Você É Meu Último Dia - Shame...

By Logan5023

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Um ódio antigo que ainda interfere na vida de dois adolescentes que, instantaneamente e impulsivamente, tenta... More

The First Time
Drink
Party Drunks
Gaps
The Corridor
I Don't Wanna Peace
Love Bomb
Don't Play Me, Kiss Me Wit' Your Gears
Kiss Me On Rock Bottom
Iceberg
Hurting
This Is My Revenge
Hippie Campfire
Headache
Hunt in the Forest
Cave
Blue Rose (+18)
Dad, Can We Talk?
Hawaii Came With Problems
Fall Wings
Diamonds Are Forever
Sick Halloween
Maybe Last Dance
Crawling My Time
Ferris Wheel Life
My Last Breath Part 1 (+18)
My Last Breath Part 2 - Final Part
Witness
The Boy and the Dreamcatcher

You Are My Moonlight

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By Logan5023


- Que merda foi essa Shawn? – ele está com raiva e eu entendo bem o porque. Entro no jipe sem dizer uma palavra, ele ao meu lado bufando de ódio, volta para o hotel.

Em nenhum momento consigo me explicar, porque não sei o que dizer direito. Não sei o que é certo dizer. Infelizmente entendo sua raiva: arrebentei seu melhor amigo.

Estico meu pescoço, olhando para o alto, as árvores passando rapidamente e minha mente metralhando para poder dizer alguma coisa, entretanto sei que poderia começar uma discussão com qualquer coisa que eu disser.

Merda!

- Tá... o que aconteceu dessa vez? – ele para o jipe e vira-se para mim. Olho a nossa volta e vejo que estamos literalmente no meio da estrada. Não há sinal de vida de nenhum carro por aqui, somente nós dois no início de uma tarde.

- Ele... – olho para os olhos castanhos de Cameron e recuo, quero inventar qualquer história que não seja verídica porque tenho medo. – Ah... foi somente meu surto e meu ódio andando lado a lado.

- Então você está me dizendo que arrebentou a cara dele sem motivo algum?

- Não foi isso que eu disse... – digo virando-me para frente. Tenho medo de o encarar. Não quero dizer o verdadeiro motivo. Não é dolorido somente para mim, isso vai machuca-lo mais do que devia.

- Então qual foi o motivo Shawn? – sua voz suaviza e fecho os olhos. Esse é meu medo, ele sabe pegar no meu ponto certo. Inferno Cameron!

- Ele passou dos limites e eu simplesmente não pensei muito bem. A verdade, não tinha nem percebido que arrebentei ele, acordei do surto com você gritando comigo – digo ainda olhando para frente. Ouço-o bufar ao meu lado e ligar o jipe.

Não demora muito para que cheguemos rápido ao hotel e salto do jipe. Não quero ir para o hotel, então caminho em direção a Waikiki, a outra praia de Oahu, porém a mais próxima do hotel.

Pessoas passam por mim e eu as evito olhar nos olhos. Percebo olhares grudados em mim e me pergunto o verdadeiro motivo. Balanço a cabeça e passo uma mão no cabelo, suspirando fundo.

Ando pela areia em direção à um bar tropical, sentando-me num dos bancos. O som de pássaros e pessoas gritando por todos os lados me causa aflição. Preciso beber algo urgente.

- Pois não... – diz um balconista virando-se em minha direção e então recua num passo. Franzo o cenho o olhando. – Caramba, arranjando briga por aí grandão... – ainda sem saber do que ele está falando, o mesmo busca por um lenço no balcão, esticando-o em minha direção. – Seu nariz está sangrando...

- Meu Deus! – digo pegando o lenço e passando em meu nariz. Sinto, assim que encosto o lenço no nariz, meu nariz gritar de dor. Fecho os olhos, puxando o máximo de ar que posso. O gosto metálico de sangue dança por minha boca e deito minha cabeça no balcão. – O que foi que eu fiz com a minha vida...

- O que aconteceu? – voz do balconista dança por minha mente e ergo a cabeça novamente, fitando-o.

- Briguei com a pessoa mais importante na minha vida... – solto um suspiro ainda com o lenço em meu nariz, latejando. – Por favor, três shots de vodca.

