Shades of Red | Park Chanyeol

By torix_

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Ninguém é mais temido que a esposa da Máfia. Han Eunbi era o braço direito e amada de Park Chanyeol. Mas o m... More

I - Rubi
II - Escarlate
III - Cereja
V - Sangria
VI - Vermilion
VII - Sangue
THE END

IV - Carmim

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By torix_

CAPÍTULO QUATRO

Madame.

Madame.

– Madame! – A senhora chamou pela quarta vez, finalmente a despertando de seu sono profundo. Eunbi suspirou, se apoiando em seus cotovelos e olhando ao redor.

O Sol brilhava orgulhosamente lá fora, deixando feixes de luz por toda a parte. Franziu o cenho, tentando se ajustar a luminosidade. A empregada estava em pé não muito longe da cama, segurava uma larga bandeja de prata, contendo o que ela assumiu ser seu café da manhã.

– Que horas são? – Perguntou meio grogue enquanto esticava os braços. Sentou-se na cama, notando o tecido que caía sobre seu peito. Era uma camiseta branca e larga demais. Sorriu. O perfume de Chanyeol ainda estava na gola. A senhora colocou a bandeja sobre seu colo, o cheiro de café fresco preenchendo suas narinas.

–Meio-dia, senhorita. Sr. Park me pediu para lhe acordar às uma, mas eu pensei que você gostaria de acordar mais cedo. – Explicou com um sorriso. Se inclinou

– Você tá certa. Deus, como eu dormi. – Segurou a xícara, absorvendo seu calor. – Já é praticamente de noite. – Comentou com um bico desapontado. Deu um gole e sentiu a cafeína lhe ajudar a começar o dia – ou, o que restava do dia.

A empregada riu de sua expressão, cobrindo a boca em respeito. – Você tem planos especiais para hoje. – Ela anunciou com um sorriso. Eunbi parou, com um pedaço de torrada coberto com sua geléia favorita no meio do caminho em direção à sua boca.

– O que você quer dizer?

– Uma surpresa preparada pelo Sr. Park. – A jovem sorriu, mordendo o lábio inferior. Mordeu a torrada, o barulho crocante soando mais tímido do que nunca. – Bom, vou deixá-la para se preparar. Seu motorista estará esperando, vocês devem sair às uma em ponto.

Eunbi passou por sua rotina matinal com um sorriso que não cabia no rosto. Imaginou mil possibilidades para o que Chanyeol poderia ter planejado, e em cada uma delas, deu uma risadinha acanhada.

Como prometido, Baekhyun estava lhe esperando no primeiro andar. Lhe ajudou com o casaco e a acompanhou até o carro. Eunbi mal pôde esperar para entrar no carro e lhe bombardear com mil perguntas sobre o que estava para acontecer.

Uma mala de couro tomava o lugar ao seu lado no carro, o que incitou sua curiosidade. O rapaz a assistiu encarar a bolsa por alguns segundos, tentando usar suas habilidades de dedução. Desistiu e puxou o zíper, revirando o conteúdo.

– O que é isso?

Baekhyun sorriu. – Roupas. – Eunbi rolou os olhos com a resposta óbvia.

– Roupas para quem?

– Você. – Respondeu, se virando no assento para encará-la. – Ele não me deu muita informação, mas pediu às servas para lhe preparar roupas suficientes para o fim de semana. – Levantou o dedo. – E disse que iria te encontrar lá à noite. – Sua explicação trouxe um sorriso animado ao rosto de Eunbi. Era tão fora do personagem de Chanyeol fazer algo do tipo, mas o que podia dizer, estava adorando cada segundo.

– De verdade?

Ele riu.

– Sim. – Pausou. – Agora, podemos ir? – Eunbi riu baixo de sua pergunta impaciente e acenou com a cabeça, o assistindo voltar sua atenção ao volante.

Deixaram a mansão e em cerca de vinte minutos, estavam na estrada principal. Eunbi assistiu a paisagem com um sorriso tímido, um sentimento reconfortante em seu peito. Era o tipo de sentimento que ela não podia ser dar ao luxo de ter.

Antes da merda acertar o ventilador, eles costumavam visitar o interior de tempos em tempos, isto é, quando a avó de Eunbi ainda estava viva. A pobre senhora não fazia ideia do tipo de emprego que o filho havia arrumado na cidade grande.

Quando estavam em perigo, a dupla era mandada para a casa da senhora simpática que estava sempre feliz em recebê-los. Os dois sempre voltavam com uns quilinhos a mais e bolsas cheias de doces caseiros para beliscar na viagem de volta.

Até o dia de seu falecimento, ela pensou que Il Sung trabalhava em uma fábrica de creme dental. Acreditou que havia perdido o único filho em um acidente com a maquinaria pesada e por isso, não puderam ter um velório apropriado com um caixão aberto.

A senhora Han não viveu por muito depois da perda, não conseguia lidar com a dor. No aniversário de um ano da morte do pai, Eunbi perdeu o único parente que lhe restava. Mas o mundo em que vivia não lhe permitiu o luto a qual tinha direito.

