Pov Daryl
O dia já começa a todo vapor com todos nós trabalhando para que o plano dê certo. Pegamos a maioria das coisas que temos e colocamos no carro, não só pela possível fuga, mas para parecer que deixamos o local. Separamos munições e deixamos em lugares estratégicos e deixamos o básico pronto para o caso do filho da puta se adiantar.
Comemos um café da manhã e almoço reforçado e decidimos que Hershel, Beth, Carl e Bravinha vão sair hoje mesmo para evitar riscos desnecessários.
Vão ter que dormir nos carros e vai ser uma noite tensa, mas é mais seguro. Eles saem mais ou menos no Poxa meio da tarde. O dia passa rapidamente, eu o tempo todo procurando Natasha com os olhos, e minha vontade é de amarrar ela e enfiar em um dos carros para que fique em segurança.
Estamos no fim da tarde quando tomo uma decisão final. Maggie e Glenn sumiram na torre principal, a segunda próxima da de onde sempre ficavam, Natasha, Rick, Carol e Michonne estão conversando sobre qualquer coisa as quais não prestei a mínima atenção.
-Hey-chamo Natasha, que está mais ou menos próxima de mim. Os outros param o que estão fazendo para prestar atenção e fico desconfortável, mas agora que comecei não vou parar. Esses idiotas bem que poderiam facilitar e fingir que não são um bando de velhinhas fofoqueiras. - Vamos ali comigo?
Prefiro conversar com ela sozinho, e apesar de confusa ela concorda se levantando e me seguindo. A guio para o terceiro pátio, onde tem uma torre também, mas não é onde o casalzinho sempre fica e paramos próximos a cerca. Ela encosta-se à parede da torre e me olha esperando que eu fale, mas não sei o que dizer.
Fico por um momento parado como um idiota apenas encarando aqueles olhos verdes brilhantes e procurando palavras para me expressar. Não funciona, porque nada me vem a cabeça. Maldição.
-Vamos lá caipira- diz com um meio sorriso me encarando- Fale de uma vez.
Perco a paciência comigo mesmo e me aproximo dela. Apoio meus braços ao lado de seu corpo prendendo-a entre mim e a parede. Ela me lança um sorriso, mas balança a cabeça negando.
-O que você faz comigo?- pergunto por fim, sem saber o que realmente dizer.
-Não acho que eu faça alguma coisa- diz com os olhos fixos nos meus.- Você sabe, eu sou nada para você.
-Você acha mesmo que é nada?- pergunto aproximando meu rosto do dela- Vou te contar um segredo, loira e você vai ter que prometer mantê-lo.
-Claro- diz dando de ombros- Sou ótima com segredos.
-Eu gosto de você- sussurro em seu ouvido porque não acho que consigo dizer isso em alto e bom som. Sua pele arrepia e sorrio com isso.
-Mesmo?- pergunta se afastando de mim e arqueando a sobrancelha. Seus olhos brilham mais que o normal.
-Mesmo.- concordo, cheio de convicção, tendo certeza de algo que me deixa totalmente fora de mim. Se Merle estivesse aqui, estaria rolando de rir-Eu nunca gostei de ninguém assim, e não sei o que estou fazendo. Estou perdido, Natasha, e a culpa é toda sua.
-Está indo bem- brinca e solto um sorriso- Vou te contar um segredo também.
-Que seria?
-Gosto de você também, caipira- diz e isso causa sensações novas em mim. Capturo seus lábios e ela me puxa para mais perto colocando os braços em meu pescoço e enterrando uma das mãos em meu cabelo. Ela se afasta um pouco, morde meu lábio inferior e um rosnado sai do fundo de minha garganta.
Ela pega impulso e nos gira, me prensando na parede e acabo rindo. Abro os olhos para encara-la e acabo deixando um sorriso completo sair. Os olhos verdes brilham, as pupilas dilatadas, e tenho a leve impressão de que é isso. Sempre fui destinado a verde. Verde de mato, e verde desses olhos malditos que me prendem sem dó. Ela me sorri de volta, e nos beijamos.
