Estefani narrando
Acordo cheia de dor.
Toda roxa.
Com sangue saindo da boca e do nariz.
Porra... Mereço essa vida não.
Sei que fiz muita merda.
Mas poh tô arrependida.
Tudo que mais queria é voltar pro complexo do alemão.
Lá é minhas raízes. Lá eu era feliz e nem sabia.
Agora tô aqui. Sem ninguém. Sem minha mãe.. Meus amigos...
Só com esse traste.
E com o que é mais importante, minha filha. Minha joia rara.
Com ela já me sinto melhor.
Ela que me dá forças.
— o que aconteceu...
Virgínia a mãe do Fabiano entra no quarto. Me olhando
— o de sempre.
Digo tentando me levantar, mas sinto uma dor fudida.
— já disse pra você não estressar ele Estefani. Sabe como o Fabiano é.
Ela diz pegando a Yasmin.
— ele é um filho da puta.... é desculpa Virgínia só que.. Estou tão cansada.
Ela fica quieta.
Como sempre fica ao lado do filho.
Não digo mais nada também.
Ela que vai pra casa do caralho junto com o traste do filho.
Me levanto depois de muito esforço, e aproveito que essa velha tá aqui e vou tomar um banho.
Era o que mais precisava no momento.
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Manuella narrando.
Já estava tarde queria muito ir pra casa.
Vou atrás do Gustavo pra irmos.
Mas assim que me aproximo me arrependo na hora.
Ele estava se drogando. Coisa que não o via fazer a meses.
Ele havia prometido que nunca mais iria usar essa merda. E lá estava ele.
Se drogando e bêbado.
Fecho meus olhos, respirando fundo antes de finalmente tomar coragem e o chamar.
— Gustavo?
Ele se vira e me olha.
Surpreso.
— tô indo embora.
Falo apenas isso o vendo vir em minha direção.
— vamo daqui a pouco.
— eu disse que estou indo embora, e será agora.
Digo me virando pra ir. Iria aproveitar a carona que a Ravena ia dar.
Mas sou surpreendida com ele me puxando.
Me fazendo olhar pra ele. E me soltar de suas mãos.
— tu vai me esperar poh.
— Gustavo, eu não vou te falar nada, tu está drogado e bêbado. Então fique aí até essa sua brisa passar. Não quero que kauan veja essa cena.
Digo sem nem pensar.
Vendo sua face mudar na hora.
— o que tu tá querendo Manuella? Porra.
— ir pra casa.
Digo apenas isso.
— então vai porra.
Gustavo diz e me empurra.
Fazendo eu cair de bunda no chão.
Olho pra cara dele, mas não digo nada.
G3 vem correndo e me ajuda a se levantar.
— ih colfoi alemão?
Ele fala ao me levantar
— fica na sua caralho.
Alemão fala e me dá as costas.
Indo até onde seus parceiros estavam.
Todos me encaram.
Talvez surpresos pelo o que aconteceu.
Eu também estava.
Gustavo nunca me tratou assim, na frente de todos.
Com os olhos transbordando lágrimas, pego o kauan e vamos embora.
Ravena nos deixa em casa.
— tem certeza que não quer que eu fique aqui com vocês?
— tenho... Obrigado pela carona. Tchau Rave.
Ela me dá um beijo e vai embora.
Dou banho no kauan.
O ajudo escovar os dentes e o levo pra cama.
Ele me faz algumas perguntas... Perguntas sem respostas alguma.
E depois acaba dormindo.
O deixo dormi e vou pro meu quarto, tomo banho e depois fico sentada na cama.
Esperando por ele.
...
Era quatro horas da madrugada, quando a porta se abre bruscamente .
Me fazendo levar um susto do caramba.
Olho pro ser que estava na minha frente, mas não era o Gustavo.
E sim o Menor.
Todo ofegante.
Me assusto na hora.
— o que aconteceu?
Pergunto me levantando do sofá.
— CORRE MANU... O ALEMÃO ELE TEVE UMA OVERDOSE.
Ele diz tudo de uma vez.
Fico olhando pra ele, tentando raciocina tudo o que ele diz.
E quando cai a ficha eu entro em desespero. Começo a chorar feito louca.
— onde ele está? Como ele está?
Digo o olhando
— na UPA do morro do Perigo. Poh cara VAMO pra lá bora.
—pera... O kauan...
— passo em casa e deixo ele lá.
Apenas concordo indo buscar o kauan.
Corremos até o carro.
E o caminho todo eu vou orando.
Pedindo que Gustavo esteja bem.
E a salvo.
Eu não podia perder ele.