A primeira coisa que Chanyeol fez assim que os negócios se estabilizaram foi comprar a casa no litoral que ficara abandonada por dois anos. Todo ano, eles vão para o interior e depois da visita ao cemitério, passam a noite na casa antiquada que sempre parece cheirar à hortelã.

Não se lembra de ter caído no sono, mas quando acordou, tudo o que via era um mar de árvores densas. Se espreguiçou, um bocejo escapando.

– Bom dia. – Baekhyun a encarou pelo espelho por dois segundos antes de voltar sua atenção à estrada. Eunbi riu soprado com seu comentário.

– Bom dia. Quanto eu dormi?

– Não muito. Umas duas horas, no máximo. – Ele riu da careta que ela fez ao ouvir o número. – Se quiser, pode voltar a dormir. Ainda temos algumas horas.

O riso baixo que ela deu não durou muito. Assim que as palavras caíram, ela franziu o cenho, encarando a janela com uma expressão perplexa. Não podia ignorar o sua frase duvidosa. Talvez, estava sendo paranóica. Mas não machucaria perguntar.

– Não estamos indo para a casa no litoral, não é?

Ela viu Baekhyun tensionar a mandíbula. Ele sempre fazia isso quando estava tenso ou era pego em uma mentira. Seu estômago se remexeu em um sentimento de traição. Mas tentou conter seus sentimentos, não queria agir de maneira impulsiva.

Ele riu desconcertado, a encarando através do espelho. – Se eu te contar, vou estragar a surpresa! – Eunbi não caiu na sua atuação como ele esperava. Desviou o olhar, sabendo o quão boa ela era em farejar uma mentira.

– Não mente pra mim. – Implorou. Baekhyun decidiu seguir o plano.

– Não estou mentindo. Só estou seguindo ordens.

Eunbi fechou os olhos. Odiava ser enganada mais do que tudo. Além de traída, se sentia subestimada e se tinha algo que sobrava em sua vida era subestimação. Aquilo doía. De todos, Baekhyun era a última pessoa que ela esperava tentar enganá-la.

– Para onde estamos indo? – O sorriso do rapaz caiu ao notar o tom firme e sério que ela usava. Ele já havia a visto negociando mil vezes, mas nunca esperaria viver o suficiente para vê-la usar aquele tom frio com ele.

Ele não a respondeu. Não podia.

– Para esse carro. – Novamente, não a respondeu. – Para esse carro, agora! – Aquela foi a primeira vez que ele havia a visto levantar a voz –, pelo menos se direcionando a ele.

Obedeceu contra sua vontade, manobrando para o acostamento e desligando o motor.

– Baekhyun. – Ela chamou, se inclinando em seu assento para ficar mais próxima do rapaz. O cheiro do seu perfume o alcançou e ele tentou mudar o foco e ignorá-la. – Eu vou perguntar mais uma vez: – Pausou. – Aonde estamos indo?

Baekhyun hesitou. Revezava entre olhá-la e desviar o olhar rapidamente, não conseguia manter contato visual quando estava a enganando tão descaradamente. Mas ao mesmo tempo, não podia ignorar ordens diretas.

– Não posso te contar.

Ela suspirou novamente, parecia irritada, desapontada e perturbada. Tudo ao mesmo tempo. Esticou o braço até a bolsa de mão que descansava no assento ao seu lado.

O motorista suspirou aliviado, pensando que ela estava à procura de seu batom e pó de arroz para retocar a maquiagem e havia esquecido por agora. Tudo o que lhe restava era pensar em maneiras de adiar o assunto máximo possível.

O que lhe surpreendeu foi o toque gélido do cano de metal pressionado contra a base do seu pescoço. Rapidamente olhou para o espelho. Eunbi parecia tão assustada quanto ele.

– Me dói fazer isso, Baekhyun. – Sussurrou. – Mas eu não tenho outra escolha. – Ela respirou fundo. – Para onde Chanyeol te mandou me levar?

O revólver afundando em sua pele não deixou muito espaço para hesitação. Ela pôde ver seu lábio inferior tremer em medo e suas mãos segurarem ainda mais firme no volante, quase como se estivessem à procura de apoio.

– O... – Ele respirou fundo. – O abrigo.

Os próximos dez segundos foram absolutamente torturantes. Eunbi não produziu qualquer tipo de barulho e Baekhyun não teve coragem de se virar para olhar sua expressão de desapontamento.

– Que merda o Chanyeol planejou? – A profanidade lhe surpreendeu. Ela não era uma adepta de má-linguagem, a não ser quando estava extremamente irritada. A primeira pergunta que ela fez ao ouvir que estava sendo levada ao abrigo revelaria tudo o que ela precisava saber para ficar ainda mais nervosa. Como esperado de Eunbi.

– Ele se encontrou com os irmãos Kim de manhã... E não foi para discutir negócios.

Ela suspirou pesado.

– Eu perguntei o que ele planejou, caralho. Não com quem ele se encontrou. – Empurrou a arma mais fundo contra sua, o recordando da sua existência. Pareceu funcionar.

– Ele... Ele vai se encontrar com o cabeça da família Wu.

