O Reflexo de um Anjo I (Trilo...

By KemiliRosa

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Jovem Pither um recém formado de psicologia, filho único de uma família tradicional. E se vê obrigado a casar... More

Pither Monteiro de Fragma Neto
O Bendito Noivado
O Vexame daquele dia
O Reflexo de um Anjo
Tem algo errado aqui...
Esther❤️
Você Mimou ele demais!
O Arriscado Sequestro
Menos de 24 horas
O Acordo 🤝
O Encontro nada Amigável
Todas Contra a Mim
Acordei na cama errada!
Confidências
Visita Inesperada
Intrigas de Sábado a Noite
Me Beija de Novo?
Toda Minha!
Corações amolecidos
Maquiavélica e Calculista
O irmão da Luísa
Parabéns Pither

Dando uma Pausa

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By KemiliRosa

(Esther 🖌️)

Quando Déborah ouviu Naná chama-la de Smilinguida', ela se virou para encara-la de frente.
- Quem você pensa que é para falar comigo dessa forma? Ela falava com deboche.
- Sou a mulher que criou o Pither! Naná disse sem se intimidar.
- Hum... Déborah sorriu com sarcasmo. -Você não é a mãe dele!!
Naná se aproximou ainda mais da noiva de Pither.
- Mais ele nunca deixará de ser o meu filho!
Déborah era esnobe, nem por um segundo ela considerou Naná. Mesmo sabendo que Pither tinha uma eterna gratidão com a sua babá.
- Quando eu for a ''Dona e Senhora" dessa casa, você não terá essa posição! Vai ter que ir embora, junto com a sua protegida pra bem longe!!
Eu morri de pena de Naná. Sendo vítima da prepotência daquela malvada.
- Se isso um dia acontecer... Eu vou sair daqui com muito prazer! Levando Esther comigo! Mas não se engane Déborah D'Ávila... Pither não é tão ingênuo a ponto de não ver quem você realmente é! Sua máscara vai cair! Naná sorriu.
Déborah nos olhou furiosa e saiu com sua bolsinha no braço, como se pisasse em ovos. Naná marejou seus olhos e eu a abracei em consolo.
- Não, não chore Naná! Ela me abraçou de volta. - O Neto jamais permitirá que ela te expulse!!
-Não estou preocupada comigo Esther! Ela me olhou, enquanto acariciava meus cabelos. - Você lembra que falamos sobre partirmos logo depois do casamento de Pither?
- Lembro sim! Você me convidou para ir com você... Falei sorrindo.
- Agora vou triste, em deixa-lo com essa víbora! Pither não pode estragar a sua vida dessa forma! Ele nunca vai ser feliz ao lado dela!
Segurei as mãos de Naná tentando acalma-la.
- Não fica assim! Se tivesse algo que eu pudesse fazer por você! Falei tocando em seu ombro.
- Você é a minha última esperança Esther! Ela levantou seus olhos pra mim.- Só você pode fazer ele mudar de idéia!
- Eu? Falei admirada. - Desculpe, mais eu não tenho esse poder!
- Esther, se Pither se apaixonasse por você! Ele enfrentaria o pai e desistiria dessa idéia maluca!
"Então é o Senhor Álvaro que está por trás disso," Pensei.
- Não Naná! Isso é impossível! Neto não me vê como mulher! Creio que sou só uma menina boba pra ele!
Naná deu um breve sorriso de lado.
- Eu não acredito que ele te enxergue apenas como uma ' Menina Boba' ... Dei de ombros, sem reação. - Você é muito especial, e Pither sabe disso!

