das duas, muito pelo contrário, tenho orgulho das mães que tenho. E jamais questionaria o fato de não ter um pai, porque vocês duas também são meus pais, sentiria vergonha se tivesse um pai como o da Sandy. Sou grato a vocês por tudo que fizeram e ainda fazem por mim. - Acrescentou sorrindo.
- Viu só? - Indagou ela me olhando.
- Que? Por que a pergunta? - Ele agora nos olhava confuso.
- Também temos muito orgulho de você! - Disse sorrindo. Ele então abraçou uma por vez.
- Vou ver a Sandy está bem? - Disse ajeitando a camisa.
- Espera que eu te levo, só me dá mais uns minutos, está bem? - Pediu Valentina sorrindo.
- Tá bom mãe. - Concordou. - Vou esperar na sala, e não me perguntem isso de novo, eu jamais sentiria vergonha de vocês. - Acrescentou dando uma leve piscada e se retirando em seguida.
- E então, como reagiria se eu dissesse que estou grávida de novo? - Perguntou novamente.
- Ficaria muito feliz. - Disse sorrindo.
- Mesmo? - Questionou levantando da cadeira e sentando em meu colo.
- Mesmo! - Afirmei selando seus lábios, ela acariciou meu rosto em seguida.
- Vou levar nosso filho e já volto. - Sussurrou selando meus lábios novamente.
- Posso ir com vocês? - Questionei a olhando.
- Sério? Nem precisa perguntar... Mas, acha que está pronta pra isso também? - Devolveu ela com outra pergunta.
- Preciso sair daqui um pouco, ver outras pessoas, voltar com minha vida. - Comprimi os lábios. - Mas você dirige.
- Está bem, vamos! - Concordou levantando-se.
• • •
Nós três fomos cantando no carro animados, Eu batucava no painel, Valentina no volante e Enzo nos bancos atrás. Tinham que ver quando paramos em um semáforo na espera do sinal abrir, as pessoas dos carros a nossa volta olhavam sorrindo com a cena. Será que tem alguma outra família como a nossa?
Logo deixamos Enzo na casa da Sandy e nos despedimos dele marcando o horário que devíamos buscá-lo. Agora restava somente Valentina e Eu em um dueto no carro, cada uma cantava uma parte, e quando era mesmo um dueto cantando nós escolhiamos quem iríamos dublar. Escolhi deixar tudo o que passamos para trás, e focar no agora, Valentina e Enzo não mereciam mais passar tanta preocupação comigo. Paramos em um posto para abastecer e ela entrou na conveniência para comprar algumas besteiras enquanto eu esperava no carro.
Resolvi sair do veículo para tomar um ar, e logo um carro importado parou na bomba de gasolina a minha frente, eu me mantive encostada na lateral do meu carro observando. Até que o vidro do motorista abaixou automaticamente revelando quem dirigia, engoli a seco quando seus olhos encontraram os meus após abrir a porta e pedir para o rapaz abastecer para ela.
- Sophia... Que mundo pequeno esse não? Achei que estivesse morando em Barcelona. - Murmurou aproximando-se.
Seus cabelos loiros estavam sobre seus ombros com leves ondas nas pontas, ela estava usando um vestido combinando com a cor do carro, um azul royal que modelava perfeitamente cada curva de seu corpo. E nos pés um salto preto tipo, muito alto, devo admitir que estava extremamente sexy, ela realmente sabe provocar quando quer e até mesmo sem esforço algum.
- Leona! - Indaguei ao sair de meus devaneios. - E eu achei que estivesse na França.
- E estava, cheguei hoje em Seattle. - Disse sorrindo. - Nossa você continua linda - Elogiou em seguida.
- Obrigada, você também não mudou nada. - Sorri um pouco sem jeito.
- Vamos amor? - A voz de Valentina se fez me fazendo olhá-la. - Atrapalho? - Questionou olhando para nós duas.
- Não, é... Lembra da Leona? - Devolvi com outra pergunta.
- Como poderia esquecer não é? - Debateu dando um sorriso falso. - Vamos, eu já peguei tudo, tchau Leona! - Acrescentou indo para o carro.
