O Primo do Noivo - Dramione.

By _PowerGirl00

13.6K 1.3K 3.9K

Ela quer salvar a família da miséria. Ele não quer ser deserdado. As famílias armaram tudo. Eles só precisam... More

Prólogo.
01 - A Solução
02 - Uma Noite Muito Louca.
03 - Que BABACA!
04 - Novidade sem Noção.
06 - O Novo Emprego
07 - Um Susto!
08 - Tá difícil concentrar!
09 - Ele sabe rir!
10 - Ganhando Uma Amiga.
11 - Se Aproximando do Pecado.
12 - Começando os preparativos.
13 - A Melhor Irmã de Todas.
14 - Deus, me ajuda!
15 - Quente Como o Inferno!
16 - O Dia Depois - Acordos e Descobertas.
17 - Noivado.
18 - Tesão e Tensão.
19 - Não posso me apaixonar!
20 - Isso é... Perigoso!
21 - Laranja Brilhante.
22 - Coisas Profundas.
23 - A proposta dos Malfoys.
24 - Liverpool.
25 - Eu gozei!
26 - Vivendo Um Sonho.
27 - De Volta a Realidade.
28 - Não existe nós.
29 - Castelo de Cartas.
30 - Inevitavelmente Mais Perto.
31 - O Vestido Perfeito.
32 - 1% de Chance.
33 - Você é o meu tchan.
34 - Ensaio de Casamento.
35 - Um Adeus e Uma Entrega.
36 - O Casamento.
37 - Final feliz?
Epílogo.

05 - A família não é tão ruim assim!

410 45 93
By _PowerGirl00

Respirei fundo aquele ar sem qualquer tipo de poluição, ou pelo menos uma poluição não tão nítida quanto a do centro de Londres e abri a porta do carro sem pressa. Balancei a cabeça em negação e puta que pariu, minhas mãos suavam pra caramba!

Saí do automóvel e fui até o porta malas, puxando minhas coisas de lá com um pesar que esmagava meu coração...

Sim, eu havia aceitado a ideia insana de vir morar na casa dos ruivos.

Não foi uma ideia que partiu de mim, obviamente, e minha Mãe teve que me convencer com argumentos e insistência massante e isso levou algumas semanas... Posso dizer que dei trabalho. Também não é como se isso fosse algo fácil a se conseguir. Deus, eu me sentia uma mercadoria, um carro com direito a teste in drive. Estava em uma situação que não desejo a meu pior inimigo, mesmo que ele seja do tipo que joga lixo na rua, maltrata animais e afins.

Aceitei porque depois que processei, a ideia fazia algum sentido, mesmo que eu precise admitir isso a contragosto. Eu vou morar nesta casa dentro de alguns meses, conviver com essas pessoas por possivelmente a minha vida inteira, pode ser melhor eu já saber o terreno que vou pisar, ainda que eu quisesse retardar isso o máximo possível e imaginável, sabia que no fim das contas eu acabaria aqui de qualquer forma, então que eu conheça o inferno de uma vez!

Respirando fundo, e buscando aquela mulher corajosa que dizem que sou, comecei a andar até a porta da casa.

Era um belo dia de sol, e o terreno da Red House era ainda mais encantador durante o dia, com os raios de luz surgindo por entre as copas das grandes árvores que rodeavam toda aquela majestosa construção. Seria lindo, se eu não me sentisse melancólica o suficiente para querer sair dali chorando e gritando pela mamãe. Outro suspiro e eu ergui minhas mãos ligeiramente trêmulas para tocar a campainha.

Cada segundo de espera parecia se adequar com as batidas desreguladas do meu coração, e sei que isso parece bem "blé" de se dizer, mas eu me sentia dessa forma. 

Finalmente a porta se abriu, e uma senhora que eu não me recordava apareceu diante de meus olhos. Ela me deu um sorriso simpático, seus olhos castanhos escuros me analisaram enquanto ela me dava passagem para a Mansão. Ela não perguntou quem eu era, provavelmente já estava avisada sobre a minha chegada, mas ela não foi capaz de esconder suas feições, não totalmente. Eu podia ver que aquela situação não a agradava nem um pouco, como se fosse desrespeitoso minha presença naquela casa. Dei um meio sorriso nervoso, e finalmente adentrei. 

