Parabatai

By iPayne

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Há muitos segredos escondidos no mundo das sombras, os filhos dos heróis da Guerra Mortal e Negra herdam a me... More

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By iPayne





PointOfView Rui

Há uma semana atrás disse adeus ao meu querido silêncio para jogar e ler. Têm sido uma semana dura, com treinos intensos e bem ou mal precisos para controlarmos cada vez melhor os nossos poderes.

Lembro-me do início, quando éramos simples caçadores de sombras sem poderes adjacentes. Até nos descobrirmos uns aos outros e as nossas características especiais.

O meu poder, o meu sempre soube explicar uma possível razão, devido ao alto sangue de anjos nos meus dois pais, um poder raro sobre um elemento seria explicado. Tal como o poder da minha mãe de criar runas quando era viva.

Agora aparecer outras três pessoas com os mesmo poderes que eu num diferente elemento. Será que existe alguma razão por termos sido escolhidos os quatro? Caso exista espero que um dia a saibamos.

Olhei para baixo do meu sítio especial, o telhado. Costumo vir até aqui porque como há sempre vento, sinto-me mais conectado ao meu elemento.

A Mariça e a Sara conversavam sobre alguma coisa séria, notava-se pelas suas faces a olharem uma para a outra.

Foi assim que a nossa amizade começou, quando começamos a perceber que preferíamos contar os nossos problemas uns aos outros invés de os enfrentarmos sozinhos.

Flashback

Era um dia de Verão, estávamos quase em Outubro, e o verão estava mesmo a dar as últimas, o sol já não era tão quente e quase que era suportável estar enfiado no Instituto.

Era o primeiro ano neste instituto, a minha mãe tinha morrido no ano antes, isso fez com que o meu pai arrumasse tudo e partisse de Nova Iorque para nunca mais voltar. Sei disto porque vejo na tristeza dele como nem ele sabe como lidar com isso.

A tia Izzy e o tio Alec passaram bastante tempo conosco a certificar-se que o meu pai não ia abaixo ou pior. Ouviu-os muitas vezes a dizer que ainda tem uma representação viva dela, do que ela deixou. Eu.

Sei que os meus pais se amavam, o tipo de amor que move o mundo, o tipo de amor que faz com que seja uma luta para ele viver sem ela.

A avó Joce e o avô Luke tomaram conta de mim durante uns meses depois de ela morrer, nesses meses não soube do meu pai. Disseram-me que ele tinha ido fazer uma viagem. Mas como o corpo da minha mãe nunca apareceu, eu sei precisamente o que ele foi fazer, e só tinha de o deixar.

Este ano ele disse-me que tomaria conta de tudo. Mudamos de casa, viemos para um instituto no meio da nada, rodeado por naturezas e a partir daqui vamos construir uma nova vida. Uma vida sem ela.

Encontrei a sala onde seria a primeira aula introdutória a todos os novos caçadores de sombras, estava praticamente vazia sem ser por uma rapariga sentada nas cadeiras da fila de trás, mas estava demasiada embrenhada na janela para eu tomar iniciativa de dizer olá.

Nunca fui muito bom a fazer amizades. No total tenho dois, e são os filhos do tio Alec por isso não sei se contam. Rafael e Max. Quem me dera que eles tivessem aqui. Mas não podiam, nunca viriam para este fim do mundo.

Com um grande alvoroço entram duas raparigas, uma loira de olhos muitos azuis, como o mar parece ser. E a outra com os olhos negros quase da cor do seu cabelo. Pareciam embrenhadas numa conversa profunda e divertida. Sorte delas serem amigas já, um amigo no primeiro dia é sempre bom.
Mais pessoas juntaram-se e sentaram-se dispersados pela sala. Na verdade, parecíamos muito poucos, mas era de esperar numa cidade tão pouco movimentada por caçadores de sombras.

O meu pai apareceu em conjunto com a Tessa. Sabia que o Jem andaria por ali, talvez na sala de música. Quando nos mudamos, não achei que algum dos amigos do meu pai quisesse vir, mas eles os dois disseram logo que iam também. Quando falamos disso mais tarde, disseram que o trabalho deles com a família dele ainda não estava feito. Não entendi bem porque, mas a felicidade de tê-los aqui é imensa.

