Andrew...
Uma voz distante o chamava.
Andrew...
Dessa vez ele sentiu um empurrão.
Andrew!
Abriu os olhos assustados e se sentou na cama. Olhei ao redor tentado identificar onde estava e aliviou-se ao perceber que era o quarto de Belinda. Quando olhou para o lado em que a irmã estava quando adormeceram ele viu que estava vazio.
- Ela está lavando o rosto. - ao ouvir a voz da prima ele olhou para o lado e viu a loira de pé ao lado da cama.
- Nathalie? O que faz aqui? - a voz estava rouca e garganta seca. A cabeça doía por conta da noite mal dormida.
- Minha mãe me ligou e disse o que aconteceu. Peguei o primeiro voo de Milão para cá e fui para o hospital. A Tia Edna está péssima. - disse a última parte como se aquilo fosse algo estranho. Mas era estranho, sua tia sempre fora uma mulher forte e séria e tê-la visto tão vulnerável e quebrada fora desconcertante. Até mesmo a sua mãe estava assim - Vá lavar o rosto, nós estamos saindo.
Ele a encarou mostrando que não tinha nenhuma vontade sair e voltou a se deitar.
- Você não me ouviu? - perguntou cruzando os braços. Estava usando o mesmo tom que a mãe e a tia usavam quando eles faziam algo que as irritava.
- Ouvi. - respondeu fechando os olhos.
- Então vá lavar o rosto. - mandou revirando os olhos - Eu vim te buscar.
- Pra quê?
- Seu pai acordou e insiste te ver. Não deixou nem mesmo os médicos examinarem ele. quer falar com você. - instantaneamente abriu os olhos e pulou da cama.
- Vamos! - disse pronto para sair do quarto.
- Vai lavar o rosto Andrew. - pediu já deixando o quarto. Andrew pensou em retrucar e dizer que aquilo era perda de tempo, mas optou por fazer como ela pedira e foi em direção ao banheiro. A porta foi aberta e sua irmã sorriu para ele. O rosto dela ainda estava inchado, mas os olhos antes triste carregavam ansiedade e esperança.
- O papai acordou! - disse em um tom feliz.
- Nathalie falou.
- Vai lavar o rosto. - pediu com ansiedade - Encontro você lá embaixo.
- Ok. - disse ao passar por ela.
Ele não se demorou no banheiro, lavou o rosto e viu sua face cansada pelo reflexo no espelho. Era evidente que ele não dormira bem e que chorara feito um menino boa parte da madrugada, suspirando ele pegou o enxaguante bucal da irmã e fez uma rápida higiene.
Ele deixou o quarto as pressas e desceu as escadas correndo. Ao pé da escada encontrou a irmã e a prima conversando e quando o notaram, ambas pararam de falar e o encararam.
- Andrew à Nathalie falou que a notícia que o pai está no hospital vazou. - diz Belinda totalmente aflita.
- O hospital, os portões e a delegacia estão cheio de repórteres. - sua prima completou fazendo seu humor mudar - A notícia vazou a algumas horas, eu estava no hospital quando os jornalistas chegaram. Eles estão esperando uma declaração oficial de vocês. Mas vamos deixar isso para depois, o tio Regan está esperando por você. - ela diz ao olhar para o primo - Vamos, não podemos perder tempo.
Os irmãos se entre olharam e puderam ver refletido em ambos os olhos a esperança e a felicidade de finalmente puderem ver o pai. Eles então seguida seguiram a prima até a garagem. Andrew deixou Belinda ir na frente com Nathalie e foi no banco de trás.
- O quê o meu pai disse, Nat? - Bel perguntou enquanto colocava o cinto.
- Não muito. Ele apenas pedia para ver o Andrew, não deixou nem mesmo os médicos examinarem ele. Então a tia Edna me mandou vir buscar vocês. - explicou passando pelos portões e os flashes pipocaram sobre o carro - Eu soube por altos o que aconteceu. Não dar para acreditar que o Brandon morreu. - o carro ficou em um pesado silêncio cada um pensando em Brandon - Desculpe, eu não deveria falar dele.
- Está tudo bem. - Andrew respondeu olhando para janela, não dava para evitar ela de falar do irmão. Brandon era como era, mas os quatro eram próximos. E até mesmo ele não conseguia parar de pensar no irmão e até se via imaginando ele aparecendo e dizendo que tudo fora uma piada, uma brincadeira. Porém havia um problema, Brandon não era de fazer brincadeiras e tudo era real.
