O pecado do ouro

By AuraEtheral

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Os deuses gêmeos são completamente opostos em personalidades e conflitantes em atitudes, porém há algo que os... More

O ouro do pecado
A sábia imprudência
A impossibilidade justa
Reversão do yin-yang

O preço dos homens

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By AuraEtheral


"A alegria e a dor não vêm por si; respondem ao chamado dos homens." - Provérbio chinês


A Ordem é o pior deus de todos. Criou a discriminação na humanidade que, como consequência, menospreza quem não se enquadra no que consideram mais adequado. Para Min Yoongi, os seguidores dela são os seres mais desprezíveis da Terra. Obedecem cegamente aos mandamentos e perseguem quem não o faz.

Perseguido: é a palavra perfeita que define o rapaz. Tudo porque somente homens e mulheres podem se relacionar aos olhos do deus. É contra as leis amar alguém fisicamente igual, pois não foi o que Sunseo determinou. Sua família o persegue, seus "amigos" e até desconhecidos nas ruas, principalmente os Ordenos – seguidores da Ordem. Parecem farejar um "pecador" a distância.

Então, Yoongi está sempre em movimento, pois nenhum lugar é seguro. Nem quando se aliou aos Pró-direito de Amar escapou do extermínio. A maioria foi pega em um protesto e submetida a "conversão", os que fugiram decidiram unanimemente seguir seus caminhos e tentar viver do jeito que der.

Que merda de viver.

A perseguição continua e o Min estava prestes a desistir, a realmente dar um fim ao sofrimento de amargos anos, mas foi impedido. Seu coração impetuoso se perdeu nos cabelos pretos de tigela, nos olhos grandes e arredondados, no sorriso infantil e na voz branda do garoto no bar que se sentou consigo, pois, "o local estava cheio". O mais velho fora arrebatado e posto de volta no corpo. Ele não deveria se distrair justo quando conseguira três dias de sossego. Não podia cair na tentação, apesar do outro deixar muitas brechas de que também estava interessado.

Pensou em ir embora e fingir que nada aconteceu. Voltaria a vagar sem rumo por dentro dos murros até encontrar um bom lugar para morrer. No entanto, Jeon Jungkook tocou seu braço e o perfurou com as orbes escuras, o hipnotizando. Mais tarde, suas atitudes foram mais intensas e encarceradoras. Yoongi não tinha mais escapatória, teve de seguir vivendo, com o garoto e seus sentimentos envolventes. Correriam juntos pelo país, apreciando a companhia um do outro e ignorando o fato de serem pegos a qualquer instante por se amarem.

Dormindo embaixo de pontes, prédios abandonados e matas selvagens. Independentemente, se estava frio ou calor, seus corpos se união para acolher suas mentes conturbadas de terríveis lembranças da vida que tiveram antes de se conhecerem. Suas mãos alcançavam partes tensionadas, suas bocas aliviavam as angústias remanescentes, seus corações batiam pelo paraíso que figuravam para si nos momentos de intimidade.

Em uma noite após o sexo, o Min acordou e viu o Jeon ajoelhado na friagem da varanda da casa aos pedaços em que estavam. Parecia estar rezando, se aproximou em silêncio.

– ...há nada de errado – pegou a frase pela metade. – Sinto em meu coração. É, por acaso, algum tipo de provação? Não sei quem pode me ouvir, mas eu quero, sinceramente, poder viver em paz. Ei, Grande Justiça, não acha injusta a forma como as coisas vão por aqui? Ou estamos pagando pelos pecados de outros? Quem pecou para sermos tratados assim? Eu amo Yoongi-hyung e quero permanecer o amando em um mundo melhor. Por favor, alguém faça alguma coisa. Eu imploro – fungou baixo.

São mesmo tempos desesperadores, todavia, rogar aos deuses não adiantará. Foram esquecidos, largados aos homens maus com complexo de autoridade. O deus da sexualidade que poderia ajudar é considerado pagão, tem pouco poder diante da grande crença dos Ordenos. Os outros são covardes e os Soberanos não se importam. Não há esperança, só desgraça crescente.