Deus, como ele queria não ter dito aquilo.

De todas as reações que ela podia ter naquele momento, aquela era a pior.

Deixou sua mão cair, sua mente ocupada demais para se importar em manter a posição intimidadora. Baekhyun finalmente se virou, olhando-a encarar o nada com uma expressão assustadora demais.

Ela estava com medo.

Han Eunbi estava com medo.

Aquela não era uma situação que se presenciava com frequência. Baekhyun, em toda sua carreira, nunca havia a visto tão abalada quanto o fazia naquele momento.

Ela manteve-se congelada por pelo menos cinco minutos antes de se mover. Lentamente retornando à sua posição original.

Tinha algo em mente.

– Quando? – Ele pulou em seu assento.

– Huh?

– Quando Chanyeol vai se encontrar com o Wu?

– Hoje à noite. Eu não sei a hora.

Aquilo era mais do que suficiente para que ela pudesse agir. Respirou fundo e empurrou a porta, a fechando com um barulho alto. Isso foi tudo o que Baekhyun conseguiu processar antes de ter uma arma apontada para ele enquanto Eunbi esperava no lado de fora.

– Sai do carro.

– Eunbi-Ssi.

– Sai. – Fechou os olhos. – Do carro. – As palavras mal saíam por entre seus dentes, mas ele conseguiu entender. Hesitou por um ou dois segundos antes de abrir a porta.

A assistiu tomar o banco do motorista. Se ajeitou, fechando a porta com força e encarando o painel por alguns segundos. Girou a chave na ignição, sendo recebida pelo ronco do motor. Revólver ainda em mãos enquanto segurava o volante.

– Espera. Aonde você está indo? – Seu tom demonstrava o pânico que tomava conta. Eunbi não se preocupou em olhá-lo.

– O que você acha? – Devolveu a pergunta, respirando fundo. – Ache um meio de voltar. Essa é sua punição por me enganar.

A última coisa que Baekhyun viu antes dela acelerar e dar a meia-volta na estrada foi o sorriso cínico e irritado.


»»————-————-««


Os irmãos Kim eram três rapazes bem-apessoados, herdeiros do maior local de entretenimento que aquela província já havia visto. As noites eram regadas às melhores bebidas artesanais e o grupo de acompanhantes com graça digna da mais pura realeza.

A verdadeira origem da grandiosa senhora Kim era um segredo guardado a sete chaves. Alguns especulavam que ela era apenas uma filha deserdada pela família que havia corrido à cidade atrás de dinheiro, como todos. Outros, diziam que ela era na verdade, uma ex-integrante da família real, que havia fugido do glamour da nobreza por um amor verdadeiro.

Mas uma coisa era certa: ela era um verdadeiro ícone. Começara como uma aprendiz e com apenas onze anos de idade, se destacava com sua graça e beleza exuberantes. Aquela atenção toda, não lhe foi de toda boa.

Aos quinze, foi mãe pela primeira vez. Apesar de seus esforços para esconder a identidade do pai do primogênito, todos sabiam que ela havia se deitado com um jovem soldado que tinha uma língua afiada e lhe cantava doces promessas de que voltaria à ela assim que a guerra acabasse.

O segundo filho, lhe veio aos dezessete. Era o único que ninguém sabia a paternidade ou até mesmo uma pista sobre o sangue que corria em suas veias.

Quando as notícias se espalharam naquela manhã de inverno que o armistício havia sido assinado e a guerra finalmente teria vindo ao seu fim, ela se encheu de esperanças que finalmente veria seu amado. Mas mesmo um mês depois, quando jovem esposas já haviam se encontrado com seus maridos, ela ainda estava sozinha.

Com apenas dezoito, dois filhos e uma falta de um anel no anelar esquerdo, não havia muito que uma jovem da sua idade podia fazer. Seria incapaz de desistir de seus filhos, mas mantê-los a proibiria de continuar vivendo com suas Onee-sans. Não tinha outra escolha além de arrumar um lugar para viver e continuar trabalhando na casa de entretenimento.

O terceiro e último filho veio ao mundo pouco mais de um mês após o fim da guerra, fruto de uma relação calorosa com um general do exército francês no ínicio do mesmo ano. Ela havia amadurecido o suficiente com suas experiências. E, por mais que desejasse não ter sido tão ingênua, nunca mudaria um pedaço sequer da sua vida, afinal, até mesmo as partes mais horríveis de sua vida haviam lhe trazido os três melhores aspectos do seu mundo.

Os criou com dignidade, ao mesmo tempo em que construía seu império. Em momento algum, deixou de interpretar quaisquer um de seus papéis. Seus filhos ganharam a educação qual lhe era desconhecida. Conseguiu mandar a todos para uma universidade.

Filhos da mesma mãe, com diferentes pais, os três irmãos tinham personalidades que contrastavam, mas quando se tratava de negócios, cada um tinha um pedaço da receita perfeita para o sucesso.

O mais velho, Kim Minseok, iria completar trinta anos na primavera. Era responsável e calmo como esperado do primogênito. Sua infância havia lhe condicionado a ser um exímio cozinheiro e a saber tirar manchas de um vestido como ninguém.