- Saindo... – ele vira-se e eu também. Que merda foi que eu fui fazer com a minha vida.

Os gêmeos também não colaboram, sempre atrás do Cameron como cães atrás do dono. Não conseguem ficar um minuto sem me importunar, afinal, passaram anos fazendo isso, já são mestres em respirar e tirar minha paciência.

- Aqui está... – viro-me para o balcão vendo os três copos a minha frente. Viro rapidamente um de cada vez. Solto um suspiro assim que termino o último, segurando forte. A vodca desce queimando, levando junto tudo o que vê pela minha garganta. Respiro fundo e olho para o homem a minha frente.

- Acho que já estou melhor – digo soltando uma fraca risada e ele entra no meio. – Uma cerveja... por favor.

- Saindo uma cerveja. – ele me olha atentamente com um sorriso antes de se virar e colocar cerveja num copo grande, decora-lo com uma flor em cima e me entregar. Pego a flor que faz uma leve transação com as cores roxo e branco. Sorriso e a deixo de lado, dando um gole.

Passo a parte limpa do lanço para ver se ainda está sangrando ou sujo. Por sorte não mais e suspiro, olhando para o canto da mesa.

- O que aconteceu? – o balconista chama a minha atenção. Está curvado sobre o balcão, olhando fixamente na minha altura sentado.

- Uma briga... – bebo mais um pouco e o olho. – Nesse final de semana aconteceu um jogo na minha escola, e ocorreu tudo péssimo pelo que desejávamos. Saiu um vídeo meu e do meu... ex? não sei, eu e do meu namorado transando, e eu suspeito que tenha sido umas duas pessoas que fizeram isso que inclusive vieram conosco. Hoje, em Sunset Beach briguei com um dos dois melhores amigos de Cameron, meu namorado... e agora estou aqui agarrado a uma cerveja e desabafando com um desconhecido – ele solta uma risada e forço uma. Minha cabeça começa a latejar.

- Você está me dizendo que... suspeita de uma pessoa e ainda não a arrebentou na porrada? – ele franze a testa e concordo com a cabeça. – Você tem muito alto-controle – sua risada me faz rir de verdade agora.

Balanço a cabeça e bebo mais um pouco da cerveja.

- Eu já não sei mais o que fazer...

- Por que brigou com o melhor amigo do Cameron? – ele pergunta e sinto um nó em minha garganta, forçando-me a não falar.

- Porquê.... ah... esse amigo dele é um babaca que fica tirando com a cara dele pelas costas. Ele é falso e estava fazendo piadas com ele – bebo mais.

- Só por causa de umas piadas você tirou o maxilar dele do lugar? – ele brinca e solto uma risada.

- Não foi só uma piada... tipo, ele vem pegar bem no ponto fraco do Cameron nesses dias que é o vídeo, porque pelo que parece, ele não disse nada para o pai dele.

- Como sabe?

- Ele teria me contado... – digo bebendo numa virada o resto da cerveja que estava no copo.

- A gente nem terminou e já está com conversa para cima desse balconista? – ouço uma voz irritada berrar atrás de mim e viro-me devagar. Cameron está rígido e com raiva. Seu braço está com um sangramento fraco e rapidamente me levanto, quase caindo. – Olha... você tem sorte que é obrigado a dormir no mesmo quarto que eu.

- Cameron... – minha voz sai fraca e ele me ignora por completo, andando para longe da praia tampando um ferimento. – Merda...

- Então esse é o Cameron? – balanço a cabeça positivamente e viro-me para o balcão, vendo uma garrafa de água a minha frente. – Bebe – diz ele e arqueio as sobrancelhas. – Vai te ajudar a sair desse início de transe alcoólico.

Abro a garrafinha transparente e bebo a metade do líquido transparente, que desce congelando minha garganta.

- Agora come – ele me entrega um copinho cheio de açúcar. Seguro o objeto relutando. Não quero sair desse efeito, pelo menos não estou fazendo merda. Mas entendo o que ele quer fazer, me tirar desse efeito para não fazer mais merda. Viro o copo na boca, despejando todo o açúcar de uma vez e mastigando, engolindo ainda relutante.