Como da última vez, a casa continuava com sua aparência impecável e luxuosa, fazendo-me quase abrir a boca em minha estúpida admiração.

— Srta Granger, me chamo Minerva, sou a governanta desta casa há mais de vinte anos. — ela começou, possuía uma postura rígida e seu tom de voz era forte e bem treinado. — Estou a sua disposição. — finalizou, me dando um quase sorriso, e vi sua empatia por mim enfim aparecer.

Sorri abertamente para ela, tentando quebrar o gelo. Seria bom ter alguém pra conversar, e ela me parecia uma excelente opção, mesmo que tivesse aquele olhar duro para mim.

Perdida em meus pensamentos, quase não ouvi quando a Sra Weasley apareceu na sala. Ela ainda trajava seu robe, um verde-abacate cheio de plumas e tinha uma máscara preta na cara. A matriarca ruiva se aproximou, me puxando fortemente para um abraço, sujando toda a manga da minha blusa com sua máscara de lama.

— Eu fiquei tão feliz quando sua Mãe me disse que havia te convencido, querida. — ela disse, quando me largou, empurrando-me para trás, para sentar-me no sofá. — Sei que as coisas foram meio estranhas no começo, mas aqui em casa, você e Ron poderão se conhecer melhor. — ela disse empolgada. — Ele é um bom menino, só está tão assustado nisso quanto você. — tentou defender.

Mantive toda a minha decência em não olhar para ela com minhas sobrancelhas erguidas. Eu acreditava bem pouco na capacidade dele de ser uma boa pessoa. Soube que para ele aceitar foi ameaçado ser deserdado, e tudo o que eu e Hels vasculhamos dele nas redes sociais mostraram que ele é indiscutivelmente um cretino. Mas eu ainda era uma mulher educada para dizer isso na cara de uma mãe. Então apenas dei um meio sorriso a ela.

— Acredite, essa ideia de te trazer você vai funcionar. — ela tocou minha mão em cima do sofá com carinho.

— Eu espero que isso funcione, Sra Weasley, de verdade. — confessei com sinceridade e ela me sorriu ainda mais.

Pondo-se novamente de pé, ela tornou a me puxar, e dessa vez, me guiava escadas acima.

— Minerva ainda não mostrou a você seu quarto, não é? — ela perguntou, e eu balancei a cabeça em negação. Eu mal tinha chegado e ela não havia me dado sequer tempo para isso. — Você vai adorar, querida! E ele é enorme, com a vista para floresta, é o melhor quarto... Os meninos não gostam por causa da claridade, mas você não se importa, não é? Se importar posso pedir a Minerva para colocar cortinas mais grossas... Quero que você se sinta em casa. Céus, espero que fique bem acomodada...

Ela desatou a falar em como estava feliz pra ter mais uma mulher na casa, e que eu poderia pedir qualquer coisa que ela providenciaria, por fim ela parou em frente a porta do último quarto do corredor, no lado direito. 

Eufórica, ela adentrou o quarto e me puxou junto de si.

O lugar era enorme de fato, e lindo. Deus, muito perfeito. As paredes eram decoradas com azul e branco, os móveis eram todos estilo provençal, dando aquele ar de quase realeza ao cômodo, e havia mais detalhes femininos, que tenho certeza que ela providenciou para mim. A cama era uma King size, com lençóis espumados e azuis, só que escuros. Atrás da cama havia uma enorme janela que dava pra ver quase que todo o terreno externo, e a estufa que só agora eu descobri que existia, onde o sol batia certeiro nas vidraças e davam reflexos perfeitos nas árvores ao redor. A lateral esquerda também tinha uma janela enorme, essa com sacada. Olhei deslumbrada para toda aquela beleza.

— Pelos seus olhos brilhando, eu devo dizer que gostou? — perguntou a mulher ansiosa.

— Eu amei, sra Weasley. — falei, olhando para ela e sorrindo, enquanto me aproximava ainda mais da janela.

— É só Molly, querida. — falou toda satisfeita. — Bem, vou pedir para trazer suas coisas para cá, e você pode arrumar. — sugeriu docemente e eu apenas assenti e ela saiu do cômodo.