Desde que a rota da seda foi fechada, os acordos indochineses anulados, a "união" com a Coreia e a construção da muralha territorial, todos os habitantes vivem enclausurados, completamente cegos com o que tem acontecido no restante do mundo. O Império Sino-coreano prospera através do trabalho árduo da população, sem influências externas. Guiados somente pelas doutrinas da Ordem e outros deuses menores que consideram respeitáveis.

Yoongi quis ter esta mesma disposição que o mais novo de ainda acreditar, entretanto, nunca foi um devoto ao sobrenatural. E o sujeito intrometido que se senta com eles na mesa da taberna clandestina, não melhora muito a situação. Tem olhos curiosos, cabelos ondulados e um grande sorriso no rosto.

– Olá – cumprimenta, animado.

– O que quer? – indaga de forma grosseira o Min.

– Calma, só quero transmitir uma mensagem – o outro levanta as mãos na defensiva. – A propósito, sou Hoseok – sorri mais.

– Seja o que for, não estou interessado – só faltava alguém da resistência querer pedir algo depois de anos.

– Pois ficará bastante interessado quando ouvir, Min Yoongi – fala em tom de sermão. Ele se recosta com um olhar de desdém. Quem essa pessoa pensa que é?

– Se Kyungji te enviou, pode retornar com a minha recusa – Yoongi toma um gole de cerveja.

– Não tenho ideia de quem caralhos é "Kyungji". Eu vim a mando da Justiça – Hoseok balança a cabeça com uma expressão séria. – Ela ouviu suas preces, Jeon Jungkook – se vira para o rapaz ao lado do mais baixo.

– Ouviu? – ele está perplexo. – Tipo, o Deus Supremo da Justiça?

– Sim – assente o estranho.

– Que besteira – desacredita o Min.

– Sou muita coisa, menos mentiroso – irrita-se, o fuzilando com o olhar.

– E o que ela tem a nos dizer? – o mais novo se inclina para a frente.

– Jungkook, não cai nessa – seu namorado tenta convencê-lo.

– Mas eu quero saber – insiste. – Conta – volta-se para o outro que os observava com um sorriso pequeno na face.

– São notícias até que boas, tendo em vista que estão na merda – começa já instigando o de cabelo de tigela. – Vocês poderão ter uma vida feliz através de um milagre, porém há consequências. E existe uma outra opção que vocês também podem ter uma vida feliz em proporções diferentes, só que Yoongi terá de fazer algo que pode dar trabalho, mas melhorará a vida de muitos.

– O quê? O que eu tenho a ver com isso? – Só faltava essa mesmo.

– Olha, é uma longa história... – ele olha ao longe.

– E o que Yoongi-hyung tem que fazer? – Jungkook continua intrigado.

– É sério? Você 'tá acreditando nele? – exaspera-se o Min. – Há milênios não ocorre uma manifestação divina, acha que num lugar como esse, um enviado dos céus vai aparecer e trazer a solução para nossos problemas só porque você voltou a orar?

– Por que não? – rebate.

Yoongi revira os olhos.

– Você é impossível! – uma voz raivosa se aproxima. – Me abandona e não deixa rastro.

– Desculpe – ri um Hoseok sem graça. – É que eu os encontrei.

– Ah – o outro estranho de cabelos castanhos se senta ao seu lado. – Temos que criar um plano – diz, convicto.

– Quem diabos é você? – Min eleva o tom.

– Diabo é outra pessoa, eu sou Namjoon – responde, didático.

– Deve ser mais um emissário divino com a ladainha de milagre e eu ter de fazer algo – debocha, sem paciência.

– Não é "ladainha" e eu não sou um emissário – soa firme. – Sou um deus. Soberano, para ser mais específico.

– Um Soberano! – exclama o Jeon.