- Ela continua ciumenta, também não mudou nada. - Brincou dando um leve riso.
- Pois é... - Concordei sorrindo - Eu preciso ir.
- Vejo que seguiu meu conselho, realmente não deixou ela escapar, fico feliz em saber que está bem. E foi bom te ver de novo. - Indagou me olhando.
- Bom te ver também. - Murmurei indo em direção ao carro e entrando.
Ela pagou o rapaz e entrou no carro levantando o vidro e saindo dali em seguida. Valentina logo deu partida e arrancou com o carro também, ela mantinha-se em silêncio e eu sabia que certamente estava com ciúmes. Mas Ela não tem com o que se preocupar, dispensei Leona pra ficar com ela, e faria de novo se fosse preciso. Leona é uma boa pessoa, linda devo admitir e sexy, mas entrou na minha vida quando Valentina já existia e me dominava por inteiro. Não estava namorando quando ficamos, mas sabia que Valentina não havia se esquecido dela.
- Desde quando ela está de volta? Porque tenho a certeza de que ela te contou. - Murmurou quebrando o silêncio.
- Chegou hoje em Seattle. - Respondi olhando para frente.
- E eu achando que não haveria mais ninguém para tentar separar a gente. - Debateu apertando o volante.
- E não tem! - Repreendi. - Ela não tentou separar a gente quando teve a chance, por que faria agora? - Questionei a olhando.
- Não sei, tem louco pra tudo, e olha somos como imãs que só atrai loucos. - Especulou demonstrando certa irritação.
- Leona jamais faria algo do tipo. - Defendi.
- Será? E como tem tanta certeza disso? Hum? - Disparou encostando o carro no acostamento e me olhando.
- Porque foi ela quem disse para ficar com você! - Exclamei a encarando. - Disse para não te deixar escapar, Ela foi madura o suficiente para entender que era você quem eu amava, e sempre amei. Eu ainda sugeri que fôssemos amigas depois que a poeira baixasse, por você estar nervosa aquele dia em que nos viu no restaurante. Mas ela disse que era melhor não. - Expliquei em resumo. - Escolhi ficar com você, mesmo sendo duro pra mim estar com tantos problemas com você naquela época, que uma hora me queria por perto e outra hora não queria me ver nem pintada de ouro. E escolheria novamente esperar por você, porque eu te amo, então não tem porque sentir ciúmes de mim com ela.
- Desculpa Eu...
- Tudo bem! - A interrompi olhando para a janela.
- Eu tenho medo de te perder poxa, assim como você também tem, e fiquei puta quando te vi falando com ela, da mesma forma que ficou puta quando me viu falando com o Christian. Mesmo sabendo que eu jamais faria isso com você, jamais te trairia, e mesmo sabendo que você jamais faria isso comigo, porque confio em você. - Ela respirou fundo. - Sei que às vezes sou ciumenta demais, mas é medo, medo de você cansar de mim e escolher viver com outra pessoa.
- Eu nunca vou me cansar de você. - Debati a olhando novamente. - Eu te amo Valentina e você sabe disso.
- Me desculpa por ter sido grossa com você. - Desculpou-se acariciando meu rosto. Então aproximei e selei nossos lábios.
- Está tudo bem amor, vamos pra casa porque quero ver série com você e devorar todas essas besteiras que você comprou. - Disse sorrindo e arrancando um leve riso dela.
- Tá mas, o KitKat é meu! - Disse ligando o carro novamente.
- O que? Me diz que não comprou só um. - Indaguei vasculhando a sacola e vendo quatro, além das outras coisas. - Queria me enganar né? Deixa você. - Nós rimos.
- Precisava ver sua cara. - Ela me olhou sorrindo.
Quando chegamos na frente do prédio encontramos Lorena, acho que as mulheres resolveram me ver hoje e testar a paciência de Valentina que me olhou com desdém ao me ver abrir a porta do carro e descer. Ao fechar, ela acelerou e entrou com tudo na garagem do prédio.
- Eu interfonei para o apartamento, e a moça disse que vocês haviam saído, então resolvi esperar aqui. - Explicou como se soubesse o que iria perguntar.