(Pither 🌜)

Cara! Eu contava os minutos para o relógio cruzar meia noite. Se eu pudesse riscaria definitivamente esse dia do calendário para sempre.
Discutir com Miguel e ter que aturar Déborah todo jantar foi um sacrifício e tanto. Ela sabia que eu não sentia nada! E por que insiste nisso?! Revirei meus olhos, só de lembrar Déborah gritando que eu era dela... Vai Nessa! Eu não sou de ninguém! É por isso que eu não me apaixono, não quero ficar a mercê de uma mulher, ou sendo mandado por ela!
Nesse momento Naná e Esther eram as únicas mulheres que eu me importava! Naná era como uma mãe pra mim! Já Esther.... Sei lá! Acredito que eu tenha um carinho imenso por ela, a ponto de abrir mão de tudo pelo seu bem estar! Alguma coisa me encanta nela... Me atraí! Não sei dizer o que, mas quando estou com ela eu sou alguém melhor! Eu consigo me sentir por inteiro... Era como se eu fosse eu mesmo, sem precisar me esconder.
Já era domingo e eu tive uma ideia totalmente sem noção! Levantei, vesti uma calça e fui no quarto de Esther. Como com certeza ela dormia, eu não bati. Abri a porta e entrei.
Esther dormia profundamente com sua cabeça no travesseiro, eu agachei e comecei a chama-la pelo nome. Ela abriu seus olhos ainda sonolenta.
- Neto! O que faz aqui? Perguntou levantando a sua cabeça.
- Vem levanta! Vamos viajar, Pegue algumas coisas...
Ela franziu a testa confusa.
- Do que você está falando? Viajar pra onde?
Acendi a luz do abajur. E puxei seu edredom.
- Pegue algumas coisas para dois dias fora... Eu vou no meu quarto, arrumar as minhas! Antes que eu me arrependa e desista dessa loucura!
Peguei algumas coisas e botei dentro da mochila, coloquei um tênis e uma blusa de frio no corpo, e voltei para o corredor.
Esther saiu do seu quarto também de mochila. Ela usava calça jeans, botas e jaqueta, seu olhar estava confuso. Acredito que ela se perguntava para onde eu estava à levando a essa hora.
Descemos as escadas, e eu peguei as chaves do carro de papai no escritório. Amanhã quando ele acordasse teria uma grande surpresa!
Colocamos nossas coisas no carro e pegamos a estrada, Esther trouxe um cobertor e se enrolou toda nele, enquanto eu seguia dirigindo.
Ela estava estranha, muito quieta... Até achei que tivesse chateada! Será que ela se zangou de eu ter a acordado?
- Tá tudo bem? Perguntei olhando pra ela.
- Tá sim! Ela respondeu não me convencendo, e eu voltei meu foco para a pista. - Onde vamos ?
Ela perguntou enquanto eu ligava o som do carro.
- É uma surpresa! Respondi.
Depois de muitos quilômetros parei num posto de gasolina para abastecer.
- Eu vou comprar um energético pra mim! Você quer alguma coisa? Ela balançou sua cabeça em negativa.
Entrei na conveniência do posto, ela ficou no carro. Fiquei pensando porque Esther estaria tão distante?! Como se tivesse receio de se aproximar de mim. Senti falta da sua alegria, e de quando pulou no meu colo para abraçar o urso.
Talvez seu comportamento seja devido ao jantar de ontem. E de como Déborah foi grosseira com ela.
Comprei um Red Bull, eu estava meio cansado. E um chocolate quente para Esther.
- Toma vai ajudar a te esquentar um pouquinho... Falei entregando o copo.
- Obrigada Neto! Ela sorriu e se ajeitou no banco.
Depois disso voltamos a seguir viajem por mais três horas. Esther tinha dormido no banco do carro, a rodovia estava abandonada. Era madrugada, e só o som me fazia companhia.
Ela não sabia mas estávamos indo para a casa de campo do meu pai. O lugar era maravilhoso e há tempos eu não ia pra lá. Queria muito que ela conhecesse.
Quando cheguei naquela cidade, parei numa estrada onde o celular ainda pegava. Mandei uma mensagem para Naná, não queria que ela ficasse preocupada. Depois disso peguei sentido a estrada de terra, e percebi que o celular já não tinha mais sinal. "Que ótimo! Sem sinal de celular! Sem as reclamações de Papai, e sem os distúrbios de Deborah!"
A estrada não ia muito longe, há poucos quilômetros eu já pude avistar a casa. Passei pelo portão com o carro, colocando-o na garagem.
Desci do carro, e abri a porta principal da casa, acendendo todas as luzes. Depois disso peguei Esther nos braços e a levei para dentro.
Já era tarde, faltavam poucos minutos para o dia amanhecer. Coloquei Esther sobre o sofá, e a cobri com o cobertor. Ela remexeu no sofá ainda sonolenta, falou comigo.
- Já chegamos?!
- Sim. Respondi.
- Que casa é essa? Perguntou com os olhos entreabertos.
- É nossa! Descanse agora... Ela assentiu e voltou a dormir. Joguei um colchão ao seu lado, e fui no andar de cima pegar alguns lençóis e cobertores para mim. Depois escovei meus dentes e me deitei também tentando dormir.