Voltei até a cama e me sentei, sentindo meu corpo afundar naquele monte de lençóis e no colchão fofinho até alguém trazer minhas malas.

Peguei meu telefone e verifiquei que havia uma mensagem de Helena que dizia:

"Espero que esteja viva, e que você tenha muitas oportunidades de jogar seu noivo pela escada. Me liga quando puder. Te amo"

Sorri olhando para o aparelho, e então respondi:

"É um ótimo plano sem deixar rastros. Também amo você."

De repente, uma batida um tanto tímida soou na porta e então julgando ser minhas coisas eu deixei que entrasse, no entanto, ao invés de alguém com minhas malas quem adentrou meu mais novo espaço foi uma cabeleira ruiva e um par de olhos azuis hipnóticos.

— Er... Oi. - ela disse, enquanto caminhava cautelosamente pelo cômodo. 

— Oi. - respondi, não conseguindo deixar que minhas sobrancelhas se mantivessem baixas, erguendo-as em uma pergunta muda do que ela estava fazendo ali.

A ruiva mais jovem parou perto da sacada e então soltou o ar e virou-se na minha direção.

— Eu sempre gostei desse quarto de dia... - ela disse, apoiando-se nas portas da sacada, porque as pessoas não eram capazes de ser diretas? — Mas a noite, sei lá... Toda a visão da floresta me dava medo. 

— É uma visão muito bonita, não sei porque tem medo. - retruquei desconfiada e um pouco direta, eu me lembro dela, ela estava com o babaca do irmão dela no jantar fracassado.. 

— Esse quarto era meu quando eu era criança… —  ela contou, distraída sentando-se ao meu lado na cama. — Os meninos adoravam me colocar medo, “existem monstros na floresta que comem garotinhas ruivas”, eles diziam. — sua voz se perdeu brevemente enquanto balançava a cabeça em negação — Todos eles menos Ron. —  contou-me — Ele vinha dormir todas as noites comigo. Até que eu consegui me livrar desse quarto… 

Fiquei calada por um tempo, eu não sabia o que dizer, não sabia como reagir. Ela claramente estava pintando a imagem de seu irmão para algo diferente do que eu conheci.

— Que bom que alguém estava lá por você. — falei, depois de alguns segundos em silêncio. 

Ela me deu um sorriso, um sorriso sincero.

— Ele é uma boa pessoa… — defendeu como esperado. — Só foi pego de surpresa. — repetiu o que sua mãe me disse há pouco.

— Eu também, e nem por isso fui um escrota. — retorqui encolhendo os ombros. — Não de primeira pelo menos. —  acrescentei. Afinal eu também não fui nenhuma mocinha. 

— Quero pedir desculpas por aquela noite. -  a ruiva falou, olhando-me diretamente nos olhos. — Tudo o que você e Ron estão passando é horrível, eu não aguentaria se tivesse no seu lugar, sinto muito.

— Estou aqui pela minha família, não há nada que eu não faria por eles. — despejei simplesmente. Desviando dos olhos azuis e olhando para minhas unhas pintadas de um nude marrom.

A ruiva riu e tocou minha mão com delicadeza, fazendo-me olhar para ela com as sobrancelhas erguidas novamente.

— Vamos ser todos a sua família agora. Isso é um pouco bizarro, mas a gente se acostuma. — me disse, oferecendo um enorme sorriso que eu não tive como não retribuir. Ela não parecia ser tão ruim, naquele momento, pelo menos.

— Sua mãe te obrigou a fazer isso, né? Não precisa ficar aqui. — perguntei para ela com ironia, empurrando-a pelos ombros como se fôssemos grandes amigas de muitos anos.

Ela revirou os olhos e fez uma careta engraçada, mas sorriu largamente, e se ergueu da cama, me olhando com uma cara travessa, quase como Helena fazia quando estava prestes a aprontar.

— Ela não conseguiria e também não precisou. — Sorriu — Vem comigo, vou te mostrar o restante casa. — decretou a ruivinha e por algum motivo, eu a segui.

(...)

