Acasos Felizes | André Silva...

By icmdreamer

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«Algumas pessoas entram na nossa vida por acaso, mas não é por acaso que nela permanecem. » Data de início: 2... More

Sinopse
Prólogo
Um
Dois
Três
Quatro
Quinto
Sexto
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Catorze
Quinze
Dezasseis
Dezassete
Dezoito
Dezanove
Vinte
Vinte e Um
Vinte e Dois
Vinte e Três
Vinte e Quatro
Vinte e Seis
Vinte e Sete
Vinte e Oito
Vinte e Nove
Trinta
Trinta e Um
Trinta e Dois
Trinta e Três
Trinta e Quatro
Trinta e Cinco
Trinta e Seis
2ªTemporada - "Segundas Oportunidades"

Vinte e Cinco

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By icmdreamer


19 de abril de 2017

Raquel

Eu sei que houve momentos da minha adolescência que eu saltei e que fui, de certo modo, privada de os viver porque tudo aconteceu demasiado rápido e eu fui obrigada a crescer. Uma das coisas com que eu acho que qualquer adolescente sonha é com aquela relação perfeita em que é acarinhada e bem tratada, em ter aqueles momentos em que se sente efetivamente feliz, como os passeios de mão dada com o namorado. Eu, pelo menos, sempre sonhei com isso e, apesar de ter estado numa relação com o Guilherme, eu nunca o tive. Não tínhamos uma relação convencional. Éramos mais amigos com benefícios do que propriamente namorados, apesar de eu ser apaixonada por ele. Eu sabia que nunca poderia exigir dele que fosse um namorado perfeito e, por isso, nunca o exigi e nunca tive nada daquilo com que sonhei. Até agora.

Neste momento, estou a passear à beira do Douro de mãos dadas com o André enquanto conversamos e trocamos carinhos como um casal apaixonado que somos. E isto era o meu sonho de adolescente ingénua e inocente, o sonho que ele tornou real. A cada momento que passo com o André, o meu desejo de que tudo isto dê certo só se torna mais forte, porque ele faz-me sentir tão bem, tão feliz que eu não quero que isto acabe nunca. Pela maneira como as coisas estão a acontecer, pela intensidade com que eu estou a viver esta relação, eu sei que se isto acabar – ou quando isto acabar – eu vou estar tão ou ainda mais destroçada do que fiquei quando o Guilherme me deixou e eu sei que não quero que isso aconteça.

- Viajaste para bem longe daqui por instantes. – o André comenta.

- Eu sei, desculpa. – digo, sorrindo.

- Posso saber no que é que estavas a pensar? – ele pergunta.

- Em nós. – respondo prontamente.

- Em nós? Como assim? – ele pergunta e eu preciso de pensar durante algum tempo se quero ou se sou capaz de falar disto.

- Bem, acho que temos uma longa conversa pela frente. – eu digo, sorrindo – Às vezes, eu penso demasiado, por isso acho que tenho muito que te explicar. – continuo, proporcionando uma gargalhada no André.

- Tenho todo o tempo do mundo e todo o gosto em ouvir-te. – ele afirma – Que me dizes de nos irmos sentar numa esplanada?

- Parece-me bem. – concordo, sorrindo-lhe.

Nós caminhamos em direção à zona das esplanadas e depois de encontrarmos uma esplanada agradável onde decidimos ficar, nós pedimos dois sumos de fruta naturais e duas tostas mistas, já que a tarde está a avançar rápido e ambos já temos alguma fome.

- Então, há uma coisa que tens de aprender sobre mim. Eu divago imenso. Parto de uma coisinha de nada e depois faço todo um filme de pensamentos na minha cabeça. – explico, soltando uma gargalhada – É um bocado estranho, eu sei, mas sempre fui assim. Sempre analisei demasiado as coisas e sempre racionalizei muito tudo. Acho que, às vezes, acaba por ser mais um defeito do que uma qualidade, mas é algo que não consigo alterar. – continuo, encarando os olhos castanhos do André que me observam com a máxima atenção.

- Então e para onde foi que o teu pensamento partiu desta vez? – o André questiona, atentamente.