Era para quem as meninas corriam para resolver problemas da pensão quando a Senhora não estava.

O filho do meio, Kim Junmyeon, era de longe, o prodígio. Havia ido à universidade para uma licença médica e no auge dos vinte e sete, praticava medicina na própria clínica. Era o único que não passava a maior parte do tempo nas propriedades da família.

Kim Jongin era o mais novo. Tinha vinte e seis anos e era um verdadeiro casanova. – não é como se todos eles não fossem. – Gostava de se gabar sobre seu passado amoroso com mais de cem parceiras para qualquer um que estivesse disposto a ouvir à sua baboseiras.

Os clientes do bar certamente não estavam acostumados a ver uma dama entrar pela porta da frente.

A aparição repentina de Eunbi trouxe olhares curiosos e maliciosos e até mesmo alguns comentários indesejados sobre sua aparência. Mas ela não tinha tempo para se incomodar.

– Eunbi! – Minseok foi o primeiro a notar sua presença. Se apressou até ela, a guiando para a cozinha, onde ela estaria longe dos olhares.

Na mesa redonda coberta com uma toalha bordada, sentavam algumas cartas de baralho, denunciando o jogo interrompido. Um copo de whiskey meio-vazio havia sido abandonado.

– O que aconteceu? Vocês sempre ligam antes de vir. – Ele anunciou, se inclinando para limpar os traços deixados pelos irmãos.

– Não vou demorar. – Minseok pareceu perturbado, nervoso até. Segurou o copo com as duas mãos, dedos inquietos brincando com os padrões no vidro.

– Você tá me deixando aflito. – Riu, meio desconcertado. Eunbi suspirou.

– Chanyeol planeja se encontrar com Wu Hong Yi.

Ela não esperava aquele tipo de reação dele.

O whiskey molhou o piso de madeira ao mesmo tempo que o vidro se espalhava em mil pedaços. Mesmo com o barulho alto do copo se quebrando, Minseok não conseguiu ter uma reação.

Eunbi conseguiu entender o porquê da palidez que lhe tomou conta e a expressão chocada.

Com um suspiro, puxou do casaco um lenço verde-musgo com detalhes bordados em dourado e se abaixou. Ajustou a barra do vestido antes de esticar a mão na direção dos cacos espalhados.

– Parece que você não sabia disso. – Comentou, cuidadosamente segurando um pedaço de vidro entre o polegar e o indicador. – Vai me dizer que não sabia que Chanyeol comprou terras em Taiwan? – Arqueou a sobrancelha esquerda, estudando sua expressão por alguns segundos.

Minseok finalmente se moveu. Se escorou na madeira, mãos trêmulas demais para fazer qualquer coisa.

– Eu não sei se ele se fez de idiota, ou se realmente havia se esquecido... – Ela pausou no meio da frase, uma incertidão permanecendo. – Que o Sr. Akiyama trabalhava para o irmão do Wu Hong Yi. – Riu baixo, jogando um dos pedaços que caiu sobre o monte com um barulho agudo. – Mas é claro que você sabia. Você é a única pessoa com quem Chanyeol discutiria transações desse porte.

– Hyung! – O barulho certamente tinha sido alto o suficiente para chamar atenção. Junmyeon se inclinou no batente, um ofegante. Devia ter corrido escada abaixo. – Você está b– O rapaz congelou no exato momento que seus olhos cruzaram com os de Eunbi.

Ela sorriu de canto.

Se levantou, dobrando com cuidado o lenço que continha a maioria dos cacos de vidro.

– Junmyeon. – Exclamou, se virando para encará-lo. Ele pareceu notar o subtom assustador que deslizava entre suas palavras. – Há quanto tempo não nos vemos. Como você está? – O ponto de interrogação foi marcado pelo barulho dos pedaços de vidro se chocando dentro do tecido.

– Eun... Eunbi. – Seu sorriso exalava as mentiras que guardava. Junmyeon nunca foi um bom ator, mas isso já era demais. – Você sempre liga antes de vir... O que aconteceu?

– Engraçado. – Eunbi riu baixo. Seu dedo indicador deslizou pela madeira enquanto ela dava a volta na mesa, caminhando na direção do rapaz. – Seu irmão me perguntou a mesma coisa quando eu cheguei. – Sorriu, parando alguns centímetros de distância dele.

Junmyeon riu nervoso, desviando o olhar. – Ha.... Acho que faz sentido.

– Mas o tom que Minseok usou foi de preocupação, – Ajeitou levemente a gola da camisa azul celeste. – enquanto o seu, foi de nervosismo. – No momento em que os olhos dela caíram sobre ele, o mundo parecia distorcido.

Eunbi tinha muitas faces. Todos que a conheciam rezavam para nunca conhecer todas.

Sua postura e expressão eram calmas e seu tom de voz as espelhava, mas a aura que ela trazia era excruciante. A pressão no ar era tão espessa que quase podia ser tocada.

– O que você tá escondendo, Junmyeon?

Ele deu um passo para trás.

Minseok pareceu finalmente acordar de seu transe. Se virou para o irmão, caminhando em passos lentos, mas firmes, até onde ele estava.

