Cr.: 蝶形标本 (Weibo)
Nenhum eunuco passou do marco da porta do quarto desde o incidente, não enquanto Li Xiao estivesse num raio de dez metros do palácio do primeiro príncipe. Todos andavam silenciosamente e de cabeça baixa, faziam suas tarefas e serviam evitando qualquer contato com o mais novo casal.
O garoto ainda não tinha liberdade para sair explorando por outros espaços, pois Wang Yu temia que este arrumasse alguma confusão fora das paredes do palácio. Todavia, o menor estava começando a agir ainda mais violento conforme os dias passavam, fazendo o jovem príncipe tomar providências imediatas para evitar um banho de sangue. Ele não poderia ficar atento ao outro o tempo inteiro e nenhum eunuco tinha coragem ou pulso para servir de acompanhante. Portanto, o herdeiro da Dinastia tomou uma sábia decisão ao escolher o primeiro presente de seu amante.
— O que é isso? — Li Xiao perguntou, apontando para a coisa diante dele. Era começo da manhã e os dois estavam vestidos adequadamente para o dia, a essas alturas os eunucos podiam ajudar a arrumar as roupas e acessórios do príncipe caso já estivesse devidamente vestido. Haviam enfeites bonitos nos cabelos escuros e um brinco de alguma pedra preciosa em uma das orelhas, as roupas continuavam tendo cores vibrantes e chamativas, a considerar por sua posição era compreensível, só que desta vez o convenceu a usar um robe verde, porém de um tom bonito.
O jovem cultivador, por sua vez, trajava uma das roupas feitas sob medida pelos eunucos, de um tom escuro de azul, quase preto, com detalhes em um tom prateado. O único enfeite usado era uma fita prateada prendendo o final da trança de seu cabelo que o próprio príncipe fazia todas as manhãs. Trançar os cabelos de seu par pela manhã e desarrumar durante a noite era quase um ritual apreciativo, Wang Yu era devoto a cada detalhe do mais novo, como um viciado. Um obcecado.
Estavam há uma semana juntos, dormiam juntos todas as noites e se relacionaram sexualmente duas vezes. Ainda existiam muitas reticências separando-os, contudo, poderiam ser resolvidas mais tarde.
— Você não gostou? — Yu devolveu a pergunta, franzindo o cenho. Tinha escolhido errado?
Xiao meneou a cabeça, a franja balançando sobre a testa de forma graciosa.
— Não é isso, apenas... Por que você está me dando um gato? — apontou para o animal que sequer era um adulto ainda. Estava parado perto da entrada do quarto, olhos azuis intensos encaravam-no de forma julgadora. — E por que ele parece estar me condenando com o olhar?
O príncipe riu.
— É um gato, isso é normal. Não é lindo? É siamês e-
— Não entendo nada de gatos. Por que está me dando um? — perguntou mais uma vez.
— Pensei que talvez você quisesse ter uma companhia.
— Você não teme que eu o mate?
— Ele não é um gato comum, é uma besta mágica. Embora seja apenas um híbrido, é mais forte que você.
Os olhos de Li Xiao finalmente mostraram alguma animação.
— Uma besta mágica? — indagou, certificando-se de que tinha ouvido certo.
— Sim.
— Uau! Obrigado!
Wang Yu ficou desconcertado. Desde quando seu amante era assim tão educado a ponto de agradecer por algo?
Em silêncio, observou o menor aproximar-se do gato e ficar de cócoras diante do animal, observando-o como uma criança olha para um brinquedo novo.
— Qual seu nome? — perguntou.
— Ele ainda não tem um nome, querido.
— Não perguntei para você — Li Xiao reclamou, meneando a cabeça para o mais velho antes de voltar a olhar para seu mais novo companheiro. — Qual seu nome?
As pupilas amendoadas do gato dilataram ao se deparar com a ação daquele humano. Desviou sua cabeça felpuda para o lado e encarou o outro humano, o maior com roupas chamativas.
— Querido... — Yu chamou, tentando não rir do quão adorável Li Xiao parecia. — Ele não é muito comunicativo.
— Por quê?
— Foi criado junto a outras bestas mágicas da cidade imperial, mas nunca foi muito sociável.
— Existem outras bestas mágicas aqui?