(Esther 💘)

Acordei e a primeira coisa que eu vi foi o rosto dele, dormindo no colchão ao meu lado. Tão lindo!... Seus cabelos sedosos caiam no travesseiro, e mesmo dormindo aquele semblante sério e ao mesmo tempo sereno, o deixava extremamente sexy. Será que ele não se cansa de ser lindo? Pensei.
Saí do sofá e me ajeitei no colchão, sua respiração leve tocou meu rosto e eu acariciei seus cabelos com meus dedos. Era a terceira noite que acordavamos juntos. Apesar de Pither ser extremamente cavalheiro, e sempre me respeitar. Eu não perdia a chance de ficar perto, sonhando com o dia em que ele a deixasse e fosse só meu.
- Isso é bom! Ele sorriu gostando do carinho que eu fazia.
- Bom dia! Falei quando ele abriu seus olhos verdes para mim.
- Bom dia... Que horas são? Perguntou.
- São quase dez! Respondi olhando para o relógio da sala. Ele se espreguiçou, e sentou-se.
- Tenho várias idéias pra gente hoje! Disse sorrindo. - Mas antes precisamos ir no centro dessa cidade comprar comida! Porque aqui o estoque tá zerado.
- Onde estamos Neto? Perguntei.
- Essa é a casa de campo do meu pai! Ele herdou da família dele, e costumávamos vir aqui sempre... Minha mãe amava esse lugar! Pither relembrou mais uma vez dela e seus olhos brilharam no mesmo instante.
- Vamos levantar! Não podemos perder nenhum minuto nesse lugar! Pither se levantou e me puxou junto, me jogando pelas costas e correndo comigo pela casa. Eu gargalhava alto feito uma maluca e segurava firme nele para não cair.

(...)

Fomos pra cidade e eu estava muito feliz! Há anos eu não me sentia tão bem! Pither me fazia rir toda hora, o lugar era incrível! A casa era perfeita, o verde daquele lugar trazia uma paz, e uma tranquilidade que eu não sabia que precisava.
Agora eu te pergunto, como vou obrigar o meu coração a esquecer alguém que me leva para lugares maravilhosos?! Que se importa comigo, me dá presentes, e que deu algum sentido na minha vida?! Eu estava tentando, mas todos os meus pensamentos estavam ligados a ele. Como se eu não conseguisse mais me controlar. Eu não consigo mais disfarçar... Tá na minha cara! Nítido e visível pra quem quiser ver! O meu amor tá se transbordando... Só ele não conseguia perceber, ou talvez não queira ver.
Ele me levou numa lanchonete muito legal, tomamos suco de laranja com croissant.
- Isso é bom! Falei enquanto mastigava, ele sorriu e tomou um pouco do seu suco. Depois pegou sua câmera e tirou uma foto minha distraída. - Aaah não vale! Reclamei .
- Por que? Ele falou tirando outra.
- Porque estou comendo, e não percebi que você ia tirar!
- Essa é a intenção! Tirar fotos inesperadas... São as que mais ficam perfeitas! Você sabia?
- Não! E olhei minha foto na câmera. Ele tinha razão, tinha ficado muito legal.
- Você não vai colocar isso na exposição né? Perguntei.
- Não! Essa vou guardar pra mim... Ele falou desligando a câmera e voltou a me olhar.
- Esther eu não sei o que vai acontecer comigo, ou com a gente daqui uns meses... Mais enquanto eu estiver aqui quero que saiba, que vou realizar todos os seus desejos!
- Você fala como se estivesse se despedindo... Reclamei.
- Não... Ele sorriu com o canto da boca. - Eu quero viver o presente! Te fazer sorrir, mostrar coisas novas pra ti e o mundo que você ainda não conhece!
- Você quer me deixar lembranças, eu sei! Falei.
- Lembranças pra mim... Porque você ainda vai ser muito feliz, pode apostar!
Ele sorriu e beijou minha mão, depois saiu para pagar a conta.

