Não importa onde você parou...
em que momento da vida você cansou...
o que importa é que sempre é possível e necessário "Recomeçar".
Emma Cooper
Eu não sei o que foi que aconteceu com Bruce, já que o mesmo não quis me contar o que aconteceu. Ao ver ele passar por mim como se tivesse visto alguma alma penada, me fez perceber que algo de muito errado tinha acontecido.
Agora ali de joelhos diante dele posso ver que meu Bruce não morreu totalmente. Aquele menino que me encantei quando ainda era uma criança, o menino que dei meu primeiro beijo, ele estava ali. Diante de mim, só que agora quebrado, triste e com uma profunda magoa.
-Desculpa! - ele solta depois de muito tempo calado. - Sei que me desculpar não vai fazer as coisas que eu fiz no passado sumirem como fumaça, mas é o que posso fazer nesse momento Emma.
-Você está querendo dizer que acredita em mim agora? - olho para ele com choque.
-Eu confrontei Hilary, ela praticamente admitiu que armo para nos separar... Tudo que eu vi foi armado e cai como um pato. - diz com frustração. - Tudo foi uma mentira, minha vida é uma mentira Emma...
-Eu só posso te dizer uma palavra. - eu sento cansada de ficar de joelhos. - Eu te avisei!
Ele bufa.
-Eu mereço, mereço isso e muito mais... - diz irritado com ele mesmo.
-Emma! - nos assustamos com minha chefe entrando na sala. - Estou te chamando pelo rádio e não me atende. Senhor Bruce desculpe... O que estão fazendo no chão? - pergunta depois de notar onde estávamos.
-Estamos brincando de vivo ou morto. - ele fala rudemente com ironia.
-Desculpe eu estava... - eu olho para Bruce pedindo ajuda.
-Ela estava conversando com um velho amigo... - ele olha para mim e dá um pequeno sorriso. - Quando ela acabar de conversa comigo, ela volta a fazer o que você quer. Claro, se vossa senhoria permitir. - ele diz com sarcasmo.
-Tudo bem... - ela olha dele para mim. - Vou me retirar.
-Vai tarde! - Bruce levanta do chão e me estende a mão. - Vem?
Do minha mão para ele que me puxa com facilidade.
-Você é muito grosso com as pessoas. - falo sem pensar.
-O velho Bruce pode estar aqui ainda Emma, mas o Bruce novo predomina e não ira desaparecer. - da de ombros. - Esse é meu jeito e terá de se acostumar.
-Você mudou tanto. - pela primeira vez posso dizer sem medo.
-E você continua a mesma. - fala. - No bom sentindo, claro. - fala apressado.
-É... Cada um tem a sorte que merece. - falo triste. - Nós dois fomos enganados, só que você não sentiu o peso na sua vida. Eu sim!
-O que quer dizer com isso? - pergunta confuso.
-Esquece! - falo arrumando minha roupa. - Preciso voltar ao trabalho.
-Espere! - ele corre para mesa pegando uma caneta e um papel. - Esse é meu celular, se precisar de qualquer coisa me ligue. - ele anota e me entrega.
-Bruce não é certo, você é meu chefe agora e...
-Cala a boca e guarda o papel. - diz com impaciência, fazendo eu fechar a cara para ele. - Não me olhe assim, você continua teimosa fala sério! - revira os olhos. - E agora você não é só minha funcionária é minha amiga... Se... se você... qui.. quiser. Maldição! - ele gagueja me fazendo ri. - Culpa sua! Eu não gaguejo a muitos anos.
-Não sou culpada! - dou um sorriso. - E sim, aceito ser sua amiga.
-Bom não vou mais te prender aqui... - diz meio sem jeito.
-Fico feliz que tenha caído na real, que tenha acreditado finalmente em mim. - falo com sinceridade. - Eu sei, vejo nos seus olhos que tem algo a mais lhe perturbando.
Ele toca de leve seu dedo na minha bochecha.
-A gente conversa sobre isso depois, pode ser? - eu afirmo com a cabeça.
-Pode sim. - eu me afasto dele indo para a porta. - Tchau!
-Tchau, morena. - eu abro um sorriso sem deixar ele ver e saio da sua sala.
Fazia tanto tempo que eu não escutava ele me chamar assim, a exatos treze anos.
Sinto meu corpo ser arremessado no chão.
-Ai! - caiu de bunda no chão.
-Eu só vou te dar um aviso sua gorda nojenta. - Hilary aponta do dedo no meu rosto. - Sai do meu caminho, pois eu sou mais perigosa do que você possa imaginar, muito mais.
-Ele já sabe Hilary, ele acredita em mim agora. - levanto do chão. - Demorou muito, treze anos para que a verdade aparecesse, mais apareceu e ele finalmente sabe quem é a vagabunda aqui.
-Vagabunda é...
-Eu só vou falar uma vez Hilary. - a voz grossa de Bruce nos assusta. - Se pegar você ofendendo Emma, não respondo por mim.
-Você vai defender...
-NÃO VOU FALAR OUTRA VEZ, ENTÃO É MELHOR IR CAÇAR SEU RUMO. - aumentou a voz. - Emma pode ir agora.
-Bruce eu mando nessa merda tanto quanto você. - fala com ódio. - Ela tem que me obedecer também.
-Não, ela não tem. - fala. - Ela só responde a mim a partir desse momento.
Eu não fico para ouvir o resto do que eles falam e saio apressada de lá.
[...]
Chego em casa exausta, graças a Deus eu sai mais cedo pois um anjo/diabo me deixou sair mais cedo. Eu tomo um banho e coloco um shorts e uma blusinha de alcinha, sem sutiã.