— Claro, a maioria são híbridos. Bestas mágicas seculares não se deixam ser domesticadas assim, há apenas a besta contratual de meu pai imperial como exceção.
— Qual é?
— Ela assume a forma de um leão.
— Incrível! Meu irmão tem uma raposa...
Wang Yu franziu o cenho.
— Seu irmão tem uma besta mágica? Ele deve ser bem forte, pois bestas mágicas são muito restritas ao fazer um contrato com um cultivador.
— Sim... Meu irmão é realmente poderoso.
— Sente falta dele?
— Hum?
— Sente saudades do seu irmão?
A expressão de Li Xiao vacilou. Desde que transmigrou de volta para a história, não tinha ficado mais que dois dias longe de seu duo, passar uma semana distante estava começando a afetá-lo, mesmo que evitasse pensar sobre isso. Sentia falta de Jiang Lu?
— Mais do que você imagina — suspirou, levando as mãos até a cabeça da besta mágica em forma de gato que prontamente aceitou o carinho. Aparentemente, ele tinha aceitado o garoto.
— Podemos trazê-lo para cá, para vocês ficarem mais próximos um do outro.
— Não! Está louco? — não queria soar exaltado, porém, era difícil conter.
Um cenário onde Jiang Lu entrava no palácio e se deparava com Wang Yu se repetiu em sua mente. Desastroso. Ele descobriria sobre a mentira de Wang Ye e ainda se envolveria em um dos tabus relacionados a família do imperador. A pior parte era o fato de ele estar no corpo original de Li Xiao, de ser um ger e ser muito chamativo. Lindo como era poderia cair nos olhos cobiçosos do imperador.
O de olhos dourados recuou um passo.
— Foi apenas uma ideia, Xiao Zi.
— Péssima ideia. Deixe meu irmão de lado.
Antes que pudessem estender aquela conversa, um eunuco bateu na porta e chamou pelo príncipe, anunciando a hora de partir para a reunião diária junto a assembleia — pois nem para isso o imperador servia. Despediram-se, desta vez sem um beijo como costumavam fazer, devido a atmosfera tensa que de repente tinha se instalado.
Uma vez que ele partiu e o quarto ficou silencioso, Li Xiao sentiu o peso da culpa no peito. Não queria ter gritado com seu parceiro, pediria desculpas mais tarde.
Jiang Lu ficaria orgulhoso se soubesse dessas mudanças.
— Então, qual seu nome? — voltou a perguntar para a besta mágica, ainda abaixado diante dela.
O gato miou um instante e moveu o rabo, parecia avaliar bem o humano antes de decidir se deveria falar algo ou não.
— Não tenho nome — respondeu, fazendo o garoto abrir um sorriso satisfeito. — Os nossos mestres quem nos dão um.
— Você me aceita como seu mestre?
— Não tenho certeza. Não consigo sentir qual seu nível de cultivo.
— Yu restringiu meus meridianos, talvez seja por isso.
— Bem, ouvi falar que você tentou matar um dos eunucos — comentou, andando com altivez até saltar sobre a cama e deitar ali. — Suponho que você tenha tendências a cultivação demoníaca, cultivadores justos não tentariam matar um humano comum dessa forma.
— Você é perspicaz — levantou-se e cruzou os braços. — Está certo. O que me assusta é até você saber sobre isso.
— Os rumores se espalham rápido por aqui, as pessoas não tem muito sobre o que falar e acabam se dedicando a disseminar fofocas. É impossível não ouvir os cochichos entre os eunucos e criadas, ainda mais quando se trata de alguém da família imperial. Olhe pelo lado positivo, por causa desses rumores nenhuma concubina veio até você.
— Como pode ter certeza? E por que isso é importante?
— Todos saberiam se tivesse acontecido e acredite em mim, é uma coisa boa não encontrar com essas mulheres odiosas. Os rumores sobre elas são todos negativos.
— Há quanto tempo mora aqui?
— Desde sempre. Minha mãe era besta mágica da imperatriz, mas fomos mandados para junto das outras bestas mágicas numa espécie de estábulo quando ela morreu e passamos a viver lá. Contudo, minha mãe tinha um contrato vitalício com a imperatriz e morreu algumas semanas depois. Isso tem pouco mais de trinta anos.