(Pither 📹)

Um dia eu zombei do meu pai porque ele beijou a mão da senhora D'Ávila, e olha eu aqui cometendo o mesmo erro. Beijei a mão de Esther pra sair da mesa, e ela sorriu pra mim. Eu queria muito que esse dia ficasse guardado pra sempre na memória dela! Que ela nunca esquecesse que veio a esse lugar comigo! Não que eu quisesse vangloria ou devoção, mais eu quero deixar uma marca em sua vida e outra no seu coração. Para que se um dia tomassemos rumos diferentes, ela se lembrasse de mim com carinho! E quando olhasse nossas fotos, sorrisse em seguida com saudades.
É isso que eu quero! Um espaço na vida dela. Não quero que me esqueça quando estiver longe, ou com outra pessoa... Mesmo que seja numa mera lembrança, mas vou estar ali presente em sua vida.

(...)

- O que é isso Néto? Ela me perguntou quando saímos do carro.
- É um supermercado! Falei pegando em sua mão e a levando comigo. Esther nunca tinha vindo em um, sua cara não negava a surpresa e a alegria. Seus olhos curiosos olhavam pra tudo, enquanto eu colocava as coisas no carrinho, ela prestava atenção em cada detalhe. Era tão inocente e ingênua, que meu extinto protetor se ampliava perto dela. Eu tinha medo de me afastar demais e as pessoas se aproveitarem de sua pureza, e sua bondade.
- Vamos ter que cozinhar hoje e amanhã... Tudo bem pra você? Perguntei.
- Sim! Ela disse sorrindo. - Você me ensina!
- Eu? Respondi rindo. - Não sei se é uma boa idéia... Melhor comprarmos comida congelada!
Ela assentiu e me fez rir outra vez, pois sabia que não tinha entendido nada.
No corredor dos doces eu falei para Esther me ajudar a pegar os melhores. Pois felizmente ela não tinha a dieta rigorosa de Déborah! E não ia ficar de frescura na hora de comer.
Passamos no caixa e Esther sussurrou no meu ouvido.
- Você vai passar aquele seu cartãozinho mágico? Eu gargalhei na mesma hora.
- Sim, vamos usa-lo dessa vez! Falei.
Saímos do supermercado e de frente a ele, havia uma praça muito grande. Com várias pessoas e vendedores ambulantes. Colocamos nossas coisas no carro, e eu me virei para ela.
- Vamos alí na praça, quero te mostrar uma coisa!
- Você vai deixar o carro do seu Pai aqui sozinho? Ela falava tão séria que eu me segurava para não rir de sua simplicidade.
- Vou sim meu anjo! Aqui é interior, não se preocupe com nada!
Peguei em sua mão e fomos passear na cidade. As pessoas, o clima, e até o ar parecia diferente. Esther também sentiu a mesma coisa, sorria para todo mundo, e acenava para as crianças, como se já as conhecessem.
Fomos na barraca de churros e eu comprei dois para nós.
- É salgado por fora e doce por dentro! Expliquei.
Ela comia entusiasmada, e rindo á toa de tudo que via. Estava feliz! Eu pude ver no seu sorriso radiante, me olhava com ternura e admiração. Como eu queria ficar pra sempre aqui! Não voltar para casa, fugir da rotina, das cobranças de uma noiva possessiva. E das chantagens do meu pai.
Esther me olhou sorrindo sua boca suja de açúcar.
-Tá sujo aqui! Falei passando meu dedo no canto de sua boca. Ela parou de rir, me olhou diferente, fitando meu rosto. Estávamos sentados no banco da praça, Esther estava maravilhosa com sua calça jeans, seus cabelos soltos, sua franja descia pela lateral. Destacando seus lindos olhos azuis.
- Obrigada! Ela disse.
- Imagina! Eu só limpei pra você... Respondi.
- Não só por isso! Mas por tudo o que você está fazendo por mim... Serei eternamente grata!
- Não exagera! Sorri - Se a situação fosse inversa, você também faria o mesmo por mim, eu tenho certeza!