"Bom dia pequenos caçadores." Tessa disse com um sorriso.

"Amostras de caçadores." O meu pai acrescentou de braços cruzados.

Desliguei-me da conversa que eles iam tendo. Havia muitos colegas meus que foram tornados caçadores de sombras, não descendiam de família, simplesmente beberam da taça mortal no fim da academia de caçadores de sombras. E agora iam completar o seu treino em institutos a sua escolha.

Alguns tiveram treino em casa e agora mudaram de instituto por escolha deles ou dos pais. Tínhamos na maioria todos dez anos, alguns doze ou treze. Muito novos para saber matar uma coisa, na minha opinião.

"A lua é mais interessante que a minha aula filho?" Presumi que fosse para mim e olhei para o meu pai. Todos se voltaram para mim.

"Desculpe." Pedi e encolhi-me no meu lugar.

Tinha vergonha de as pessoas saberem de quem eu era filho, e acharem que a ter tratamento especial. Nunca tive. Já treinei muito com ele e ele nunca me deu tréguas. Só quando a minha mãe era viva e treinávamos os três, quando ela estava, defendia-me e começava a pegar com ele. Honestamente eram treinos felizes.
A aula acabou e eles os dois retiraram-se da sala, avisando que a próxima aula era estudo de demónios na biblioteca daqui a quinze minutos, sem atrasos.

Não me levantei logo, fiquei à espera que todos saíssem e enquanto isso escrevinhava no meu caderno.

Até que uma mão aterrou mesmo a minha frente.

"Filho do professor. Isso nem devia ser permitido." Um rapaz disse com má cara.

"Não tenho culpa." Falei defendendo-me.

"Se te partir alguma coisa, ele vai fazer o que? Expulsar-me?"

O medo fez o meu poder reagiu e as janelas abriram de par em par fazendo uma rajada de vento embater nele. Tirou-lhe a atenção de mim por meio segundo.

"Quem abriu essa porcaria?" Ele reclamou.

"Se não queres acabar com a cara no chão do prédio, deixa-o em paz." Uma das raparigas que reparei mais cedo falou de braços cruzados.

"Quem pensas que és?" Ele falou.

"Ainda a falar? Pira-te." A outra rapariga falou aparecendo pelas minhas costas.

"Precisas de duas raparigas para te defenderem?" Ele perguntou-me a rir.

"Não, mas para ele poupar o latim contigo, falamos nós. Estamos habituados a falar com idiotas como tu."

"Cala-te Sara, só falas de peito inchado porque a tua irmã é quem é."

"Para ti é Sara Carstairs." Ela falou fria apontando-lhe o dedo. "Ao menos posso viver de um nome e honra-lo. Onde está o teu?"

Vi que aquilo atingiu o rapaz em questão, o que me leva a pensar que deve ser um daqueles que era humano antes disto. E foi convertido este ano. Realmente parecia ter mais idade que nós. Ele não disse mais nada e afastou-se.

"Se estas preparado para atirar pedras, prepara-te para recebe-las." A outra rapariga avisou mais calma.

"Vão para o inferno os três." Ele saiu disparado da sala.

A tensão foi-se embora com ele. Entretanto a outra rapariga olhou para a Sara e parecia um pouco chateada.

"Não achas que exageraste?" Ela perguntou-lhe.

"Não." Ela falou séria. "Se ele não queria ouvir as verdades, mantivesse calado sobre a família de cada um."

"Carstairs?" Perguntei.

Ela olhou-me e já parecia mais amigável. O típico olhar costume nos Carstairs de amizade e lealdade.

"Não és o único aprisionado por carregar um nome." Ela falou. "Sou a Sara."

"Rui." Falei de volta.

"Mariça, a mais importante que vais conhecer." Ela ergue-me a mão para apertar num tom de gozo.

Acabamos por rir todos juntos e senti que era o começo de algo fantástico.

-x-

A biblioteca parecia ainda maior com tantas pessoas lá dentro. O Jem encontrava-se no meio dela com um livro na mão enquanto o lia. A Sara riu-se ao nosso lado como se fosse uma piada privada de ela com ela mesma.

"Não tropeces numa mesa por ler o livro." Ela falou na direção do Jem.

