-Você já foi ver o Matt? –Apenas adentrou o quarto e ficou parada próxima a porta, como se não estivesse nem um pouco à vontade.
-Sim, logo que saí da casa da Rebekah. –Madison deitou em sua cama.
-Como ele está? –Continuou imóvel.
-Ele está bem, nada grave. Provavelmente sai logo do hospital. –Madison pegou seu celular e começou a mexer aleatoriamente em seus aplicativos.
-Ah, que bom.
Madison percebeu o quão desconfortável Mia parecia estar.
-O que você tem? –Retornou os olhos para Mia.
-Nada. Por que?
-Você está estranha. Relaxa. Vem aqui. –Madison chamou Mia para sentar-se ao lado dela.
Mia fez como pedido.
Madison lembrou o quão grossa tinha sido com Mia na noite anterior, e agora isso à incomodava.
-Mia?
-Hm? –Mia encarou Madison.
-Desculpa ter falado que você só causa problemas e bla bla bla. Eu estava nervosa, não foi a intenção.
-Relaxa. Eu não me importo. –Mia agiu normalmente.
Madison voltou os olhos para o celular, mas Mia continuou com suas grandes íris azuis focadas em Madison, sem nem perceber.
-O que foi? –Madison percebeu que estava sendo observada.
-Como está a Rebekah? –Foi o primeiro assunto que veio em sua cabeça para justificar o tempo que estava encarando Madison.
-Olha, ela está extremamente put* com você, e eu não diria que é pra menos.
-Eu sei... –Mia começou a se distrair com as pulseiras em seus pulsos. –Eu vou deixá-la em paz.
-Deveria, aliás, ela não está nos melhores momentos da vida dela agora. Ela precisa de paz...
Mia parecia realmente sentida com a situação.
-Bom, era só isso... melhor eu ir. –Mia se levantou.
-Veio até aqui para me perguntar do Mathias e da Rebekah? –Madison falou em tom desacreditado.
-Sim, queria saber como eles estavam... e como você estava também. –Falou com certo receio.
-Então ta... –Madison franziu o cenho, desconfiada, mas aceitou a situação e se levantou para levar Mia até a porta.
Dê meses Mia vem fazendo isso. Madison era o consolo visual dela. Mesmo não desabafando, era como se a presença dela já bastasse para confortar Mia quando estava triste, confusa ou estressada.
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-Então você gosta mesmo do Max né?
-Sinceramente, não sei o que eu vi nele, além de ser um gato, é claro. Mas eu gosto dele. –Cassie falou. Dava pra ver a sinceridade em seus olhos.
-Que meigo, vocês são um belo exemplo de opostos se atraírem, tirando o ímã, é claro.
-Olha não vem com conversa nerd pra cima de mim não por que eu não quero saber sobre magnetismo agora. –Cassie deu de ombros.
-Ah, então você é contra nerds mas está namorando o cara mais nerd dessa cidade. –Rebekah falou com deboche.
-Eu sempre dou um jeito de calar a boca dele. –Cassie encarou Rebekah com malícia. –Parando de falando sobre os meus relacionamentos, não acha que está na hora de conhecer caras novos?
-Bom... eu fiquei com um menino, na festa ontem... –Rebekah falou, como quem tenta se lembrar de algo.
-Sério? Quem era?
-É isso que estou tentando descobrir, não consigo lembrar o nome dele. –Rebekah estava se sentindo uma adolescente imatura agora, que sai para beber em festinhas sem nenhum objetivo de vida. –Mas eu me lembro que ele era ruivo, e estuda com a gente.
-É o novo capitão do time de futebol! Pelo menos é o único ruivo que me lembro de ter visto na escola.
-Cara, eu era líder de torcida e não me lembro dele.
-Ele é novo. Entrou na escola esse ano. Veio de algum colégio particular.
-Como você sabe?
-Eu tenho minhas fontes... mas como foi? Ele é legal?
-Sei lá, foi só um beijo. Não conversamos muito.
-Nossa, você só beijando alguém? O que aconteceu com a Rebekah freira?
-Não exagera... –Rebekah revirou os olhos.
-É sério, até onde eu sei você deu seu primeiro beijo com o Brandon.
-Claro que não, idiota. –Rebekah empurrou Cassie do sofá, fazendo-a levantar para não cair.
-Ei! O Jake! Por que não sai com ele?! –Cassie falou como se fosse uma ideia brilhante.
-Sei lá, ele não me chamou pra sair.
-Por que você fica perdendo seu tempo com "zé droguinha". –Cassie falou com autoridade. –Ele é super santo. Combina com você. Além disso, ele está afim de você, só falta você deixar mais claro que ele precisa de um pouquinho de atitude... –Cassie se sentou novamente. Falava com toda a certeza que entendia sobre o assunto.
-Nossa não precisa jogar na cara, ainda estou superando. –Rebekah mostrou ter se sentido ofendida. –Mas não custa tentar. Ah, e os "santinhos" normalmente são os piores. Só pra você saber. –Rebekah se levantou, rodeou Cassie e foi em direção à cozinha.
-Eu deveria me preocupar? –Cassie arregalou os olhos.
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Saindo da casa de Madison, Mia foi para um de seus lugares favoritos na cidade. Ás vezes, ela ia para o teatro de arena, mas dessa vez não queria correr o risco de encontrar com ninguém, então foi para onde poderia ficar em paz.
Próximo á casa de Madison, havia um parque completamente arborizado, isso dava a sensação de ar fresco. Alguns bancos que concreto rodeavam o local, e aos sábados o lugar ficava um tanto movimentado, mas era uma movimentação agradável. Crianças brincando com outras ou com seus pais, pessoas fazendo piqueniques e velhinhos caminhando deixavam o clima repleto de leveza.
Aparentemente não era um lugar onde imaginaríamos Mia indo, mas ela ia.
Estava sentada em um desses bancos de concreto já à uns 15 minutos, quando uma voz extremamente familiar tirou a atenção dela das crianças brincado com seus pais.
-Você por aqui? O que aconteceu? –Jake apoiou seus braços no banco.
-Nada demais, eu diria. –Mia levantou a cabeça para olhar o garoto.
-Se você está aqui, alguma coisa aconteceu... –Se sentou ao lado dela.
-Acho que você me conhece melhor do que deveria. –Mia semicerrou os olhos para Jake.
-Você sabe que pode confiar em mim. –Sorriu.
-É... mas você me conhece, não sou muito de me abrir. –Voltou o olhar para as crianças.
-E eu já te disse, cuidado pra não sufocar com todas as coisas que você guarda.
-Por isso vim aqui respirar...