Sonhos. É onde Katharyna passou as horas seguintes. Em um sono profundo onde recuperava as energia.
Ela não sentia dor. Mesmo estando quebrada e machucada, não sentia dor. Pelo ao contrário, um discreto sorriso estava marcado em seu rosto enquanto dormia.
Ela não iria sentir qualquer tipo de dor por um bom tempo. Mesmo que o Supremo tenha sido o mais gentil e carinhoso que conseguiu, ele ainda é um Titã. E ela, uma humana. Uma humana ligada a ele e, por isso, não irá sentir nada. Não depois do que ouve.
Os caninos e garras de um lobisomem contém toxina. Uma bem letal para enfraquecer na única mordida. Ele, o Supremo Alpha, é poderoso o suficiente para que sua mordida destabilize outro Titã. Mas com Katharyna tem o efeito inverso.
Ela é dele. É sua escolhida e sua predestinada. O corpo dela absorveu sua toxina como algo que não espanta todo tipo de dor. Poderia arrancar seu braço e ela sentiria apenas uma coceira. Isso, porque foi sua primeira vez. E tornou-se sua mulher.
O sono é tão pesado que quase nada poderia acordar-la. E assim, o Alpha molhou um pano branco e umedecido em água morna antes de começar a limpá-la. Primeiro o colo. Havia sangue fresco e pegajoso que logo foi retirado. Em seguida, a barriga e logo a coxa. O Supremo não teve dificuldade em abrir as pernas de sua companheira e deliciar-se da visão que tinha.
Ela não mais sangrava. O sangue é apenas a carência do útero ao chamar um homem para rega-lo com seu esperma. Após o fim da relação sexual, o corpo descansa extremamente vulnerável e sensível aguardando o próximo ciclo. Contudo, os restos do sangue ainda a sujavam e sujavam os tecidos da cama, mesmo sendo negros.
Seu sêmen e os vários orgasmo de Katharyna ainda escorria pela sua entrada recém invadida. Com mais um pano morno, ele acariciou o órgão sensível, limpando e cuidando de sua humana. Ele estava detalhista no vestígio de sangue no clitóris quando Katharyna virou-se na cama em busca de calor e sujou-se com o molhado nos lençóis.
Com paciência, limpou-a novamente. E conforme fazia isso, retirava o tecido da cama e a enrolava em um cobertor negro como um bebê deixando um vão entre a perna quebrada para que pudesse examinar seu estado físico.
A perna estava levemente dobrada para um ângulo errado. Estava ficando roxo azulado. E tendo certeza de que Katharyna não iria sentir dor, apalpou com um certa pressão.
E Katharyna sequer resmungou. E ele não estava preocupado com isso no momento. Então, onde percebeu a carne mais escura, abocanhou.
Suas presas penetram os músculos e alcançaram os ossos. Sua mão trabalhou para ajustá-los no lugar em um estalo firme. A toxina dos dentes do Alpha povoaram todo o ferimento. Contudo, ao largar aquele pedaço de carne humana, buscou uma mescla de ervas vermelhas no quarto. Um pote inteiro tingiu o local até em cima da mordida que sangrava. Em seguida, um tecido vermelho foi usado para fixar a mesclagem a pele.
Assim, tornou a cobri-la e garantiu que estava confortável. Que não estava nem com muito frio — do inverno que chegou — e nem com muito calor. A Lua de Sangue é por elas. Tudo por elas.
Os machos matarão por elas e farão de tudo para vê-las bem. Pois estão sensíveis e vulneráveis ao ponto do mínimo descuido matá-las. Por isso elas precisam de extrema segurança e confiança de que estarão seguras ao lado de seus companheiros nessa temporada.
E apenas após cuidar dela e garantir seu conforto, ele começou a cuidar de si mesmo. Primeiro, livrando-se do sangue do cio de sua humana que estava em seu corpo — principalmente nas genital cujo penes permanece ainda excitado.
Sequer um banho amenizaria sua situação. Não está satsfeito. Quer mais sexo e prazer. Não apenas pela Lua de Sangue, mas para seu próprio líbido exigente. E depois de provar de sua predestinada, a quer mais ainda.
Contudo, tudo que fez foi encará-la na cama. Sua cama. A última mulher a dormir naquele vasto e confortável lugar foi Nhycall. Agora é Katharyna.
Como um um predador, aprecia sua conquista. Como homem, orgulha-se de seu feito. E como macho, sobe em cima dela.
Seu covil. Uma mulher em seu covil dormindo na sua cama após ter tido relações sexuais com ele. Seus ínstintos obrigam-no a gravar aquele ato. Permiti-la ficar e não ataca-la.
