Suicide

By FelipeOrttiz

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Um adolescente muito famoso é encontrado morto misteriosamente em sua mansão numa manhã de sábado. Qual seria... More

Capítulo 1 - Bem Vindos Ao Canadá!
Capítulo 2 - A Última Manhã
Capítulo 3 - A Última Tarde
Capítulo 4 - O Último Suspiro
Capítulo 5 - O Corpo na Banheira
Capítulo 6 - O Homem de Preto
Capítulo 7 - Margot Watterson
Capítulo 8 - Onde Tudo Começou
Capítulo 9 - A Causa Da Morte
Capítulo 10 - O Melhor Discurso Já Feito Em Um Funeral
TEMPORADA 2
Capítulo 1 - Linha do Tempo
Capítulo 2 - Cordelia Cyrus
Capítulo 3 - Plano de Suicídio
Capítulo 4 - Sangue, sangue, sangue
Capítulo 5 - Vermelho é a Cor Mais Forte
Capítulo 6 - Novo Caso
Capítulo 7 - Insanidade
Capítulo 8 - Terra Em Meus Olhos
Capítulo 9 - Bem-Vindo de Volta
Capítulo 10 - Começou na Califórnia
TEMPORADA 3 - 29 DE MARÇO
capítulo 2- fogo, fogo, fogo
capítulo 3 - doce tragédia
capítulo 4 - inocência
capítulo 5 - pseudônimo
capítulo 6 - a última dança
capítulo 7 - Antonello Rouge
capítulo 8 - fotografia (não) espiritual
capítulo 9 - cabeça acima da água
capítulo 10 - entre a morte e a vida
capítulo 10.2 - noite feliz [ESPECIAL DE NATAL]
TEMPORADA 4 - 10 DE JANEIRO
Capítulo 1 - Fatal
Capítulo 2 - Espelhos
Capítulo 3 - Doce Algodão Doce
Capítulo 4 - Mulheres e Vingança
Capítulo 5 - Papai de Açúcar
Capítulo 6 - Covil Vermelho
Capítulo 7 - Santa Ceia
Capítulo 8 - As Vantagens de ter Amor Próprio
Capítulo 9 - S.O.S
Capítulo 10 - Nada Quebra Como um Coração
Capítulo 11 - Lua De Sangue
Capítulo 12 - A Raiva Leva ao Desejo
Capítulo 13 - O Fim
Capítulo 14 - Marjorie Harvey
Capítulo 15.1 - Adeus Canadá
Capítulo 15.2 - Adeus Canadá
Capítulo 15.3 - Adeus Canadá

capítulo 1 - limbo

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By FelipeOrttiz

22 de Setembro de 2018
(carta escrita por Raul na manhã do dia de sua "morte")

Imensamente magoado.

Eu confiei por minha vida toda em pessoas que não queriam que eu tivesse vida.

Todos nós fazemos isso o tempo todo.

Eu estou devastado. Eu não sei o que fazer.

Eu tenho o que fazer, mas não sei como fazer.

Há pessoas que querem me ajudar.

Mas e se elas forem iguais? Ou pior: e se elas forem as mesmas pessoas que querem me machucar?
O pior da humanidade são os humanos. Engraçado como essa frase se contradiz.

Pois os humanos são a humanidade.

Mas são eles que acabam com ela.

Hoje pode ser meu último dia de vida.

Ou pode ser o primeiro.


1º DE ABRIL DE 2019

Evans voltando para a casa, resolve passar no parque em que ele viu o garoto mais cedo. Está de noite e relampeando. O detetive desce de seu carro, e caminha pelo parque. Ele senta-se em um banco, e observa os patos no lago. Olhando para o chão, ele vê uma sombra, de uma pessoa que está prestes á lhe apunhalar. Ele rapidamente vira-se. É Raul.

- Já passamos por isso antes, não é? - pergunta Evans.

Evans algema Raul, e apanha de sua mão um pedaço de madeira.

Os clarões do céu refletem ao seu olhar marrom.

O detetive leva-o para a delegacia.
- Markley,- telefona Evans - ligue para toda a equipe dos policiais, estou com o assassino de Raul Murphy na delegacia.

