Legend - O Feiticeiro Oculto...

By Y_Silveira

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Meicy Kallú se descobriu feiticeiro ainda criança e para aprender mais sobre seu misterioso dom, se alistou n... More

AVISO IMPORTANTE
EPÍGRAFE
PRÓLOGO
PARTE I
I - A CARTA
II - A GAROTA NO RIO
III - O CONFRONTO
IV - A CERIMÔNIA DE CONSAGRAÇÃO
V - O SEGREDO DO GATO
VI - O INSTITUTO
VII - SEGREDOS
VIII - A PRIMEIRA AULA DE SIDELÊNICO
IX - A FADA
X - A ENTRADA SECRETA
XI - A ENCRUZILHADA
XII - A CURA
XIV - A TUMBA
XIV - OS DEMÔNIOS
XV - CORAÇÃO NEGRO
PARTE II
XVII - O ÚLTIMO TESTE
XVIII - DEFLORAMENTO
XVIX - O LEÃO NEGRO DE TRÊS CABEÇAS
XX - FIM DO TESTE
XXI - A MISSÃO EM MENGIE
XXII - OS GUARDIÕES
XXIII - ATRAVÉS DO OCULTO
XXIV - O ELFO DEMONÍACO
XXV - ESMAECER
XXVI - O DESTINO DA MAGA
XXVII - A NOVA MISSÃO
XXVIII - UM NOVO DEUS
XXIX - A CAVERNA DE CRISTAL
XXX - A CASA NA ÁRVORE
XXXI - PIRILAMPOS
XXXII - ALÉM DO RITUAL
XXXIII - DE VOLTA PARA CASA
XXXIV - DESESPERANÇA
XXXV - LIFÁRIUS
XXXVI - DECISÕES
XXXVII - UM NOVO AMANHECER
PARTE III
XXXVIII - DE VOLTA À LAUCANA
XXXVIX - MARTA MORTE
XL - O ESPETÁCULO
XLI - FIM DE SEGREDOS
XLII - O CEMITÉRIO
XLIII - REENCONTROS
XLIV - A DECISÃO
XLV - SEM ESCOLHA
XLVI - A SENTENÇA
XLVII - O MAGO INFERNAL
AGRADECIMENTO

XVI - O JARDIM DAS ROSAS

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By Y_Silveira



 O silêncio se perpetuava naquela velha câmera onde Meicy passou seus últimos anos estudando. A iluminação era fraca. As luzes amareladas produzidas por duas tochas presas a castiçais nas paredes projetavam sombras horrendas, quase como se elas desejassem ganhar vida própria. Não havia nada de diferente, a não ser a arrumação dos livros das prateleiras escavadas nas rochas. O jovem de olhos escuros já havia lido todos! Lido e relido. Com o seu costume habitual em fazer anotações importantes, após seis anos, ele colecionava inúmeras cadernetas e cadernos.

No altar, onde descansava o sarcófago contendo os restos mortais de Luciano Antunes, havia um livro aberto de capa preta. As pedras ilustradas chamavam a atenção de Meicy. Ele deslizava seus dedos pelas inscrições sidelênicas, encantado por uma descoberta incrível. As mechas mais compridas de seu cabelo negro caíam sobre seus ombros que também escondia as pequenas argolas prateadas que usava nas orelhas. Do bolso de seu manto negro de bruxo ele retirou algo bem familiar. O colar de Assa. O rubi cintilava em um brilho ofuscante.

— É isso! — Ele disse animado com uma voz um tanto mais grossa e rouca, demonstrando um sorriso amistoso. — Era exatamente o que desconfiávamos!

Lirah que estava presente separando alguns livros nas prateiras de pedra abaixo, levou o seu olhar a ele. Os seus cabelos roxos, ainda permaneciam no mesmo penteado de criança, porém, as duas mechas de cabelo separadas em marias chiquinhas, chegava até os seus quadris. Um tanto trabalhoso para tingi-lo, mas também era vantajoso já que o jovem feiticeiro durantes suas pesquisas, costumava encontrar a matéria prima que gerava a tintura em abundância, com isso, a maga era presenteada quase toda semana.

— Então... Essa é a pedra que o meu pai usou para me trazer a esse mundo? — Lirah perguntou com a voz trêmula.

Meicy assentiu positivamente com a cabeça, ainda expressando um sorriso orgulhoso. Levantou o rubi até a altura de seus olhos e observava a coloração viva. Ele suspirou profundamente enquanto sentia o poder emanando daquela pedra.

— O poder contido nessa pedra é impressionante! — Ele disse. — Ela faz muito mais que abrir portais para os outros mundos e teleporte. Eu sinto isso! Eu só gostaria de descobrir outro segredo.

