Herdeiros do Império - CONCLU...

By howardlev

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A pedido da General Leia Organa, Rey se infiltra na Primeira Ordem com o pretexto de ter aceito o treinamento... More

NOTAS INICIAIS/DREAMCAST
Prólogo
Cinzas
Avante
Recomeço
Pesadelos
A cerimônia
Interno
A Dama de Azul
Cortes
Os Herdeiros
Conjução
Dever
Confissão
Súplica
Solitude
O Mestre
Entrega
A Recompensa
Coragem
Busca
A Oitava
Maniqueísta
Simbiose
Revelação
O Delírio de Rey
Reconstrução
Lar
Jakku
Statera
Dor
Penitência
Reencontro
Consequências
Perdão
Epifania
Impulso
A Criança do Deserto
Imprópria
A Imperatriz
Viva
Mudanças
Snoke
Vivifica
Filhos
Volúpia
Epílogo

Gesin

981 76 69
By howardlev

"Mas você ainda pode me encontrar
Se você pedir docemente
Sob os pinheiros, com as margaridas"
(13 beaches - Lana Del Rey)

•••

Alfheimr – 9 anos atrás.

A festa que seguiu à condecoração de Ben não poderia ter sido melhor. A fogueira aquecia os corpos e corações dos pequenos padawans, mestres, e principalmente dos donos do motivo da comemoração: Ben e Rey.

"Ben, aí está você." Disse Dana ao se aproximar do antigo aprendiz, ele se levantou do tronco onde estava sentado e a abraçou. Ela ria ao tapear as costas do jovem com seu abraço. "Não disse que no fim tudo iria dar certo? Eu não erro, garoto." Ela esfregou os cabelos de Ben, que corou logo em seguida. "Rey! Venha cá Rey, deixe-me dar os parabéns!" Ela não pôde conter o sorriso e então entrou no abraço de Dana. "Deve ter ficado muito feliz por ter sido a escolhida do Ben!"

"Muito!" Rey abriu um sorriso ainda maior, perambulando seu olhar entre Ben e Dana.

"Esse garoto é incrível. Me deu um certo trabalho mas no fim tudo deu certo." Ela o trouxe para seu lado pelo ombro. "Aproveitem a noite, jovens. Estarei por aí."

"Ótimo." Respondeu Ben. "Dana, muito obrigada por tudo."

"Não me agradeça, Ben." Ela encheu seu copo observando o olhar atento de seu antigo aprendiz. "Aproveite seu dia!"

Os dois se despediram da mestre e novamente se sentaram em frente à fogueira. As chamas seguiam o caminho do vento, formando brilhantes pontos no céu escuro daquela noite. As estrelas também acompanhavam a cerimônia, como se brilhassem ainda mais pela comemoração.

"Foi um dia incrível." Rey comentou. "A cerimônia foi... linda."

"Foi mesmo, jovem padawan." Ele respondeu com um sorriso no canto da boca, seu ombro se chocando contra o de Rey.

Ben então ouviu seu tio chamando por ele enquanto Rey avistava alguns de seus colegas comemorando poucos metros dali. Estavam rindo, conversando e dançando quando um deles a chamou. Ela foi até eles sob o olhar atento de Ben, que seguiu até seu tio para se sentar ao lado dele.

"Ela ficará bem, não se preocupe." Tio Luke disse sorrindo enquanto tentava chamar a atenção de seu sobrinho. "Como está sendo seu dia como um novo mestre, hein Ben?" Tio Luke riu enquanto deixava o liquido de seu copo cair em pequenas gotas até o chão.

"Melhor do que imaginei." Respondeu. "Só estou um pouco nervoso."

Ben tentava parecer o mais atencioso possível mas não foi capaz de evitar que Luke percebesse que sua preocupação estava na garota. Mal prestava atenção nas palavras do Grã-Mestre.

"Ora, não fique nervoso Ben." Ele tentou quebrar o clima e toda aquela sua tensão por cima de Rey. "No fim tudo acaba dando certo. A força estará sempre ao seu lado para guia-lo, meu sobrinho."

Ben virou o rosto para entregar à Luke um sorriso tímido, desconfortável. Em seguida voltando a observar sua padawan, que desta vez corria em sua direção, rindo, fazendo sinais até que quando chegou perto agarrou seu braço e começou a puxa-lo.