Sinto minha testa suar frio. Passo a costa de minha mão ara seca-la.

- Bom... agora vê se não faz merda igual eu fiz com a minha ex... não deu em bom término – diz ele me entregando mais uma garrafinha de água. Tiro minha carteira do bolso e deixo 100 pratas no balcão.

- Até mais! – digo saindo dali, correndo na mesma direção que o Cameron havia ido.

Merda, o que será que aconteceu com ele?

Chego no quarto do hotel e entro, olhando primeiramente na cama. Está arrumada e sem nenhum vestígio de que alguém havia sentado ali há alguns segundos, minutos ou horas.

Corro até o banheiro abrindo a porta. Não vejo ninguém. Meu coração dispara e minha respiração pesa. Aonde será que ele está? Corro para a varanda e ele não está ali também.

- Caralho Cameron, para onde você foi? – digo passando as mãos no rosto, suspirando e sentando-me na cama. Batuco meu pé no chão diversas vezes, tentando pensar em algum lugar que ele tenha ido.

Saio do quarto às pressas e esbarro sem querer em Davi. Ele deixa cair algumas toalhas brancas no chão e um frasco cinza metálico. Certamente já sei o que é.

- Me desculpe... – digo e ele tenta esconder o frasco.

- Está tudo bem... só não fala para os professores – diz ele arqueando as sobrancelhas como se estivesse implorando.

- Claro, pode deixar... – digo e ele volta para o seu quarto. – Ei! – ele se vira e dou uma corridinha em sua direção. – Viu o Cameron?

- Ah... sim – diz ele segurando a porta para que não fechasse. – Ele pegou o elevador para o último andar, acho que foi para cima do prédio – solto um suspiro de alívio ouvindo suas palavras e encosto na parede.

- Obrigado... você me ajudou muito! – digo saindo correndo.

- Espera! – diz ele e paro, virando-me para olha-lo. A adrenalina subindo por minhas veias. – Aconteceu alguma coisa?

- Não se preocupa, está tudo bem... – digo voltando a correr em direção ao elevador. Aperto a última letra da tabela de andares e as portas se fecham acima de mim.

Uma música começa a tocar, reconheço ser 'Bottled Up' de Dinah Jane. Exibo um sorriso com letra porque é simplesmente perfeita. Meu celular vibra em meu bolso e o pego, vendo que Ariana está me ligando.

- Alô – digo tentando ouvir sua voz.

- Shawn, está tudo bem por aí? – sua voz sai em tom de preocupação e não consigo não sorrir.

- Está mais ou menos... Eu e o Cameron brigamos – digo olhando para o espelho logo atrás de mim.

- Não foi por causa do vídeo, né? – sua voz é clara a preocupação e meu sorriso logo se desfaz. Solto um suspiro e mexo em meu cabelo.

- Em partes... esse vídeo foi a causa do motivo pelo qual brigamos – bufo. Respiro fundo e tento me concentrar na música. – Um dos melhores amigos de veio zombar ele pelas costas e veio falar justo para mim. Acabei arrebentando ele e o Cameron veio me perguntar o motivo, e... eu não disse porque não queria vê-lo mais puto do que estava.

- Você é muito trouxa mesmo – ouço sua risada de fundo. – Bom, você fez o certo, não quis o ver mais magoado e isso é muito fofo da sua parte. Então... olha a mensagem que vou te mandar.

Ela desliga o telefone e fico sem entender o que ela quis dizer com isso. Rapidamente chega uma mensagem em meu celular dela e abro.

Leio atentamente cada palavra e sinto meus olhos se encherem de lágrimas. Minha vista fica embaçada e olho para o alto, tentando contê-las. A porta logo abre e estou no último andar.

Adentro o corredor, andando às pressas para uma porta no seu fim. Começo a correr, sentindo meu coração quase pular pelo meu peito. Abro a porta o mais rápido que posso e subo uns quinze degraus a pulos, até chegar numa outra porta semiaberta.