Katharyna estava com as bochechas rosadas. Agarrava-se ao cobertor e dormia profundamente quando o predador aspirou o cheiro em seu pescoço. Estava marcada com o cheiro dele. E isso aumentou seu ego masculino.
Ele afastou os cabelos trançados apenas para admirar a mordida. As marcas perfeitas dos dentes estavam ficando inchadas e arroxeada. E como resultado, veias negras saltavam ao redor dirigindo-se para a nuca, pescoço e garganta.
Ele lambeu o ferimento. E Katharyna resmungou. A única coisa capaz de causar-lhe incômodo é a origem de tudo que tira sua dor: a mordida no pescoço.
Então ele abriu o casulo de Katharyna. Viu seu colo nu e, em seguida, suas musculosa costas estavam na cama.
É a primeira vez que deita com uma mulher. E ainda na sua cama, o Alpha não pode deixar de apreciar o momento. Ainda mais quando suas hábeis mãos passam pelas curvas de sua amada. Ela parece sentir a quem pertence e fica mais receptiva.
Então seu calor febril esmaga qualquer frio que tenha quando o peito nu e tatuado fixá-las nas costas de Katharyna. Ele juntou seus corpos. E mais ainda, gosta quando seu pênis ereto roça na belíssimas estrias na bunda da humana.
Confortável, ele fecha o casulo negro. Abraça a humana e esconde permanece com o rosto fixo na mordida no pescoço. Cada vez mais escura.
Ele não dorme. Macho algum dorme durante os três dias da Lua de Sangue. O corpo cheio de adrenalina e hormônios é ativo demais para dormir. Forte de mais, poderoso de mais e energéticos de mais. São incansáveis. Nem um simples cochilo, eles têm. Precisam ir atrás das fêmeas e lutar pelo acasalamento passando por quem tiver que passar. E se as tiverem, precisam garantir a proteção da mulher mais vai dormir e transar do que qualquer outra coisa.
Com isso, o único motivo dele estar deitado a Katharyna é aquecer a humana do frio forte que invade o quarto. A fora, os primeiros flocos de neve do inverno caem. A posição em que estão é para cuidar da mordida no pescoço, vez ou outra lambendo e garantindo que não vai infeccionar ou atrair qualquer parasita. Ele fecha os olhos, mas não dorme. O ato de ficar calmo, relaxado e com os olhos fechados é uma forma de manter seus demais sentidos em alerta mais aguçada.
O olfato sensível a qualquer odor da brisa fria. O tato atento a tudo que o cerca, incluindo e principalmente a Katharyna. E o ouvido atento ao mínimo ruído.
Ouvido os uivos do lobo afora buscando sua fêmea ou sua escolhida. Ele ouve os gemidos no castelo de lobos acasalando. Ouve o chiar do vento da madrugada e o coração de Katharyna.
Ele checa e estuda todo o ambiente atrás de sinais de perigo e, claro, prevendo o melhor momento para sair e buscar comida para Katharyna. Tudo para ela, sua fêmea. Machos também não costumam comer na Lua de Sangue. Seu único apetite é o sexo.
Caçar, cuidar, proteger e transar. É o que grita sua razão e seus instintos.
Um casal lhycantropicos pode acasalar até 25 vezes em um período de 24 por três dias e três noites. Tudo para garantir a gravidez e, mesmo assim, muitas mulheres não engravidam.
Mas Katharyna é humana e não uma lhycan. Nesses três dias, o Alpha teve que diminuir drasticamente seus atos desejosos pois a mulher não era fisicamente capaz de aguenta-lo mais do uma vez por quase trinta horas. Foi um grande esforço conseguir uma terceira relação sexual ao final da temporada de acasalamento.
E ainda sim, Katharyna saiu com 12 ossos quebrados e mais que o dobro deslocado. Alem de ematomas pelo corpo inteiro e um cançasso avassalador.
Mas sem dor. Não sentiria dor por um longo período. Contudo, o Alpha esperasse que seu cio fosse relativo e o chamasse novamente para acasalar mesmo quando a Lua de Sangue tornou-se prateada com o inverno cada vez mais rigoso.
Mas não havia sinais de que tal coisa iria acontecer. Para um lobo engravidar uma humana é nescessário, geralmente, um mês de cio e acasalamento. Mas Katharyna estava machucada o suficiente para continuar e seu próprio corpo conhece seus limites.
A gravidez não ocorre devido o corpo de uma lhycan — mesmo uma Ômega — tem defesas extremamente fortes em volta do ovário. Elas dificilmente ovulam fora da Lua de Sangue, cuja lua exerce influencia suficiente no corpo para enfraquece-la e deixá-la quase debilitada. Sem as defesas do corpo, há maior chances de gravidez.