- E o que exatamente veio fazer aqui? - Questionei cruzando os braços.
- Estou tentando saber de você desde que a notícia de que havia desaparecido se espalhou pelos jornais. - Disse comprimindo os lábios - Gosto de você Sophia...
- Mas você sabe que não há possibilidades de... - A interrompi e logo fui interrompida também.
- Sim, eu sei... Naquela noite em que nos conhecemos eu achei que fosse solteira, mas você falava dela o tempo todo. Ali eu já havia percebido o quanto você a ama. - Revelou me olhando. - Aquele outro dia que você viu ela com outro no restaurante e de última hora decidiu sair comigo, Eu sabia que estava fazendo aquilo por raiva, por ciúmes dela. E não por querer estar realmente comigo... - Ela fez uma pausa e Eu estava incrédula com tudo que estava ouvindo. - Eu senti que íamos nos beijar, mas você recuou e mesmo que não tivesse recuado eu não a beijaria, apenas te lembraria o quanto você sempre amou aquela mulher e que depois se arrependeria daquela noite se algo a mais acontecesse.
- Apesar da minha atitude em ter ido por ciúmes ou raiva, eu gostei daquela noite. - Revelei a olhando.
- Eu também gostei muito, e acima de tudo respeito Valentina e seu relacionamento com ela, vocês têm uma família linda e espero que nunca nada consiga destruir isso. - Murmurou sorrindo. - Você está melhor? - Questionou em seguida.
- Estou sim, obrigada por perguntar. - Respondi a olhando.
- Era só o que queria ter certeza... Eu vou indo, tenha uma ótima noite! - Disse indo até um carro que estava ali parado, eu nem sabia que agora ela tinha carro.
- Lorena! - Chamei a fazendo me olhar - Toma cuidado e espero que encontre alguém que possa te dar o que eu não pude. - Ela deu um leve sorriso de canto.
- Sei que vou encontrar, fico muito feliz que tenham voltado, vocês formam um casal da porra. - Disse rindo e me fazendo rir também.
- Obrigada! - Agradeci acenando ao vê-la entrar no carro e ir embora.
Entrei no prédio e fui até o elevador, esse logo se abriu e Eu entrei apertando o botão da cobertura. Ali eu fitava meu reflexo no espelho enquanto me preparava psicologicamente para encarar Valentina quando chegasse lá. A caixa de metal parecia estar a favor dela, pois parecia subir mais rápido que o normal. Até que ouvi o sinal e logo ele parou abrindo as portas em frente ao apartamento.
Dei três passos até a porta e empurrei colocando apenas a cabeça para dentro a procura dela, e nada, porém o som tocava algo. Entrei e encostei a porta, atravessando o Hall de entrada e seguindo o som. Até que ao chegar na sala principal, lá estava ela, apenas de calcinha e com uma camisa social minha branca. As mangas estavam dobradas na altura do cotovelo, em sua mão havia uma taça de vinho, e ela dançava sensualmente enquanto passava sua mão entre seus cabelos o jogando todo para um lado, formando um franjão. Franzi o cenho e logo um sorriso de canto brotou em meus lábios ao ver essa cena. Cruzei os braços e encostei na parede a observando, ela sequer havia notado minha presença.
Seu corpo se movia de forma sensual, a música que tocava era Wao feat Mikkel Solnado - Give It All Up. Hora ou outra ela erguia a taça e fechava os olhos entregando-se a batida da música, Eu devia estar gravando isso com a câmera do celular, já que fazia muito tempo que não a via assim. Então me veio uma idéia, sorrateiramente fui até o escritório e peguei minha câmera na bolsa, chequei vendo que ainda havia bateria desde a última vez em que a usei, e voltei dando início a uma sessão de fotos e vídeos curtos dela.
Ela sequer percebeu, estava tão entregue a música, até que em um certo momento ela virou-se e abriu os olhos me pegando em flagrante com a câmera apontada para ela pronta para bater a foto.
- Eu não acredito! - Exclamou virando de costas envergonhada.
Eu pousei a câmera na mesinha do telefone e fui até ela sorrindo.