Respiro fundo e a abro, tendo uma vista quase que perfeita do sol escurecendo. Dou alguns passos para frente e olho para o meu lado esquerdo, vendo duas maravilhas do multiverso: o pôr do sol e Cameron.

Cameron está com as mãos postas na borda da pequena parede de proteção, que pega na altura de sua barriga. Dou alguns passos em sua direção.

Minha respiração pesando, minhas mãos tremendo, meu coração dando algumas falhadas e meu cérebro fazendo milhões e milhões de possíveis acontecimentos deste momento.

- Cameron? – minha voz sai mais falha do que eu queria. Ele vira-se lentamente em minha direção, secando rápido algumas lágrimas.

- O que foi? – ele diz seco, me fitando. Suas palavras me acertam como uma lâmina. Seus olhos estão vermelhos de quem esteve chorando muito.

- Podemos conversar...? – ele balança a cabeça positivamente e vira-se novamente para o pôr do sol. Ando até seu lado, escorando-me também no muro. – É tão lindo... – digo observando o sol baixar lentamente.

- Sim...muito – sua voz está muito distante e então recuo espiritualmente.

- Sabe por que odeio hospitais? – pergunto virando-me para ele.

- Porque odeia agulhas...?

- Não – digo rindo voltando a olhar o sol. – Por causa da minha mãe, ela teve câncer quando eu tinha uns cinco anos... e... desde então eu não consigo entrar num hospital sem lembrar-me dela.

- Qual tipo de câncer ela teve? – ele pergunta voltando-se a mim. Viro-me em sua direção, remexendo minhas mãos. Sinto minha visão embaçar e suspiro.

- No coração... as células se multiplicaram mais que o normal em tão pouco tempo... – as lágrimas começam a descer por meu rosto. Soluço atrás de soluço e a imagem de minha mãe vem a minha mente. Seu sorriso, seu cheiro, seu jeito carinhoso de tratar qualquer um.

- Sinto muito... – ouço sua voz aproximar-se de mim cada vez mais. Sua mão pousa em meu ombro e então me puxar para um abraço.

- Ela precisava de um transplante... e não havia ninguém capaz no momento que poderia a ajudar – as palavras saem cada vez mais e então me vejo sentado no muro, olhando para o céu secando as lágrimas. Cameron ao meu lado acariciando meu joelho.

As estrelas aparecem mais aqui do que no Canadá. Consigo formas breves desenhos com a mente: um coelho, a cabeça de um touro, etc.

- E então... o que queria conversar? – diz Cameron me tirando dos devaneios e viro minha cabeça lentamente em sua direção, fitando-o.

Olho para frente tentando pensar no que posso falar. Quero dizer tantas coisas para ele, entretanto não sei como.

- Bom, vamos ter uma mente fértil – digo forçando um sorriso. – Vamos fingir que estamos numa máquina do tempo – ele me olha franzindo o cenho. – Temos que falar para onde queríamos voltar e dizer o motivo.

- E como isso ajudaria?

- Assim... – digo sentando-me de frente para ele. Respiro fundo e olho para os dois lados. – Hoje antes de você sair do bar, porquê... eu queria explicar o porquê de estar conversando com aquele balconista: ele me ajudou, eu desabafei com ele sobre você e... ele me aconselhou a não fazer mais merda que já havia feito.

- Justo – diz ele rindo. – Bom... am... uns dez minutos atrás, porque eu quero eu saiba que sua mãe foi uma guerreira, ela deu à luz a melhor pessoa do mundo, ela criou durando o resto de sua vida um dos melhores seres humanos que já pude conhecer e que amei conhecer.

- Obrigado... – digo sorrindo sem jeito. – Voltar para a quarta série... eu queria ter dito que não havia problema você não ter feito nada naquele dia. Não foi culpa sua por ter acontecido aquilo.

- Obrigado – diz ele sorrindo e sela nossos lábios num selinho. – Bom... voltar para... para minuto nenhum, eu só quero dizer que te amo muito, você é a melhor pessoa que pude conhecer bem – ele se aproxima beijando-me fortemente. Posso sentir o flúor de sua sede por me beijar. Seguro seu braço o puxando para mim, mordendo seu lábio e então fechando com selinhos vagos e lentos. – Sua vez...

