S O L D I E R E Y E S - P A R T E II
–Tudo bem, antes de começarmos, o que é isso para você?–Sana perguntou, sentando-se em frente a Dahyun. Eles tinham ido a um lugar não muito longe do VA, um lugar que Sana sabia o que era de fato
Café bom.
Dahyun sentiu-se corar.
–O que você quer dizer? –Ela respondeu rapidamente, esperando que sua pele branca escondesse a maior parte de seu rubor.
Um sorriso malicioso jogou nos lábios de Sana.
–Olha, se você quer que seja um encontro, tudo bem, apenas me diga. Eu posso ser convencida a namorar do outro lado da cerca.
Seu rubor se transformou rapidamente em um sorriso.
–Eu ... eu não tinha realmente me decidido sobre isso ainda. Meio que pensei que poderíamos descobrir isso enquanto continuávamos
Sana riu disso.
–Ok. Então é um encontro.
Um encontro rapidamente se transformou em mais. Dahyun tinha muito respeito pela independência e espírito altruísta de Sana, apesar de trabalhar na companhia de seu pai. No começo, isso parecia meiosem esperança para o veterano, apenas a garota de outro pai sem talento, tendo apenas sua posição por causa de sua linhagem e / ou aparência. Felizmente, ela foi rapidamente provada errada quando eladescobriu que Sana era tão brilhante quanto bonita.
Mesmo que seu primeiro encontro fosse apenas um café rápido, Sana foi quem providenciou o segundo encontro, e ela instantaneamente se arrependeu de ter ido a uma lanchonete. Do lado de fora, parecia bem, maso interior provou o contrário.
–Como diabos você pode acabar com a pizza?–Dahyun perguntou em voz alta, embora não alto o suficiente para que a equipe os ouvisse.
Sana riu.
–Não é o que dizem? Pizza é como sexo; quando é bom, é muito bom, e quando é ruim, ainda muito bom.
–Pizza é mais como sexo para nós cadeirantes do que para a maioria das pessoas: sempre faz uma bagunça gigante, é melhor quando você está comendo fora, e se é realmente bom, você não pode se mexer quando terminar.
Sana riu novamente, embora Dahyun também pudesse jurar que havia algo de cor no rosto dela e presumiu que ela queria perguntar algo.
–Diga ...
–Quanto você ainda pode sentir ... lá embaixo?
Agora foi a vez de Dahyun sorrir para a timidez de Sana.
–Tudo. O dano está nas minhas pernas, não na minha espinha. –Mesmo que a oportunidade estava ali, ela decidiu não levar aquele assunto a diante, pelo menos, não por agora.
Por fim, elas terminaram a noite em um lugar tailandês virando a esquina, e quando Sana a beijou no final da refeição, Dahyun sabia que ela teria muitas oportunidades a explorar.
Acontece que ela não teve que esperar muito tempo. Quando Dahyun confessou no seu quarto encontro que ela não tinha sido "íntima" com alguém desde que ela voltou do Afeganistão à dois anos atrás, Sana prontamente decidiu que aquilo precisava mudar. Eles voltaram para o apartamento de Sana, que era um lugar de bom gosto, nada parecido com o que Dahyun estava esperando dela, dado ao seu status.
Sana girou em torno do apartamento, rapidamente indo até sua cama com Dahyun em seu colo, onde não demorou muito para a mulher mais alta a por sentada nela. Sua camiseta não foi um problema, na verdade Dahyun estava confiante o suficiente. Mas só Sana por a mão na barra de sua calça que ela começou a ficar nervosa.
–Sana... Espera.
-O que foi?
Dahyun suspirou, sem respostas
–É só que ... O IED que me atingiu... Causou muitos danos, e ... Há muitas cicatrizes. A maioria delas está nas minhas pernas.
Com isso, Sana sorriu.
–Dahyun, eu sei que posso esperar que quando eu estivou namorando uma soldada veterana. Eu prometo a você, não ficarei enojada. –Uma mão macia segurou a bochecha de Dahyun, guiando-os para ver o olho no olho. –Não se preocupe com o que eu possa estar pensando, apenas foque no que você vai estar sentindo.
Com uma respiração profunda, ela admitiu.