- Se você se casar... Ela começou.
- Nem começa! Cortei.
- Não! Deixa eu continuar... Quero te pedir para voltarmos pra cá, uns dias antes do seu casamento?!
- Pra quê? Falei sorrindo.
- Pra se despedirmos... Depois do seu casamento, eu vou embora com a Naná!
Senti como se meu coração tivesse parado de bater por uns três segundos. As duas mulheres hoje mais importantes da minha vida, iam embora juntas pra longe de mim.
- Eu não sabia de nada! Falei sentindo minha garganta secar.
- Ela me chamou há alguns dias... Não posso ficar morando com o seu pai! Então aceitei o convite.
- Eu vou sentir tanto a sua falta! Falei.
- Então não se casa! Ela falou espontaneamente. - Fica comigo?! A gente foge pra algum lugar juntos...
Por um tempo eu fiquei mudo, não esperava que ela tivesse essa conversa.
- Eu não vou negar que eu já cogitei essa possibilidade de fugir da cerimônia... Mas eu não posso te levar comigo!
Esther me olhou entristecida.
- Não quero que você fique assim! Peguei em sua mão. - Você é minha melhor amiga! Eu jamais poderia fazer você parar a sua vida! Seus estudos, ou não poder conhecer pessoas novas... Para fugir comigo pelo mundo! Não é justo com você!
Esther colocou suas pernas no banco, e entrelaçou seus braços sobre elas, encaixado seu queixo no joelho.
- Você não entende... Falou ainda olhando pra rua.
Passei minha mão sobre seus cabelos, e falei com um sorriso calmo.
- Fica calma, vai ficar tudo bem! Falei só pra anima-la. Porque nem eu sabia se as coisas iam realmente ficar bem. - Antes do casamento a gente volta pra cá!
- Promete?! Ela virou seu rosto pra mim.
- De dedo mindinho! Falei mostrando meu dedo e ela sorriu mostrando o seu. E ali se fazia mais uma promessa.

(Esther 🍴)

Falei! Falei! E ele não entendeu nada...
Achou que eu ia me privar de tudo, perdendo a minha vida se o acompanhasse... Mal sabia ele! Que o que eu mais queria é estar perto! Será que ele não percebe?! Eu pedi com todas as letras para ele ''Ficar comigo pra sempre!'' E ele não entendeu... Eu não sei mais o que fazer, nem como me expressar. O que mais me dói e ele me chamar de amiga, achar que não é justo comigo! Ele não sabe o que é melhor pra mim! Eu sei! E o que eu quero é ele! Eu sei que é errado me sentir assim, ele tá noivo! Praticamente de casamento marcado mas... Como vou falar isso pro meu coração?! Explicar que é errado, que ele é um homem proibido! E que ele deve se apaixonar por outro! Se fosse fácil eu não estava assim, sofrendo.
Voltamos pra casa, Pither cantava ridiculamente uma música do rádio. Descarregamos as coisas, e fomos pra cozinha preparar o almoço.
Peguei uma tábua e comecei a cortar os legumes. Pither ligou o som e começou a dançar pela casa com o pano de prato nas mãos, me fazendo rir.
- Ao invés de ajudar fica aí dançando! Falei em tom de brincadeira. Ele me puxou e me fazendo rodopiar me trouxe junto a ele. Com passos de dança, ele me arrastava por toda a cozinha.
- Para com isso! Falei rindo. Ele ignorou completamente me erguendo para cima, e me girando em seguida. Depois me soltou para baixo, fazendo me deitar sobre seu braço, meus cabelos quase tocaram o chão. Seu sorriso me alcançou, e depois ele me levantou bem devagar, me olhando nos olhos quando fiquei de pé.
- Obrigado por essa dança, bela moça! Ele me beijou no rosto e saiu. E eu voltei para a tábua e legumes, com meu coração saltitando, não sei se é pela adrenalina ou pela paixão.