– Olha, eu tenho certeza de que não nasci ontem – o mais baixo de todos toma mais de sua bebida.

– Não tem que acreditar que somos divindades. Só tem que, aos menos, ponderar sobre as propostas oferecidas – Hoseok parece estar perdendo a paciência.

– Vocês são deuses de quê? – questiona o mais novo com os olhos brilhando.

– Eu sou a Imprudência – arqueia as sobrancelhas.

– E eu sou a Sabedoria – Namjoon sorri de canto.

– A Grande Sabedoria! – o menor fala alto, mas ninguém além do grupo parece dar atenção.

– Ah, dá licença. Eu nunca ouvi falar de Imprudência alguma – Yoongi se arruma na cadeira. – E Sabedoria? Sério? Usando jeans e casaco de lã. Andando pela Terra e com a Imprudência? Não me parece muito sábio – tira as mexas acaju da testa, fitando o mais alto.

– Primeiro: Hoseok é desconhecido dos humanos desde os primórdios – o encara o mais alto. – Segundo: o nome disso é cardigan – chacoalha o citado. – Terceiro: através da imprudência que se obtém sabedoria, Min Yoongi.

– Pensei que era estudando que se fica sábio – comenta.

– Foi com atos falhos que chegaram aos acertos, logo, a sabedoria – continua o mirando com seus olhos tempestuosos. – O importante aqui é você cumprir o que lhe foi designado há anos – Namjoon ajeita a postura. – E precisamos de um plano perfeito.

– O que me foi designado? Do que 'tá falando? – Yoongi gesticula exagerado. – Esse maluco veio agora com esse papo – aponta para a dita Imprudência.

– Hyung, vamos ouvir primeiro – Jungkook segura sua mão por baixo da mesa, tentando acalmá-lo. O resultado foi um coração se derretendo pelo carinho recebido.

– Não contou para ele? – a tal Sabedoria fuzila o ser ao seu lado.

– Eu 'tava chegando lá... – faz uma careta.

O acastanhado suspira.

– Já te falei que há situações em que deve parar de falar a primeira coisa que vem a mente e ir direto ao ponto. E ele realmente precisa acreditar que somos divindades, Hoseok.

– Por quê? Não dependo da fé de ninguém.

– Você surgiu por causa dela – rebate.

– E tenho vivido muito bem depois que me deixaram, nem sabem que existo – faz um bico, desgostoso. – Sou completamente independente.

– As ações de praxe te mantêm, não se ache – o outro revira os olhos.

– Eu acredito em vocês – intromete-se o Jeon, tímido. O Min fechou os olhos, desistindo da tamanha ingenuidade do namorado.

– Uwa, que fofo – Hoseok sorri, comovido. – Vamos adotá-lo, Namjoonie! – sacude o braço do – provável – deus.

'Tá de sacanagem. Yoongi já está impaciente.

– Temos coisas mais importantes a tratar – o repreende. – Depois falamos sobre isso - O QUÊ? O menor arregala os olhos e o outro se volta para ele. – Sabe sobre o passado da família Min?

– Sim, eram todos incrédulos e depois se tornaram submissos a Ordem – responde de imediato. – O que é que tem?

– Tudo. Sabe que tem uma linhagem muito antiga, não é? – Yoongi concorda. – Pois saiba, também, que causaram a morte de muitos espalhando seu ceticismo antes do estabelecimento do Império e bem depois da última manifestação divina para a humanidade até aquele momento. Deuses recém-formados e em formação sumiram e nunca retornaram, regras foram quebradas e barbáries cresciam a cada dia – Namjoon põe as mãos com os dedos entrelaçados sobre a mesa e as espiou rapidamente, piscando e tomando fôlego. Algo na forma como falava capta a atenção do Min. – Mas tudo piorou quando notaram que não deveriam seguir o que fora estabelecido pelas Entidades Supremas. Foi o período mais obscuro da história e foi o estopim para que a Justiça e a Temperança tomassem uma providência. Demoraram a agir na esperança de que o Equilíbrio ajeitasse tudo com o tempo, contudo, foi na mesma época do auge da omissão da Verdade. Não ouve equilíbrio porque a Mentira se enfraqueceu por muitos acreditarem em verdades tolas.

