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Então…
Assim…
Yoongi não queria alarmar ninguém mas o relógio já marcava oito e vinte e oito da noite e o ômega ainda vestia-se às pressas, diga-se de passagem, para a marotona que faria até à sala de Química.
Ou morria pelo cansaço ou morria nas mãos da professora.
Praguejou e amaldiçoou o maldito mas muito conveniente momento em que se deitara em sua cama e resolvera dormir sem pôr algum despertador para acordar. Mas Yoongi era muito burro mesmo.
Com as calças caindo e a camisa do avesso, correu que nem um louco trombando em todos aqueles que se atrevessem a ocupar caminho enquanto tentava do melhor jeito possível, ajeitar a roupa no corpo. Quase bateu com a cara nos armários que eram dispostos no corredor umas quatro vezes depois de tropeçar no próprio chinelo.
O desespero do Min era grande. Ele realmente não queria ganhar horas no castigo a mais ou então, uma segunda detenção. O que era muito provável.
Acelerou a corrida assim que viu um grupinho inusitado perto da saída do dormitório. Claramente passou reto, ignorando os chamados de Jimin e Jungkook, as caras de espanto de Namjoon e Jin e olhar questionador de Taehyung sobre si. Não que estivesse constrangido ou alguma coisa do tipo, Yoongi apenas sabia que se parasse um minuto sequer para conversar com seus amigos – e namorado de mentirinha – provavelmente só saíria dali quando já fosse meia-noite.
Cerca de pouco tempo depois correndo, suando, com o coração batendo forte no peito e a garganta ardendo mais que lava. Yoongi finalmente adentrou o corredor onde situava-se a sala de Química.
Estava tudo muito quieto e escuro para o gosto dele; o Min cogitou que a professora tivesse ido embora até ouvir algo se partindo e um gritinho logo em seguida. Aproximou-se devagar com um medo inacreditável de rodar a maçaneta e ver uma cena de assassinato ou coisa parecida; tal e qual aqueles filmes de gente com olhos grandes vulgo americanos que seu irmão gostava de assistir.
Encostou-se na porta tentando escutar algo mas a única coisa que ouviu foi uns barulhinhos pequenos como se alguém estivesse resmungando infinitamente. Suspirou, tomando coragem e abriu a porta, estranhando de cara a escuridão da sala.
— Ei! Quem está aí?— ouviu a voz de quem quer que fosse que estivesse naquele breu todo e forçou a visão tentando enxergar algo dentro da sala. Era nesses momentos que Yoongi gostava de ser um alfa.
— Min Yoongi.—respondeu por fim.— Eu tenho uma detenção a cumprir nessa sala.— explicou quando não teve resposta.— Quem é você?
Como já era algo característico da vida do ômega, Yoongi nem se importou quando não foi respondido mas preocupou-se assim que ouviu o barulho de algo se partindo e um gemido de dor por parte do desconhecido.
— Cara?— não houve resposta.— Você está bem? Posso ligar a luz?
—NÃO! — berrou, assustando o Min que mesmo assim, levou a mão até o interruptor tornando o conteúdo da sala finalmente visível aos olhos do ômega curioso.
A sala estava o que qualquer podia chamar de um mini caos. Tinha umas cadeiras pra lá e pra cá, objetos no chão. Os quatro armários da sala estavam todos abertos e vazios porque tudo estava largado em cima da mesa da senhorita Hyuna.
— Mas o porra você fez?— foi a única coisa que saiu da boca de Yoongi até reparar nas roupas que estava no chão. Arregalou os olhos.
Por favor que não seja aquilo que eu estou pensando, rogou aos céus enquanto levava seus olhos à figura até então desconhecida. Desviou os olhos assim que reparou na nudez do outro.
— Porquê que você está nu?— questionou. Mudando de ideia depois.— Na verdade nem precisa responder. Poh com tanto lugar melhor para fazer isso e você faz logo na sala de Química.— resmungou indignado fazendo careta.
— Não é nada disso que você está pensando.— o outro gritou com avoz meio fina e arranhada.— Eu sei que parece estranho mas eu nem to acompanhado e sério, seria broxante bater punheta em sala de aula.— defendeu-se, gesticulando com os braços e fazendo menção de se aproximar de Yoongi.