(...)

Fizemos um almoço simples, eu não entendia muito de cozinha e Pither menos ainda. Depois fomos andar pelo campo, ele tirou uma foto da casa por fora para guardarmos de recordação.

E depois tirou uma minha.
- Chega de fotos minhas! Falei.
- Se você soubesse como é linda, me deixaria fotógrafa-la o tempo inteiro! Ele falou tirando outra.
- E da Deborah, você tira fotos também? Seu sorriso fechou, e a expressão séria voltou à retomar seu rosto.
- Não! Ele balançou sua cabeça. - Dela eu não tiro fotos!
- Por que? Falei enquanto caminhavámos pelo campo.
- Por que não me sinto a vontade com ela! Nessa hora dei lhe um tapa no seu braço. Eiii! Ele gritou. - Por que me bateu?
- Por que você é mentiroso! Falei zangada.
- Eu não estou mentindo!
- Ainda persiste no erro! Eu ouvi muito bem quando seu primo disse que você fazia papel de homem com ela!
Pither levantou suas sombrancelhas e deu um sorriso sem graça.
- Isso é diferente de me sentir a vontade... Ele falou enquanto caminhava.
- Hum, me explica então?! Falei interessada.
- É complicado! Ele disfarçou, fiz cara de brava. - Tá! A gente não precisa contar a nossa vida inteira pra poder dormir com uma garota! Mas... Se um dia o homem contar sua vida para uma mulher, é porquê ele realmente se importa!
Balancei minha cabeça compreendendo.
- Ela foi a primeira mulher da sua vida? Perguntei.
- Não! Claro que não! Ele respondeu de cabeça baixa.
- Você namorou outra antes dela? Continuei.
- Não foi bem um namoro... A gente saía! Ele explicou.
- Como ela chamava? Me arrisquei perguntando.
- Suelem! Ele me olhou em seguida.
- Humm... Então essa Suelem foi a primeira mulher da sua vida?!
- Nãoo! Respondeu sorrindo.
- Você teve outra antes da Suelem? Perguntei admirada.
- Sim! Ele respondeu segurando a risada.
- E essa foi a primeira então?... Levantei minhas sombrancelhas.
- Eu não vou ficar falando dos meus antigos relacionamentos com você! Ele respondeu sorrindo.
- Por que não? Você disse que eu sou sua amiga! Balancei meus ombros.
- Mais esse lance de quem vem antes de quem a gente vai longe! Ele me olhou em seguida. - O que foi?... Ta me achando um galinha, né?
- Se eu soubesse o porquê de galinha, talvez eu te chamasse assim! Respondi com sinceridade.
- Galinha é um homem que saí com muitas mulheres... Ele falou ainda com um sorriso nos lábios.
- Sei lá! Se você nunca se apaixonou como fez amor com todas elas?! Falei em tom de surpresa.
- Boa pergunta! Ele desconversou.
- Você não sentia pena delas? Perguntei.
- De quem? Das garotas? Ele falou enquanto eu acentia com a cabeça. - Elas não eram tão inocentes assim! Quando me procuravam já sabiam exatamente o que queriam!
Sentamos debaixo de uma árvore, e observamos o campo juntos.
- Sei lá, eu tinha uma outra ideia sobre isso... Falei.
- Eu te decepcionei né?! Ele falou preocupado.
- Não exatamente! Respondi dando de ombros. - Eu achei que tínhamos que estar apaixonados para se entregar para alguém...
Pither mudou completamente sua feição, pegando no meu braço na mesma hora.
- Esther me ouve! Ele me olhou nos olhos. - Com você vai ser diferente, só vai se entregar para quem você ama e quem realmente te ame de verdade!
- E como vou saber se é a pessoa certa? Perguntei.
- Siga seu coração, ele nunca mente!

