(JÚLIA)
Estou muito tensa! Não faço idéia do que essa mulher quer comigo, mais sinto que não é coisa boa. Penso.
— Sim, sou a Júlia — finalmente eu respondo estendendo a mão a ela.
Mais a madame bem vestida a minha frente, simplesmente se esquiva me deixando sem graça. E isso com certeza confirma o que eu pensava de que essa conversa não será boa.
— Então Júlia, serei bem direta com você. Quanto você precisa para deixar meu filho em paz? — diz a madame.
— Oi? O que? Não quero nada Sra. ... como é o seu nome mesmo?— pergunto.
— Helena Ramirez. — responde ela.
— Não quero nada Sra. Helena, precisei vim para aqui, mais só ficarei por uns dias, não quero ficar aqui por muito tempo. — digo.
— Olha nada contra você... mais meu marido é uma pessoa muito difícil. Ele é muito ligado a padrões, se você ficar aqui, provavelmente vai iniciar uma briga com o meu filho, isso se já não tiver acontecendo. (Fala revirando os olhos) E se isso acontecer meu marido vai virar a vida do meu filho um verdadeiro inferno. Por que ele sabe fazer isso muito bem. Aliás já temos uma ótima pessoa para o meu filho. O pai dela é um dos sócios da nossa empresa e está a favor da união de sua filha com o meu Ralph. — fala a senhora a minha frente.
— Vocês estão arrumando um casamento para o seu filho, sem o consentimento dele em pleno século XXI? — pergunto.
— Olha, isso não é da sua conta! Nós como pais estamos pensando no que é melhor para os nossos filhos e o futuro de nossas famílias. — Retruca ela.
— Não perguntei porque eu achei que era da minha conta, mais porque eu acho uma loucura fazer isso com ele, seu filho não merece isso. Não estou falando porque estou de olho no seu filho, eu quero vê lo feliz, ele merece. É o mínimo que posso desejar a ele. —digo tentando me explicar.
— Chega! Preciso que você saia daqui agora! Posso te arrumar um hotelzinho para você ficar, fica por minha conta. Mais não posso permitir mais a sua presença aqui. Você não é uma boa influência para o meu filho.— diz ela em tom autoritário.
A empregada Maria, me olha perplexa. Vou imediatamente para o quarto no qual eu estava hospedada e começo a guardar minhas coisas. Maria vai atrás de mim, e deixa a madame sentada na sala me esperando.
Maria entra no quarto me pedindo para não ir embora, mais eu respondo alegando que a senhora de salto na sala tem razão.
Maria pega o telefone para discar para Ralph, mais eu não deixo dizendo:
—Maria se você fizer isso, vai haver um problema nessa família muito grande — Vamos deixar isso quieto, por favor!
—Mais ele precisa saber! — É o único que pode resolver isso. — fala ela.
—Não, por favor! — peço.
—Tudo bem então. —Você vai para aonde? Eu aviso a ele. — diz ela preocupada.
— Não faço a mínima idéia para aonde eu vou, mais darei um jeito. Eu sempre dou!
Maria preocupada anota o número do celular dela, e me dá dizendo que se precisar de alguma coisa, que é para mim ligar para ela. Agradeço e pego o número para conforta-la.
Pego um pedaço de papel e anoto um recado para o Ralph.
" Querido Ralph, te agradeço por tudo o que fez por mim, mais repensei em toda essa situação, e resolvi ir embora. Não quero em hipótese alguma te prejudicar com a sua família. Desde que esbarrei em você, me sinto outra Pessoa e te agradeço por isso. Obrigada por tudo! Te desejo felicidades! A felicidade que eu não posso e nem poderei te oferecer. Mais você tenha certeza que preencheu um enorme espaço no meu coração. Não se preocupe comigo! Viva a sua vida! ( Estarei sem telefone, porque não quero correr o risco do Renan me rastrear).
Um beijo
Júlia"
Entrego o bilhete e peço a Maria para entregar a ele.
Saio do quarto com minha bolsa, sinto um pouco minha cicatriz onde eu levei o tiro devido ao peso da mala, mais continuo. Deixei tudo que o Ralph comprou para mim para trás. Sei que ele não é culpado de nada, mais não quero trazer problemas para ele.
Chego na sala e vejo a Barbie na porta sorrindo se vangloriando, mais não me deixo abater e saio de cabeça erguida.