– Admito que fiquei bem forte naquele período – declara Hoseok.

– Continuando – a Sabedoria arqueia uma das sobrancelhas, ignorando o amigo. – A Temperança extraiu de si uma parte de sua essência e a pôs em um artefato moldado pela Justiça. A lançou em um ponto alto na Terra para harmonizar a energia das pessoas, mas o objeto foi pego por um Min que passava perto e teve sua visão espiritual mudada ao toca-la, assustando os familiares. Decidiram, então, esconder o artefato em um poço fundo que fizeram. A Temperança não soube reagir a isto e a Justiça quis penalizá-los. Porém, a orgulhosa Ordem foi intervir, se manifestando a humanidade pela última vez. Mostrou que deuses existem e os protegem, que é crucial seguir os mandamentos e acreditar. A partir daí, surgiram seus devotos. Os Min se arrependeram, a maioria participou do surgimento dos Ordenos, outros só deixaram de ser descrentes e poucos, é claro, não aceitaram a dependência voltada a um divino. Nisso, bom, você estudou na escola sobre o desenvolvimento do Império embasado na Grande Ordem e seus dogmas, não é? – encara Yoongi, finalizando a aula de história.

É informação demais, entretanto, acompanhou do início ao fim, entendendo e... até achando sentido? Parece um relato sincero, embora soe como uma lenda ridícula. Talvez, a criatura alta lhe analisando seja boa de lábia, além de charmosa em face. Seu cérebro briga com o coração, dizendo um "não acredite" contra um "ele está falando a verdade". Umedece os pequenos lábios.

– Resumindo: toda essa merda de anos atrás e de hoje, é culpa da minha família.

– Exato! – exclama a Imprudência, achando graça da situação.

– E eu 'tô pagando por isso sozinho?

– Não, o carma não gira ao seu redor – revira os olhos.

– Mas está pagando parte do ocorrido. Assim como os descendentes de cada família que aceitou a filosofia Min. Um em cada geração – esclarece Namjoon. – Você é o último devedor e a dívida está quase quitada, por isso, o milagre ou a tarefa estão à sua disposição.

– Eu não entendi muito bem – Jungkook se pronuncia, após se concentrar em processar tudo que foi dito. – Foi eu que fiz o pedido pelo milagre.

– Sim, mas você não precisaria pedir para que acontecesse – explica com gentileza. – Um simples lampejar de pensamento desejando isto, te faria conseguir o que quer.

– Então, por que não pode nos dar de uma vez? – Yoongi indagou ligando os pontos dispostos.

– Porque ficará um ciclo vicioso de dívida e pagamento – o Imprudente bateu na mesa, estressado. – Eu sei que o ser humano é um bosta fodido, mas tem gente que presta. Se escolher o milagre, vai viver feliz com seu namorado fora daqui, enquanto essa nação perece nas mãos desses bastardos que sua família criou. Se escolher a tarefa, vai salvar vidas decentes, exterminar os cuzões, concertar a burrada dos Min e poder viver feliz com seu fofinho, mesmo que a chance seja baixa – dispara.

Os rapazes o encaram abismados e o Sábio passou a mão no rosto redondo.

– Como assim "exterminar os cuzões"? E chance baixa? – questiona o Min, desconfiado.

– Sua tarefa não é fácil – Namjoon começa. – Pode ser que consiga e pode ser que não. O artefato está no centro da Ordem Imperial, será um alvo fácil. Mas não é impossível conseguir entrar lá, pegar o que quer e sair, liberando o poder que dizimará todos os Ordenos e os fanáticos, restando só as boas almas.

– Isto vai matar mais da metade da população do país? – amedronta-se.

– Sim – a Sabedoria retruca simples.

