Andava perdido pela floresta e ainda a pior, com uma arma em minhas mãos eu nunca pensei que seguraria aquilo sempre fui meio pacifista. Depois de dar várias voltas cheguei ao acampamento, porém não havia mais ninguém lá, havia alguns rastros de sangue provavelmente do Lion.
- Mateus! - Gritei - Ai droga como eu sou idiota, tem um maluco a solta e eu fico gritando denunciando minha localização.
Entrei na minha barraca e peguei a mochila, vasculhei até achar meu celular que pra variar estava sem sinal.
- Quando vendem planos pra gente diz que pegam em todo lugar, maldita operadora.
- Eu disse para ficar no carro! - Mateus estava atrás de mim.
Com o susto virei de repente e a arma disparou acertando sua barriga.
- Me desculpa! Meu Deus! Mateus... eu... precisamos ir para o hospi...
- Martin calma, eu estou bem. - Ele levantou a camisa revelando o machucado causado pelo tiro - Vou ficar bem.
- Não quer ir... senta por favor.
- Olha - Com as mãos ele retirou o projétil da bala e depois o ferimento começou a cicatrizar. - Acho que temos que conversar.
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O barulho de destruição era ouvido após o Lion arremessar o tal homem pela parede, eu tentei levantar do chão porém minhas pernas estavam bambas eu não sentia dor por conta do ferimento o que era estranho mas me sentia mal, eu comecei a ficar tonto e acabei caindo novamente no chão.
- Nunca mais ouse tocar no Will! - Dizia Lion enquanto estrangulava o homem - Eu não vou permitir que você faça mal a ele, nunca.
- Li-li-lion... - Minha voz saia baixa, eu com certeza não estava bem. - Lion me ajuda!
Ele parou o que estava fazendo e veio até o meu amparo, me colocou no colo e me levou para fora da caverna, me aconcheguei em seu corpo até ele me colocar no carro.
- O que houve com o Will? Ele está bem? - A voz de Martin parecia assustada.
- Eu não sei, quando cheguei ele já estava assim.
- Ana! Me leva até... a Ana. - Disse antes de desmaiar.
5 horas depois...
Ao abrir os olhos uma luz forte me fez fecha-los, depois de me acostumar com a iluminação olho em volta e vejo que estou em um quarto de hospital.
- Que bom que acordou! - Dizia Ana entusiasmada. - Está se sentindo bem?
- Si-si-sim... onde está o Lion!? Meus amigos?
- Calma eles estão todos bem. Martin está no quarto ao lado, ele acabou se machucando com a mesma seringa que feriu você.
A seringa, o que havia nela? Aquele homem?
- Por que eu estou aqui!? Aquela seringa... o que tinha?
- Havia um vírus, semelhante ao que usamos para criar os meta-humanos ele seria usado para reverter uma mutação, mas para isso ele teria que ter o virus GAMA para que supostamente o processo de cura se inicie.
- Então aquele homem...
- Ele era um de nossos cientistas, porém ele acabou sendo infectado pela seu próprio virus, tentamos ajudá-lo mas... ele acabou fugindo.
- Ana e quanto a mim, eu vou virar um meta? - Perguntei já com uma certa preocupação. - Martin, se ele se machucou pode ter sido infectado também.
- Não se preocupe, limpamos todos os vestígios do virus de seu corpo, seu amigo também recebeu o mesmo tratamento que você.
- Então não houve mutação em mim e nem no Martin?
Ela assentiu, fiquei um pouco mais despreocupado, agora tudo o que me vinha a cabeça era o Lion.
- Não ouse tocar no meu Will! - Aquela frase dita por ele realmente mexeu comigo.
Ana me disse que eu deveria fica ainda a de repouso durante algumas horas antes de ir para casa, logicamente não disse nada sobre o ocorrido ao meu pai que surtaria de vez e não iria permitir que eu saísse de casa nunca a mais.
Cheguei em casa e a primeira coisa que fiz foi desabar na cama, mesmo depois de dormir por mais de 6 horas ainda continuava com sono, deve ser por causa dos remédios. Depois de praticamente hibernar por horas, levantei da cama com fome, fui até a cozinha e me assustei com a quantidade de comida que coloquei no prato, até parecia um pedreiro que estava comendo.
- Como você está Will!? - Perguntou Lion bagunçado meu cabelo.
- Com fome! - Respondi de boca cheia - e quanto a você? Está machucado?
- Eu estou bem.
- Obrigado Lion, por... por me defender daquele jeito.