–Ok. –Ela disse finalmente.
Sana manteve sua palavra e fez Dahyun gritar de prazer naquela noite.
Ao longo dos próximos meses, as coisas correram bem. Dahyun conheceu o pai de Sana e vice-versa, ambos se deram bem. Pela primeira vez, Dahyun pensou que ela poderia estar deixando tudo o que aconteceu com ela para trás.
Isso simplesmente não era para ser.
- Dubu, estou em casa! –A voz de Sana era tipicamente o que poderia realmente acalmá-la, mas não estava fazendo efeito em Dahyun agora. –Dahyun? –A voz de Sana entregou que ela estava a procurando, e também que ela estava preocupada.
Quando Sana entrou no banheiro, sentiu seu coração errar uma batida.
Dahyun estava jogada no chão do chuveiro, completamente vestida e sob a água corrente. Além do mais, ela estava tremendo de frio.
–Dubu! –Sana sussurrou, tentando absorver a cena diante dela. Antes de dizer mais alguma coisa, Sana tirou as botas e jogou-se ao lado da namorada, envolvendo-a pelos ombros. Agora, não importava que ela ainda estivesse vestida também. Era óbvio que Dahyun precisava de apoio agora. –Amor, o que aconteceu? –Dahyun começou a chorar. Ela não pôde evitar, mas começou a soluçar incontrolavelmente, agarrando-se ao ombro da namorada como se fosse uma tábua de salvação. Demorou muito tempo para ela se acalmar.
–Acabei de saber ... A Chaeyoung. Ela era uma amiga minha em Helmand, e ela voltou para outra turnê. Hoje, recebi uma mensagem dizendo que ela... Ela...
–Oh Dubu ... –Sana sussurrou, e apertou o abraço em torno de sua namorada. –Amor, eu sinto muito.
–Ela era uma boa garota, Sana. –Dahyun riu com tristeza. –Ela não merecia isso
–Ninguém merece, amor. –Ela respondeu. Elas ficaram em silêncio por mais algum tempo, até que Dahyun se acalmou um pouco mais. –Está com frio? –Sana finalmente perguntou. Dahyun não disse nada, mas ela concordou, e agora era hora de agir.
Ela cuidadosamente despiu a namorada, Dahyun não ofereceu nenhuma resistência. Sana levou-a para a cama, levando um monte de toalhas para secar as duas. A vestiu com seu pijama e a deitou na cama enquanto tomava o seu banho. No final, estavam na cama, cara a cara, corpos juntos.
–Sana? –Dahyun sussurrou hesitante pra Sana que mantinha os olhos fechado.
–Hum?
–Por que você está comigo?
Sana abriu os olhos surpresa.
–O que você quer dizer?
–Você é linda, inteligente e gentil, e ainda assim você está comigo, uma idiota quebrada que nem consegue alcançar um telefone no balcão porque não pode sair dessa porcaria de cadeira de rodas.
- Dubu ... –Sana murmurou, apertando um beijo em cima do cabelo da namorada. –Para com isso. Eu estou com você porque você é uma pessoa incrível, e você é linda e doce, e você é tão, tão forte e corajosa. Você já passou por tanto, e você não deixou nada disso te derrubar.
Com isso, Dahyun suspirou.
–É que você poderia ter algo muito melhor, encontrar alguém que não precise de ajuda para conseguir algo na quarta prateleira do supermercado, que corra por aí com você, que dance.. Sana você é tão jovem e ... –Sana respondeu pressionando um doce beijo em seus lábios.
–Dubu, eu não me importo com a cadeira de rodas, e nunca me importei. Você é alguém que vai muito além disso. Eu amo isso em você. –Ela brevemente ficou em silêncio. –Eu amo você, Dahyun
Dahyun a olhou surpresa.
–Você...
–Claro que sim.
Dahyun se inclinou, pressionando um beijo nos lábios da namorada.
–Também amo você, Sana.
Algumas semanas depois, Dahyun estava lendo um livro em silêncio em seu apartamento. Estava chovendo gatos e cachorros do lado de fora, mas de alguma forma, isso realmente a acalmou. Ela gostava do som desigual da batida contra o vidro da janela, e quando ela rolava a cadeira de rodas por baixo, isso a fazia sentir-se intocável. Tudo mudou quando Sana entrou.