- Se você continuar correndo assim, nós vamos encontrar com o Brandon rapidinho. - o comentário de Belinda os fez rir e ela apertou o cinto de segurança - Sério você deveria tentar seguir carreira na formula 1 ao invés de atriz.
- Desculpa Bel, mas me disseram para levá-los o mais rapidamente possível.
- E você levou isso a sério. - Andrew respondeu sem se importar se ela estava correndo. Ele estava ansioso para ver o pai, queria ter certeza de que ele estava bem, então Nathalie podia correr o quanto quisesse.
- Vamos morrer. - Belinda murmurou baixinho e agradeceu que a pista não estava movimentada como era costume.
Por mais que ela estivesse ansiosa para ver o pai, ela queria realmente vê-lo, então dar entrada no hospital porque a prima levara a sério o mais rapidamente possível não era nem um pouco agradável.
Belinda ficou aliviada ao ver a faixada do hospital se aproximar e assustada com a quantidade de jornalistas que se encontrava no local. Eram muitos e haviam muitas câmeras espalhadas pela rua.
- Merda. - Andrew disse baixinho.
- Tem muitos jornalistas. - ela disse assustada.
- Acredite muitos mais virão. - responde sua prima com naturalidade - As notícias estão em todos os sites, canais e meios de comunicação.
- Vai ser impossível sair sem sermos bombardeados de perguntas e flashes. - disse Belinda ainda assustada pela quantidade de repórteres e jornalistas que ali se encontravam.
- Belinda você está esquecendo da lei de privacidade. - sua prima falou - Eles não podem fazer perguntas, chegar perto ou nos bombardear se não deixarmos. - ela a lembrou.
A lei foi criada a muitos anos atrás para paparazzos, fotógrafos e jornalistas que são obrigados a ficar a uma certa distância da realeza e dos famosos. Isso aconteceu depois que os paparazzos causaram um acidente envolvendo a Rainha Edna e a atriz Glória Galles.
Eles perseguiram o carro para tirar fotos e isso causou um grave acidente. A Rainha na época estava grávida de cinco meses e carregava a primogênita da família, mas infelizmente a criança faleceu. E a atriz Glória Galles acabou ficando paraplégica.
Na época o acidente gerou diversas discussões sobre os limites dos jornalistas e paparazzo em relação a vida de pessoas publicas. Eles não respeitavam e não tinham limites quando se tratava de arranjar boas filmagens e fotos, até mesmo o acidente de décadas atrás envolvendo a Lady Di foi relembrado. E dessa discussão acabou sendo criada a lei do respeito a privacidade.
Fotógrafos, jornalistas e paparazzos não podiam perseguir os famosos e a realeza de maneira descuidada. As fotos e as gravações eram feitas a distância e eles só podiam se aproximar se fossem permitidos pelos mesmo. A lei se tornou um grande alivio no meio artístico, pois estavam cansados de não serem respeitados.
Nathalie parou o carro próximo ao hospital e olhou para os primos.
- Prontos? - perguntou vendo a ansiedade e insegurança em seus olhos.
- Vamos. - Andrew falou com firmeza. Ele foi o primeiro a descer e as câmeras focaram-se nele. Aquilo era de se esperar, ele fora visto saindo do apartamento onde o irmão fora assassinado minutos antes, as pessoas os olhariam e até mesmo procurariam por respostas que ele não daria agora.
Belinda desceu logo em seguida e se agarrou ao braço dele. As câmeras sempre a deixaram desconfortável, sempre fora assim. Para ela era horrível ser uma imagem publica. Nathalie trancou o carro e seguiu na frente deles, ela era a que mais estava acostumada as câmeras, também era atriz então aquilo era normal para ela.
Eles a seguiram sem falar com a imprensa e entraram no hospital. Belinda então soltou o braço do irmão e foi correndo até a recepcionista. A mulher inclinou a cabeça de forma respeitosa e a ergueu olhando o rosto ansioso da princesa.
- Princesa o seu pai está na UTI. À Senhorita sabe o caminho?
- Sim, obrigada. - ela se afastou e foi parada por Andrew e Nathalie - Venha o papai ainda está na UTI.
Nathalie nada respondeu, ela conhecia o quadro do tio, sabia que os médicos estavam fazendo o possível para examiná-lo, mas o homem com todas as limitações que agora tinha não os deixou fazer os exames até que visse Andrew. Ela sabia que aquela não seria uma visão fácil e nem agradável e foi por isso que decidiu esperar com a mãe na sala de espera que tinha na ala da UTI.