- O que você tem a me dizer - pergunta Evans - antes que os policiais cheguem?

Raul o responde:
- Eu preferiria agora estar no limbo.

Raul é levado para a delegacia. Ele observa através da janela do carro toda a cidade de Vancouver. Há respingos da chuva na janela. As ruas estão sendo vagarosamente iluminadas pelas luzes dos postes. Há poças de água nos asfaltos. Há contáveis pessoas andando pelas calçadas: algumas com guarda-chuvas e outras com capas amarelas de chuva. Algumas andando olhando diretamente para o chão, com a pressa de chegar em casa. Outras numa ligação de celular. Mas todas não estariam tão ferradas como Raul, no final daquela noite.

Margot e Alexandre que estão saindo do shopping  vêem a viatura mas não percebem que Raul está nela.

Evans chega na delegacia com o garoto que até então estava morto. Raul está com as mãos algemadas, para frente de seu corpo. Seu cabelo levemente bagunçado. Ele está com uma calça preta e um moletom azul escuro com listras cinzas. Evans caminha com uma das mãos em seu ombro. Ele está com vergonha e medo ao mesmo tempo. Arrependido. Olhando para os policiais, ele possui receio do que pode acontecer.

Markley e Cordelia chegam na delegacia. Eles rapidamente correm para a sala onde Raul está contando sua história.

- E então, depois que eu descobri que meus próprios pais estavam planejando minha morte, eu resolvi dar a volta por cima. Como podemos ver eu sei fazer isso muito bem.

- O que você está querendo dizer? - pergunta Rafael, um novo detetive.

- Foi eu quem colocou Lohany na clínica psiquiátrica. Bom, não literalmente eu, mas eu a assombrei, e a fiz pensar que ela estava louca. Assombrei Bennet também mas ele não se transmutou.

Rafael, de olhos claros, analisa as expressões de Raul.

Evans, Cordelia e Markley estão do lado de fora da sala, olhando através de um vidro, que por dentro da sala é espelhado.

- Eu fugi para a Califórnia, para Los Angeles. Fiquei por lá exatamente um mês...

Após contar toda a história, Rafael manda Raul para uma cela na própria delegacia.
- Eu quero que fique três seguranças por turno, todos na frente da cela dele. Não quero que tire os olhos dele. - diz Rafael.

- Primeiro, quem é você? - pergunta Cordelia.

- Prazer, Rafael Montgomery, sou de Nova Iorque.

- Prazer. - diz Cordelia dando a mão para ele.

Rafael é como uma luz na escuridão por onde ele passa. Ele exala sabedoria e sempre sabe da verdade antes mesmo de ela ser dita. Ele tem 31 anos, mas aparenta ser mais jovem que Evans, que tem 26. Seu cabelo muito bem cuidado tem uma cor duvidosa: as vezes loiro escuro, as vezes castanho claro. Seus olhos azuis são sedutores, instigantes. Ele é detetive, psicólogo  e pesquisador. Ele detecta a verdade e a mentira, analisando as micro-expressões faciais e a linguagem corporal, assim, ele consegue saber os sentimentos que uma pessoa possui naquele exato momento.
Ele foi contratado pelo estado, para trabalhar no até então maior caso de Vancouver: o denominado "Caso Raul", que engloba a morte de dois adolescentes da cidade: Raul e Bárbara.
Por mais que ele esteja determinado em descobrir o que aconteceu realmente, Cordelia e os outros detetives mantem um pé atrás com sua investigação.

- Eu estou trabalhando no "Caso Raul" desde dezembro do ano passado. - diz Rafael - Mas eu estava fazendo isso de Nova Iorque, por isso não fomos apresentados antes. Você deve ser o Evans. - diz ele dando a mão para o detetive - E você... deixe eu lembrar... Ah! Markley!

- Prazer em te conhecer. - diz Markley.

- Eu estou na cidade desde fevereiro, vim com apenas um propósito: descobrir quem matou Bárbara Cyrus e prender o verdadeiro culpado pelo crime dos Murphys. - diz Rafael.

- Como assim, o verdadeiro culpado? - pergunta Evans - Já sabemos que Raul planejou tudo isso porque seus pais o queriam morto.