Ele ergueu a cabeça já com um sorriso, como se soubesse que o comentário só podia ter vindo de uma pessoa. Se não me engano o Jem é um Carstairs, por isso deve conhecer a Sara.

"Pequena Carstairs, sempre acompanhada pela tua eterna companheira Blackthorn."

Blackthorn? Olhei para a Mariça, e ela para mim. Piscou-me o olho. As palavras da Sara sobre carregar um nome fizeram-se luz na minha cabeça. Outra coisa fez luz na minha cabeça, existe um grupo de caçadores de sombras com três membros, descendentes de famílias importantes. Blackthorn, Carstairs e Rosales. Duas raparigas e um rapaz.

"Esperem... A tua irmã é?" Perguntei sem acabar realmente a pergunta.

"Sim, Olivia Blackthorn." Mariça respondeu-me.

"Ela não faz parte de um grupo super conhecido?"

"Sim, em conjunto com a irmã dela." Aponta para a Sara que já descia as escadas. "E um irmão de uma amiga nossa."

"Caramba." Franzi o sobreolho. "E o pessoal preocupado comigo e com o meu pai?"

"Não brinques, és filho do famoso Jace Herondale ou Lightwood. E da Clarissa Morgenstern. Bate qualquer pessoa."

"Não bate assim tanto."

"Eu sou filha de Mark Blackthorn. Não sou propriamente de uma boa fama."

"És metade fada?" Perguntei.

"Não sei se sou. Nunca senti nada." Mas aí ela já me parecia estar a mentir, mas deixei estar. Ela tem direito as coisas que não quer partilhar.

Lá em baixo a Sara e o Jem estavam num abraço apertado. Era como se não se vissem à imenso tempo.

"Eles são o que?" Perguntei.

"Bisavô com muitas tetras." A Mariça riu-se. "Mas ele trata-o como uma filha, é como se fosse tio e sobrinha. Os pais dela são muito chegados a ele."

"Deixa-me adivinhar Emma Carstairs e Julian Blackthorn."

"Precisamente." Ela riu-se como se isto fosse uma questão habitual.

"E eu que achava que seria a pessoa com uma família marada este ano."

"Estamos todos juntos." Ela disse metendo a mão no meu ombro.

--

E a verdade é que nunca deixamos de estar.

Isso foi a beleza da nossa amizade, nasceu de parecenças e tornou-se real com a confiança que depositamos uns nos outros.

Conheci a Angélica passado uns dias das aulas terem começado. Ela era filha de Cristina Rosales, melhor amiga da mãe da Sara. Portanto elas tinham convivido a vida toda e eram todos amigas. Depressa tornei-me amigo delas e temos sido inseparáveis. O verdadeiro dia que a nossa amizade se tornou para além de disso e virou família de sangue diferente, foi o dia em que descobrimos dos poderes uns dos outros. Numa missão onde a vida da Mariça e Angélica corriam vida, e eu estava ferido incapaz de ajudar, algo rebentou dentro da Sara, como uma luz azul que me fez perceber que não era o único com este dom.

Mariça possuía um e Angélica também, e esconderam isso uma das outras quase a vida toda.

"Rui? Terra chama Rui?" Ouvi a voz de Angie a chamar-me.

"Olá." Disse virando a cabeça para trás.

"Que fazes aqui?" Ela sentou-se ao meu lado.

"A pensar sobre tudo." Respondi voltando o olhar na direção das luzes da cidade. "Lamento pela tua mãe."

"Não foi fácil, mas ela vai ficar bem. Passou metade das férias inconsciente pelo veneno do estúpido demónio."

"E tu?"

"Tive com a minha avó, não foi mau de todo. Com ela é mais fácil do que com a minha mãe. Ela compreende melhor o meu poder e não há aquele olhar de culpa nos olhos por ter sido responsável como a minha mãe."

Meti-lhe a mão por cima dos ombros e puxei-a para um abraço fraternal. Ela encaixou-se na minha clavícula e deixou-se ficar lá em silêncio a olhar para a cidade.

"Temos uma missão já agora." Ela falou e eu suspirei de tédio, estava tão bem quieto e não me apetecia nada ter de me mexer hoje.