Andrew e Belinda seguiram até a porta onde viram os soldados reais guardarem as portas. Eles se inclinam em respeito e um dos soldados abriu a porta para eles entrarem. Ambos sentiram-se nervosos, Belinda mais do que ele. Em passos apressados e nervosos, eles entraram no quarto da UTI onde seu pai estava. Ali se encontravam duas enfermeiras e três médicos. O médico que atendeu o Rei Regan e que era o responsável pelo caso veio cumprimenta-los e sua feição era de pura preocupação.
- Meu pai está bem? - Belinda questiona vendo a preocupação estampada em seu rosto.
- Ele ficará se nos deixar examiná-lo, mas se recusa até que fale com o Príncipe Andrew.
Belinda sentiu o coração apertar, seu pai não estava bem. Ele... ela não pode pensar muito naquilo, pois sua mãe se aproximou deles sendo acompanhada pelo Conselheiro. Ela agarrou o braço de Andrew e o arrastou até o leito do marido. O Príncipe não teve outra reação a não ser se deixar levar pela mãe até o pai. Eles pararam do lado da cama e ela passou a mão pelos cabelos do marido.
- Querido o Andrew está aqui. - o Rei abriu os olhos e olhou para o filho. Os olhos pretos encontraram-se com os azuis cansados de Andrew que transmitiam muitas emoções.
- Pai. - ele falou baixinho e o viu estender a mão com dificuldade para ele. Andrew se aproximou e pegou sua mão totalmente tomado pela emoção e pela vontade de chorar.
- And...drew - a dificuldade ao falar o nome do filho fez Edna se afastar para abafar o som do soluço. Era desconcertante ver o marido nessa situação, ele sempre tão forte, bondoso e sorridente estava ali lutando para falar.
- Estou aqui pai. Estou bem aqui. - disse com a voz embargada.
- Eu passo... a co...roa para você. - Andrew prendeu a respiração ao ouvir aquilo. Talvez nem tivesse ouvido direito, porque aquilo não podia ser verdade.
- O quê? - perguntou confuso. Seus ouvidos haviam lhe pregado uma peça.
- Eu, Rei Regan. - ele respira fundo, os olhos estavam intensos e a mão apertava a sua - Passo a coroa... da Eur...opa para... - a respiração estava ficando entre cortada e os médicos assim como sua mãe e o Conselheiro se aproximaram preocupados e surpresos - Você. Eu... te coroo... Rei. - ele inspira e respira rapidamente. Andrew o olha assustado e sente a mão da irmã apertar seu braço.
O quarto estava em silêncio, o Dr. Martin era o único que fazia barulho. Estava ocupado com as maquinas e pronto para expulsar todos dali, pois sabia que a situação do rei estava se agravando.
- Rei Ragan, o Senhor está coroando o Príncipe Andrew Rei da Europa? - o Conselheiro perguntou aquilo que todos queriam saber. Se fosse realmente aquilo as coisas não seriam boas. Não naquele momento.
- Sim! - o sim foi alto e firme - E...eu passo a coroa adia...nte. É a m...mi...nha vontade. - a respiração estava se tornando mais fraca, ele estava perdendo o folego, mas não podia deixar o cansaço levá-lo agora. Tomando um último folego ele tentou ser claro quando disse - Andrew Col...lemann O'Donnell, eu... te coroo Rei... da Europa. - essas foram suas últimas palavras antes de desmaiar.
- Papai! - Belinda grita e o médico os afasta da cama.
Eles são enxotados para fora do quarto sobre os protestos chorosos de Belinda. Edna que ainda estava chocada tentou acalmar a filha que a repeliu. Audrey então interviu e puxou a sobrinha para seus braços, ela olhou para Nathalie que olhava para todos de maneira expectante.
A loira estudava a feição dos três. Andrew era o que mais parecia transtornado e chocado, olhava para a parede como se ela fosse um buraco negro. Sua tia parecia quebrada e ao mesmo tempo preocupada, mas diferente do filho ela tentava mascarar as emoções. Já o Conselheiro carregava em seu semblante preocupação. Aquilo tudo atiçava um lado de Nathalie que nem mesmo ela gostava, a curiosidade.
- O que aconteceu? - Nathalie quebrou o silêncio - Por quê essas caras? O tio Regan está bem? - por mais que Audrey estivesse surpresa por ver a filha tão ansiosa e curiosa por respostas ela se concentrou em acalmar Belinda e ao mesmo tempo olhar para irmã buscando por uma resposta - Então?
- Meu pai... - Andrew murmurou sem tirar os olhos da parede.
- O que tem ele? - Nathalie perguntou, mas ele não respondeu. Ela então estalou os dedos na frente do primo que pareceu voltar a realidade - O que tem o seu pai?