O que sempre foi intenso fica ainda mais. Aperto sua cintura, desço minha mão por seu corpo, chegando a um ponto que sempre me chamou atenção, que me deixa louco e aperto. Ouço um som sair do fundo de sua garganta e sinto uma satisfação brotar em mim enquanto o desejo aumenta ainda mais, e suas mãos também ganham vida. Nos giro novamente, prensando-a na parede e sentindo seu corpo se encaixar ao meu, enquanto puxo uma de suas coxas para minha cintura e aperto. Ela dá impulso e coloca as duas pernas ao meu redor e volto para seu pescoço enquanto ela me arranha as costas encontrando espaço entre a camisa a pele e arqueia. Em algum dos movimentos a besta cai no chão e não ligo a minima. Tudo em minha cabeça grita que ela é minha. Minha.
Meus impulsos ficam maiores e não tenho mais controle sobre mim. Me forço a me afastar dela.
-Você tem certeza? - pergunto porque sou bruto, grosso e tudo mais, mas nunca forcei uma mulher a nada.
-Claro que tenho idiota- diz dando um tapinha em meu ombro.- Apesar de achar que você está me usando porque pode ser sua ultima noite vivo.
-É isso que você acha?- me afasto bruscamente, ofendido e ela ri.
-É- responde ficando na ponta dos pés para chegar em meu ouvido- E se for o caso, te uso de volta, caipira.
-Você não presta- acuso cercando-a com os braços novamente e ela ri ainda mais, me dando um tapinha no ombro, para logo depois descer a mão me arranhando levemente. Minha pele se arrepia e rosno para ela.
Me lembro da besta quando ela tropeça na mesma, e a pego sem muita vontade. Subimos as escadas entre beijos, jogo a besta em qualquer canto, assim como ela joga o suporte com as saís e tudo, as roupas somem naturalmente, ela me prova que consegue ser melhor do que eu sempre imaginei e me deixo perder na loucura que Natasha Wayland é. Minha perdição particular.
Uma noite não é suficiente. Infernalmente, não é.
POV Natasha.
Eu não esperava. Não esperava que Daryl Dixon me dissesse que gosta de mim, não esperava que seus beijos pudessem ficar melhores e mais intensos. Não esperava que ele fosse melhor do que em meus malditos sonhos.
É intenso, ele me puxa, me beija e me aperta. Me tortura com beijos no pescoço, no corpo todo. É quente, é gostoso, e eu não quero que acabe. Não quero que acabe nunca.
Retribuo na mesma intensidade, beijo, arranho, aperto, faço o que venho querendo fazer. Deixo que o desejo me consuma e me preencha. Marco suas costas com as unhas, minha cabeça gritando que ele é meu. A mistura de forte com carinhoso me seduz ainda mais e eu me perco. E gosto. Fecho os olhos e sinto os toques. Abro os olhos e mergulho em uma imensidão azul, que agora está preta pelas pupilas dilatadas.
Ficamos juntos por toda a noite, e em nenhum momento sequer penso em me arrepender. Não tem do que se arrepender.
(...)
Um vento frio me acorda e pisco atordoada para o fim da madrugada. Estou com a cabeça no peito de Daryl e seus braços me rodeiam de forma protetora. Assim, dormindo, não se parece nem um pouco com o homem fechado e cheio de marra que é. Parece tranquilo, sereno, e só consigo gostar ainda mais dele.
Sem controlar meus impulsos, deixo que minha mão vá para seu cabelo e faça carinho. Ele se mexe um pouco e então abre os olhos fixando-os nos meus. Não sei o que fazer, como agir. Não sei o que significou para ele, e isso me assusta um pouco. Ficamos em silêncio, um perdido no outro até que ele me puxa para um beijo.
Retribuo sem pensar duas vezes, e como sempre é algo intenso que me deixa sem ar. Nos afastamos novamente e ele me lança um de seus raros sorrisos completos.
-Temos que levantar- diz me encarando e fazendo carinho em minhas costas. Isso mesmo, Daryl Dixon está fazendo carinho. Acho que ele nem se dá conta disso.