– Não, não farei parte disto – nega veemente. O de madeixas acaju tem seus princípios, não é um monstro. – Eu escolho o milagre.

– O QUÊ? – Hoseok se exaspera. – Depois eu que sou o idiota, ignorante, sem cérebro, burro, inconsequente, individualista. Está se ouvindo? Está sendo egoísta!

– Egoísta por não querer me igualar a quem odeio? – eleva a voz. O Jeon toca seu braço, dizendo para se acalmar. – Não, é inaceitável essa opção. Vou matar para ter liberdade? Inacreditável.

– Você não vai matar ninguém – a Sensatez diz baixo com a mão nos cabelos.

– Mas serei cumplice – Yoongi se descontrola a cada instante, visualizando a mansidão na cara de um e o cenho franzido do outro, cheio de raiva.

Qual é o problema desses deuses? A vida humana é tão ínfima para a tratar assim? Cadê a compaixão?

– Então, vai deixar pessoas sofrerem? – a expressão fechada da Imprudência lhe mirando, o assusta a cada segundo. Seu corpo está em guarda, parece pronto para dar o bote, pular na mesa e esganar o Min até mudar de ideia. Quem sabe, espancá-lo até a morte ou, simplesmente, torná-lo um ignorante com seu poder divino. Qualquer opção é horrível. Ele coça a nuca com nojo estampado na face. – Preciso te informar que irá se culpar dessa decisão? Não está pensando direito, está agindo por impulso – passou a língua por dentro da boca. – Quando aceitar o milagre, vai lembrar dessa conversa e de que está deixando vários como você, injustiçados, carregando os fardos dos impiedosos, algo que sua família fez e você poderia ter desfeito. Eu sei que isso vai te consumir e a felicidade nunca te alcançará, assim como todas as noites em que transa com seu namorado. Tenta esquecer as agressões que sofreu e, ao dormir, elas o assolam em pesadelos – desvia os olhos para a caneca de cerveja vazia do mais baixo. – Esse é seu último pagamento, Min Yoongi: o sacrifício para o equilíbrio. Prefere lembrar da morte de homens maus e da vida de homens bons ou da morte de homens bons e da vida de homens maus?

O rapaz treme na base. Faz sentido, afinal, para um ganhar, outro tem que perder. Mas matar é errado. Não quer isso em sua consciência.

– A Temperança não queria harmonizar a energia de todos com sua essência? Por que agora isso mata?

– Porque são outros tempos. Naquela época, havia esperança e o preço era menor. Agora, harmonia virá quando a justiça for cumprida – responde o pensativo Namjoon.

Yoongi sente suas mãos sendo envolvidas e olha para Jungkook. Parece temeroso mordendo o lábio com suas escuras orbes inquietas. O gesto deixa claro que apoiará o namorado em qualquer decisão, mas o próprio sabe que ele escolheria a mais perigosa, assim como quando se aproximou do mais velho três anos atrás naquele bar sujo e cheio de pessoas dentro dos padrões, arriscando ser descoberto e, consequentemente, quase arrastando o Min consigo.

– Está demorando muito para decidir – Hoseok bate o pé no chão. – Vou facilitar as coisas: quer estagnar ou agir?

Yoongi fita o deus Impulsivo. Suas feições neutras abrandam e se tornam curiosas. A Imprudência não é tão imprudente assim. Mas só porquê é esse tipo de divindade, não significa que tem de ser necessariamente burro. Às vezes um ato incalculado é mais efetivo do que pensar em demasia e acabar fazendo merda. E um imprudente pode ter seus momentos de raciocínio. Afinal, os humanos são assim.

– Quero agir – responde firme, entrelaçando os dedos com os do Jeon que sorri de orelha a orelha, contente.

– Ele escolheu yang. É um sinal! – o impulsivo fala animado com o sábio.

– Que tipo de sinal? – questiona o outro.