- Ele me corou Rei. - tanto sua prima quanto sua tia ficaram boquiabertas e Audrey olhou para irmã em busca de uma confirmação que veio com um fechar de olhos.
- Nós não podemos permitir isso. - a voz de Ronan fez Edna abrir os olhos e olhá-lo - Vamos desconsiderar as palavras do Rei, ele acabou de acordar de um AVC e...
- Se você disser que ele é incapaz de pensar por si só eu vou te demitir Ronan. - avisou a Rainha no tom mais duro e frio que tinha.
- Desculpe-me Edna, eu não quis insinuar isso. Eu sei que ele estava lucido e sabia o que estava fazendo quando passou a coroa para o Andrew, mas esse é o pior momento para ele ser coroado rei. - o homem apesar de estar sério trazia em sua face a tensão do que tudo aquilo significava - Estamos passando por uma crise interna.
- Que crise? - a Rainha perguntou. Ela não sabia de crise alguma, nem mesmo Andrew sabia e ambos acompanhavam tudo o que acontecia interna externamente no reino.
- O Segundo Ministro da Russia está atiçando alguns ministros contra o governo da Família Real. O Rei Regan e eu decidimos manter isso em sigilo até tivéssemos mais informações e confirmação sobre o assunto. Ele começou a pouco tempo a agir por baixo dos panos a pouco tempo, mas isso tudo que está acontecendo é uma ótima arma para ele usar contra nós. - o homem explicou no tom mais sério que tinha - Estamos envolvidos em uma grande tragédia e o Príncipe Andrew está no centro dela. Agora imagine a notícia de que o Rei Regan passou a cora para ele sendo que a mídia acredita que ele possa estar envolvido no assassinato do irmão? - o corpo de Andrew ficou rígido e os olhos de Edna ampliaram-se em choque - Algumas pessoas estão especulando. - ele afirmou - Até que o Andrew ou a Elite solte uma informação essa questão vai ficar na cabeça deles.
- Mais eu não matei o meu irmão! - Andrew falou como se a ideia de fazer isso ou de que as pessoas pensassem aquilo fosse absurda, o que na verdade era - Eu nunca faria isso!
- Eu sei Andrew, mas as pessoas...
- Ela inventam coisas quando não tem respostas e a maioria delas é absurda. - sua prima cortou o Conselheiro que concordou com um aceno - Mas o que vocês vão fazer?
- Vamos manter a vontade do Regan. - as palavras de Edna pegaram o Príncipe e o Conselheiro de surpresa. Ela mais do que ninguém deveria dizer que aquela era uma ideia absurda e que não iriam coroar Andrew o rei da nação europeia.
- Mãe a Senhora não pode concordar com isso, é a Rainha. - ele falou incomodado. Não tinha condição alguma dele ser o Rei, não com tudo o que está acontecendo em sua vida.
- É a vontade do seu pai e mesmo que eu acredite que você não mereça, eu concordarei com ele. - ela respondeu com firmeza. Audrey conhecia aquele tom e o brilho em seus olhos azuis e ela sabia que Andrew e os demais também, aquilo significava que não haveria discussão.
- Mas...
- Andrew, é a vontade dele e não a minha. - ela o cortou de maneira curta e grossa.
- Mas você é a Rainha e tem o direito de assumir o trono. Ainda mais nessa condição que se encontra o meu pai. Vocês dois tem poder igualitário e então...
- Você será o rei. - ela mais uma vez o cortou. Ele abriu a boca para protestar e ela o cortou com o levantar da mão, era o sinal de que ele deveria ficar calado e ouvi-la - Seu pai estava conversando comigo ontem sobre passar a coroa para você, disse que você já era um homem e que agora tinha as suas responsabilidades. Eu concordei com ele sem saber da burrada que você havia feito. A questão é que iriamos conversar com você sobre isso hoje. Seu pai queria que a sua coroação ocorresse no seu 30° aniversário e isso acontecerá.
- Mãe você ouviu o que o Ronan disse não ouviu? Eles acham que eu matei o meu irmão e tem uma possível crise acontecendo. A senhora acha realmente que essa é uma boa ideia? A Senhora acha que o povo vai querer ou aceitar um Rei suspeito de assassinato? - os olhos azuis deles brilhavam tão intensamente quanto os dela. Edna levantou o queixo e o olhou duramente.
- Você matou o seu irmão? - a pergunta foi como uma facada no peito dele. Como ela poderia perguntar isso? Ela realmente achava que ele teria coragem de ter cometido um ato tão hediondo quanto aquele?
- Não! Eu não o matei! - ele respondeu com magoa e dor.