-Não -resmungo escondendo meu rosto em seu peito- Não quero.
-Não temos escolha, Tasha- diz ainda fazendo carinho, e levanto a cabeça atordoada.
-Me chamou de Tasha- digo sorrindo bobamente. Ele nega com um resmungo, mas sem me afastar.- chamou sim, Daryl.
-Ache o que quiser.- rosna e começa a se levantar. Balanço a cabeça, mas continuo deitada- Anda.
-Não- digo manhosa e ele se abaixa me puxando pelos ombros. Fico meio sentada e ele dá um jeito de me pegar no colo- Daryl!
-Se está com tanta preguiça, te levo a força. - diz divertidamente e eu me apoio em seu ombro para alcançar seu pescoço e morder.- Ei.
-Pode me por no chão, mandão. - ele sorri de lado e me põe no chão.
Visto as calças rapidamente, já que a blusa eu já tinha vestido antes de dormir, pego minhas saís e visto o suporte. As lembranças me atingem em cheio quando o encaro e desvio os olhos dos dele sentindo meu rosto corar. Sinto que ele está segurando um sorriso enquanto me puxa pela cintura para perto dele novamente. Levanta meu queixo e me faz olha-lo nos olhos.
-Isso- ele para, procurando as palavras e espero pacientemente. Não sabe se expressar, e entendo isso- é importante para mim. Estou com você, pode entender isso? Não sou bom com palavras, mas estou com você
-Sim- respondo enquanto colocando minhas mãos em seu pescoço. - eu posso entender isso.
Nos beijamos novamente e descemos. Ao entrar encontramos apenas Mich já acordada que aperta os olhos para nós e sinto ele se afastar um pouco de mim. Solto um sorriso sem graça e procuro algum enlatado, e me sento na escada para comer. Ele se senta próximo, mas sem encostar em mim em nenhum momento.
Os outros não demoram a acordar e a partir do momento que todos estão de pé as coisas fluem rapidamente. Quando é hora de nos separarmos todos no abraçamos. Maggie me dá um abraço demorado, murmura que quer saber o que aconteceu, dá uma piscadela maliciosa e some em direção a sua passarela. Glenn me dá um abraço demorado e exige que eu tome cuidado.
-Volte viva- diz ainda me abraçando e eu sorrio- Somos uma gangue, não pode me deixar sozinho.
-Sim, somos uma gangue- brinco batendo minha mão na dele em um cumprimento.
-E eu quero saber desse negocio de sumir em uma torre, senhora Natasha.
-Eu não encho seu saco por sumir com a Maggie- me defendo e ele sorri.- Volte vivo também.
Nós que ficamos com a parte de baixo da prisão descemos em silêncio, adentramos fundo e fazemos barulho, atraindo muitos errantes para as entradas. Corremos para a entrada com um pouco deles em nossa cola e cada um vai entrando em uma sala. As salas mais proximas são a melhor escolha pois é pouco provavel que os invasores cheguem muito longe. Está tudo escuro aqui embaixo e tropeço duas vezes, xingando baixinho e entendendo cada tropeço como a maldição do chiclete da cruz. Acontece uma pequena confusão , acabo tendo que acabar com um zumbi usando as saís enquanto Michonne acaba com o outro com sua Katana. A metida tem uma distância melhor de alcance já que a espada dela é mais longa. Puf, prefiro minhas saís.
Os errantes começam a se acumular ao nosso redor como o planejado, e com uma rápida olhada aproveitando a luz da lanterna ligada por alguém me dou conta de que atraímos todos os que tinham sobrado por aqui. Com o aperto deles todos ao nosso redor fica difícil pegar as salas e Rick grita novas instruções para entrarmos em dupla. Procuro Daryl com os olhos e ele me puxa para a direita.
Eu e Daryl ficamos em uma sala, Rick e Mich na outra. Mal fechamos a porta e o barulho de arranhados e gemidos intermináveis começa, os passos arrastados dessas coisas nojentas que tem uma fome sem fim. Agora, o que nos resta é esperar, e agradeço mentalmente por ter o caipira como companhia apesar de que nunca admitiria isso em voz alta.