Lirah folheava um livro em suas mãos, observando vários pentagramas ilustrados com outros símbolos elementares.

— Me parece que ele não deixou nada escrito sobre isso.

Meicy fechou o livro em suas mãos com força. Ele estava irritado diante disso. Frustrava em estudar tanto sobre aquela pedra misteriosa e não descobrir nem a metade do que ela era capaz de fazer.

Lirah abraçava o seu livro recém-fechado conta o peito. Mesmo ainda curiosa em saber sobre o histórico do rubi no colar de Assa, ela tinha pressa em retornar ao Instituto, pois, ainda se lembrava de um compromisso importante.

— Bem, Meicy... — Ela disse, um tanto insegura. — Poderíamos deixar isso para outra hora. Millo deve estar nos esperando. É o aniversário dele e... combinamos de comemorar fora do Instituto.

Meicy assentiu, se lembrando da conversa mais cedo sobre isso. Enquanto guardava seu material dentro de uma bolsa de tecido, veio em sua mente a falta do seu amigo aquela noite na tumba.

— Afinal de contas, por que ele não veio conosco? — Ele perguntou, franzindo o cenho.

Lirah corou de imediato. Não sabia como explicar aquele assunto a Meicy sem que ele desconfiasse. Desviou o olhar por um instante, fitando-os em umas bandejas de bronze empoeiradas.

— Bem... Eu acho que ele iria se encontrar com a professora Ganna hoje.

Meicy estranhou, franzindo o cenho novamente.

— De novo? Ele passa mais tempo com ela que estudando. Já quase não o vejo fora das aulas.

Lirah permaneceu calada. Ela sabia o porquê disso, afinal, o índio se sentia mais à vontade para falar do assunto com ela que com Meicy. A jovem maga prometeu guardar segredo sobre as reais intenções do bruxo com a professora de Botânica.

— Isso está errado Lirah! — Meicy exclamou, olhando as horas em seu relógio de bolso. — Já são quase meia noite! Por que ele estaria com Ganna a essa hora?

Lirah ficou ainda mais vermelha, novamente mirou os seus olhos para objetos aleatórios na prateleira e permaneceu em silêncio. Meicy suspirou exaurido. O cansaço o atormentava. Com tantas aulas práticas em campo e de rituais, acabava esgotando todas suas energias. Ele já não tinha o mesmo prazer de estudar por horas como há uns anos atrás.

— Melhor irmos. — Ele disse enquanto descia os poucos degraus do altar.

Lirah concordou em silêncio e caminhou ao seu encontro. Sentiu o braço de Meicy contornar sua cintura e isso sempre a deixava constrangida, mas ela sabia que era necessário. Era a forma mais segura para teleportar em dupla. O jovem feiticeiro segurou o rubi fortemente, enquanto a corrente dourada do colar balançava freneticamente. Meicy recitava as frases sidelênicas em um murmúrio incompreensível para Lirah e naquele mesmo momento, uma linha de luz vermelha emergiu de dentro da pedra e circundou seus corpos, expandindo-se até os envolver por completo. Com isso, eles desapareceram ao dissipar da luz.

Os dois amigos reapareceram no quarto de Meicy da mesma forma em que sumiram, entretanto, a luz avermelhada dessa vez apresentava-se mais fraca, para a sorte deles, já que queriam evitar de chamar a atenção.

Lirah se afastou de Meicy imediatamente, ainda com a face rúbea. Olhava o quarto escuro sentindo a falta do amigo índio. Meicy fez o mesmo enquanto colocava sua bolsa na cama.

— É. Ele realmente não está aqui. — O jovem feiticeiro disse, sereno. — Vamos esperá-lo?

Lirah sentou-se na cama de Millo, concordando. Ela só esperava que o índio retornasse brevemente, pois, há algum tempo, ela começou a não se sentir confortável em ficar a só com Meicy. Não era por medo, pois confiava nele, apenas por um mero capricho de sua fase adolescente, que nem ela mesma sabia definir.

☽✳☾ 

A Lua cheia brilhava intensamente no Jardim das rosas, assim era conhecido. Apesar do nome, lá não tinha apenas roseiras. Era um imenso local aos fundos do segundo castelo. Era cercado por gigantes pinheiros, quase oculto na floresta que se expandia logo atrás. As flores coloridas exalavam um aroma adocicado, algumas em costume noturno mantinham-se em botões, enquanto outras sorriam para o satélite natural pela tamanha magnitude.