-x-

Era uma casa abandonada num dos campos mais afastados da cidade. Estava a cair de podre, mas ainda era enorme vista de fora. Só o meu pai tinha decidido acompanhar-nos na missão. Ele têm se baldado ultimamente, para nos deixar pensar que já conseguimos aguentar sozinhos.
Organizamo-nos e distribuímos tarefas. Eu e a Mariça ficaríamos juntos e entraríamos pela frente. Assim se fosse preciso pegar fogo e transporta-lo através do ar, eu fá-lo-ia.
A Sara e a Angie entrariam pelas entradas laterais e o meu pai como é o durão da zona iria sozinho por trás. E mataria tudo o que visse.

Entramos armados e atentos a tudo, a sala estava abandonada tal como o resto da casa. O dispositivo na mão da Mariça para localizar demónios continuava em silêncio. Não havia nada nesta divisão.
Algo fez barulho na parte de trás da casa, olhei para a Mariça e ela para mim. O meu pai. Tenho medo sempre que vamos nestas missões, já o perdi quando a minha mãe morreu, não o podia perder de novo.

Só me dei conta que estava a voar até o lugar do barulho quando ouvi a Mariça a berrar para esperar. Às vezes não sinto o poder tomar conta de mim e a agir sem eu saber até alguém me chamar.
Corremos juntos pela casa, até os sons da batalha. Senti algo cair em cima de mim e depois um calor insuportável a passar-me rente nas costas. Virei-me para cima a tempo de ver a Mariça queimar um demónio que me tinha caído nas costas.

Olhei para o buraco no teto e vi que mais estavam a cair. Tirei a minha estela e preparei-me para a batalha. Com a mão livre fiz uma rajada de vento encosta-los a parede e a Mariça mandou fogo neles, queimando-os. Acabamos com eles com as nossas estelas e eles evaporaram-se. Continuamos caminho até os sons mais a frente da casa. O meu pai debatia-se com três demónios com cabeças mesmo feias e várias fileiras de dentes. Um deles estava nas suas costas prestes a morde-lo. Levantei a mão e com uma rajada de vento encostei-o a parede.

Umas raízes apareceram do chão e amarram-no ao chão fazendo com que fosse impossível ele se mexer.

A Angie fez sinal positivo com a cabeça que tratava dele, e a Sara apareceu atrás do arco onde a Ana tinha surgido momentos antes. Só a vi levantar a mão e uma bolha de água formou-se em meu redor, a tempo de ouvir um baque embater nela e rebolar para a minha frente.
Tinha a estela na mão e assumi posição de combate. Lutamos durante algum tempo e acabei por conseguir espetar a estela na sua cabeça nojenta. Ele evaporou-se nos meus braços.

Olhei em redor e cada um lutava a sua maneira, destruindo quem aparecia. Mas parecia que não acabavam. A Sara e eu ficamos costas com costas e ela ia protegendo-nos com as suas bolhas dos demónios que nos atacavam por cima. Nós os dois estávamos envoltos numa bolha de água que impedia que eles se aproximassem. Ela abria a parte de a frente para o demónio passar e assim eu conseguir mata-lo.

"Quantos mais matamos, mais aparecem!" Mariça berrou deitando fogo a uma parte da divisão e deixando-a arder.

"Venham todos ao meio!" Sara berrou.

Ana e Mariça juntaram-se na nossa bolha e depois de derrotar mais três o meu pai juntou-se a nós. Todo chamuscado e coberto de sangue dos demónios pela roupa.

"Eu gostava deste casaco, bolas." Ele disse sacudindo o sangue.

"Compras outro." Afirmei revirando os olhos.

"Não me revires os olhos Herondale. Vou pôr-te de castigo."

"Já não tenho idade para isso."

"Tens sempre idade para isso."

A bolha da Sara mantinha-os afastados e estavam a rodear-nos. Qual fosse o plano que aquela cabeça estava a idealizar, bom ser rápido.

"Prepara-te." Ela disse para a Mariça.

A Mariça deve ter percebido a ideia porque chegou-se um pouco a frente e levou as mãos ao chão concentrando-se.

A bolha da Sara rebentou criando uma onda enorme que fez derrubar os demónios e pô-los desorientados.

"AGORA!" Ela falou e a Mariça levantou o olhar do chão e olhou em frente.

O chão pegou fogo, onde havia água passou a haver fogo, os demónios iam queimando um a um, batiam uns nos outros e queimavam até morrer. A Mariça mantinha o fogo concentrado e controlado.