– Temos que montar o plano logo – o ignora. – Não podemos interferir muito, então, auxiliaremos com o crucial. Qualquer coisa, saibam que os deuses estão ao favor de vocês. É só terem fé que daremos uma forcinha – pisca travesso para os rapazes. – Ah, Namjoon, você tem que avisar ao Taehyung. O coitado deve estar se contorcendo neste momento.

– Sim, estou indo lá – vai se levantando.

– Cuidado e volte para mim – Hoseok avisa, manhoso. – Enquanto isso, vou chamar reforços – pega o celular.

– Ok, eu... O quê disse? – Namjoon para de súbito, retornando. – Que reforços?

– Os gêmeos, é claro – continua digitando.

– Enlouqueceu? – a Sabedoria se engasga. – Toda vez que veem a Terra, algo ruim acontece, principalmente, por causa do Sin.

– Yoongi escolheu o bem – Hoseok esboça olhos suplicantes. – A harmonia pode não o atingir por causa da culpa de contribuir com as mortes. Jin terá de agir e equilibrá-lo. Sabe que se chama um, o outro vem junto. Como peça um, leve dois – Namjoon está abismado. – Não faça com que ele se torne um passivo depois de tudo.

– Por todo o meu conhecimento! Você pensou nisso? – o mais alto o fita, maravilhado.

– Sim! – A Imprudência parece ofendida. – Todos esses séculos e você ainda me subestima – vira a cabeça zangado.

– Não é isso, Hoseokie – se senta, o abraçando de lado. – É que eu não tinha pensado nessa questão.

– Oh, estou te contaminando? – ele volta a dar-lhe atenção. – Finalmente está surtindo efeito – riem um para o outro.

– Desculpe cortar o clima, mas não estão com pressa? – Yoongi os interrompe.

– Sim, sim. Tática Min Yoongi Ativo Concertando as Merdas de seus Ancestrais – diz Hoseok.

– Tática MYACMA? – sugere Jungkook.

– Own, que fofo ele. Criou uma sigla. Precisamos adotá-lo agora, Namjoonie! – seus olhos somem em meio ao largo sorriso encantado.

– Depois que tudo der certo, Hoseok – acaricia a face do outro com o polegar. – Chame os gêmeos – e saiu.

– Ei, vocês não vão adotá-lo! – exclama o Min inconformado, mas o deus a sua frente já está com o telefone celular no ouvido.

– Não se preocupe. Se me adotarem, você virá no pacote – brinca o Jeon. O namorado estreita o olhar para ele.

– Sin? Quanto tempo! – Hoseok cumprimenta o ser do outro lado da ligação. – Vocês o quê? Ah, me poupe. Só sabem trepar o dia todo. Enfim, temos que conversar sobre... Não! O quê? NÃO! Eu e Namjoon estamos bem, não precisamos disso. Vocês são a geração conseguinte dos gêneros, nós não fomos influenciados. Para de tocar na mesma tecla toda vez. Mais de duzentos anos sem falar contigo e o mesmo assunto vem à tona... Deixa-me falar, é importante, seu satiromaniaco!

– Parece que vai demorar – Yoongi acomoda-se melhor no assento. Ainda segura a mão do namorado, ele fez um carinho de leve nela.

– Hyung, sua aposentadoria de revolucionário foi revogada – fala o mais novo.

– É, mas fazer o quê se eu gosto de ser ativo? – e faz uma cara safada bastante sugestiva para Jungkook que ri sem graça, batendo em seu braço.

No fim, o plano mirabolante deu certo. Vidas se foram para que outras vivessem em algo próximo da paz. Yoongi e Jungkook foram felizes na medida do possível. O país colapsou. As outras nações tentaram invadir ao descobrir, mas o Deus da Luz criou uma barreira pelo território, protegendo todos os habitantes locais até que se reergam.

Mas, na verdade, é porqueos gêmeos decidiram passar um tempo na Terra. A barreira durará até que voltempara o plano divino e isto pode demorar muitos anos.   

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