Hoje estou disposta a fazer uma boa refeição, por isso depois que sai do trabalho passei no supermercado para compra umas coisas para jantar. Eu cozinho algumas verduras, batatas e faço uma bife para acompanhar.
Como sempre Dylan não está, eu ligo a Tv e janto assistindo o noticiário.
A porta abre num estrondo e Dylan entra com mais dois caras rindo alto.
-Olha ela aqui. - ele vem até mim. - Pensei que fosse chegar mais tarde...
-Mais não cheguei. - eu levanto do sofá, vou até a pia da cozinha e deixo meu prato lá. - Vou me deitar.
Passo por eles para ir para o quarto, mais sou impedida por uma mão forte que segura meu braço.
-Que isso delicia, fique aqui com a gente e vamos brincar. - fala me fazendo entrar em pânico.
-Não quero, me solta. - falo com medo. - Dylan manda ele me soltar.
-Posso não amiga, eles me deram dois pacotinhos de cocaína de graça, mas não será tão de graça assim. - diz me deixando um choque com suas palavras. - Eles são boas pessoas, vai gostar deles.
Ele senta no sofá puxando uma mesinha e coloca aquele pó branco em carreiras.
-Eu não acredito que você está fazendo isso, como pode ser tão baixo? - grito com ódio dele. - Eu confiei em você, pensei que fosse meu amigo.
-Eu sou maninha, mas... - da de ombros.
Eu piso no pé aquele homem nojento fazendo ele me soltar, eu corro para porta, só que o outro me agarra por trás.
-Quer complicar né docinho, eu não ligo. - ele puxa meu cabelo com força e começo a chorar. - Eu adoro uma mulher difícil.
-ME SOLTA! - grito assim que ele me joga no chão e sobe em cima de mim. - Dylan por favor... - eu soluço. - SOCORROOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
Recebo um tapa na cara em troca.
-QUIETA SUA PUTA! - eu choro compulsivamente.
A porta é aberta com um estrondo.
-LARGA ELA AGORA, AGORA PORRA! - Bruce aponta a arma para o homem que estava em cima de mim. - Levanta e deita no chão os dois, agora caralho!
Eu me afasto e me encosto na parede chorando sem parar, vejo Bruce falando no celular e sei que está chamando alguém. Ele usa uma algema para prender os pés dos dois.
-Você! - ele aponta para Dylan que está assustado. - Que merda você pensa que está fazendo? - grita e joga a mesa longe.
-Nada cara, estava só me divertindo... - fala muito louco.
-Eu vou te dar sua diversão.
Ele dá um burro no Dylan que voa para chão, ele pega ele pela camisa e esmurra seu rosto de forma rápida e agressiva. Eu só sei chorar, não sei o que poderia me acontecer se Bruce não chegasse aqui.
A porta é aberta e quatro homens entram.
-Senhor!
-Levem esses três filhos da puta para a delegacia, joguem eles na prisão e amanhã vejo o que faço com eles. - diz rudemente. - Quero tratamento VIP para eles... - ele dá um sorrisinho para um dos seus comandados.
-Você não pode me prender... - Dylan murmura. - Emma me ajude.
-NÃO FALA O NOME DELA SEU MERDA! - grita Bruce o socando mais uma vez. - Tirem esses merdas da minha frente.
Eles saem levando Dylan e mais os dois homens.
-Ei! - ele vem até mim me pegando pelos braços, me leva para o sofá se sentando ao meu lado.
-Obrigada! - abraço ele fazendo com que ele se surpreenda. - Eu não sei o que iria acontecer se você não aparecesse aqui...
-Porque está vivendo com aquele merda? Porque Emma? - pergunta com raiva. - Um drogado desse não pode ser seu amigo.
-Ele não era assim.. - me afasto dele envergonhada. - Eu não tinha para onde vir, então ele me ofereceu esse lugar que ele morava... Eu sinto muito!
-Porra! Eu não gosto nem de pensar no que poderia acontecer aqui. - diz. - Ainda bem que resolvi vir hoje...
-Como consegui meu endereço?
-Você trabalha para mim, esqueceu? - levanta as sobrancelhas.
-É verdade. - falo corando e me tocando como estou vestida. - Desculpe pelos meus trajes. - levanto do sofá morrendo de vergonha.
Ele olha para mim de cima a baixa e da de ombros.
-Eu já te vi de pijama antes. - diz se lembrando.
-Só que eu tinha 15 anos e não vinte oito. - falo para ele.
-Tudo bem! - levanta as mãos em rendição. - Troca de roupa, vamos para minha casa. - fala ordenando.
-Sua casa? O que vamos fazer na sua casa pelo amor de Deus?
-Conversar! Aqui é perigoso para você, vai se trocar eu espero. - pisca e fico parada o olhando. - Vamos morena não tenho a noite toda.
-Grosso! - falo virando as costas para ele e indo para o quarto.
-E grande! - fala baixinho, mas escuto e finjo que não.
Me troco rapidamente e logo estamos saindo do prédio.
-Eu quero recomeçar Emma, recomeçar de onde paramos. - diz pegando na minha mão e me olhando dentro dos olhos. - Eu te devo isso, eu me devo isso. Nós merecemos isso!
Sinto meu coração pular dentro do peito, aquele olhos me olhando de forma tão intensa.
-E será que é possível?
-Só vamos saber, quando tentarmos.
Será que vale a pena tentar? Será que estamos prontos para esquecer as coisas do passado e seguir em frente?
Continua...
Oi oi gente!
Espero que tenham gostado do capítulo, não está muito grande eu sei, desculpe.
Curtam e comentem.
Beijos!
08/01/2018