Na hora do almoço, Ginny sugeriu almoçar na piscina, e como uma nova boa burguesa, aceitei. Ela me obrigou a pôr biquíni, e então sentamos à beira da piscina.

— Então você é como a princesa da casa? — perguntei risonha fazendo dos óculos escuros uma tiara — Você manda, e os marmanjos obedecem?!

— Basicamente. - Ginny disse em tom despreocupado. — Tô mais para irmã mais nova mandona e chata, mas sim, minhas vontades sempre foram acatadas a vida toda. Sou uma mimada. — disse e comecei a rir, ela era uma garota muito alegre, muito diferente do que julguei que ela fosse. Eu estava feliz por poder conhecer ela de verdade. Engraçado como fazemos julgamentos completamente equivocados quando estamos chateados.

— Eu já sou só a chata. — confessei a ela entre risos. — Minha irmã que foi aquela pela qual todos morriam de amores inclusive eu, nós sempre a tratamos como se fosse a caçula da casa. — com nostalgia, lembrei-me da nossa infância, e em como eu sempre estava disposta a defendê-la do mundo se fosse remotamente necessário. — Ela é como você.

— Então ela é uma vadia louca. — afirmou Ginny com uma expressão de sabedoria. E eu não me ofendi com a sua afirmação.

— Ela é. — concordei agitando a cabeça freneticamente. — Mas tem um bom coração.

— Todas as vadias tem. — contou-me, piscando para mim e olhando para a frente. — Me diz uma coisa, você vai trabalhar na nossa empresa agora, não é?

— Vou sim. — respondi — Por mais que a vida de dondoca seja muito atraente eu não aguentaria mais de uma semana sem fazer nada. — contei-lhe e ela sorriu — Porque?

— Porque preciso que fique de olho em uma pessoa para mim. — ela disse de forma misteriosa.

— Uh, quem seria? — perguntei curiosa.

— É um cara... Ele se chama Harry. — contou-me com ar sonhador os olhos brilhando. — Trabalha lá há alguns anos, ele é arquiteto. Sou apaixonada por ele desde que o vi pela primeira vez. E pra piorar ele é melhor amigo de Ron, então o vejo muito... — ela suspirou com pesar — Por algum motivo idiota ele não me dá bola. — Ginny revirou os olhos e sentou-se na espreguiçadeira, sua expressão denunciava que ela acreditava ser ultrajante ser ignorada por ele. — Só preciso saber se ele tem algum caso com a estúpida da Cho Chang, que é uma asiática sem sal que trabalha com ele. Preciso me desfazer disso, ou investir, dependendo do caso... Faria esse favorzinho pra mim? — pediu com uma voz doce e manipuladora, batendo os cílios de uma forma que foi incapaz não concordar.

— Claro. — sorri sinceramente e dei um gole no meu suco.

— Você é a melhor! — sorriu largamente e voltou a se deitar. 

— É, acho que posso lidar com isso. — concordei e me deitei novamente na espreguiçadeira aproveitando o sol.

(...) 

Enrolei a toalha no meu corpo e sai da banheira onde tinha estado por várias horas. 

O dia havia sido até que divertido levando em conta tudo o que fantasiei desta casa e das pessoas que moram aqui. 

Podia prever com facilidade uma possível amizade com Ginny. Ela era um furacão ambulante, causando caos e encrencas por onde passava e pensei enquanto caçava uma roupa para vestir, que eu sempre atraía pessoas assim, mesmo sendo o que podemos considerar de "menina certinha", todas as minhas amigas e até mesmo minha irmã eram do tipo "loucas eufóricas". De qualquer forma, isso não mudava o fato de ter adorado todo o nosso dia. Acho que posso viver com isso.

Decidi, por forças maiores, vestir-me justamente como se estivesse em casa. Nada de maquiagens ou saltos, apenas um calça de moletom e uma blusa larga. Por ser ainda muito nova na casa, usei sutiã, ainda não podia chegar simplesmente jogando meus peitos na mesa, pelo menos, ainda não. 

Terminava de pentear meu cabelo quando minha porta foi aberta, e Ginny adentrou-a tempestuosa, e jogou-se na cama, sentando e cruzando as pernas, encarando-me pelo meu reflexo no espelho. 