- Do facto de tu seres a realização dos meus sonhos. – respondo, ainda que me sinta algo envergonhada com a verbalização dos meus pensamentos. Ele é tão especial para mim e tão importante que eu tenho sempre medo de dizer a coisa errada no momento errado – Eu passo a explicar. Como todas as adolescentes, eu sempre sonhei com a relação perfeita com o rapaz perfeito e isso consistia em alguém que me mimasse, que me tratasse bem e na simples imagem de passear com esse alguém de mãos dadas simplesmente a desfrutar da companhia dessa pessoa. – explico – E o Guilherme, o pai do Santiago, nunca me deu isso. Não é que me tratasse mal, mas nós não tínhamos uma relação normal e não fazíamos coisas normais de namorados. Ele não era a pessoa mais afetuosa do mundo ou, pelo menos, não o demonstrava. Então, eu nunca tive essa parte do meu sonho de adolescente realizada. Até agora. Tu és a realização de tudo aquilo que eu sempre desejei e isso deixa-me nas nuvens, como se tivesse voltado à adolescência que queria ter tido.

- Acho que agora me deixaste sem saber o que dizer... - o André comenta, passando a mão pelo cabelo como se de um tique nervoso se tratasse, o que me faz sorrir – Por um lado, é claro que fico muito feliz por ser eu a realizar esse teu sonho e a dar-te tudo isso com que sempre desejaste. Mas, por outro lado, deixa-me triste saber que houve alguém antes de mim que não te tratou como merecias e que, de certa forma, destruiu a tua adolescência. Aliás, isso deixa-me revoltado. Esse gajo mete-me nojo. – o André afirma com uma certa revolta na voz – Se eu te tivesse conhecido mais cedo, em vez dele, eu juro que te tinha feito muito mais feliz do que ele o fez. Ias ser a miúda mais feliz da escola, da cidade, do país!

- Já passou, André, já vai longe e não importa. – digo, entrelaçando os meus dedos nos do moreno, e sorrio-lhe perante a sua preocupação comigo – E, se queres que te diga, estou muito feliz por seres tu a realizar todos os meus sonhos, agora, porque o Guilherme foi um erro de casting e a única coisa boa que ele me deu foi só mesmo o Santiago. – afirmo convictamente.

- Fico feliz por teres melhorado os teus critérios de seleção. – o André brinca, fazendo-me soltar uma gargalhada alta, aligeirando um pouco o ambiente – Adoro o som da tua gargalhada. – ele elogia e eu coro um pouco. Quando é que eu vou aprender a lidar com os elogios dele?

- És um idiota, sabias? Mas confesso que acho que os meus critérios de seleção incluem o ponto que diz que o rapaz escolhido tem de ser um pouquinho idiota. – brinco também, fazendo com que o André se junte a mim na risota.

- Ufa, agora sinto-me muito mais aliviado. – ele dramatiza, fingindo passar a mão pela testa para limpar o suor fictício, e eu rio-me ainda mais.

O André faz-me rir, faz-me feliz e não há mais nada que eu pudesse pedir nele, porque ele tem tudo aquilo com que eu sempre sonhei. Eu estou tão apaixonada por ele!

Após alguns minutos em silêncio, em que ambos finalmente provamos as tostas mistas e os sumos que ficaram esquecidos no meio da conversa, eu decido tocar no tópico que para mim é mais complicado de expor mas de que sei que tenho de falar e seguir o conselho da minha mãe.

- Há outra coisa que eu preciso de te dizer... Quero dizer, não é que eu tenha algo para te contar, é algo que faz parte de quem eu sou agora e a minha mãe aconselhou-me a falar disto contigo, porque agora tu fazes parte da minha vida e é importante que percebas quem eu sou. – explico, tentando não meter os pés pelas mãos com todo o nervosismo que se acabou de apoderar de mim.

- Esse tom sério e nervoso está a preocupar-me. O que quer que seja, podes falar comigo, okay? Vou estar aqui para o que for preciso. – o André assegura, entrelaçando novamente os nossos dedos por cima da mesa e beijando a minha mão carinhosamente.