— Você é bem novo mesmo, por isso sua forma animal ainda é jovem.
— Na idade dos híbridos sou praticamente um filhote — fez uma pausa para lamber a pata. — Fale-me sobre você, qual seu nome?
Li Xiao sentou na cama ao lado da besta mágica e se dedicou a conversar, animado com a ideia de ter uma fera para si. Mesmo não sendo tão poderosa quanto Sheng Zi, queria ser aceito por aquele gato.
Como não tinha muito o que falar sobre si mesmo — pois a maior parte era segredo —, assumiu papel como ouvinte dos relatos relacionados a toda a cidade imperial.
No pátio interno, os palácios de Wang Yu e do Imperador eram os mais importantes, recebendo os nomes de Palácio da Alvorada e Palácio do Olhar Divino respectivamente. Depois vinha o palácio da imperatriz, que estava totalmente desabitado, o palácio dos filhos mais novos do imperador e os palácios das concubinas. A besta mágica ficou chocada ao ouvir que Li Xiao não tinha conhecido nenhuma outra parte da cidade imperial e não economizou nos detalhes, principalmente sobre o pátio das bestas mágicas e o jardim imperial — local visitado às escondidas.
Os outros lugares são galerias, onde os tesouros da Dinastia estão sendo mantidos, santuários e alguns edifícios para estadia de ministros e nobres de outras dinastias e afins.
O pátio externo era um território inexplorado pela besta mágica, mas era ali onde deviam estar os edifícios para os serventes e o espaço onde antes se faziam as cerimônias abertas ao povo, costume extinguido há muitos anos.
— O príncipe Wang Yu me deu instruções para te acompanhar — disse a besta mágica. — Suponho que você pode sair desse palácio para caminhar um pouco.
— Ah, então é por isso — riu, meneando a cabeça.
— Então, quer ir à algum lugar agora?
— Claro! Não aguento mais ficar dentro desse quarto.
— Vamos, então.
Os dois deixaram o quarto um ao lado do outro, espantando os eunucos que cruzavam com eles. Finalmente o rapaz moreno voltou a ver o sol do lado de fora, sentindo falta do ar livre. Estava uma manhã um pouco fria devido à proximidade do inverno, mas nada insuportável.
— Você pode me dar um nome — anunciou o gato de repente. — No entanto, ainda não te aceitei como meu mestre.
— Oh, claro — tentou conter a empolgação. — Pensei sobre isso antes, o que acha de Cyan?
— É por causa dos meus olhos?
— Claro! Lembram os olhos do meu irmão, são tão azuis quanto.
— Gosto de Cyan.
— Então, será seu nome a partir de agora!
— Certo, certo. Agora me carregue, não gosto de caminhar.
Li Xiao foi conivente com o desejo de Cyan Zi desta vez, planejando não deixá-lo tão folgado no futuro. Era o primeiro contato, deixaria passar.
****
Wang Hui era uma adolescente linda, tinha feições delicadas e um corpo esguio delineado. Com apenas dezesseis anos era como uma pérola, uma mulher pronta para se casar a qualquer momento. Contudo, ficava profundamente irritada com o descaso de seu pai imperial para consigo, pois este não dava indícios de buscar um bom partido para ela.
— Alteza, você não pode entrar agora, o imperador está ocupado — disse o guarda de forma entediada, parado na frente da porta dos aposentos do imperador. Nem era a hora do almoço e ele estava trancado com uma de suas concubinas.
— Preciso falar com meu pai imperial, é urgente!
— A resposta ainda é não.
— Quem você pensa que é? Sou a princesa!
— Princesa ou não, se essa porta abrir agora nós dois morreremos.
Wang Hui soltou um gritinho irritado, batendo o pé no chão com impaciência. Sua dama de companhia estava corada até a raiz do cabelo ao lado, tentando inutilmente conter a jovem.
— Como meu pai imperial pode deixar seus filhos de lado dessa forma?
O guarda conteve o impulso de responder com um “ele largou até a dinastia, quiçá uma pirralha irritante como você”. Era melhor não colocar ainda mais lenha na fogueira.
— De qualquer forma, jovem princesa, por favor, vá embora — pediu ele, sinalizando para a criada que a levasse dali, conseguindo com muito custo.