— Não vai descer para o jantar? — ela perguntou com cenho franzido.

— Vou sim, só terminando de me arrumar. — limitei-me  responder, ela me deu um olhar incrédulo. 

— Vai assim? — havia um quê de acusação em sua voz, elevei minha sobrancelha para ela.

— E como mais iria? — questionei, cética. — É apenas o jantar, não uma reunião de negócios. — rebati. Não vou pintar uma coisa que não sou. Serei apenas eu, com minhas roupas simples para um jantar normal.

De onde estava, ela deu uma risadinha e balançou a cabeça em negação, desistindo de falar alguma coisa. Fiquei curiosa, mas não tanto para perguntar sobre. 

— E você, porque raios está vestida como se fosse para a balada? — perguntei dando um sorriso de canto de lábios.

— Mas eu vou! — ofereceu uma piscadela conspiratória e revirei os olhos, voltando a pentear meu cabelo. Aquela água com cloro da piscina tinha feito seu trabalho muito bem. — Vem comigo?

— Lamento, ruiva… — desconsiderei rapidamente — Meus planos para amanhã são puramente profissionais e não envolvem ressaca. 

— Chata! — resmungou frustrada.

Sem dar muita atenção aos pítis da ruiva, peguei meu celular e chequei as mensagens, havia algumas de Hels, uma de Viktor, e uma de Luna. Deixando para responder depois do jantar, joguei o telefone em cima da cama, e Ginny e eu descemos rumo à sala de jantar. 

Eu ainda estava um pouco receosa quanto a isso, e um pouco insegura também, sem falar que seria a primeira vez que iria ver aquele ogro com o qual estaria casada dentro de alguns meses, por isso, meu coração não parava de se acelerar a cada vez que nos aproximávamos do local. 

Como previsto, a primeira cara que avistei quando adentrei a sala foi do estúpido do Ronald. Ele estava sentado ao em um lado sozinho, a cabeça ruiva abaixada, e mexendo em seu celular. 

O primeiro contato com o ruivo tinha sido absolutamente desgastante, e muito constrangedor, porém, eu não ia abaixar minha cabeça para ele. Se ele puxasse briga comigo, ele ia ter briga. Estava completamente disposta a devolver cada ação dele na mesma moeda. Minha mãe ficaria extremamente desapontada com meu comportamento infantil, mas não vou dar o braço a torcer. Até porque isso vai servir para que ele fique ciente de onde está metendo. E qualquer gracinha dele, vou partir pra agressão, não vou ter nenhum pouco de remorso por quebrar a cara dele. 

Ele escutou nossos passos e ergueu a cabeça, seus olhos extremamente azuis se cruzando com os meus automaticamente e me analisando da cabeça aos pés. Engoli em seco, enquanto puxava uma cadeira à sua frente para me sentar, tudo isso diante de seu olhar vagamente curioso. 

— Boa noite, meninas… — ele disse, finalmente, no que me pareceu cordialidade sincera desfazendo algumas de minhas suposições.

— Noite. — respondi vagamente surpresa, mas ainda assim na defensiva.

Ginny se aproximou dele, lançando-se em seu pescoço, lhe dando beijos por toda a sua face, enquanto ele afagava os cabelos vermelhos dela e lhe dava pequenos sorrisos. Lembrei-me dela me contando sobre sua infância e pude perceber o quão próximos eles eram. 

Depois da sessão de afeto, ela se sentou ao lado do irmão, e seus pais se juntaram à nós. O clima estava totalmente diferente da noite em que nos conhecemos, o que me deixava mais leve de fato, e mais à vontade, mesmo percebendo os olhares de canto de olho do meu futuro marido. Tá olhando o quê, cenoura?

— Então querida, você está bem instalada? — a Sra. Weasley perguntou-me tirando-me de meus pensamentos perversos, seu tom de voz doce e amável me fez lembrar de mamãe.

— Muito bem, Molly, sua casa é incrível… —  falei gentilmente para a mulher, que sorriu para mim de sua cadeira. — Estou ansiosa para conhecer sua empresa. — falei com sinceridade, e todos os olhos da mesa se voltaram para mim como se eu fosse um monstro de sete cabeças.