Millo seguia uma trilha de pétalas brancas. Era comum a Rosa Iari cair todas suas pétalas durante a madrugada. O índio pisava cautelosamente no chão, evitando provocar qualquer ruído. Uma leve brisa agitava seu longo cabelo negro e liso, que estava um pouco maior que alguns anos atrás. Ele agachou-se atrás de um arbusto florido ao encontrar o que procurava. Como um felino, ele espreitava, observando atentamente o semblante feminino que colhia flores há alguns metros de distância.

Ele tomava coragem para se aproximar. Ganna costumava vir naquele horário colher flores para suas intensas pesquisas, na maioria para uso medicinal. Graças a ela, o índio tomou interesse pela área e se envolvia no trabalho da professora.

Millo tomou um pouco de ar e se pôs de pé. A noite estava clara graças ao luar e por ele ser alto, os arbustos não poderiam ocultá-lo. Foi caminhando vagarosamente, mesmo assim, temendo assustar a Ganna. Ela parecia tão atenta cheirando as flores azuis de Brômio que nem mesmo escutava as botas do índio partindo as pequenas pedrinhas no chão.

— Por que está aqui? — Ganna perguntou sem ao menos olhar para trás.

Millo imobilizou surpreendido. A professora já sabia que ele estava ali. Ela retirou a flor que lembrava um Cravo e sorria ao sentir novamente a fragrância perfumada. Virou-se para o índio enquanto guardava a colheita em sua cesta de palha. Ganna o fitava com seus olhos puxados, tentava não demonstrar tanto contentamento assim, pois, mesmo se tratando de um aluno querido e seu aprendiz, ele estava desobedecendo o toque de recolher.

— É... — O índio não conseguia conter o seu nervosismo. Pensava nas palavras certas antes de poder respondê-la. — Eu...

— Millo. Sabe que não pode sair de seu quarto. Está tarde! Lembre-se da última vez que isso correu.

Millo se lembrava. Meicy, Lirah e ele quase foram expulsos do Instituto. Se não fosse por Jeon, talvez eles nunca mais poderiam sonhar em ser bruxos.

— Eu acho que só por hoje não faz mal. — Ele respondeu, olhando para a Lua.

— Não é por estar quase se formando que poderá abusar da liberdade. Tenha calma!

Ganna rodeava um arbusto com pequenas flores brancas em botões. Millo a seguia com os braços cruzados. Mesmo usando seu manto de bruxo, ele sentia o frio congelar seus dedos.

— Hoje é meu aniversário e... Não é todo dia que se faz dezoito anos.

O índio sorriu alheio, só não esperava que Ganna o correspondesse. Ele corou imediatamente, os seus olhos amendoados se fixaram aos dela. Ela realmente estava linda aquela noite. A luz da Lua iluminava a pele alva e até mesmo o cabelo comprido apresentava um brilho incomum, onde uma brisa fria açoitava-os em uma dança rítmica.

A professora caminhou até o índio e ainda com o sorriso estampado na face, ela entregou a flor azul que havia acabado de colher.

— Eu não havia me esquecido. Feliz aniversário!

Millo perdeu a fala. Sem evitar, tocou nos dedos dela ao receber a flor. Nesse mesmo momento sentiu uma vibração em seu corpo, eriçando seus pelos. O seu coração disparou rapidamente, como se previsse um ataque cardíaco. Ela também estava imobilizada, até mesmo a face sorridente havia ficado séria. Eles se encararam por longos segundos que logo se tornaram minutos, quase como se estudassem ou tentassem entender aquela sensação.

— Mi... — Ganna se interrompeu, ou melhor, foi interrompida.

Millo a abraçou subitamente, descansando a cabeça dela em seu peito. Foi a sua única reação e ela acomodou em meio aos seus braços. Por mais que suas pernas tremessem pelo nervosismo, ele se sentia completo em tocá-la e em aquecê-la, era quase como se naquele momento, eles fossem apenas uma pessoa, uma única alma. O índio até pensou em beijá-la, mas não tinha coragem de se atrever a isso. Já estava feliz com aquele simples e singelo abraço.

☽✳☾ 

Gana. — Millo falou, se referindo a constelação estrelar em forma de arco no céu. — O seu nome foi inspirado nas estrelas?

— Sim. — Ganna respondeu com seus olhos vidrados no céu.

Eles estavam deitados em um gramado, lado a lado. Millo segurava a flor azul sem jeito, virou a face até sua professora e admirava a beleza dela. Tão bela, dedicada e uma das mais experientes docentes do Instituto. Ele sabia que uma relação com ela seria um tanto complicada enquanto estivesse estudando, porém, tinha certeza que ela correspondia aos seus sentimentos, ou quase isso. Ele nunca foi bom em distinguir o que as pessoas sentiam.