(Pither😇)

Ter Esther comigo o dia todo foi algo sem explicação. Não menti sobre o meu passado! Trouxe ela comigo nessa viajem, para que me conhecesse de verdade. Talvez agora ela entenda os meus motivos de não deixar as coisas rolarem como gostaria... Não é que eu não a queira! Déborah estava coberta de razão quando me jogou na cara o meu interesse por ela! Ela mexe comigo! E muito! Mas não dá... Minha vida é muito complicada, para eu arrastar Esther comigo... E quantas vezes eu pensei, vou dar só um beijo. O que é um beijo?! Mais pra ela é tudo! Não vou começar algo que eu tenha que terminar depois... Ou fazer promessas que eu não possa cumprir! Já basta a idiotice que eu fiz quando cheguei bêbado. Tenho medo de mágoa-la, e não quero perder sua amizade por nada! Eu morreria se ela não quisesse mais falar comigo. Eu não entendo meus sentimentos, sou um homem complicado! Sei que você já percebeu... Mas uma coisa é certa! No dia em que eu beija la na boca, vai ser pra valer, não vou olhar pro meu pai e nem para os resmungos de Deborah! Se um dia ela aceitasse esse cara complicado, cheio de defeitos e frustrado com a vida... Ela não seria mais uma na minha cama! Não!! Ela é diferente... Eu seria dela por inteiro, e a chamaria um dia de" Minha Esposa".
Fomos pra cachoeira, Esther ficou hipnotizada quando se aproximou.
- Meu Deus Néto! É a coisa mais linda que eu já vi! Ela falou admirada.
- Que bom que gostou! Falei sorrindo. Esther se aproximou um pouco mais, vendo as águas descerem pelas pedras e tocarem o rio.
Aproveitei o Sol, e o clima bom para entrar na água. Tirei minha camiseta, e a joguei no chão, depois os sapatos e por último minha calça, ficando somente de cueca boxer.
Esther mexia com a água distraída, quando me viu tirando as roupas, virou seu rosto para o outro lado tímida. Pulei na água, vibrando com sua temperatura, estava uma delícia.
- Vem! Gritei lá de baixo. Esther balançou sua cabeça em negativa. Mergulhei novamente, e me apoiei nas pedras. Era sensato o seu medo, depois do último histórico dela na piscina. Ela não tinha mais coragem de se aproximar temendo outro afogamento.
- Vamos! Eu estou aqui... Não vai acontecer nada!
Esther não respondeu seus olhos mostravam pavor, e eu decidi não atormenta-la mais. Mergulhei até o limite do rio, e voltei para superfície para vê la.
Quando fui me aproximando passei minha mão sobre os olhos para tirar o excesso da água. Olhei pra cima e Esther estava tirando suas botas... Minha boca abriu sozinha, quando vi ela arremessando sua camiseta no chão, e puxando suas calças. Eu não tive a mesma força que ela para virar a cabeça, pelo contrário a olhei sem dó.
Ela era linda demais! Devo ter piscado o mínimo possível, para não perder nenhum detalhe! Esther não me olhou nos olhos, eu sabia que ela tinha vergonha, estava fazendo isso para desafiar a si mesma. Mas nos dois sabíamos como ela estava nervosa!
Aos poucos ela foi entrando na água, e eu fui olhando sem parar para um par de lingeries brancas que me tiravam do sério. Dei minha mão para ela descer, não sei se ela percebeu meus olhos no seu corpo, mas eu precisava avalia-la de perto. E me tocar que ela não era só aquela menininha que eu protegia, também era um mulherão que fazia qualquer grandalhão babar.

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