Um dia depois de Luhan morrer, eu recebi esta mensagem:
Sinto informar que precisei dar fim à minha própria vida. Estou adiando esta decisão há muito tempo, e ela é minha e de mais ninguém. Sei que isso lhe causará sofrimento, e lamento que seja assim, mas saiba que eu precisava acabar com a minha dor. Não tem nada a ver com você, mas tudo a ver comigo. Não é culpa sua.
Xiao Luhan
Ele enviou o e-mail para os pais e para mim. A polícia de Seul também o recebeu, junto com outra mensagem que os informava em que motel e em que quarto ele estava, que veneno tinha ingerido e pedia que seu corpo fosse manuseado com cuidado. No travesseiro do quarto, havia outro bilhete – instruindo a arrumadeira a chamar a polícia e não tocar no corpo–, além de uma gorjeta de 50 dólares.
Ele programou o horário de envio dos e-mails, assim, quando nós os recebêssemos, já estaria morto havia bastante tempo.
É claro que eu não sabia de nada. Então, quando li o e-mail de meu amigo pela primeira vez na biblioteca pública da nossa cidade, achei que fosse algum tipo de brincadeira. Ou um golpe. Liguei para Lu. Como ele não atendeu, telefonei para os pais dele.
– Vocês receberam o e-mail de Luhan?
– Que e-mail?