- Eu... am... Hoje à tarde na praia, porquê... – respiro fundo –, Jack Johnson zombou de você por causa do vídeo e meu ciúme falou mais alto.

- Zombou como? – ele pergunta. Sua voz mudou, para desconfiança.

- Ele disse que assistiu ao vídeo e que... tínhamos muita intimidade para transarmos livremente numa caverna. Ou seja, qualquer um poderia ver, porque não todos... – abaixo a cabeça, encostando novamente na parede.

Que merda foi que eu fui fazer com isso? Por que eu disse isso a ele? Acabei de o magoar... mais ainda.

- Ele... ele me paga, babaca! Idiota! – ouço-o xingar. Olho-o e vejo seu rosto estar vermelho de raiva.

- Ei! Ei... olha para mim – digo segurando seu rosto para que possa olhar diretamente em meu rosto. – Não importa quem veja esse vídeo, não importa quantas vezes essas pessoas assistam o vídeo, isso só vai fazer eu ficar mais perto de você. Se Nick e Nancy acham que assim vai nos afastar, vamos mostrar que estão errados.

- Muito errados! – diz ele selando nossos lábios. Sinto meu bolso vibrar e pego meu celular, vendo uma mensagem de Erick:

"Os professores estão chamando todos nós para jantar no Plaza Campus, perto de Waikiki, por conta deles."

"Não me pergunte o porquê, mas só venham."

"Eu e Davi chegamos mais cedo, e tem cada prato que me mata a fome só de ver, vem logo!"

- Temos jantar marcado para agora – digo sorrindo olhando Cameron. – Nick e Nancy estarão também.

- Perfeito! – diz ele sorrindo e me beija novamente. Levanta-se e segura minha mão. Vamos para o quarto rapidamente e nos trocamos.

Cameron coloca uma camisa branca com uma estampa escrita "Vans" em florido, uma calça jeans marrom com um tênis branco. Coloco uma camisa azul e uma calça preta, acompanhado de um tênis preto também.

Chamamos um taxi e descemos ao hall do prédio, esperando pacientes pelo taxi. Quando finalmente chega, meu coração dispara e entramos. Suspiro fundo a trajetória todo em que fazemos para chegar no restaurante.

Quando finalmente chegamos, pago o taxi e salto, à espera de Cameron.

Observo a frente do Plaza, o quão chique e extravagante é. Flores por todos os lados, árvores em volta, velas, luzes, um karaokê com possível participação de uma "banda". Tudo muito perfeito. Respiro fundo, sentindo minha mão suar. Seco-a na barra da calça.

- Pronto? – pergunta Cameron ao meu lado. Olho-o com um sorriso extravagante em meus lábios.

- Estou pronto para qualquer momento, desde que seja com você – digo sorrindo.

Damos as mãos e entramos no restaurante. De repente todos os olhares se viram para nós e 'Thunder' começa a tocar incrivelmente agora. Olho para Cameron que acena para um casal que tampa os olhos dos filhos mais novos, nos olhando incrédulos.

Mando um beijo no ar para eles enquanto caio na gargalhada. Estamos perto da mesa, pois já reconheço Nick e Nancy nos olhando incrédulos. A raiva, a pura fúria nos olhares deles me causa total força por dentro.

Chegamos a mesa, sentando um ao lado do outro. Os professores e os outros alunos nos olham boquiabertos, exceto Erick e Davi que sorriem, como se estivessem gostando do que fizemos.

- E então, como estão? – pergunto me arrumando na cadeira e o professor de química, bebe todo o líquido em sua taça e a coloca na mesa novamente.

- Estamos todos ótimos, eu acho – diz Erick olhando o cardápio.

O jantar sai perfeito como devia ser. Nick e Nancy nos olhando a cada momento, aposto que pensando como podemos entrar num restaurante assim sendo que devíamos estar afastados por vergonha.

Termino meu prato de bife e salada. Tomo minha taça de vinho e descanso na cadeira. Cameron logo termina seu prato também, dividindo sua taça comigo e me dando leves selinhos.