"Temos de encontrar a porta que estão a vir para este mundo!" Angie falou.

"Eles estão sempre a cair por cima!" Afirmei.

"Vão." Sara falou. "Tratamos disto."

"Angie quando quiseres." O meu pai comentou agarrando-lhe na mão que ela estendeu.

"Vamos." Afirmei fazendo sinal afirmativo para ela.

Saltei e senti o ar me transportar para cima, passei pelo buraco no teto. Olhei para baixo e vi a raiz que crescia debaixo dos pés do meu pai e da Angie, trazendo-os mesmo atrás de mim. No que penso ser o último piso da casa estava lá o portal roxo, com uma imagem para outra dimensão. A dimensão dos demónios. E a frente dele estavam montes de demónios como os que enfrentamos lá em baixo.

O meu pai saltou da raiz para o chão sólido do andar e ergueu a espada começando por atacar os mais próximos. Abri caminho pelos demónios com as minhas rajadas de ar, e a Angie prendia-os ao chão e espremia-os até não haver nada que restasse deles.

Saquei da estela e iluminei-a com o seu poder. Desenhei a runa de fechar perto do portal e ele começou a diminuir o seu tamanho. Houve um demónio que tentou passar enquanto ele fechava e ficou preso pela cabeça, tendo sido decapitado quando ele fechou completamente.

"Esta fechado!" Falei para o meu pai.

"Boa, agora é só acabar com eles."

Pov Sara

Vi um demónio meio em chamas a ir nas costas da Mariça e agi de imediato fazendo uma bolha protetora a sua volta. Não reparei que o demónio não estava completamente sozinho, e havia alguns que se levantavam com o corpo a arder. Ele mordeu-me o braço e eu guinchei de dor, de seguida dei-lhe um pontapé e saquei da estela.

O braço ardia-me, ardia imenso, parecia que estava a arder. Não podiam ser demónios sem veneno? Fiz uma bolha a minha volta e olhei com cuidado. Estava a sangrar, o que era uma merda, mas podia ser pior.

"Sara?" A Mariça só descansou quando olhei para ela e fiz sinal positivo.

"Eu estou bem, vamos acabar com eles?"

"Protege-te." Ela disse com um sorriso e de repente a sala inteira pegou fogo.

Um fogo vermelho e intenso, sentia-se o calor em redor. Os sobreviventes guinchavam quando ardiam. Fiz uma bolha protetora em volta da Mariça, mesmo que ela nunca se tenha queimado com o seu próprio fogo, é melhor não correr riscos.

Quando o último demónio caiu, rebentei as bolhas e fiz uma onda passar por todos os incêndios que ainda existiam, extinguindo-os a todos.

A Mariça olhou em volta confirmando que nenhum se mexia. Um a um foram-se evaporando, de volta a dimensão deles. Nenhuma de nos se mexeu até todos desaparecerem. Depois agarrei-me ao braço e a Mariça veio logo ter comigo.

"Deixa ver." Ela pediu preocupada.

"Está bom, só precisa de runas."

"Se tiver veneno vais ser preciso runas mais fortes e uma pomada mágica."

"Espera."

Levei a mão contrária na direção do meu braço e uma corrente de água apareceu no topo do braço limpando a ferida. A Mariça voltou a avalia-la e fez uma runa de cura. Não curou completamente. Mas já não ardia como antes.

"Que se passou?" Ouvi a voz de Angie enquanto eles desciam até o nosso pé.

Jace saltou e aterrou mesmo ao nosso pé. Agarrou-me no braço e analisou.

"Runa de cura?" Perguntou na direção da Mariça.

"Sim, mas não curou tudo." Ela disse.

"Mas já não arde. Dá uma simples impressão." Informei.

"Só precisas da pomada do Magnus então. Deve ser suficiente para fazer o veneno desaparecer de vez."

Concordei e ele ajudou-me a por de pé. Ouvi o telemóvel dele a tocar. Ele deixou tocar enquanto se certificava que ninguém estava mais ferido. Depois então atendeu. A pessoa do outro lado parecia agitada e só o vimos suspirar e a dizer que já ia. Olhamos todos para ele expectantes.

"Temos uma visita." Ele avisou antes de fazer sinal de irmos embora.

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