- A quanto tempo estava ali? - Questionou corando.
- O suficiente para não perder um detalhe sequer. - Disse a puxando pela cintura e selando os lábios dela. Logo pude sentir seus braços envolverem meu pescoço.
- Sabe que tenho vergonha de câmeras. - Lembrou com seus lábios próximos aos meus.
- Ficaram perfeitas, você vai gostar... E sinceramente achei que te encontraria com raiva. - Disse a olhando.
- Raiva de que? Da Lorena? - Questionou dando uma gargalhada em seguida. - Não, disse que não quebraria cabeça mais com essas pessoas, desde que ela não toque no que é meu, está tudo bem. - Acrescentou.
- Nossa que má. - Disse num tom divertido fazendo-a rir. - E você sabia que você fica muito sexy com minhas camisetas? - Acrescentei chupando o lábio inferior dela.
- Fico? - Questionou sorrindo. - E sem elas? - Agora ela me olhava com cara de safada, o que me instiga muito.
- Sem elas você fica ainda mais gostosa. - Sussurrei no ouvido dela dando um leve riso em seguida. - Me concede está dança? - Questionei ao ver que mudou de música.
- Será um prazer! - Disse colocando a taça na mesinha de centro e estendendo a mão.
Segurei a mão de Valentina e a fiz dar uma volta, levando a outra mão a suas costas na altura do quadril em seguida a colando em mim e começando a dançar com ela. A música que tocava agora era Lana Del Rey - Young and Beautiful. Ela então soltou minha mão e enlaçou meu pescoço colando seu rosto ao meu, envolvi minhas mãos em sua cintura e continuei a guiando. Isso me fez lembrar do nosso casamento e me perguntava se suas lembranças eram as mesmas nesse momento.
Suavemente senti seu rosto deslizar sobre o meu até que nossos lábios se encontrassem, então paramos ali e nos entregamos a um beijo intenso, sendo invadidas pela música que parecia deixar o clima ainda mais especial. Até que nossos lábios se afastaram no exato momento em que a música acabou, fazendo com que nossos olhos se encontrassem.
- Fiquei contente em te ver com a câmera de novo. - Disse baixinho me olhando.
- Jamais me perdoaria se não registrasse um momento como aquele. - Debati sorrindo. - E como esse agora. - Acrescentei revelando que a câmera ainda estava ligada.
- Você... Você deixou ela ligada? Não acredito! - Disparou escondendo o rosto em meu peito me fazendo rir.
- Não precisa sentir vergonha amor, você não era tão vergonhosa assim. - Disse beijando sua cabeça. - Vivia querendo fazer vídeos comigo quando éramos pré adolescentes.
- Nossa, faz pouquíssimo tempo né amor? - Indagou irônica me olhando rindo.
- Precisamos atualizar os nossos murais de fotos. - Sorri a olhando.
- Tá bom então, vamos tirar várias hoje. - Concordou me soltando e indo em direção da câmera a qual ela pegou e veio em minha direção para tirarmos fotos.
Nesse instante o telefone tocou, Valentina e Eu trocamos olhares, então ela me entregou a câmera e foi atender. Poucos minutos ela trouxe o aparelho até a mim, me entregando.
- É pra você. - Disse estendendo a mão com o telefone.
- Quem é? - Questionei confusa pousando a câmera no sofá e pegando o aparelho.
- Scarlett, ela disse que é importante. - Respondeu beijando minha bochecha, se retirando em seguida.
- Scarlett? - Disse ao atender.
- Oi Sophi's, espero não estar atrapalhando. - Indagou do outro lado.
- Não, é... Aconteceu alguma coisa? - Perguntei andando de um lado para o outro.
- Eu tentei adiar o pedido do Juiz, mas o julgamento de Gustavo será em breve... - Revelou me deixando desconfortável. - Você acha que está pronta para ficar frente a frente com ele? - Questionou.
Porém nada respondi, todo aquele sofrimento naquela caixa veio a tona, junto com a falta de ar.
- Sophia? - Chamou ela ao perceber meu silêncio. - Sophia, está tudo bem?