— Tá mas não se aproxime.— pediu ou implorou. Yoongi não sabia.— Veste algo logo.
— Me dá minha cueca aí, então, por favor.
— O quê?— O ômega encarou a face do outro descrente, não entendo a pergunta e achando de verdade, que o fulano adepto a nudismo estava pedindo a cueca de Yoongi emprestada.
— Voce tá com o pé em cima dela.
— Ah sim.— respondeu, pegando a cueca preta cuidadosamente e esticando o braço para que o outro pegasse.
No processo todo, o Min acabou baixando o olhar até ao tronco desnudo do ruivo e com certa curiosidade reparou na grande e intimidadora cicatriz que ía de seu ombro até a barriga. Franziu o cenho enquanto analisava o formato das garras que outrora, cem por cento de probabilidade, rasgaram a carne do- e finalmente, Yoongi parou para para cheirar o ar e descobrir de que classe o outro era. Ficou confuso sentindo a essência doce mas ao mesmo tempo forte, uma mistura curiosa que impedia de saber se o ruivo desconhecido era um ômega ou um alfa mas chutou ser ômega.
— Você só vai vestir isso?— perguntou curioso assim que o garoto jogou suas calças longe ficando apenas com uma camiseta branca enorme tapando seu corpo.
— Caiu um ácido estranho na minha calça.— apontou para perna mostrando um vermilhão característico que ficava depois da regeneração lupina.— Em parte esse é o motivo disso tudo aqui.— suspirou com uma cara de paisagem, rindo logo em seguida como se se lembrasse de alguma coisa.
Moço estranho.
— Como isso aconteceu? Qual é o seu nome? Onde está a professora Kim?
— Primeiro, foi tudo um grande acidente. Não queira nem saber.— riu novamente passando as mãos pelos fios perceptívelmente tingidos de vermelho. Ele era estranho mas não deixava de ser muito bonito.— Segundo, Jung Hoseok. Prazer em conhece-lo Yoongi-ssi, você tem quantos anos? É pra saber se é meu hyung. Você parece ser mais novo.
— Dezoito.— respondeu adentrando a sala e fechando a porta atrás de si. Aproximando-se do lugar onde Hoseok estava momentos antes de andar para o fundo da sala. Riu soprado vendo alguns frascos partidos no chão.
— Oh você é mais velho! Devo chama-lo de hyung?— perguntou animado. Yoongi não o respondeu.
— Onde está a professora?
— A senhorita Hyuna falou que nós deveriamos arrumar todos as coisas por ordem alfabética e cor e foi embora. Apenas avisou que passaria às dez para ver se a tarefa estava feita e se você veio mesmo e não ficou dormindo. Palavras dela.— explicou e o Min logo percebeu que ele deveria ser outro não afortunado alvo das detenções da professora de Química.
— O que você fez para estar aqui?
— Você sabe como a professora é, hyung. Eu só troquei os nomes dos reagentes e ela ficou puta comigo. Sem motivo nenhum, pode isso?— riram ambos. O tom e a indignação do Jung era realmente engraçado para Yoongi.
Mesmo com preguiça, o azulado ajudou Hoseok a arrumar a sala antes de começarem a organizar os armários. A tarefa não era difícil por mais que parecesse e acabaram relativamente rápido. Talvez a conversa boa que estavam tendo fizesse Yoongi não se dar conta dos minutos se passando. Tudo ía bem até começarem um discussão sobre a cor de um dos frascos.
— É rosa!— Yoongi já estava ficando com dor de cabeça.
— É vermelho. A cor é igualzinha a do meu cabelo, hyung!— teimou o outro, agarrando o próprio cabelo e comparando com a cor do líquido do frasco.
— Você é cego Hoseok. É claramente rosa.
— Puta que pariu. É vermelho!
— Você tem de ir ao médico, seus olhos tão com defeito, meu caro dongsaeng.— debochou.— É rosa.
— Caralho, tu é muito daltónico hyung. Com todo o respeito, vai tomar no cu porque isso é vermelho.— Hoseok já estava estressado e se duvidar com mais dor de cabeça do que o Min.
— Cuidado com o palavreado e o único daltónico aqui é você.— resmungou pegando o frasco da mão do maior antes que este o deixasse cair.— Daltónico e desastrado.