O homem por outro lado, não possui muitos esperma férteis. Eles geralmente são usados para outros atos além da gravidez. Fora da Lua de Sangue, os machos são quase estéreis. E a fertilidade vem como resposta ao cheiro do cio. E ainda sim, há toda uma preparação inconveniente do corpo para o acasalamento.
Por isso é tão difícil nascer Ômegas. Eles não vem do cio. E por isso muitas mulheres não engravidam mesmo na Lua de Sangue. O corpo da mulher enfraquece e o do homem fica mais resistente. As defesas diminuem e os espermas ficam mais potentes e férteis. Mas nada é certo.
E Katharyna é humana e não lhycan. O Alpha está contando com isso para que ela engravide com apenas três deliciosas e dificultosas relações sexuais.
Pois quando a Lua de Sangue desapareceu e a Lua de Prata brilhou no luar, o inverno estava rigoroso. E como todo final de acasalamento, o corpo corresponde a essa época com um perigoso sono. A hibernação.
Outro perigo as fêmeas. Após o acasalamento, geralmente se tem a hibernação. E se não forem corretamente alimenta-las, irão morrer. Que mulher, sem líbido e instintos maternos se arriscaria a perder a virgindade — sabendo que dói — apenas por um filhote que não existe? É nescessário muita confiança para isso.
Felizmente, o cheiro forte do Supremo manteve todos os rivais longe. Assim, ele saia atrás de comida, quase prevendo as preferências da mulher.
Certa vez, ele cuidava dela quando um som incomum saiu das cobertas. Logo, um cheiro não muito agradável aguçou seu nariz sensível.
Porquinha!
Ele a deixou com os gases e foi caçar. Trouxe com sigo um peixe quase do tamanho de um tubarão. Açou e, quando foi acorda-la, a humana abria os olhos sonolentos. E com a boca tampada pelo cobertor e as bochechas vermelhas destacadas na pele branca, ela sussurrou:
— Quero peixe… — E teve. Comeu tanto que, não muito tempo depois, os gases recomeçaram.
Foi bem alimentada e tinha condições de suportar os desafios da semana pela frente. Katharyna como predestinada e companheira do Supremo Alpha, sentiu os efeitos. E adormeceu, dessa vez, para não acordar por semanas.
Nos braços músculosos do Alpha, o sono veio. O conforto a consumiu.
Ela eu belíssima. Estava muito bem aquecida, mas mantinha as bochechas vermelhas pelo frio. Parecia um anjo em meio as mantas negras da cama de um demônio. O vermelho lhe caia bem. Combinava com a maioria de suas 10847 estrias espalhadas pelo corpo contadas milimetricamente onde até às mais escondidas foram reveladas.
Ela é perfeita. Tão dengosa e carente quanto amorasa e tímida. Mas também safada e audaciosa. Teve a coragem de apertar sua bunda durante a relação. Isso, para não relembrar quando ela quase esmagou seu saco com essas lindas mãos delicadas.
Mas nada é para sempre.
Semanas mais tarde, sobre o xiar da manhã da floresta, Katharyna acordou. Sua primeira visão foi a paisagem negra, vermelha e branca a fora sem muitos destaques pela visão ainda sonolenta.
Logo em seguida, o seu próprio corpo. Dores estavam incomodando seu corpo. Nada muito agravante para despertar gemidos. O efeito da mordida estava começando a se dissipar e ainda faltava dois meses para isso. Contudo, ela poderia sentir com perfeição o corpo.
Logo, com o despertar, sentiu o calor febril abaixo dela.
Então ela o encarou. Musculoso, espaçoso e poderoso. Sobre as mantas negras, o Supremo Alpha estava adormecido. As feições neutras e frias. Nem de longe um anjo. É um predador assassino que a qualquer momento pode atacar.
Estava parcialmente coberto, diferente dela em um emaranhado de mantas negras. Apenas as genitais e as pernas não eram vistas. O abdômen e o peito trabalhado em músculos perfeitos estava exposto, subindo e descendo ao título de seu sono.
Mas ainda era tão assustador que Katharyna perguntou-se se ele estava realmente dormindo.
E, somente então, notou sua situação.
Ela estava parcialmente em cima dele. Nós braços dele. As pernas estavam sobre ele e ela matinha-se abraçada aquela fera. A cabeça entre o peito e o braço que a contornava e segurava firme sua cintura.
Ela estava nua. Ele estava nu.
O choque de realidade caiu. E seu estômago embrulhou. Katharyna gritou.