- Não precisa agradecer, eu sempre vou te proteger Will! Sempre.
Levantei da cadeira e dei um beijo nele, meio tímido pra falar a verdade.
- Não adianta mais esconder o que eu estou sentindo por você, eu te amo Lion, e não quero perder mais tempo.
- Você me beijou... a gente... a gente tá namorando!?
- O que você acha bobão! - Dei mais um beijo nele para que suas dúvidas acabassem.
O resto do dia ficamos vendo alguns filmes, claro que nos beijavam os mais do que assistimos tv. Para alguém que cresceu numa ilha, Lion era bem taradinho, até que entendi, ele ficou lá sozinho... por 19 anos... acho que era hora dele aproveitar.
As coisas estavam indo bem conosco desde que começamos a namorar, até o final das férias:
- O que!? - Gritou Lion - Ana eu não quero ir embora!
- Lion!
- Não Ana, eu não vou embora pra ficar longe do Will, nós... nós... estamos namorando e eu não quero perdê-lo.
- Lion calma. Você vai continuar vendo o Will, só vão morar em casas separadas. - Disse ela - Eu comprei uma casa a para que possamos morar juntos, ela fica no final da rua.
- Então, vocês não irão voltar para Ilha!? - Perguntei curioso, então meu super namorado não iria para longe de mim.
- Eu não iria fazer com o Lion, a felicidade dele é o que mais me importa, e ele encontrou essa felicidade ao seu lado não serei eu que vou separá-los.
Lion me olhou já com um sorriso no rosto, fomos visitar a nova casa do Lion mas não era bem uma casa era uma puta mansão que ficava próximo a minha casa.
- Uau! Meu quarto é enorme Will! - Lion corria por todo o quarto - Essa é minha cama!? Ela é gigante.
- Precisa mesmo ser grande pra poder caber você nela. - Disse rindo e sentando na borda.
- Ou talvez... seja pra você dormir comigo! - Não costumo ficar envergonhado mas naquele momento eu já deveria estar como um tomate.
- É-é... talvez... é melhor eu ir pra casa! - Levantei rapidamente e fui em direção a porta porém ele me segurou.
- Dorme comigo hoje.
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Algumas horas de explicação devido a minha mão estar enfaixada, ter país super protetores é bem difícil, se dependesse deles ainda usaria fraudas e andaria no bebê-conforto. Quando eles finalmente entenderam o motivo do machucado que claro, eu menti, entrei no meu quarto e deitei na cama, claro que logo me peguei pensando no que Mateus me disse lá no acampamento:
- É meio difícil de explicar mas... eu sou um meta humano, tenho super poderes. - Disse ele de cabeça baixa. - Fui criado desde que nasci em uma instalação secreta de uma empresa de bioquímica, eles modificaram meu DNA demorei mas, aprendi a controlar meus poderes.
- O que!? Mateus isso é... loucura, bom... eu atirei em você e olha só, você ainda está de pé.
- (risos) Martin, por favor, ninguém sabe e eu espero que isso continue um segredo. - Ele segurou minha mão - Confio em você.
- Tudo bem, não se preocupe eu não... eu não irei contar a ninguém. - sentia meu rosto arder talvez fosse a vergonha por um garoto estar segurando minha mão.
Aí, aí, ai, ai droga Martin! Você precisa se acalmar, prometeu guardar segredo então controle-se. Tentei me distrair para esquecer tudo aquilo, joguei um pouco de vídeo game aquilo realmente me distraia quando olhei no relógio já iria dar duas da manhã.
- Meu deus! Amanhã tem aula, eu preciso dormir.
Despertei na manhã sem ânimo algum, acho que me distrai mais do que o necessário, ao chegar na escola me depara com o Mateus encostado no seu carro e ele acenou assim que me viu.
- Bom dia gatinho! - Disse ele quando me aproximei.
Gatinho! Por que ele disse aquilo?
- Bom dia! - Me limitei a apenas apertar sua mão - Os outros ainda não chegaram?
- Não estamos só nos dois. - Ele deu um gole no café que tomava enquanto eu coloquei os fontes de ouvido.
Não conseguia entender o porquê ficava tão tímido próximo dele será que... Will me disse uma vez que quando gostamos de alguém sentimos coisas estranhas, Mateus é bonito, educado, inteligente, um amor de pessoa mas apaixonado.
- Camila Cabello! Gostei dessa musica. - Disse
- An... o que!?
- A música que está ouvindo... é ela quem canta não!?
