MILLIE
Entrei no quarto da Helen tentando não fazer barulho para não acordá-la de surpresa. Ela dormia como um anjo. Espero que ela realmente seja do jeito que aparenta ser. Seu quarto era típico de garotas de 7 anos. Personalizado com os personagens mais famosos, a parede pintada de rosa, e vários outros detalhes. Cheguei perto de sua cama e tentei acordar ela de um jeito suave. Helen abriu os olhos e olhou pra mim confusa e com sono. Eu dei um sorriso.
- Você que vai cuidar de mim? - Ela diz esfregando seus olhos.
- Sim. Eu sou a Millie. - Falo.
Ela logo me abraça e eu fico surpresa com seu ato, mas eu devolvo.
- Bom, agora você tem que se arrumar, escovar os dentes e depois a gente vai tomar o café da manhã, tá bem? - Eu falo levantando. Ela senta na cama e se espreguiça.
- Tá bom. - Ela fala.
- Tô te esperando aqui fora. Eu acho que sua roupa já está arrumada ali na cadeira da sua penteadeira. - Falo e saio. Fiquei imaginando por um instante quem poderia ter colocado a roupa ali, e pensei na Sra. Wolfhard. Quando saí, vi Finn sentado no sofá da sala que tinha ali perto e perguntei:
- Como posso me dirigir à você? Sr. Wolfhard, Finn... - Digo me aproximando mais dele e sento naquele sofá gigante, ficando de frente pra ele.
- Eu prefiro Finn mesmo, até porque acho estranho quando me chamam de Sr. Wolfhard. - Ele fala olhando nos meus olhos.
- Tudo bem, Finn. Você já tomou café da manhã? - Pergunto pegando meu celular e olhando o relógio. Quase 10am.
- Na verdade não. Eu tinha acordado um pouco antes de você chegar. - Ele disse. - Acho que vou pedir pra Katty fazer pra gente. O que acha?
- Quem é Katty? - Pergunto curiosa.
- É a nossa cozinheira. Ela faz umas receitas deliciosas. - Ele fala.
- Ah, tá bom. - Digo.
Ele levanta e vai em direção a cozinha, sumindo naquela casa gigantesca.
Em poucos minutos ele estava de volta.
- Ela vai preparar o café da manhã pra gente. Cadê a Helen? - Finn pergunta.
- Está se arrumando, eu acho. - Logo que disse isso, ela abre a porta do seu quarto e vem até a gente.
- Oi Finn. - Ela fala sorridente e senta do meu lado.
- Oi Helen. Parece que gostou da sua nova babá. - Ele diz.
- É, pode ser. - Ela fala e sorri pra mim. Eu faço o mesmo.
Ficamos ali por um tempo. Helen assistia a desenhos infantis na televisão gigante, Finn mexia no celular, e eu fazia o mesmo.
Alguns minutos depois, uma mulher chega na sala e diz que o café da manhã está pronto. Fomos para a mesa e fiquei deslumbrada com o tanto de coisa que tinha ali.
- Nossa. Quanta coisa. - Eu falo e o Finn ri.
Termino rapidamente de comer, até porque eu não estava com tanta fome assim. Helen tinha que ir á escola 11am, então ela se arrumou e eu a levei a pé, já que era bem perto. Nós fomos conversando o caminho todo, e fiquei sabendo um pouco mais da vida dela. Ela parecia ser uma garota muito legal. Quando voltei para aquela casa, que podia muito bem chamar de mansão, fui direto para o meu quarto. Peguei minhas malas e organizei algumas delas colocando naquele gigante closet. Em uma delas, eu vi o meu caderno onde eu escrevo meus sentimentos do dia. Não chega a ser um diário, porque eu não escrevo tudo o que aconteceu no meu dia, e sim o que eu senti. Posso dizer que eu faço em forma de poemas e isso me ajuda muito a expressar mais, por mais inútil que pareça. As vezes eu coloco o motivo daquele meu sentimento ou outras vezes eu só escrevo como eu me sinto hoje. A página de ontem está assim:
"Ansiedade,
medo e
impaciência.
Coisas imprevisíveis que vêm quando você menos espera.
Uma nova etapa da minha vida de inicia amanhã. Poderia ser até a minha entrada na faculdade, mas na verdade é a entrada no meu novo trabalho."
Peguei o meu estojo que estava junto ao caderno e coloquei os dois na penteadeira. Eu sempre escrevo de noite. Deitei na minha cama e fiquei pensando no que eu poderia fazer agora. Helen tinha ido pra escola, então não sabia o que fazer. Lembrei que tinha trazido um livro que eu estava lendo, então peguei ele e comecei a ler.
FINN
Eu não estava fazendo literalmente nada naquele momento. Sentado no sofá sem nada pra fazer. Até que uma ideia surgiu na minha cabeça. Por quê não mostrar a casa para a Millie? Ela pode se perder aqui, já que é um lugar enorme. Eu confesso que as vezes me irrito de morar aqui. É tão grande que demora muito para chegar em alguns lugares. Como por exemplo o banheiro. Se eu estiver na sala que tem a vista para a piscina, eu tenho que descer alguns degraus e andar mais um pouco, e isso leva tempo, mas eu já me acostumei com isso. Moro aqui há 15 anos, ou seja, quase a minha vida inteira. Levantei do sofá em que eu estava e fui até o quarto da Millie, que não era tão longe dali. Bati na porta e ela logo abriu. Quando olhei para seu rosto, várias coisas se passaram pela minha cabeça, mas isso durou apenas por 1 ou 2 segundos. Ela olhava fixamente para mim sem expressar nada.
- Ãmm... então, você não gostaria de... conhecer a casa? Como ela é grande, tem chances de você se perder e tal, e isso não seria legal... - Eu falei.
- Ah, claro... não é uma má ideia. - Ela diz e dá um leve sorriso no final.
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capítulo 2 postado ♡
desculpem pelo capítulo meio bosta, não tinha o que escrever, mas foi só pra Millie se adaptar à casa e à rotina mesmo. Prometo que os próximos serão melhorzinhos :)
beijos, Belly ♡