Última Att do dia.
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Os dias se passaram lentamente depois de tudo.
Zayn havia se fechado em casa durante alguns dias, com Harry e Louis o consolando. Tudo se fora.
Não havia mais nada.
Liam estava ligando para Niall. Mas Niall olhava apenas o número e ignorava a mensagem. Ele havia tomado as dores de Zayn para ele.
Quando Liam tentava ligar para Zayn, era tudo perdido.
"Olá, você ligou para Zayn Malik... Infelizmente, eu não posso te atender. Mas pode deixar recado, eu te retorno. E se for o Louis, eu não vou ao show da Lady Gaga com você".
Ele havia desistido. Agora, ele tiraria tudo a limpo.
Ele esperou que a sexta feira chegasse, antes de entrar no escritório de Zayn. Nikita levantou-se da cadeira, enquanto Liam vinha rápido na sua frente.
— Boa tarde, eu preciso falar com...
Ele foi interrompido por um tapa no rosto. Um tapa daqueles de deixar a marca da mão da pessoa no rosto.
Nikita tinha raiva nos olhos.
— Como você ousa vir aqui? Você por acaso é um idiota? Só porque se acha importante, acha que tem direito de entrar e me pedir algo? Você destruiu o coração dele. Você o quebrou em pedaços. Agora, eu quero que você vá embora, antes que eu chame o segurança do prédio.
— Sua vadia, eu vou te processar por agressão!
— Me processe então, seu filho da puta! Quero ver se você é bom mesmo ou precisa subornar até Deus para me vencer!
Liam já estava estarrecido e se virava para sair, quando a porta da sala de Zayn se abriu.
O seu garoto estava com olheiras. Os cabelos ainda do jeito que se lembrava, usando um suéter com gola alta e um blazer por cima, com calças jeans escuras e sapatos fechados. Anéis e o brinco de argola completavam o visual.
— Deixe que ele entre, Nikita... Por favor.
Ela fechou a cara para Liam.
— Tem certeza, Sr. Malik?
Ele ergueu os olhos, fundos e tristes.
— Sim.
Nikita passou para sua mesa, mas pisou no pé de Liam com o salto. Ele tentou ignorar a dor e andou até a sala.
Zayn estava caminhando lentamente para sua mesa. As janelas estavam fechadas, e havia um cheiro de cigarro forte. Uma garrafa de whisky estava vazia na mesa, lotada de papéis.
Liam se sentiu culpado.
— Antes de tudo, eu queria...
— Porque você mentiu, Liam? — Ele interrompeu, falando virado para a janela, que ele abriu. Estava tudo nublado naquela tarde, como o coração de Zayn.
— Não sei do que você está falando, Zayn.
Zayn ainda estava virado de costas para ele, quando acendeu um cigarro.
— Julia Morales tinha um caso sim com ele. Como as outras. Todas tinham provas, que eram presentes luxuosos. Jóias, viagens... Henry Skyler sabia que Ramirez era gay, porque no ano passado, ele e Joane estavam presentes na cerimônia secreta de noivado dele com Billy Dennis, o produtor musical. E por fim, os papéis da entrada de caminhões... Ele assinou só uma. As outras foram assinadas por um Henry sim. Henry Skillyver um senhor de 60 anos, mestre de obras. Foi muito fácil adulterar assinaturas, e subornar as empresas de construção para que ele ganhasse. E sobre as amantes, o que uma ameaça de morte e de sumiço não faz para mulheres.
Liam engoliu a seco. Zayn fumou.
— Você sabia que Henry ia usar de mentiras para ganhar o caso. Você sabia que tudo aquilo era uma mentira. Adulterações, testemunhas falsas, suborno... E aborto. Julia Morales não ganhou 500 mil para apenas calar a boca. Mas sim, para que ela abortasse a criança que ela carregava de Henry. E não foi porque ela quis.
Liam abaixou a cabeça. Zayn continuou:
— Você sabia que poderíamos entrar com um recurso e eu poderia falar isso para o juiz?