- Eu nem sei por onde começar a explicar isto... - suspiro, baixando o olhar dos olhos intensos do André – Ontem, antes do jantar em casa dos teus pais, eu estava praticamente a entrar em pânico e a stressar com tudo e mais alguma coisa. Comecei a stressar porque não sabia o que havia de vestir; eu, que nem se quer ligo muito a essas coisas! Não sei o que me deu, mas estava uma pilha de nervos e nem sabia bem o porquê. Até começar a pensar e a falar com a minha mãe. Depois percebi que estava a stressar porque quero muito que isto entre nós corra bem, porque preciso que isto corra bem. Eu gosto tanto de ti que eu preciso que isto resulte entre nós. Tenho tanto medo que tudo volte a correr mal que sinto necessidade de me esforçar ao máximo para não fazer asneira para que isto possa dar certo. – explico – E eu sei a teoria. Sei que para isto funcionar basta que nós os dois gostemos um do outro e nos esforcemos para que tudo corra bem. Eu sei o que o nosso futuro, teoricamente, só depende de nós. Mas também me conheço e sei que não consigo viver à margem do que os outros acham e do que os outros fazem que pode influenciar a nossa relação. Eu sou uma pessimista por natureza, então passo a vida a ver coisas que podem correr mal em todo o lado e, às vezes, eu deixo que esse pessimismo me consuma e acabo por sucumbir aos meus medos e às minhas inseguranças. O motivo pelo qual eu preciso que saibas isto é para não te assustares quando eu decidir stressar por coisas mínimas ou entrar em pânico sem razão ou quando eu fizer crises estúpidas e sem fundamento do nada. Porque provavelmente isso vai acontecer. Eu vou ficar preocupada com tudo e com todos e vou pôr macaquinhos na cabeça a achar que estou a arruinar a nossa relação, mesmo que não esteja. Eu só quero que saibas que, se isso acontecer, não tem nada a ver contigo. Sou apenas eu a ser paranoica, pessimista e insegura. Eu preciso que saibas tudo isto porque eu não te quero perder por causa das minhas paranoias. – quando termino, respiro fundo como se precisasse de restabelecer o meu ritmo respiratório após uma longa corrida e finalmente encaro o André, de novo.

- Eu não me assusto com facilidade, Raquel, e tu não me vais perder. Vai ser preciso muito para isso acontecer. Eu vou estar aqui de pé firme sempre que tiveres medo ou deixares as tuas inseguranças virem ao cimo. Porque eu também quero muito que isto resulte e vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que isso aconteça. Eu vou estar aqui para contrabalançar o teu pessimismo e te lembrar de todas as coisas boas. – o André afirma, acariciando a minha bochecha – Não faz mal stressares ou ficares com medo ou sentires-te insegura. O que eu preciso é que me digas quando te sentires assim. Preciso que fales sempre comigo sobre como te estás a sentir para eu poder ajudar-te, porque é normal que não estejas sempre bem. O que aconteceu contigo antes foi algo marcante e é normal que isso te influencie e te faça ter medo do que pode acontecer connosco. Eu não vou deixar que te sintas assim, mas preciso que cooperes comigo e que desabafes. Eu vou estar sempre aqui para te ouvir, sempre. Além de tudo o resto, vais ter sempre um amigo com quem podes contar em mim. – ele diz, convictamente, apertando a minha mão com mais força.

- Eu adoro-te, André. – suspiro, aproximando-me do moreno para poder beijá-lo, desesperada para lhe mostrar o quão grata estou que ele faça parte da minha vida – Adoro-te muito. – murmuro, ainda com os nossos lábios colados. 

***

Olá! É verdade, eu estou aqui, não desapareci! O problema é que entrei na faculdade e aquilo a que antes chamava tempo livre deixou de existir. Não tenho tempo para nada e isso faz com que se torne díficil eu passar por aqui para atualizar. Contudo, hoje despachei algumas das coisas que tinha para fazer mais rápido e decidi que devia vir aqui presentear-vos com um capítulo. Espero que tenham gostado!

Vou tentar aparecer mais vezes mas, nesta fase, não posso prometer nada, uma vez que muito em breve vão começar as frequências. Seja como for, eu posso prometer que esta história vai continuar, porque eu não vou desistir destes dois.

Obrigada a todos os que continuam desse lado!

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