Quando chego no térreo, e saio do elevador, vejo um rapaz moreno forte se aproximar de mim, dizendo:
— Bom dia moça, você vai aonde com essa mala? Perdão a pergunta, mais estou aqui para fazer a sua segurança, é muito perigoso para você sair sozinha.
— Obrigada, mais eu estou indo embora, acabei de ser expulsa do apartamento.
— Sério? Mais o Sr. Ralph parecia tão preocupado com você...
— Não foi ele que me expulsou, foi a mãe dele. Ele não faria isso comigo.
— E porque você não liga para ele? — perguntou.
— O senhor não entende, acabei de ouvir absurdos por uma madame que se diz ser mãe dele, não quero que ele brigue com ela por mim. Não quero ser motivo de um problema de família
— Você vai para aonde agora? — ele Pergunta.
— Como é o seu nome? — eu o Pergunto.
—Paulo. — ele responde.
—Paulo te agradeço por tudo o que fez, mais daqui para frente, estarei sozinha, Esta dispensado.
Demoro um pouco para convencer ele a me deixar sair sozinha. Mais consigo e saio do prédio. Fico sem rumo, até que passa por mim, um táxi e faço sinal.
Após parar, eu entro e deixo se distanciar um pouco da frente do apartamento do Ralph. Viramos em algumas ruas após e peço ao motorista para parar e depois de pagar, desço olhando para um lado e outro da rua, com medo do Renan me encontrar.
Então começo a andar admirando as lojas de roupas, ainda sem saber o que fazer, uns 10 minutos depois me deparo com a solução dos meus problemas, vejo uma placa no alto de um prédio dizendo: "República para mulheres", em baixo diz "temos vagas". Então resolvo entrar para ver quanto fica. Não tenho muito dinheiro, mais tenho um trocadinho na minha conta, pelo menos por alguns dias conseguirei pagar.
Entro e sou interrogada por quatro mulheres de personalidade diferentes reunidas a minha frente ,que se apresentam como Elisa, Denise, Suelen e Verônica.
Elas me explicam as regras, e me deixa me hospedar ali com elas.
Sou levada para um quarto. É um quarto de tamanho pequeno e de parede bem coloridas, uma mistura de tom azul,e amarelo, Tem uma cama de solteiro, um pequeno armário branco,e umas prateleiras pintadas de azul claro na parede amarela.
Apoio minha bolsa na cama e uma mulher que se apresenta com o nome de Sônia entra dizendo que é a responsável pelo lugar e começa a me questionar.
— O que levou você a chegar aqui?
Fico surpresa com a pergunta dela, e fico sem saber o que dizer, até que ela continua falando.
— Todas que estão aqui, passou por uma triste história. Uma o marido traiu e colocou ela para fora, a outra perdeu tudo que tinha, e a família a rejeitou. A outra saiu de casa porque não aguentava mais o marido que batia nela, entre outros casos. Júlia não quero te assustar, porque você acabou de chegar, é só para a gente se aproximar mais. E assim você também se sentirá mais a vontade.
Então resolvo contar tudo de Renan, de Ralph, e percebo que me sinto aliviada, e me sinto acolhida por essas mulheres. Ela diz que eu posso ficar tranquila, e que ali eu tenho uma nova família.
Sônia sai do quarto e aproveito para ver a vista na janela de cor amarela. É uma rua muito movimentada, por ter vários comércios, avisto um cara na lanchonete quase enfrente ao prédio, percebo ele mexendo na bermuda, dá para vê que ele está armando, quando ele vira para o lado, o reconheço, é um dos capangas do Renan, fico assustada com medo de ele ter me visto entrar.
Chamo a Sônia e as meninas, e mostro para ela o homem armado em frente ao prédio. Então Sônia resolve descer para sondar se o cara sabe, ela desse as escadas e tranca a porta do prédio. Ela vai até a lanchonete e fica do lado dele, e escuta ele falar no telefone. Ele sai da lanchonete, quando vista um comparsa, e Sônia aproveita para voltar para o prédio.
Quando ela entra no apartamento, ela conta que conseguiu ouvir a conversa dele no telefone onde ele respondia que nenhum sinal da Ruiva.
Respiro aliviada, mais terei que ficar em alerta, já que ele está na região.
__________A Garçonete_______
25
**O próximo capítulo será narrado por Ralph.🙊
O que será que ele vai fazer, quando souber que a Júlia foi embora?
Aguardem....😉**