- Sim! - O volume do fone não estava tão alto assim como ele ouve? - Como você...
- Audição aguçada! - Ele riu. - É um dos meus poderes.
Alguns minutos em silêncio e logo, Amanda e Vini chegaram nos cumprimentando; antes de falar alguma coisa puxei Amanda para um lugar mais reservado, com um pouco de relutância mas ela acabou me acompanhando.
- Me solta! Muito bem, o que você quer!? Eu já sei que quer conversar. - Disse ela se soltando de minhas mãos.
- Acho que... gosto do Mateus.
- Sério!? Você me trouxe até aqui para dizer o óbvio.
- O que!? Já está tão...
- Martin, desde que o Mateus se tornou nosso amigo, você age de uma forma diferente. Mateus é legal e... ele também parece gostar de você.
- Você acha!?
- Você precisa abrir os olhos para o óbvio Martin...
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Na escola o clima de primeiro dia de aula fazia tudo ficar melhor, a grande maioria dos professores não fazia quase nada então ficava amos apenas de bobeira na classe. Na aula de educação física eu acabei participando do jogo de queimada, eu odiava usar aqueles shorts curto, me sentia praticamente pelado e os olhares do Max em mim me deixavam ainda mais desconfortável.
Depois do jogo fui até o bebedouro mas não havia água, porém uma sensação estranha percorreu meu corpo, sentia como se estivesse sendo observado. Dei uma boa olhada em volta mas não havia ninguém, então voltei para o ginásio onde alguns meninos incluindo o Lion jogavam futebol; ele era bom nisso acho que ser um leão dava a ele uma vantagem sobre os outros e foi então que lembrei do que Max havia me dito.
- Eu sei o segredinho do seu namorado, então avisa a ele para se cuidar!
Será que ele sabe que o Lion é um Meta-humano!? Desgraçado! Ele me olhava com um sorriso cínico no rosto, um rosto da qual eu queria espancar. Após a aula fiquei com o Lion na parte de trás da escola, era um local bem isolado já que poucos iam para lá então era perfeito ara um casal ficar bem a vontade.
- Ele disse isso mesmo? - Perguntou Lion.
- É, tenho medo que ele saiba sobre seus poderes.
- Não tem como eu... Ana me disse para ser discreto em relação a isso, eu nunca contei a ninguém além de você que sou um meta.
- Espero que tudo se resolva, vou falar com o Max, preciso descobrir o que ele sabe.
Lion me puxou pelo braço ele mantinha um tom preocupado, mas logo ele sorriu e me deu um beijo demorado. Era tão bom beija-lo, sentir seus lábios tocando os meus parecia um sonho mas infelizmente tivemos que nos separar o sinal tocou e voltamos para nossas classes.
Após a aula resolvi colocar as cartas na mesa com o Max, precisava descobrir o que ele sabia:
- Recebi sua mensagem, o que quer falar comigo? - Perguntou enquanto sentava em um banco.
- Vamos ser francos, quero saber o que sabe sobre o Lion? E é bom você me contar ou...
- ...Ou o que? Vai falar com seu namoradinho esquisito para me bater de novo? Eu não tenho medo dele.
- Max eu não estou para brincadeiras, e eu não preciso chamar o Lion para arrancar seus dentes, eu mesmo posso fazer isso e você sabe. - A expressão dele mudou, eu poderia ser um garoto bondoso mas eu não sou tão inocente - Então começa a falar, eu estou ouvindo.
- Ah Will, você ainda não me superou não é!? E ainda coloca seu namoradinho num pedestal, mas saiba, ele não é tão idiota como parece.
- Seja mais claro!
- Veja! - Ele me mostrou algo no celular, era uma foto de uma garota beijando o Lion - Pelo visto, você está fadado a receber chifres.
Eu não acredito que aquele era o tal segredo da qual ele escondia, francamente Max era mais patético do que eu imaginava, mas pelo menos eu tirei um peso de minhas costas já que ele não sabia sobre o Lion ser um meta.
- Max você se esforça para ser ridículo ou já nasceu assim!? Eu sei sobre o beijo dele com a Barbara e isso aconteceu antes de começarmos a namorar, portanto... isso não me interessa.
Joguei o celular dele em cima do banco e tomei o caminho de volta para casa, ao ver aquela foto senti um pouco de ciúmes ao contrário do que disse a Max, Lion não havia me contado sobre o beijo e de certa forma eu queria explicações.
- Merda! - Gritei - Lion não faria o mesmo que Max, eu preciso falar com ele agora.