–Ei, amor. -Disse Dahyun, rindo ao ver que mesmo sua namorada extremamente arrumada poderia ser transformada em uma bagunça desgrenhada pela chuva.
-Oi... –Sana tristemente murmurou de volta, antes de pendurar seu guarda-chuva ainda molhado no cabide
. Dahyun largou o livro e se aproximou da namorada.
–Você está bem? Na verdade, não responda, porque eu sei que você não está. –Sana suspirou.
–Eu estou tentando, Dubu. Se eu disser que nada está me incomodando, eu sou uma péssima namorada. Se eu te disser, eu estou colocando você em risco, e eu não quero isso.
Dahyun pensou por um momento.
–Quão grande pode ser o risco? Você trabalha para uma empresa de tecnologia, não para a máfia.
–Sim, é verdade. – Sana riu, antes que sua expressão se tornasse mais séria. –Tem certeza de que quer saber?
–Tenho certeza.
–Ok, aqui vai. Nós tivemos um avanço na pesquisa que eu tenho feito, ou seja, que finalmente conseguimos conectar uma máquina diretamente a um sistema nervoso central. É básico, mas funciona, e somos capazes de transmitir sinais sem perder o impulso. –Dahyun estava intrigada e perdida ao mesmo tempo.
–O que isso significa? –Sana suspirou.
–Significa que, em teoria, posso fazer o que venho tentando a mais de um ano: fazer um membro robótico que se liga diretamente ao sistema nervoso que seria controlável diretamente pelo cérebro. A prótese perfeita, em certo sentido.
–Então, qual é o risco?
–Precisamos de um teste viável, e seus ferimentos basicamente significam que você é a candidata perfeita. Há uma chance de que você possa recuperar a capacidade de andar, mas há o risco de que os implantes sejam rejeitado Infelizmente, nós não podemos a não ser que amputemos suas pernas e tentemos ligar a perna mecânica aos seus nervos reais. –Dahyun pensou por um momento.
–Então, isso significa que se eu disser sim e der errado, na pior das hipóteses o que eu perco são minhas pernas?
–Nós teríamos que amputar um pouco acima de onde seus nervos são cortados, sim.
A ex-soldada riu.
–Eu estou dentro. –Sana olhou para ela, totalmente espantada.
– Você está falando sério?
Dahyun se aproximou um pouco mais, pegando a mão da namorada.
–O que tenho a perder? Sana, minhas pernas podem estar ligadas a mim, mas eu não estou mais ligadas a elas. Eles são literalmente um peso morto. Eu não tenho nada a perder, apenas a chance de ganhar a habilidade de andar novamente!
Sana sorriu.
–Tudo bem, se você é tão inflexível, vamos fazê-lo.
E então eles começaram as reuniões com os outros engenheiros, e uma vez Dahyun que tinha sido totalmente informada dos riscos, que não eram tão grandes, com toda a honestidade, ela começou seu tratamento com imunossupressores, tentando minimizar as chances de rejeição, antes que eles tivessem que passar para o teste dos próprios nervos.
Ambas as pernas teriam que ser amputadas na coxa, a esquerda um pouco mais alta que a direita. A cirurgia levaria muito tempo, e Sana parecia estar mais nervosa com o procedimento do que Dahyun.
Uma hora antes da cirurgia, os pais de Dahyun e Sana estavam todos na sala com ela.
–Você tem certeza de que quer passar por isso? –Perguntou com uma carranca preocupada. –São suas pernas filha, não vão crescer de volta.
Dahyun apenas riu.
–Mãe, eu não vou sentir falta delas, elas são inúteis agora. As coisas só podem melhorar daqui pra frente. Essa é minha chance.
Uma enfermeira entrou, interrompendo-os.
–Desculpe-me, mas eu tenho que levá-la agora. Eu preciso prepará-la para a cirurgia.
–Sim, tudo bem. –Disse Dahyun, apertando a mão de Sana uma última vez para ter certeza.
–Eu vou ficar bem, amor.