Uma vez fora do palácio, Wang Hui começou a fazer birra.
— Sou menos que uma concubina dentro desse palácio, isso é um absurdo!
— Alteza, o imperador é uma pessoa-
— Não diga “ocupado” — interrompeu a criada. — Não sou criança, sei bem o que ele estava fazendo e porque deixou todos de lado. Ele não se importa! Mas, não vou morrer solteira por causa disso!
— Princesa, ainda é cedo para pensar em casamento. A senhorita é jovem, talvez-
— Minha mãe concubina se juntou ao palácio com menos idade!
— Isso é diferente...
— Cale a boca.
A mulher se calou e baixou a cabeça. Diferente da outra criada que acompanhava Wang Hui, esta era passiva demais e acabava deixando a garota fazer o que bem entendia, alimentando sua personalidade mimada.
— Tenho uma ideia melhor — Wang Hui abriu um sorriso enorme. — Vamos até meu irmão!
A criada praticamente choramingou.
— Alteza, o primeiro príncipe deve estar no gabinete do imperador agora, não podemos interrompê-lo.
— Meu irmão é obrigado a reservar um tempo para mim! Vamos!
A ideia da princesa era totalmente equivocada, contudo, a criada não pôde fazer nada para impedi-la de caminhar em direção ao leste, onde ficava a galeria da assembleia e do gabinete do imperador. Quase corriam pelos caminhos, passando por alguns guardas que apenas meneavam a cabeça.
A fama de Wang Hui não era das melhores, pois era conhecida por ser malcriada com todos a sua volta e profundamente mimada, acreditando merecer tudo que desejava sem mover um dedo para merecê-lo. Por crescer vendo seu irmão mais velho recebendo todo o favor de seu pai imperial, convenceu-se de que a próxima seria ela por ser a segunda na linha de sucessão após o desaparecimento do seu segundo irmão imperial. Ledo engano, pois o imperador só parecia ter olhos sobre Wang Yu.
O fato de não conseguir algo só a deixava mais problemática, impulsionando suas atitudes intrometidas e desrespeitosas. O primeiro príncipe evitava puni-la por se compadecer, no entanto, há tempos estava alcançando seu limite.
— Alteza, por favor... — chamou a criada, ofegante.
Estavam passando pela parte externa do Jardim Imperial quando a princesa parou de repente, olhando para algum ponto na entrada do pavilhão.
— Quem é aquele? — perguntou ela, mais para si mesma do que outra coisa.
— Quem...?
Sem esperar resposta, Wang Hui desviou do caminho original e seguiu para dentro do Jardim Imperial com uma criada afoita às suas costas.
— Vi um rapaz estranho há pouco, será algum nobre visitando-nos e eu não fiquei sabendo? — resmungou a garota, arrumando suas vestes e cabelo. — Essa é a minha chance.
Andaram mais um pouco até chegarem a área onde estava uma ponte atravessando um dos lagos, do outro lado era possível avistar um rapaz em vestes escuras passeando entre as peônias. Observaram um pouco, esperando ele se virar para avaliar o rosto dele. Quando aconteceu, a jovem princesa suspirou. Era lindo e tinha um cabelo de dar inveja, uma franja atraente caía sobre sua testa, os olhos de um castanho escuro profundo e nariz afilado. Todavia, sua respiração ficou ainda mais difícil quando um sorriso se desenhou nos lábios grossos.
Talvez aquele fosse mesmo o filho de um nobre, a julgar pela cor de suas roupas[1] e pelo fato de ser um forasteiro, aquele tom de pele canela não podia ser de alguém desta dinastia. Sendo tão lindo, só podia ser um potencial pretendente. Seu irmão, talvez, estivesse programando uma surpresa! Há muito tempo Wang Hui reclamava sobre não ter sido cortejada nem uma vez, provavelmente Wang Yu estava tentando agradá-la.
— Vamos até lá!
Liderou o caminho até a ponte, atravessando-a com passos graciosos e decididos, movendo o quadril em movimentos calculados para chamar atenção. Sua mãe concubina lhe havia dado bons ensinamentos sobre como chamar a atenção dos homens.
Antes de pisar na outra margem, o rapaz desconhecido voltou o olhar para as recém chegadas, seu sorriso tinha desaparecido, deixando para trás uma expressão vazia que causou calafrios nas duas mulheres. Contudo, a jovem princesa precisaria lidar com isso se esse fosse um marido em potencial.