– Chama o Jongin. Agora. – Aquelas meras palavras foram mais do que suficientes para completamente abalar Junmyeon. Seu querido irmão mais velho que parecia sempre ter um tom gentil agora estava frio, como ele nunca havia visto.

O mais novo não disse uma palavra sequer. Estava envergonhado demais para se dirigir a Minseok ou até mesmo à Eunbi.

Uma vez que ele deixou o estabelecimento pela porta dos fundos, Minseok quebrou o silêncio.

– Você está bem?

Eunbi se virou para encará-lo, uma expressão intrigada pousando sobre seu rosto. Franziu o cenho, balançando a cabeça em seguida. – É claro. Por que a pergunta?

– Eu sei que você está com medo. – Ela focou a atenção na prateleira antiquada que guardava coleções de licores. – Vai ficar tudo bem. Chanyeol não é estúpido, ele sabe lidar com isso... Teve uma boa professora.

O sorriso de Minseok era confortante em uma maneira nostálgica. A lembrou da primeira vez que se encontraram. Senhora Kim era uma cliente de longa data e quando Cheolmin morreu, tiveram que encontram uma maneira de mostrar à ela que ainda lucraria. Clamava não ter tempo para um "moleque" então mandava Minseok no seu lugar. Na quinta vez, Eunbi foi no lugar de Chanyeol. Minseok a serviu chá de erva-cidreira em uma xícara de porcelana muito bonita.

Mesmo depois de tantos anos, ele ainda sorria da mesma maneira.

– Tch. Puxa-saco.

Ele riu.

Quando Junmyeon voltou, estava praticamente arrastando o irmão. Jongin o xingava enquanto era puxado pelo braço porta adentro. Ele também congelou ao ver Eunbi.

– Olá, Jongin.

O caçula tentou manter seu equilíbrio, mas era incapaz quando Eunbi o olhava tão intensamente. – Eunbi. Você sempre liga, o qu–

Ela levantou a mão direita e ele imediatamente se calou.

– Eu não tenho tempo para mentiras, Jongin. – Notou o jeito com que sua postura tornou-se mais tensa. – Colabora comigo.

– Mas que merda você fez, Jongin?! – A exclamação mais do que irritada de Minseok pareceu abalá-lo.

Exatos quinze segundos de silêncio se passaram antes de Jongin puxar a cadeira, se jogando no assento. Manteve-se virado para o outro lado, sem manter contato visual.

– Se você está aqui, é porque sabe de algo. – Afirmou, puxando a rolha da garrafa de whiskey com um pequeno 'pop'. – Me diz o que você sabe.

– Jongin, pare de brincar! – Minseok advertiu, mas foi interrompido por Eunbi.

– Chanyeol deve se encontrar com Wu Hong Yi essa noite. – Ela pareceu mais nervosa dessa vez. Quase como se estar perto da verdade a deixasse ansiosa. – Eu quero saber quais são os planos dele.

– Eu também não sei. – Ele despejou a bebida em um copo, o preenchendo quase até a boca. Minseok suspirou pesado, mas manteve-se em silêncio. – Não sei porque ele decidiu isso agora ou porque ele veio falar comigo sobre isso.

– Não me importa o que você não sabe. Tudo o que eu preciso é das informações que Chanyeol te deu.

Jongin parou por um instante, copo alguns centímetros de distância do rosto, meio-gole. Ele suspirou e balançou a mão, assistindo o líquido dançar ao redor do vidro.

– Ele quer negociar com o cara... Eu acho. Olha, eu tô tão na cega quanto você. Tudo o que ele me pediu foi pra arrumar um lugar.

– E você deixou isso acontecer? Sem ao menos me consultar antes? – Ela cruzou os braços, assumindo uma postura mais confrontante.

– Chanyeol é um homem adulto. Ele não precisa de você para fazer as escolhas dele.

– Jongin! – Minseok repreendeu, surpreso com as palavras que haviam deixado a boca do irmão mais novo. Eunbi esticou o braço, o impedindo de se aproximar do rapaz.

Ela não o deixou continuar. As palavras de Jongin, por mais nocivas que fossem, estavam cobertas de verdade. Chanyeol completaria vinte e dois no outono, não precisava de alguém para controlá-lo.

Mas isso não significava que ela estava disposta a admitir aquilo.

– Quando eu quiser uma análise psicológica, te deixarei informado. – Sua resposta conseguiu arrancar um sorriso presunçoso de Jongin. – Por agora, só quero informações do paradeiro de Chanyeol.

– Certo. – Deixou o copo sobre a mesa, se levantando em seguida. – A casa de chá. Uma sala fechada. É tudo o que eu sei. – Respondeu, não sendo capaz de manter contato visual.

– Obrigada, Jongin.

– Eunbi, o que você vai fazer? Você não pode simplesmente entrar lá quando eles estão atendendo ninguém menos que Wu Hong Yi.

– O que você quer dizer com isso, Minseok?

– Mãe!

– Senhora Kim.

– Eunbi. – Ela sorriu, caminhando até Eunbi em passos delicados. – Você pode me explicar a situação?