— Essa flor... — Disse o índio, observando as pétalas azuladas da flor em sua mão. — Brômios tem um perfume incrível, inclusive são usados para a produção de colônias perfumadas. — Ele sorriu. — Mas não interessa ao uso medicinal. Por que você está os colhendo?

Ganna pareceu ficar sem graça. Pensava em alguma resposta ou uma mentira, mas nunca soube mentir de fato. Ela respirou fundo, já estava demorando demais a respondê-lo, só lhe cabia então falar a verdade.

— Eu... Planejava fazer uma colônia e presenteá-lo.

Millo se enrubesceu instantaneamente. Ele não sabia se sorria ou se permanecesse admirado. Olhou para ela, fitando aqueles olhos castanhos. Os seus corpos estavam próximos demais até mesmo para respirar direito. O índio não conseguia se distanciar, o seu corpo apenas pedia para ficar mais perto, cada vez mais. Em um ato involuntário, ele colocou a flor de Brômio por trás da orelha de Ganna e antes que pudesse retirar sua mão, ela a tocou, como se impedisse que a recuasse. O índio sentia aqueles dedos finos massageando os seus, outra hora, os guiando até a face serena da professora.

Ele se aproximava lentamente, enquanto ambos fechavam os olhos. Era certo que ele não queria se atrever a beijá-la, mas as suas emoções dominaram a sua mente e Ganna lhe permitiu aquela aproximação suave. Ela também o desejava. Os seus lábios se tocaram graciosamente, se envolvendo em um beijo tímido e com poucos movimentos, como se a verdadeira intenção fosse apenas sentir a ternura da pele um do outro. Millo sabia que naquele momento, ele desejava ficar ao lado de sua amada professora por toda a eternidade.

☽✳☾ 

Os primeiros raios de Sol surgiam, vencendo a escuridão daquela madrugada fria. Se escutava alguns passos silenciosos no andar de baixo do segundo castelo, deveria ser alguns servos que se preparavam para mais um dia de trabalho, enquanto isso, Millo caminhava nas pontas dos pés, receando chamar a atenção. Retirou a chave estilo gorge ao chegar até a porta de seu quarto e a destrancou com cuidado. Adentrou no recinto cautelosamente, porém, ao lançar os seus olhos à sua cama, se deparou com uma Lirah adormecida. Meicy estava acordado, sentado na cama com um dos manuscritos de Luciano Antunes aberto no colo. Estava bastante escuro ainda, mas o índio conseguia ver a face do amigo o encarando.

— Tínhamos um compromisso. — Meicy falou distinto, tentando não transparecer importância.

— Me perdoe. — Millo falou, vislumbrando a jovem maga deitada em sua cama. — Vocês estavam me esperando?

Meicy assentiu a cabeça positivamente, confirmando a pergunta do amigo.

— Nossa... Eu...

— Lirah me contou. — Meicy suspirou, desapontado. — Você está trabalhando demais Millo, não exagere. Até mesmo Ganna precisa de um descanso, você não acha? É o seu aniversário, deveria aproveitar melhor o momento. O nosso dia hoje será cansativo, sabe disso.

Millo estava confuso. Meicy achava que o seu encontro com Ganna era para somente estudos. O índio sorriu. Mesmo o seu amigo sendo tão esperto, ainda era um tanto inocente em relação a coisas do coração.

— Pensando bem, por que não está dormindo? — O índio perguntou, tentando mudar de assunto.

— Não estou com sono.

Millo se direcionou até o armário ao lado de sua cama, abrindo-o e retirando um travesseiro.

— Como você disse, o dia não será fácil, ainda mais para você que tem que suportar a olhos de cobra.

Meicy fechou o livro abruptamente já imaginando passar longas horas ao lado de Kelmo, sua desagradável companheira de caçada. Tinha que ter fôlego para aturá-la, entretanto, o jovem feiticeiro não se preocupava tanto consigo, mas sim com Lirah. Ele sabia que Kainã a maltratava e não apenas verbalmente. A jovem maga não confirmava, mas Meicy notava algumas escoriações em seu corpo sempre que eles retornavam de alguma aula em campo.

Millo deitou-se no chão. Ainda tinha uma hora ao menos para descansar o corpo. Ele sabia que não conseguiria grudar os olhos, pois as lembranças daquela madrugada lhe deixavam com um sorriso bobo estampado na face. O último teste que iria garantir a sua formatura e de seus amigos seria ao entardecer, após isso, ele seria livre para desfrutar de seu amor com Ganna para todo o sempre enquanto existirem.


☽✳☾ 


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