- Eu acredito em você, eles também irão. E sei que você dará um jeito na sua situação. - ela respondeu desviando os olhos para o Conselheiro que ostentava em sua feição que não concordava com aquilo - Ronan eu sei que a situação é delicada, mas é a vontade dele. E Andrew precisará de ajuda, tenho certeza de que ele achará uma solução e explicação para tudo isso.
- Tem certeza Rainha Edna? Sabe que uma guerra civil é última coisa que esse povo precisa. - ele tentou fazer a cabeça dela, mas era impossível. Quando ela colocava algo na cabeça dificilmente alguém a faria mudar de ideia.
- Por quê uma guerra civil? - Nathalie que até então ficara calada perguntou chamando a atenção para si.
- Porque o Reino foi constituído em cima de uma lei regente, o povo escolheu o Rei Regan como o seu Rei, a família O'Donnell se tornou a monarquia e se os russos tirarem a coroa da família real eles quebraram a principal lei da Europa; A quebra da voz do povo. Os Ministros dos demais países se afastariam e cada um iria para um lado, os países se fechariam e uma possível guerra aconteceria. Alguns países não gostam da Russia, pois a ela foi o único país a resistir a Lei continental. Seu tio levou alguns anos para conseguir a confiança de ambas as partes para que se romper agora. - explicou - Então essa decisão deve ser muito bem pensada. - ele disse a última frase olhando para Edna.
- Já está decido. - aquela era a sentença final que nem ele e nem Andrew gostaram de ouvir.
- Acho melhor discutirem isso quando chegarem ao Palácio. - Audrey sugeriu vendo que os dois ainda persistiriam em protestar - Vamos nos concentrar agora no Regan. - disse olhando para sobrinha que ainda a apertava. Ela esfregou as costas de Belinda tentando confortá-la.
Aquilo era tão rato, os Collemann's não costumavam a demonstrar afeições e emoções em publico. Algo que Edna levara consigo e passara para os filhos e que Regan, é claro, fazia questão de quebrar. Ele fazia questão de andar de mãos dadas com a esposa e ocasionalmente lhe roubar um beijo. A feição dela quando ele fazia tal coisa era a melhor, ele podia ver um misto de vergonha e irritação, pois ela sabia que ele fazia aquilo de proposito.
Eles ficaram em silêncio esperando que os médicos saíssem e lhe dessem respostas. Ficaram na sala de espera por mais de meia hora quando o Dr. Martin deixou o quarto e aproximou-se de maneira cautelosa deles. Eles notaram pela sua feição que as notícias não eram boas. Belinda afastou-se da tia e correu até ele, ao parar em sua frente o olhou com expectativa.
- O meu pai está bem? - a pergunta esperançosa o fez a olhar de um jeito incomodo, ele estava preste a lhe dizer o quadro do homem e não era algo bom - Ele morreu? - a pergunta saiu em sussurro assustado e o homem prontamente negou.
- Não. - o alívio era obvio na expressão de todos. O médico enfiou as mãos nos bolsos do jaleco e tomou coragem para falar - Ele entrou em coma.
- Em coma? Mas como? Ele estava bem. - Rainha Edna protestou totalmente aflita.
- Não é porque ele estava acordado que ele estivesse bem sua Majestade. - ele respondeu - O AVC é algo grave e achamos que o Rei Regan ao fazer o grande esforço ao falar com Príncipe Andrew comprometeu ainda mais a sua saúde. Nós fizemos exames e teste de estímulos, mas ele não os respondeu.
O soluço de Belinda foi o único som a ser emitido até Audrey perguntar:
- Quanto tempo ele ficará assim?
- Nós não temos certeza. Talvez dias, semanas, meses ou até mesmo anos. - a respostas os deixou sem chão. Dias, meses, anos. Aquilo não poderia ser real, não poderia estar acontecendo.
Belinda chora sem acreditar, a dor inflara em seu peito e por um impulso ela abraça o médico que é pego de surpresa, contudo ele deixa o sentimento de lado e a consola.
Edna não soube como reagir, sua mente estava uma bagunça assim como o seu coração. E Andrew apenas ficou parado olhando para o médico esperando que ele dissesse que aquilo fora uma piada cruel, mas não, as palavras não vieram e ao olhar para o Conselheiro que parecia tão surpreso quanto eles o Príncipe sentiu a coroa invisível pesar em sus cabeça como se confirmasse de fato que ele era o novo Rei da Europa.
N/A: Mais um capítulo, espero que tenham gostado. Me desculpem por qualquer erro. Beijos e até a próxima!!!