Eunbi hesitou. Minseok lhe ofereceu um olhar confortante.

– Chanyeol decidiu se encontrar com Wu Hong Yi.

– Aquele moleque cabeça-dura! – Sua exclamação nervosa foi mais do que suficiente para assustar todos que a assistiam. A mulher demorou um ou dois minutos para se recuperar. – E quando isso vai acontecer?

– Hoje à noite, na casa de chá nos arredores da cidade. – Minseok explicou.

Senhora Kim soltou um murmúrio em concordância, cruzando os braços sobre o peito. Olhou para Eunbi por alguns segundos, estudando sua expressão. Se tinha algo que ela sabia era que aquela garota não iria desistir tão fácil.

– O que você planeja?

Eunbi respirou fundo antes de responder. Teve que tomar alguns segundos para organizar seus pensamentos. – Acima de tudo, Chanyeol não pode saber que eu estou lá. Senão ele vai acabar se machucando.

– Justo. – Fez uma pausa. – Falarei com a dona. Eu posso te ajudar com isso.

Era como se um peso estivesse sendo removido de seus ombros, – ou pelo menos, metade dele. Um pequena porcentagem do plano estava resolvida, mas o que lhe restava era ainda mais preocupante.

Como iria livrar-lhes daquela maldita situação? Como iria encarar o cabeça da família Wu e ter certeza que Chanyeol estaria seguro?

Teria que descobrir isso antes do cair da noite, ou não sobreviveria para ver o amanhecer.


»»————-————-««


Tinha que admitir uma coisa; Sabia que Senhora Kim era excelente no que fazia, mas vê-la agir de perto era algo completamente diferente. Suas palavras eram banhadas em elegância e eloquência. Combo que fora capaz de convencer a dona a ceder ao plano de Eunbi.

E foi assim que ela se encontrou no meio de um dos quartos da pensão, rodeada pelas garotas que estavam ocupadas demais se arrumando para lhe prestar atenção.

– Eunbi, certo? – A mulher que se aproximou tinha uma beleza natural inacreditável. Assumiu pelos cabelos molhados e a pele limpa que ela havia deixado o banho não há muito tempo. Mesmo sem nenhum adicional, assemelhava-se à uma boneca de porcelana. – Eu sou Ayaka. Senhora Kim me disse para ajudar-lhe com sua preparação.

– Ah, sim. – Abaixou a cabeça, fazendo uma leve reverência. A mulher sorriu, caminhando até ela em passos delicados, a barra de seu vestido branco e leve se arrastava no piso de madeira.

Tomou seu lugar sobre uma almofada bordada, em frente à penteadeira. Eunbi a seguiu.

– Quantos anos você tem?

– Vinte e um.

Ayaka acenou com a cabeça, se inclinando levemente para alcançar a penteadeira.

– Você é um pouco velha demais para ser uma Maiko, então estará como Geiko. – Pausou, segurando um pequeno círculo de metal entre os dedos. – Você entende a diferença?

– Mhm. – Murmurou em concordância. – Mais ou menos. – Corrigiu. – Maikos são aprendizes, certo?

Ayaka acenou com a cabeça, puxando o topo do metal com o polegar para revelar um pequeno espelho.

– Meninas com mais de vinte e um começam direto como Geikos. – Explicou. – Que inveja. – Riu baixo. – Não terá que enfrentar toda a fase de aprendizagem...

Eunbi riu sem jeito.

A assistiu abrir as gavetas e retirar uma ordem de produtos que ela reconhecia. A maioria tinha rótulos em japonês. Pegou um pincel longo com um cabo de madeira manchado.

A tinta era gelada e fazia cócegas contra sua pele. Mas as pinceladas eram leves e delicadas, quase como um acariciar. Como se esperava de uma Geisha.

Eunbi aproveitou o momento em que ela se virou para mergulhar o pincel na pasta branca e puxou assunto.

– Você é de Kyōto?

Ayaka Pausou por um segundo e se virou para encará-la. Sorriu, meio desconcertada.

– Eu disse Geiko, não disse? – Eunbi acenou com a cabeça. Elas riram. – Ah, eu sempre me entrego. – Comentou com um sorriso antes de voltar ao trabalho. Depois de terminar a base em tinta branca, puxou uma esponja esbranquiçada que era maior que sua própria mão. Sorriu. – É melhor você prender a respiração. Aplicou o pó com leves batidas, seguindo de sua testa, até sua nuca.

Retirou em seguida um pincel significativamente menor e um pequeno pote de rouge. Decorou com pinceladas delicadas e curtas, os cantos dos seus olhos.

– Você veio para cá quando?

– Depois da guerra. – Explicou, pausando por alguns segundos para checar a simetria. – Minha tia havia acabado de perder o marido e teve uma oferta de um senhor que dizia ser muito rico. – Banhou a ponta das cerdas no rouge mais uma vez antes de reforçar o olho esquerdo. – Ele prometeu se casar com ela, mas ela tinha que se mudar para a Coréia com ela. E minha mãe nunca teve um relacionamento com o meu pai mesmo, então não tinha nada a perder se mudando pra cá. Mas acabou sendo um golpe. Com sorte, minha mãe conheceu a Senhora Miura e começou o treinamento como Geiko.