— Você não tem provas, Malik.
Foi então que Zayn abriu a outra janela. A fraca luz solar iluminou papéis e documentos. Documentos que provavam que tudo aquilo que Liam tramou para vencer, foi uma farsa.
— Como conseguiu isso?
— Eu sou um advogado. Eu consigo até mesmo o que eu não quero. Sabe que eu posso muito bem entrar com um recurso. E eu posso te destruir. Você perderá o direito de advogar, Henry perderá tudo. Tudo isso, com esse dossiê.
Liam tremeu, com medo.
— Você vai fazer isso? Você me quer morto.
Zayn riu amargamente.
— Diferente de você, Liam. Eu não sou egoísta. Eu não sou falso. Eu não me aproveito dos sentimentos das pessoas para abaixar as defesas e finalmente, aplicar o golpe fatal. E ainda mais, Joane não quis nada disso. Ela só quer paz. Henry e você não só tiraram tudo o que ela demorou anos para construir, mas como deixaram uma depressão de presente para ela. E isso, isso me enjoa.
Liam sentiu lágrimas arderem.
— Eu só fiz o que eu achei certo.
— Mentir, subornar e ameaçar é certo? Não me lembro dessas aulas na faculdade. E olha, mesmo com recuperações, eu era um ótimo aluno.
Liam encarou Zayn.
— Me perdoe, Zayn....
— É muito tarde para pedir desculpas, não acha? Tudo se destruiu. Tudo virou apenas histórias. Promessas quebradas...
— Zayn...
— Vá embora, Liam. Prometo não estragar sua imaculada imagem de advogado perfeito. Pode levar o dossiê. Eu não me importo. Só quero que você vá embora.
A voz de Zayn estava tão trêmula que Liam sentiu seu coração rasgar no peito. Ele abriu a maleta, tirando de lá, um envelope pardo. Andou até a mesa de Zayn e deixou o envelope, pegando o dossiê.
Antes de sair, ele tossiu.
— Eu estou indo embora, Zayn. Decidi abrir um escritório em Toronto e outro em Nova York. Não sei se um dia, devo voltar. Mas no dia que eu voltar, eu espero que você tenha me perdoado. Porque eu jamais menti sobre o que eu sentia por você. Eu jamais quis te machucar. Mas aquele caso, era o caso da minha vida, Zayn.
— Se você pedisse uma divisão igualitária, e não valendo-se de mentiras para ganhar, eu poderia te perdoar. Mas tudo o que mais quero agora, é que você vá embora. Eu nunca mais quero te ver.
Liam sentiu lágrimas em seu rosto.
— Que assim seja. Tenha uma boa vida, Dr. Malik.
Quando Liam saiu, Zayn se virou. O envelope pardo estava na mesa. Curioso, Zayn abriu o conteúdo.
Eram todas as fotos que eles tiraram. Desde da viagem na caminhonete até o almoço de bagunças com Bear, todos sujos de comida, na mesa. Havia um bilhete entre as fotos.
"Isso me faz lembrar de uma época feliz.
Liam"
E com isso, Zayn abraçou todas aquelas fotos e começou a chorar.
Dois meses.
Em um sábado de novembro, Zayn observava a neve na janela. Ele estava apenas de camisa preta e calças de flanela, com uma caneca de chá.
Ele havia cortados seus cabelos, agora eles estavam curtos e ele gostava de deixá-los arrepiados. Barba amparada, ele deixou de usar brincos de argola.
Seu corpo tinha mais tatuagens, e ele estava mais forte e mais saudável. Fazia uma semana que ele não precisava de nicotina. Louis havia o ajudado.
Joane havia mandado um e-mail com um anexo: Uma barriga de cinco meses com uma frase "São um casal. Eu já escolhi o nome: Bloom para a menina e Atlas para o menino. Obrigada pela casa, é linda. Boa escolha. Até mais, Zayn".
