Lua Negra

By JoanaDias759

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Epílogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5

Capítulo 3

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By JoanaDias759

EU?! DAMA DE HONOR?! O QUÊ?! IMPOSSÍVEL!!!

-Eu?! Dama de honor?! Estás a brincar, certo? Eu só tenho 17 anos e tu queres que eu organize o teu casamento? Porquê?

- Porque és a minha irmã e a minha melhor amiga desde crianças. Além de que vai ser interessante ver-te de vestido no casamento.

- Tens a certeza? É que eu não te quero desapontar.

- Não te preocupes com isso.

- Ok. Então, parece que vou ser a dama de honor no casamento da minha irmã. Fixe. -- disse a Anne.

- Estamos tão orgulhosos de vocês. Quando foi o pedido? -- perguntou a mãe

- Assim que saí do avião, quando fui ter com a Sarah a Nova Iorque, e a vi à minha espera, soube que aquele era o momento para lhe pedir em casamento. Eu já andava com o anel à 2 meses, sendo nunca ter o momento perfeito para lhe fazer a pergunta mas, ... não sei, parecia-me o destino a dizer que era agora ou nunca. Então, arrisquei.

- Deve ter sido os segundos mais emocionantes da minha vida e de todas as pessoas que estavam a assistir. O próprio dono da companhia aérea veio felicitar-nos pelo noivado. Foi mágico... -- suspirou a Sarah, a olhar para Paul.

- E estão felizes? -- questionou o pai das raparigas.

- Claro que estamos pai. Porque perguntas?

- Só não quero que tomem decisões precipitadas. É mesmo isto que querem?

- Pai, eu e o Paul conhecemo-nos à 5 anos, eu amo-o e ele ama-me. Sabemos perfeitamente que não vai ser sempre um mar de rosa, mas é isto que ambos queremos.

- Muito bem. Mas aviso desde já que não vou usar um laço ao pescoço no dia, entendido?

- Ok. De certeza que a Anne não te vai pôr a usar um laço. Obrigada pai. -- agradeceu ela, enquanto o abraçava.

- Parabéns filha.

Depois de mais felicitações, começaram a surgir algumas ideias para o casamento, mas nada ficou decidido pois Anne tinha aulas no dia seguinte e já era demasiado tarde.

Na manhã seguinte, Anne voltou a dar boleia a Jane até à escola, aproveitando para contar a novidade do dia anterior à amiga enquanto ambas se dirigiam ao pavilhão de educação física. Jane ficou de tal maneira entusiasmada, que começou a dar ideias para toda a cerimónia, desde a cor do vestido de Anne até ao lugar onde seria a lua de mel do casal.

- Acho que Londres seria um bom sítio para a noite de núpcias, ou se calhar Rio de Janeiro. Não sei. Depende de quando for o casamento. Por falar nisso, já está decidido a data?

- Ontem não falamos sobre isso, embora a minha irmã e os meus pais tenham chegado a acordo que este seria depois dos nossos exames, para não sermos distraídas com os preparativos da cerimónia.

- Mas ainda faltam 4 meses para eles. Caramba!! Como é que é possível que eles nos estraguem a vida toda?! Este ano tive de desistir da ideia de ir ver os Imagine Dragons, porque infelizmente calha na noite anterior ao meu exame de História. -- disse Jane enquanto entrava no balneário.

- Deixa lá. Para o ano eles vão fazer uma digressão pelo país todo, e nós vamos com eles, ok?

- Prometes?

- Prometo. Vamos trocar de roupa que já estamos atrasadas para a aula.

- Como se isso me importasse muito. Eu não preciso de educação física para nada. Eu só venho marcar presença. Mais nada.

- Então já somos duas. -- exclamou Jane enquanto vestia o top desportivo.

Depois da aula, as raparigas foram ao bar lanchar. Quando receberam a comida, procuraram uma mesa onde se pudessem sentar a comer, notando que a única que não estava cheia era aquela em que Simon estava sentado.

- Vamos para a mesa dele. É a única vazia, além de que é a oportunidade perfeita para eu o conhecer.

- Por mim tudo bem, se bem que ontem quando estava a sair daqui, ele parecia olhar-me fixamente, o que foi bastante esquisito dado que nós nunca nos falamos.

- Tu andas a imaginar coisas.

- Não ando nada.

- Andas sim. Então ainda a semana passada disseste-me que tinhas visto a Emma Watson num café aqui em San Diego. -- disse a Jane enquanto se encaminhava para a mesa de Simon.

- Era ela, juro-te.

- A rapariga tinha o cabelo azul, Anne.