– Uau. Isso é muita informação. – Ayaka riu. – É tão triste pensar que ainda existem homens fazendo isso com pobres garotas. – Ela concordou.

Com os pequenos adornos em vermelho prontos, seguiu com um kohl e usando um pequeno pincel definiu com traços precisos os olhos e sobrancelhas de Eunbi.

– Você é daqui? – Tentou clarear o ambiente com conversa fiada enquanto usava mais um pouco do rouge para definir suas bochechas.

– Pode-se dizer que sim. – Riu. – Eu nasci aqui, mas passei a maior parte da minha infância em Beijing. – Sua afirmação fez Ayaka levantar as sobrancelhas. – É, todo mundo faz essa cara. – Elas riram.

A última coisa que ela fez foi decorar seus lábios com a tintura vermelho carmim clássica. Uma vez que seu rosto estava pronto, Eunbi se surpreendeu com seu reflexo. Ayaka realmente tinha habilidades incríveis, mal podia se reconhecer naquele espelho. Isso era definitivamente uma vantagem.

Eunbi foi acompanhada por outras duas mulheres para uma sala separada, onde lhe deram um penteado extravagante que esbanjava detalhes e acima de tudo, a permitia se camuflar com as outras garotas.

O último passo era se mover para uma edícula ainda na mesma propriedade. A sala tinha estantes que desciam do teto até o chão, com peças e peças armazenadas cuidadosamente. Uma senhora a esperava, segurando nas mãos o kimono que lhe seria emprestado.

– Onde está o Otokoshi-san? – Ayaka perguntou à ela assim que entrou. A senhora balançou a cabeça, deixando um suspiro pesado escapar. – Espera aqui, Eunbi.

Não tinha outra escolha a não ser obedecer. A senhora lhe ofereceu um sorriso, segurando sua mão e a puxando em frente ao grande espelho. Gesticulou com as mãos a ponta da roupa, lhe dizendo para se despir.

Não pôde deixar de pensar na situação, no que estava fazendo. Tinha uma escolha para fazer. A senhora sumiu atrás do balcão e voltou alguns minutos depois, segurando um par de meias brancas que tinha uma indentação que separava seu hálux dos demais dedos.

Em seguida, recebeu um roupão branco de algodão que se assemelhava ao que Ayaka usava quando estavam no quarto. Se lembrava de ter usado algo similar em uma visita ao Japão. Uma faixa em um tecido bonito foi usado para segurar o roupão no lugar.

A segunda peça era um kimono de seda branca, um pouco mais grosso que o que havia lhe antecedido, mas ainda fino. Sobre o kimono, vinha um segundo e último kimono, mas dessa vez ela reconheceu seu padrão. Era absolutamente lindo. Seu tecido era um azul escuro, quase preto, com detalhes em dourado e flores decorando sua extensão.

Não teve muito tempo para admirá-lo, tinha que ficar pronta o mais rápido possível. A senhora lhe entregou uma longa faixa de seda em uma cor que combinava com os detalhes em seu kimono.

O deslizar da porta anunciou a volta de Ayaka. Ela sorriu e se posicionou próxima à entrada, esperando seu convidado entrar.

– Chegamos a tempo. – Ela exclamou com um sorriso aliviado. Eunbi não podia deixar de notar o quão linda Ayaka realmente era. Especialmente seu sorriso. – A força de um homem é melhor para amarrar o Obi. Normalmente, temos alguém para isso, mas ele não está hoje. – Explicou, fazendo um bico. O rapaz entrou em silêncio, deixando seus sapatos no lado de fora.

– Uau. – Foi a primeira coisa que Minseok disse ao pôr os pés na sala. Ayaka fechou a porta enquanto ele caminhava até Eunbi. Ela lhe ofereceu um sorriso tímido. – Quase não te reconheci. – Riu.

– Ótimo! – Exclamou, colocando a mão sobre o peito.

Ayaka segurou a ponta do tecido, enquanto Minseok a ajudava a enrolá-la sobre seu torso.

– Ayaka-chan, você pode pegar o Obiita pra mim? – Ele murmurou, segurando o tecido no lugar. Ao receber silêncio, Minseok franziu o cenho, virando a cabeça para encará-la. – Ayaka!

Ela pulou em seu lugar, piscando algumas vezes para acordar. – Eh?

– Você pode pegar o Obiita? – Dessa vez, repetiu a questão com mais cuidado, estranhando sua reação. Ela acenou com a cabeça, correndo até uma das estantes e retirando duas peças de cartão dobrado. Ela os colocou sobre o tecido e Minseok o deu uma última volta.

– Você vai ter que segurar firme agora. – Ele comentou com um sorriso, a olhando através do espelho. – Eu vou dar o nó. Me avisa se estiver muito apertado. – Acenou com a cabeça.

Quando ele disse que daria um nó, ela não esperava que ele puxasse o tecido com tanta força. Teria caído no chão se não tivesse sido segurada por ele. Não conseguiram esconder as risadas que escaparam com o 'quase-acidente'.

