— Jeongguk, eu já disse para não deixar as roupas espalhadas pelo quarto — Repreendeu.
— noona, não seja chata — Os lábios do garoto moldaram-se num beicinho, que logo cedera lugar a um sorriso largo.
O mais novo levantou, cumprimentando a Kim num breve abraço.
Passadas cerca de duas horas, ambos já encontravam-se esparramados pelo colchão, enquanto Jisoo acusava Jeon de trapacear nas últimas partidas.
— existe algo no qual você não seja bom? — A garota cruzou os braços, demonstrando falsa indignação.
— huh. Não, noona. Eu nasci como a prole do sucesso — Gabou-se, arrancando risadas da mais velha.
. . .
Enquanto aprontava o chocolate quente, vez ou outra as risadinhas tímidas de Jeongguk ecoavam por entre as quatro paredes da cozinha. Jisoo permitiu-se sorrir com o garoto.
Admirava a relação que o dongsaeng nutria com Taehyung, o, muito provavelmente, motivo pelos risos frouxos de Jeon.
Conhecera Jeongguk no ensino primário, quando ambos eram apenas crianças. Lembrava-se bem, o garoto havia deixado cair o pirulito azul no chão, enterrado no canteiro de flores da salinha de atividades do colégio.
A Kim não hesitou em entregá-lo seu pirulito de cereja, embora não fosse azul. Desde então, tornaram-se bons amigos.
Sua adolescência fora vivida ao lado do garoto e de Chaeyoung, sendo estes também amigos. Contudo, Jeongguk sentia-se mais confortável na presença de Jisoo, uma vez que se conheciam há muito mais tempo.
— noona — A voz tímida se fez presente, interrompendo os pensamentos da garota, que acenou com a cabeça num sinal para que prosseguisse — Taehyung hyung me convidou para ir na casa dele.
— o que tem, meu bem? Você já está acostumado a visitá-lo.
O semblante confuso da Kim denunciou o óbvio, que não havia entendido muita coisa.
— é diferente agora, eu acho.
Jeon empurrou a língua contra a bochecha, sentando-se na bancada de mármore.
— digo, agora sei que gosto dele. Estivemos conversando ainda mais nesses últimos dias, acho que é recíproco — Sorriu de canto, brincando com os anéis em seus dedos.
Alguns segundos estudando o rosto alheio, Jisoo finalmente enxergou a que rumo aquilo iria chegar.
— e você está com medo de avançarem as coisas — Constatou certo, uma vez que o garoto assentiu, encabulado. Jisoo suspirou, entregando-o sua xícara do homem de ferro.
— não é como se eu não quisesse ter algo sério com ele, mas não me sinto pronto para isso. Não agora, noona — Observou a garota assentir.
— o Taehyung não é esse tipo de garoto, Jeonie. Ele é alguém muito querido, e te trata com um carinho imenso, você sabe. Além disso, você tem todo o direito de negar aquilo que não queira fazer, sendo ele obrigado a respeitar isso.
Apontou, sorrindo terno para o garoto. Bagunçando seu cabelo com a mão que não segurava a xícara, Jisoo apertou o nariz do mais novo.
— vá no seu tempo, vocês têm uma vida pela frente para se relacionarem, ainda — Repousou a xícara dentro da pia — agora, nós temos um jogo para zerar.
— e você vai perder de novo — O garoto alfinetou, enfim descontraído.
— essas crianças de hoje em dia. Você oferece a pontinha do dedo, e elas querem o braço — Ambas risadas ecoaram no cômodo, para logo depois os dois subirem as escadas quase correndo, em direção ao quarto.