— Olá, sou a princesa Wang Hui. Você é um visitante de meu pai imperial? — perguntou com um sorriso, parando próximo ao rapaz e se agradando da diferença de altura. Não muito alto, não seria desconfortável beijá-lo.
— Não — seu tom era cortante e frio, fazendo a jovem dar um passo para trás.
— Ah... Poderia saber seu nome, jovem senhor?
— Li Xiao.
— Nunca ouvi falar sobre a família Li. Você pertence a qual dinastia?
O rapaz, Li Xiao, pareceu ter revirado os olhos e voltou a andar, sem dar indícios de responder ao questionamento. A garota foi atrás dele, decidida a socializar. Aquele homem parecia ser difícil, todavia, não o suficiente para fazê-la desistir. Quando o alcançou novamente, percebeu que ele tinha um gato no colo. Um gato estranhamente familiar.
— É uma besta mágica? — perguntou, apontando para o animal. — Parece uma das que temos aqui... Deixe-me adivinhar, meu irmão imperial te deu esse presente como uma forma de simbolizar a união das dinastias? Você é um príncipe? Ah, talvez seja o príncipe da Dinastia Li! Faz todo sentido... Realmente seria fabuloso se as duas dinastias se unissem em matrimônio!
O rapaz virou-se para encará-las, as sobrancelhas tão arqueadas que desapareceram atrás de sua franja.
— Você está louca?
A pergunta fez Wang Hui parar de tagarelar no mesmo instante. Seus lábios tremeram um pouco devido ao nervosismo.
— O quê?
— Perguntei se está louca.
A raiva substituiu o encanto em questão de segundos. Adaptar-se ao seu pretendente estava bem, mas ser insultada dessa forma era inadmissível! Ela era a princesa, afinal! Ninguém poderia tratá-la dessa forma!
— Quem você pensa que é? Sou-
— Irritante — interrompeu ele, torcendo o nariz. — Não me importa se é a princesa ou a própria imperatriz, quem se aproximou e começou a falar insanidades não fui eu. Não sou príncipe, não vou casar com ninguém e sim, esta é uma besta mágica dada a mim pelo primeiro príncipe. Agora você pode, por favor, me deixar em paz? Seu perfume me dá náuseas.
Dito isso, girou nos calcanhares e continuou caminhando para o interior do Jardim. Wang Hui ficou parada no mesmo lugar, a boca aberta estupidamente por tamanha insolência.
Até a criada achou a situação toda absurda.
— Ele acabou de dizer que cheiro mal? — murmurou, olhando para o lugar onde antes Li Xiao estava parado. — Quem esse infeliz pensa que é?!
A princesa soltou um gritinho irritado, bateu o pé no chão e caminhou na direção contrária.
— Vou contar tudo para o meu irmão!
Novamente, Wang Hui agindo como uma pirralha mimada. No caminho, elaborava um relato convincente do quanto tinha sido insultada, humilhada e diminuída pelo visitante. Entretanto, quando contou tudo para Wang Yu e disse o nome de Li Xiao, o primeiro príncipe apenas riu e perguntou se ela estava bem. A garota não entendeu a passividade na atitude do irmão que, em outras situações, estaria garantindo a morte do dito cujo. A família Li era tão importante assim?
Li Xiao valia tanto assim?
*******
[1] Na China antiga, na época dos imperadores, a cor amarela e vermelha eram as que mostravam alta posição, riqueza e nobreza. No entanto, antes disso, a cor preta era quem assumia esse papel e mesmo após esse “rebaixamento”, manteve-se como uma cor usada por pessoas de alta posição. Na China Moderna, a cor perdeu seu significado, porém não vem ao caso.
Oi, gente! Olha quem apareceu uma semana depois de sumir na maior cara de pau!
Eu mesma (≧◡≦) ♡
Amo vocês ❤️
Então, hoje/amanhã tem mais coisa. Preparei coisinhas pra vocês, mas dormi e perdi a hora, então o presente de Dia dos Namorados vai ser só depois da meia-noite, perdão! :(
Quem puder aguardar, continue acordado que já já apareço de novo.
Até sz