- Quem te disse que ela não o pintou para um novo filme?

- De azul? Mas tu achas?

- Ok. Não vamos ter esta discussão outra vez.

- Ótimo. Isso significa que admites que eu tenho razão? Fixe.

- Cala-te. -- Tinham chegado a mesa de Simon.-- Olá. Podemo-nos sentar nesta mesa?

- Sim. -- respondeu ele, sem tirar os olhos do livro que estava a ler.

- Eu sou a Jane e esta é a Anne. Tu és novo aqui na escola, certo?

- Sim.

- Precisas que te mostrem o espaço ou de ajuda em qualquer coisa?

- Não.

- Ok... -- Anne olhou para Jane, como se dissesse " eu disse-te que ele era esquisito".

- Bem,... se precisares avisa-nos, ok?

- Ok.

De repente, ouve-se uma explosão na cozinha da escola, que se encontra por detrás do bar. Esta é de tal forma violenta, que todos os alunos que se encontravam no bar foram atirados ao chão, sendo cobertos por destroços do edifício. Por todo o lado ouvem-se gritos de pânico, dor e de ajuda.

- Anne?! -- chama Jane tossindo, tal era a quantidade de poeira no ar.

- Jane?! O que é que aconteceu?

- Não sei. Uma explosão. Onde estás?

- Não consigo ver. Só sei que estou presa e não me consigo mexer.

- Ok. Ah....  Raios, não sei o que fazer!

- Que tal vires me ajudar a sair daqui? Acho que era uma boa ideia. -- respondeu Anne.

- Ok. Continua a falar, que eu vou ter contigo. Simon!!! Onde estás? Ajuda-nos! -- gritou Jane. Não se ouve qualquer resposta por parte dele. -- Raios!!

- Jane, não te quero stressar, mas neste momento estamos as duas sobre o efeito de adrenalina, o que significa que, se estivermos aqui durante muito tempo vamos começar a sentir muitas dores, eu principalmente, porque quase que aposto que tenho alguma coisa partida.

- Eu sei Anne. Estou a chegar. Consegues me ver?

- Não, mas estou te a ouvir muito melhor.

- Já te vi. Porra!! Tu tens um pilar em cima de ti.

Ao longe, começam-se a ouvir as sirenes da polícia, bombeiros e ambulâncias.

- Eu vou buscar ajuda.

- Jane!!

- Anne, eu não consigo mexer nisto sozinha. Eu volto já. Prometo.

- Mexe-te!

Jane afasta-se o mais rápido possível no meio de toda aquela confusão. Entretanto, Anne começa a ver alguns alunos a ajudarem outros, que como ela, estão presos e feridos. De súbito, a pressão que o pilar faz sobre Anne  aumenta para o dobro, levando-a a soltar um grito de dor.

- Anne!!

- Simon! Tira-me daqui por favor. Estou a ser esmagada.

- Aguenta um pouco. Malta!! Venham-me ajudar aqui por favor.  -- rapidamente quatro rapazes juntam-se a eles, sendo um deles Mark.

- Anne, és tu?

- Sou!! Importam-se de me tirar daqui por favor?

- Ok. Nós os quatro levantamos isto, e tu Mark vais tira-la dali o mais depressa possível, entendido? Aos três. Um. Dois. Três. Puxem!!

- Têm de o levantar mais alto, senão não chego a ela.

- Não dá para levantar mais. Tens de tentar assim. Puxa-a!

- Ok. -- Mark deitasse na chão, agarra nos pés de Anne e puxa-a. Imediatamente, Anne grita.

- Mark pára!!! As minhas pernas estão partidas.

- Ok. Malta pousem o pilar, com muito cuidado.

- Por aqui, depressa. Anne!! Estou aqui com bombeiros.

- Rapazes, vocês vão ter de nos ajudar a levantar o pilar, e vocês os dois vão tira-la dali, ok? -- disse um dos bombeiros apontando em último para Jane e Mark. -- Prontos? Agora! Levantem!

- Anne, isto vai te doer imenso, portanto mantém-te o mais quieta possível. -- Mark volta a agarra-la pelos pés e puxa-a. No momento que a cintura dela aparece, Jane agarra-a e puxa, conseguindo assim tira-la debaixo pilar, muito embora, Anne tivesse gritado durante todo o processo de extração.

Aqueles que estavam a pegar no pilar, largam-o. Ao mesmo tempo, Mark pega em Anne ao colo, e dirige-se a correr para o exterior, em direção às ambulâncias.

Anne, sentindo que a qualquer momento iria ficar inconsciente, apenas diz:

- Obrigada.

E a escuridão envolve-a.

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