- Vocês sabem disso, mas quem te comprova que Raul pensou em tudo isso sozinho? - questiona Rafael - Você nunca parou para pensar que pode ter alguém por trás disso? Alguém que realmente queira lucrar? Eu já sabia que Raul Murphy não estava morto antes mesmo de hoje.

Cordelia e Evans se olham.

- E é provável que vocês dois já sabiam também. - diz Rafael.

- Como é? - pergunta Markley.

- Explicamos depois. - diz Cordelia.

- Enfim, esse não é o caso que eu queira desvendar hoje. Primeiro vou descobrir quem e por qual motivo mataram Bárbara, depois focarei no Raul.

- E ele irá ficar preso até lá? - pergunta Evans.

- O público não está preparado para entender que o garoto que se suicidou, mas que na verdade foi assassinado pelos pais que agora um está preso e a outra está numa clínica psiquiátrica em coma, E que na verdade ele não morreu mesmo e.... Enfim, está vendo como é confuso? Quer mesmo que isso venha a público? - questiona Rafael deixando-os sem palavras.

Raul que está com as mãos nas grades de sua "prisão" observa entristecidamente os detetives conversarem, e começa a pensar no seu futuro. Ele caminha até o fundo do cativeiro, onde a luz está escassa e uma sombra se assola na escuridão. Sentando no chão, ele coloca a cabeça entre os joelhos e começa a chorar. Lentamente, Raul começa a recordar as vezes em que seus pais o trataram com vileza.

- Ei. - chama Raul depois de criar forças internas e se levantar.

Um dos guardas - que estão de costas para Raul - olha de soslaio para trás.

- O que foi? - pergunta um dos guardas.

- Eu posso pedir uma coisa? - pede Raul enxugando as lágrimas.

Os guardas se olham novamente.

- Tente. - responde um deles.

- Eu... - diz Raul. - Vocês poderiam me arrumar algumas folhas e uma caneta?


2 DE ABRIL DE 2019

- Clara Belissario, prazer.

- Prazer. - diz Cordelia e Evans ao mesmo tempo.

- Essa é minha auxiliar, ela irá nos ajudar na investigação do caso. - diz Rafael. - Começando por hoje, ela irá interrogar as pessoas que teriam contato com Raul e com Bárbara.

- Tipo quem? - pergunta Cordelia.

- Bom, tenho uma lista, - diz Rafael - são alguns alunos, professores... Mas principalmente Margot Watterson, Alexandre Campbell, os pais e amigos de Bárbara Cyrus, Lohany Murphy, Bennet Murphy, Alison Lavigne, Hettel Lavigne e Cordelia Cyrus...

- Eu? - grita Cordelia.

- Sim, - responde Rafael - você trabalhou na mansão dos Murphy por algum tempo, certamente deve saber fatos que nos ajudem na investigação.

- E quem seria Alison? - pergunta Evans.

- Uma garota com um grau de parentesco forte com o motorista da casa, descobrimos que ela e Raul se conheciam... - responde Clara.

- Como eles sabem de tanta coisa? - sussurra Cordelia para Evans.

- Só tem um problema... - diz Evans - Lohany Murphy está de coma, vocês não sabiam?

- Sabemos. - diz Rafael - Iremos esperá-la.

Cordelia evita dizer algo contra, mas sua cara não nega o desprezo.

- Bom, vamos trabalhar! - exclama Rafael.

Clara saí com seu carro da delegacia e vai até a casa de Margot, a primeira a ser interrogada. As primeiras interrogações serão feitas a domicílio, e depois serão realizadas na delegacia.

No final da noite, Clara finaliza sua interrogação com Hettel, e descobre algo surpreendente.

- Finalmente descobri o assassino de Bárbara Cyrus, preciso contar para o Rafael. - pensa ela.

Ao entrar em seu carro, uma pessoa joga pela janela aberta um fósforo e corre. Clara se desespera e percebe que as portas estão travadas. De longe, a pessoa ativa o alarme do carro, fazendo com que os vidros se fechem. Clara sente seu banco molhado, aparentemente de gasolina. Todo o carro pega fogo com ela dentro. A pessoa foge.

AUTOR
FELIPE ORTIZ

CAPÍTULO 21
LIMBO

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