— É vermelho.— suspirou, sentindo-se cansado.— Você não é um ômega? Ômegas não tem toda aquela coisa dos olhos sensíveis e tals?
— E têm!— afirmou, analisando o frasco que tinha em mãos.
— Então como é que você não percebe que isso é vermelho, hyung.— suspirou desta vez dramaticamente. Os olhos mostrando a sua indignação.
— Cala boca Hoseok. Tá escrito aqui que é margenta, ambos erramos. Se bem que eu estava mais perto do que você.— sussurrou a última para que o outro não escutasse, levando o frasco ao armário e pondo no seu devido lugar. Virou-se pegando outro para guardar até perceber de um detalhe que tinha passado despercebido por si.— Você não é um ômega?— perguntou da maneira mais sutil que conseguia.
— Não.— riu embaraçado.— Sou um beta.
—Sério?— questionou surpreso.— Você têm cheiro e betas não têm cheiro. — explicou como se não fosse já óbvio.— Desculpa, estou sendo inconveniente.
— De boas hyung, não faz mal.— juntou-se ao ômega na tarefa, ajudando a arrumar as coisas.— Eu nunca tive o heat ou algo do género então não posso ser considerado um alfa ou um ômega.— suspirou, fazendo um pausa como se pensasse direito naquilo que diria.— Eu nasci com cinquenta por cento de chance de ser um ômega lúpus ou alfa lúpus, no final não acabei sendo nenhum dos dois.— seu rosto iluminou-se de repente. Estava tendo aquelas ideias doidas.— Tem chance de eu ser um beta lúpus?— riu.— Bom, o cheiro é algo que eu vou carregar para sempre comigo mesmo sendo um beta. Nenhum médico conseguiu explicar o porquê de eu ser o único beta no planeta com cheiro mas culpam sempre um acidente de anos atrás.
— Sua cicatriz…
— É.
— Lamento.— foi a única coisa que saiu de sua boca e a única que conseguiu dizer. Recebeu um soco fraco no braço e acariciou o braço enquanto Hoseok ria escandalosamente.
— Não lamente porque eu não lamento. Foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. Eu amo ser um beta da mesma maneira de amaria ser qualquer uma das outras classes como é claro.— falou chamando a atenção de Yoongi.— Assim, não querendo ofender, mas não tenho cios, não dependo de ninguém e o meu corpo não é nem forte e nem fraco demais. Não tenho a sociedade em cima de mim impondo coisas que eu não quero fazer além do que se fosse um alfa ou até mesmo um ômega não poderia ser dançarino. E ainda me consigo passar um ômega/alfa quando eu quero. NÃO querendo ofender como é óbvio.— Yoongi riu.
— Céus, você é muito espontâneo.— riu novamente.— É. Ser um beta parece ser muito bom.
— Não é só bom, é maravilhoso. Um dia eu te mostro as vantagens de ser beta.
Às vinte e duas horas em ponto, como o prometido, Yoongi e Hoseok foram liberados para voltarem aos seus respetivos dormitórios depois de ouvirem um belo sermão da senhorita Hyuna.
— Me passa seu número?— Yoongi pediu assim que chegaram ao Hall de entrada e Hoseok começou a despedir-se de si.— Você não ía me mostrar as vantagens de ser um beta?
— Ah claro.— trocaram os números rapidamente e desoediram-se indo em direções opostas. Yoongi já estava quase entrando em corredor quando Hoseok gritou seu nome.— Aí a gente pode dá uns pega só na brotheragem, também.
O Min riu, abanando a cabeça e seguindo seu caminho. Entrou no corredor, desatento, batendo contra o corpo de alguém. Afastou-se segurando o mariz dolorido enquanto olhava para um Taehyung de pijama, com as mãos nos bolsos e os olhos pregados em si.
— Com quem você estava falando?— Taehyung perguntou assim que o ômega abriu a boca para provavelmente despejar um monte de palavrão no Kim.
— Com o Hoseok.— respondeu simples.
— Hoseok?
— Sim.— arrastou o corpo para lado, circundado o lúpus e passando por ele. Mas parou assim que o mesmo segurou seu braço.
— Me encontre amanhã na biblioteca.
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