A foto era dela, sentada entre a neve, com a barriga a mostra. Uma enorme barriga, e no fundo, o chalé que agora ela morava. Joane Duran passou de empresária para uma administradora de lojinhas em Preston. E acredite, ela estava mais feliz assim.
Enquanto isso, Henry Skyler ocupava a primeira página de fofocas, com uma foto ao lado de uma menina que tinha idade para ser filha dele, como sua nova namorada.
Zayn começou a digitar um e-mail quando sua campainha tocou. Ele foi atender.
Assim que a porta abriu, algo agarrou suas pernas. Quando olhou para baixo, viu olhos castanhos- chocolate.
— Tio Zaza!
E na frente de Zayn, Cherly Ann estava parada, tirando um casaco de pele falsa.
— Olá Zayn. Eu posso conversar com você?
Zayn não tinha brinquedos, então a única forma de distrair Bear enquanto ele falava com Cherly era colocar desenho. Bear estava enrolado em cobertores, sem sapatos com o Jacobobo nos braços.
Cherly era linda, Zayn pensou. Cabelos castanhos e sorriso doce, Cherly tinha personalidade durona e nada fácil. Porém, era uma alma gentil. Ela usava um vestido de lã com botas de cano longo, sentada no banquinho do balcão. Zayn a serviu com uma caneca generosa de chá de sementes, que ela aceitou de bom grado.
— Queira me perdoar aparecer assim — Ela ralhou — Liguei em seu escritório, mas sua secretária me disse que você fica em casa pela manhã de sábado. E Bear só pedia para te ver, então...
— Está tudo bem, eu entendo. Fico feliz por finalmente te conhecer.
Cherly sorriu docemente.
— Eu vim tratar sobre o Liam. Eu sei que você ainda deve estar muito ferido. E sim, eu sabia sobre vocês. O Bear gosta de fofocar ás vezes.
Zayn encarou o menino que parecia uma bolinha enrolada nos corredores.
— Crianças...
Ela riu.
— É, ele falava muito sobre você... Acho que você já sabe que Liam foi embora faz umas três semanas. Ele só levou as roupas e nem sequer, despediu-se de Bear. É a segunda vez que ele o abandona. Mas dessa vez, Bear sentiu na pele. Na primeira, ele era do tamanho de um grão de areia dentro de mim. Só eu senti a tristeza de vê-lo ir. Mas não esperava que Bear fosse passar por isso de novo.
Zayn martelou os dedos no balcão.
— Eu sinto muito.
Ela limpou as lágrimas.
— Eu choro mais por Bear. Ele nunca teve uma figura paterna muito forte. Niall até ajudou no começo... Mas... Sabe como é.
Zayn assentiu.
— O que eu posso fazer por você, Cherly?
Ela o encarou.
— Zayn, eu quero que em caso de meu óbito, ou qualquer coisa... Você cuide de Bear por mim. Eu quero estabelecer isso em contrato certo. E quero muito que você me ajude com isso.
Zayn ficou sem palavras.
— Fico sem jeito assim, Cherly.
Ela segurou as mãos dele.
— Ele te idolatra, Zayn. Não é muito. Só que... Eu preciso de sua ajuda.
Zayn apertou a mão dela.
— Tudo bem, eu aceito.
Sorrindo, Cherly abriu a bolsa.
— Eu preciso agora tentar vender aquela casa do Liam. Ele deixou para mim, mas eu não gosto daquele lugar. Não sei se é porque é longe do centro...
— Aquela casa que ele vivia?
— Sim, sim.
De repente, Zayn olhou envolta de seu apartamento. Cherly o encarou.
— O que foi, Zayn?
Ele sorriu.
— Aceita na troca de um apartamento de um prédio de luxo?
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Fim das atualizações.
A fanfic agora toma novos rumos. O que será que acontecerá com Zayn?
O que vocês acharam da atitude de Liam?
E sobre nossos antagonistas?