- Com licença – diz um garçom se aproximando de nós dois na mesa. Olho de relance para Nancy que logo coloca a mão na boca, tapando um riso. – Gostaria de avisar que o nosso karaokê funciona de uma forma bem diferente: você pode ir lá e cantar ou escolher a música para alguém cantar.

Olho para Nancy, dando meu sorriso de: chupa essa.

- Bom, posso sortear qualquer um do restaurante todo? – pergunto e o garçom acena positivamente com a cabeça. Olho para Nancy e sorrio. – Pode escolher qualquer pessoa do restaurante, eu deixo.

Ela revira os olhos e levanta-se, olhando a sua vota. Então aponta para um canto, onde tem uma mulher de capuz tomando uma taça de vinho. Totalmente isolada na mesa. Ela levanta-se e acena com a cabeça, ainda de capuz.

- Moonlight, por favor – digo olhando a moça andar até o palco.

- É dedicatória? – o garçom pergunta. Respondo que sim e aponto para Cameron que logo fica vermelho.

Logo começa a tocara música e a moça tira o capuz. Rabo de cavalo no alto, cabelo castanho, olhos castanhos, sorriso meigo e de saltos altos. O que diabos essa garota está fazendo aqui no Havaí?

- O sol está se pondo, e você está aqui do meu lado – ela encaixa o microfone no tripé e um piano começa a tocar de fundo. – O filme está passando, mas não vamos assistir esta noite. Cada olhar, cada toque, me faz querer te dar meu coração – olho para Cameron que está boquiaberto. Não consigo não conter um sorriso. As luzes diminuem, focando somente em Ariana no palco. – Eu tenho uma queda por você, querido, continue do jeito que você é, porque eu não sabia, eu não sabia que você poderia segurar o luar com as mãos – ela tira o microfone do tripé e faz um gesto como se estivesse segurando algo –, até a noite em que eu te segurei, você é meu luar, luar.

Ela sai do palco andando devagar em direção a nossa mesa.

- Eu beijo a pontas de seus dedos, enquanto desejo que esteja em todo meu... Ele está bancando o Elvis para cima de mim – fica atrás de Cameron, passando a mão em seu abdômen. Vejo seu rosto estar todo vermelho. – Com um pouco de James Dean em seus olhos. Coloca seus lábios em meu pescoço. Me faz querer te dar todo meu corpo.

Ela pega minha mão e coloca em cima da mesa, em seguida faz o mesmo com Cameron, deixando sua mão por cima da minha.

- Eu estou apaixonada por você, querido, e não consigo parar porquê...­­ - olho para Cameron, ele está muito vermelho. Está sorrindo para mim, e eu não consigo esconder minha felicidade tão fácil. Abro um sorriso tão grande que expressa minha felicidade. – Eu não sabia, eu não sabia que alguém poderia segurar o luar e suas mãos, até a noite em que eu te segurei – ela volta ao palco, ficando de frente para todos agora. – Você é meu luar, lu-ar, querido estou me apaixonando, você é meu luar, luar – o som do piano se mistura com violinos e com violão de fundo.

Olho para a mesa, onde nossas mãos estão. Os dedos cruzados. Olho para o resto do restaurante, e mesmo com a luz fraca, consigo ver os rostos de algumas pessoas maravilhados com o timbre da minha melhor amiga.

- Eu te amo! – enquanto Ariana termina sua paleta final, ouço Cameron dizer perto de meu ouvido. Meu coração dispara, começo a suar frio, minhas pernas perdem o equilíbrio. O que três palavras não fazem com a gente?

Viro-me para ele, primeiro deixando um beijo em sua bochecha, e em seguida indo ao seu ouvido.

- Eu te amo muito mais! – digo sorrindo e ele se vira, me abraçando. Seus braços passam por mim, me puxando mais para perto de si. Fecho os olhos sentindo-me a pessoa mais segura do mundo.

Posso ficar assim pelo resto da minha vida, não me importaria nem um pouco.

- Suave como um doce, mas ele é um homem tão forte. Ele sabe o que exatamente me cause quando me abraça forte, e me chama de Luar também – ouço a letra final e é exatamente isso o que acontece. Ele me causa tantos sentimentos.