– Eu falei pra você segurar firme! – As palavras saíram entre risadas enquanto ele a ajudava a se levantar. Eunbi se apoiou no balcão para prevenir que o pequeno incidente não se repetisse.

Minseok terminou o nó em alguns minutos e procurou por quaisquer detalhes que devessem ser arrumados ou corrigidos. Um sorriso nervoso apareceu em seu rosto ao notar que tudo estava no devido lugar.

– Obrigada. – Eunbi murmurou suavemente, o encarando através do reflexo no espelho. – Eu não sei como estaria se vocês não estivessem me ajudando. Abaixou a cabeça, correndo os dedos pelo tecido do kimono, desamassando vincos imaginários.

– Vocês nos ajudaram antes, é justo retribuir, – pausou, se aproximando dela. – além do mais, somos amigos, não? – Lhe jogou uma piscadela amigável, um sorriso dançando em seus lábios. Eunbi retribuiu.

Em seguida, Minseok puxou um relógio de bolso de dentro do casaco, o abrindo com um leve chacoalhão. Depois de checar o horário, o devolveu ao seu lugar.

– Você precisa ir agora se quiser chegar a tempo. – Advertiu, a encarando. Eunbi acenou com a cabeça, se movendo até o canto onde as sandálias que lhe foram emprestadas por Ayaka a esperavam.

– Para onde estão indo? – Ayaka perguntou, brincando com a barra do casaco leve.

– O quarto premium foi alugado para esta noite. – Minseok explicou enquanto puxava a porta.

– Não! Você não pode! – Disse em um pulo, praticamente correndo até onde eles estavam. Olhou para Minseok com uma expressão aflita, esperando que ele concordasse com ela.

– Ayaka-chan.

– N- Novatas... Novatas não são permitidas lá. É isso. – Afirmou, desviando o olhar, esperando que não notassem a hesitação em seu tom de voz. Eunbi lhe ofereceu um sorriso calmo.

– Ela sabe onde está se metendo, Ayaka. – Aquilo não foi suficiente para acalmar a jovem.

– Ela sabe que quem estará lá será o...? – Não terminou a frase, mas olhou para Eunbi uma vez antes de voltar o olhar para Minseok, deixando claro a quem se referia.

– Wu Hong Yi. – Eunbi completou a frase para sua surpresa. – Eu sei muito bem quem ele é.

Eunbi foi escoltada por Minseok até de volta à casa, onde outras mulheres esperavam a chegada do único cliente que teriam pela noite. Esperou por pelo menos dez minutos no quarto vazio até Ayaka voltar, já com sua maquiagem e roupas. Usava um kimono claro, em um rosa bebê com flores decorando a extensão do tecido, parecia uma verdadeira boneca de porcelana. Não parecia feliz.

Caminhou até o armário, não se preocupando em olhar para Eunbi. – Você... Você e Minseok parecem próximos. – Seu comentário tinha um certo tom interrogativo, a assistiu por cima do ombro, não se permitindo parecer muito desesperada.

Ela sorriu. Era óbvio que tinha algo entre Minseok e Ayaka, ele a olhava como se fosse a primeira vez. Pensou por um segundo ou dois antes de dar sua resposta.

– Sim. – Respondeu sua pergunta entrelinha. – Tratamos de negócios com Senhora Kim e os rapazes há alguns anos. – Adicionou. – Meu noivo e eu temos um afeto especial por eles.

Aquelas palavras a fizeram se virar em um pulo, a encarando como se não pudesse acreditar em seus próprios ouvidos. Seus olhos incertos imediatamente voaram para as mãos de Eunbi, inspecionando com cuidado seus dedo anelar.

– Eu o removi mais cedo. Não posso ser uma geisha compromissada, não é? – Sua explicação pareceu convencê-la. Ayaka tentou esconder o sorriso satisfeito, mas não foi bem sucedida.

Conversaram por mais alguns minutos. O compromisso marcado com ninguém menos que Wu Hong Yi estava apenas alguns minutos de distância e os últimos detalhes eram ajustados. Seu disfarce era absolutamente impecável, mas se suas habilidades não fossem o suficiente, poderia colocar não somente a si mesma em perigo, mas também Chanyeol.

– Senhora Kim não me explicou. Por que você está fazendo isso? Ele é um homem perigoso.

Sorriu, a encarando através do espelho. – Um homem perigoso ainda é um homem. Feito de carne e sangue.


»»————-————-««


Um incômodo terrível tomava conta de Chanyeol.

Era uma mistura de ansiedade e medo. E ele não tinha um pingo de controle sobre.

Devia ter recebido um telefonema de Baekhyun há mais de duas horas, mas a noite já havia caído e nenhuma notícia.

Rezava para que tudo tivesse corrido bem e Eunbi estivesse sã e salva no esconderijo.

Sabia que ela ficaria furiosa quando não o visse na casa, mas aquela era a única maneira de protegê-la. Sua ganância lhe havia puxado neste buraco, mas ela não merecia ser arrastada para sua bagunça.

Este era o ponto final.

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