Quando a enfermeira a empurrou para fora do quarto, a veterana não se conteve, e gritou: "Adeus, pernas!"
..
Quando Dahyun acordou de novo, ela sorriu ao ver sua namorada sentada ao lado dela, segurando a sua mão. Sana tinha cochilado, mas isso não foi realmente uma surpresa, já que estava escuro.
–Hey. –Disse ela, sua voz rouca por ter acordado agora. Sana abriu os olhos e sorriu.
–Oi mocinha. Como você se sente? –Dahyun tentou mexer as pernas, apenas para descobrir que elas não estavam mais lá. Tudo o que restou foram dois tocos de suas coxas.
–Como se alguém tivesse cortado minhas pernas. –Ela disse com uma risada boba. Com isso, Sana não pôde deixar de rir também.
–Parece que os implantes estão seguindo. Eles vão começar a medi-los para as suas pernas amanhã, e se não houver sinais de rejeição em um dia, nós vamos fazê-los e você pode aprender a andar de novo. –O sorriso só cresceu, e havia lágrimas de felicidade em seus olhos.
–Eu realmente quero te beijar agora.
–Não quero ser rude, mas você esteve lá por 36 horas, e sua respiração ainda está muito fraca.
–Sim, eu suponho que eu tenha estado. –A veterana riu. Sana sorriu novamente. E ela sorriu também.
–Suponho que isso não vai me impedir. –Com isso, ela pressionou um beijo nos lábios de Dahyun. Mesmo que fora curto e rápido, Dahyun poderia facilmente chamá-lo de um dos melhores beijos que já teve.
Como sempre, Sana manteve sua palavra, e duas semanas depois, Dahyun tinha duas pernas protéticas. Era uma sensação muito estranha, porque mesmo Sana tinha conseguido conectá-los ao sistema proprioceptivo, dizendo a ela onde seus membros estavam, dor e todas as outras sensações ainda estavam fora de questão. Mas isso era apenas uma pequena coisinha para Dahyun, porque as pernas dela funcionavam. Pela primeira vez em mais de dois anos, ela podia andar novamente, mesmo que aprender a andar de novo fosse como assistir a uma recém-nascida girafa recém-nascida dar os primeiros passos.
–Vamos, Dahyun, você consegue. –Ela murmurou para si mesma.
Quase todo o peso dela estava descansando em seus braços, e esse não era exatamente o jeito de correr uma maratona. Na verdade, por causa das limitações nas baterias, correr distâncias extremas estava fora de questão, mas, para o uso normal e cotidiano, elas seriam mais do que suficientes, se ela as carregasse a cada noite.
–Se você chegar aqui, eu vou te recompensar com um beijo. –Disse Sana do outro lado.
Dahyun olhou para cima, vendo a namorada de pé ali com os braços cruzados a frente de seu peito, quase querendo que isso acontecesse mais do que a própria Dahyun.
Com uma respiração profunda, ela desejou que sua nova perna direita desse um pequeno passo. Pra qualquer pessoa aquilo não seria de se admirar, mas para Dahyun, parecia que ela tinha acabado de escalar o Everest, e para Sana o mesmo. Muito lentamente, ela avançou lentamente, seus braços tremendo sob a pressão de constantemente ter que suportar seu peso, mas ela chegou lá, até o final dos trilhos.
Dali, Dahyun podia ver as lágrimas felizes brilhando nos enormes olhos de Sana, e com uma explosão final de poder, ela se inclinou para frente, caindo em seu abraço.
–Obrigada. – Dahyun murmurou, espalhando beijos pelo seu rosto. –Você só pode ser... –Beijo. – A melhor... –Beijo. –Namorada....–Beijo. –De todas. –Beijo.
- Estou tão orgulhosa de você. –Respondeu Sana, mal conseguindo ser compreendida através dos lábios de Dahyun em todo seu rosto. No final das contas, ela puxou a namorada para um beijo final, cumprindo sua promessa.
Naquele momento, Dahyun soube. Ela nunca se desgrudaria de Sana.
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Muito obrigada a você que leu, de verdade. Deem muito amor a Saida pq elas merecem. Quem sabe eu volto com mais alguma fic sobre Saiba, hum?
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