Artur deu um sorriso brilhante e olhou para sua esposa com as sobrancelhas erguidas. Eu quase podia imaginar o que ele estava pensando. Quase.

— Seu pai mencionou que você trabalha na empreiteira, certo? Que cargo você ocupou mesmo? — o interesse dele era nítido.

— Diretoria. Mas meu pai estava me preparando para ocupar a presidência... — contei empolgada, falar de trabalho era um dos meus assuntos prediletos. 

— Uau! — ele exclamou impressionado — Tão nova em um cargo tão importante?! — refletiu e me olhou —  Você deve ser no mínimo extremamente competente. 

— Faço meu trabalho da melhor forma possível. — respondi com modéstia. Sendo bem sincera, eu era muito boa no que fazia, mas eles vão descobrir isso em breve. — Falando sobre isso, pensei em começar amanhã, na sua empresa. — disse. 

— Nosso cargo de diretoria já está ocupado, querida… — foi Molly quem me respondeu.

— Não precisa ser o da diretoria… Aceito qualquer cargo, só não quero ficar parada. — falei olhando de um para o outro cheia de expectativa.

Ambos se entreolharam. Molly era uma mulher muito conservadora, e para ela, homens trabalhavam fora e mulheres em casa. Ou em coisas mais femininas como administrar uma loja - palavras de minha mais nova amiga Ginny. Aliás, a ideia do casamento arranjado partiu dela, uma forma de pôr as rédeas no filho rebelde. Enquanto Artur era mais liberal e moderno, a favor de sua doce princesinha Ginny algum dia se interessar pelas empresas da família. Seria o sonho dele sendo realizado.

— Acho que poderíamos deixar ela com Draco por um tempo, não é? — o patriarca disse olhando para mim. — Pode ajudá-lo a tocar as coisas, ele tem reclamado bastante da quantidade de trabalho… 

Molly ficou em silêncio por alguns segundos, e tudo isso só acentuava minha ansiedade. Eu não ia ficar de jeito nenhum o dia todo trancada nessa mansão. Não ia. Já pensava no barraco que ia criar, quando Molly disse:

— Se estiver de acordo para Hermione, não vejo problemas.

Dei meu melhor sorriso para ambos e disse:

— Não vejo a hora de começar! 

Eles sorriram largamente e eu os acompanhei. Pelo menos no trabalho, eu tinha certeza que as coisas dariam certo. 

E com esse pensamento, fiquei calada o restante do jantar.

__________________________________

Notas Finais: Oieeee meus amores! Já disse o quanto vcs são incríveis? Pois vocês são!
Obrigada por todo o apoio, amor e carinho que vocês têm me dado, não poderia estar mais grata!

Então, o que me dizem? Eu particularmente adorei esse capítulo, imaginem o que a aguarda? Hejejejejwj. O baque vem!

Espero ansiosa os votos e comentários.
Até logo!

Beijos de luz! 😙😙

Continue Reading

You'll Also Like

1.6M 71.3K 145
Pedidos fechados!! #11 em imagine (14/12/20) #1 em personagens fictícios (18/01/21) #1 em harry potter imagines (18/01/21)
1.6M 18.7K 47
• imagines e preferences de Harry Potter • Pedidos: abertos: [ × ] fechados [ ]
267K 6.5K 25
敏 :: 𝐎𝐍𝐃𝐄 𝖾𝗎 𝖿𝖺𝖼̧𝗈 𝗂𝗆𝖺𝗀𝗂𝗇𝖾𝗌 𝖾 𝗉𝗋𝖾𝖿𝖾𝗋𝖾̂𝗇𝖼𝗂𝖺𝗌 𝖽𝖾 𝗎𝗇𝗂𝗏𝖾𝗋𝗌𝗈𝗌 𝖽𝗂𝖿𝖾𝗋𝖾𝗇𝗍𝖾𝗌. ❍ 𝗽𝗲𝗱𝗶𝗱𝗼𝘀 𝗮𝗯𝗲𝗿𝘁�...
8.4M 648K 78
Quando os meus problemas já estavam me sufocando recebo uma proposta de emprego para trabalhar como babá em uma casa de família nos Estados Unidos, p...