Todos começam a aplaudir, inclusive eu que até me levanto. Assovios rondam por toda parte e ela fica sem jeito no palco.

Logo todos paramos e voltamos a fazer o que fazíamos anteriormente, inclusive Ariana, que volta à mesa que estava antes, bebendo seu vinho.

- Você... como consegue ser tão babaca! – a voz de Nancy ecoa pelo restaurante todo. Ela se levanta na mesa, olhando furiosa para eu e Cameron.

- Vem, senta... – diz Nick segurando seu braço, fazendo um leve movimento para que ela sentasse.

- Não, tira essa mão de mim! – ela puxa seu braço brava, volta-se a nós e bufa, cruzando os braços. – Vocês não prestam! Idiotas, trouxas e babacas. Vocês pensam que são quem? – ela se curva para frente, apoiando as mãos com força na mesa. Franzo o cenho a olhando, cruzando meus braços juntos. – Vocês são uns merdas!

- Está com inveja, fofa? – diz Cameron e seguro uma risada. – O quê? Só porque eu posso beijar ele e você não?

Vejo Nick segurar uma risada.

- Vocês não podem simplesmente chegar aqui com essa festa toda! Aqui é um local de respeito, vocês não podem fazer isso! – ela está quase berrando e eu me levanto.

- Primeiro de tudo: aqui é um local público, qualquer um pode entrar, não importa qual sua orientação! – digo e ela fica com mais raiva. – Segundo que eu estou pouco me fodendo para vocês dois! Não importa o que qualquer um pense ou diga sobre mim, ou do Cameron, porque ao contrário de vocês, não procuramos mídia ou rostinhos bonitos para exibir! – ela serra os punhos ao lado do corpo. Seu cabelo está solto, caindo para trás. Seu vestido vermelho curto acaba perto dos joelhos, onde logo acima, na cintura, está uma cinta vermelha.

- Seus gays de merda! – ela berra e eu caio na gargalhada.

- Pelo menos não postamos vídeos de outros transando para tentar separá-los por uma porra de ciúmes! – digo sentando-me a cadeira e chegam dois seguranças, um de cada lado dela.

- Senhorita, terá de nos acompanhar até a saída – um deles diz e ela sai bufando pelo restaurante, sendo levada por eles. Ela vira-se para nós, mostrando os dedos do meio e mando um beijinho para ela.

- Vadia... – diz Cameron e começamos a rir.

- Sai para lá filha de demônio! – grita Ariana do fundo e todos do restaurante começamos a rir.

- Shawn! – Nick me chama e o olho, o mesmo está em pé a mesa. Camisa social com as mangas emaranhadas. – Não fomos nós que postamos o vídeo, e aliás, nem entramos naquela caverna! – diz ele e começo a rir.

- É mesmo? Então quem foi? – digo ainda rindo. – Inventa outra Nick Jonas, fala logo, admita, como conseguiu entrar lá antes de nós e como sabia que iriamos para lá?

- Eu estou falando caralho! Não fomos lá, passamos longe desta caverna – diz ele apoiando as mãos na mesa. – Reveja seus conceitos!

Ele sai andando pelo mesmo caminho que Nancy havia feito. Fito a mesa. Então quem foi? Quem poderia ter ido lá antes de entrarmos? Como sabiam que estávamos lá?

- Ah, claro, como não pensei nisso! – digo levantando da cadeira.

- O que foi? – diz Cameron levantando-se atrás de mim.

Corro até a mesa de Ariana. Como eu pude ser tão burro assim?

- Não deixe ninguém vir atrás de nós! – digo a ela e saio correndo do restaurante.

- Shawn! – Cameron grita e paro, olhando para ele. – O que aconteceu?

- Eu já sei quem postou, ou melhor, as pessoas que postaram o nosso vídeo – ele franze a testa e anda até mim. – Eles tiveram coragem de postar em anônimo, para que não soubéssemos, mas foram muito trouxas!

- Merda, não acredito! – diz ele passando as mãos na cabeça. – FILHOS DA PUTA!

- Agora sim eles vão levar o que merecem! – digo começando a correr. Cameron logo atrás de mim. Eles vão se foder bonito agora.

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