"Venha Ben, estão todos dançando. Venha." Ela disse empolgada, ignorando totalmente a presença de Luke.

Quando o reparou, Rey tentou conter a animação ao cumprimenta-lo e pedir desculpas pela interrupção. Luke, como um bom senhor, disse que ela não estava atrapalhando em nada, e então incentivou Ben a seguir com a moça, que logo mostrou-se mais feliz por estar seguindo com sua padawan do que estar afastado dela nos minutos anteriores.

Luke então ficou a observar o quão radiante era o sorriso de Ben quando ele estava acompanhado pela garota. Não demorou muito para que ele corresse segurando na mão dela, e seguissem até o centro da festa, onde só eles dois pareciam existir no meio de todos aqueles outros jovens.

No meio do círculo eles brincavam, sorriam e dançavam. Ele parecia outra pessoa quando com ela, parecia irradiar luz, como se nada nem ninguém pudesse destruir aquela sensação.

O grã-mestre ficou a pensar enquanto analisava os movimentos e ações. "Eles estão mais próximos do que nunca." Pensou, "Ah, deve ser bobagem a minha." E assim balançou a cabeça três vezes para que os pensamentos estranhos saíssem de sua mente, tirando sua atenção da dupla de mestre e padawan, e indo em direção aos seus colegas mais velhos.

Do outro lado, Rey mostrou-se irritada quando um dos jovens pegou em sua mão para que fizessem uma roda enquanto dançavam.

"Pare de pegar na minha mão!" Ela disse incomodada e com certa arrogância na voz. "Não permiti que pegasse, permiti?"

O jovem pediu desculpas, meio pra baixo, envergonhado e decepcionado pela reação de Rey.

"Hey, o que foi?" Ben perguntou com a voz baixa, para que apenas ela pudesse ouvi-lo. "Por que está irritada assim?"

"Não gosto quando peguem em minha mão, Ben." Admitiu.

"Você não reclama quando eu pego em sua mão, Rey..."

"Quis dizer que não gosto quando nossos amigos pegam em minha mão." A jovem piscou com um olho só na direção de Ben, o fazendo sorrir.

"Espere, está dizendo que não sou seu amigo?"

"É exatamente isso." Ela mordeu o lábio inferior. "É mais que um amigo, Ben. Sabe disso." Ela sorriu. Ben engoliu em seco, constrangido e sem saber o que dizer. "É meu mestre, Ben. Não é?" Ela levantou uma sobrancelha, rindo da cara de assustado dele.

"Você é estranha, Raio de Sol." Ele riu dando um empurrão no ombro de Rey.

"Você também é estranho!" Ela devolveu o empurrão. "Mas eu adoro você!"

"Eu sei." Ele selou os lábios, com a expressão serena, aproximando-se da jovem e apertando suas bochechas. "Eu sei, Kenobi..."

Gesin – 2 anos depois, 7 anos atrás.

Não era a primeira vez deles em Gesin. Há alguns meses atrás conheceram o planeta e o povo nativo em uma de suas missões nesses 2 anos atuando em conjunto como mestre e padawan.

Desde o início preferiram tratar com assuntos ligados ao regime, missões diplomáticas, em que infiltravam-se nos diversos planetas de centro para descobrir sobre os novos planos que ligavam a política ao lado sombrio. Uma forma de impedir que grupos ligados à seitas de teor imperial tomassem conta dos ideais interplanetários.

Quando chegaram foram recebidos por uma senhorinha de cabelos longos e grisalhos conhecida por Madame Pomfrey, que logo ao descobrir que haviam sido mandados por Luke, lhes ofereceu abrigo em seu vilarejo, no povoado de Maverins.

Gesin era um planeta neutro, então era bem complicado estar por lá. Era um planeta de centro, não havia se unido à república ou ao antigo império, motivo pelo qual eles corriam o risco de esbarrar com inquisidores da Primeira Ordem disfarçados, tanto que nem suas roupas típicas de jedi utilizavam quando estavam no planeta.

"Renesmy, Ben! Demoraram para voltar, crianças!" A madame sorriu ao segurar em ambas as mãos, as juntando em um único embalar. "Sabem que sentimos falta de vocês! Trazem luz à nossa aldeia." Rey sorriu e logo soltou-se da mão de Ben quando a madame soltou suas mãos de baixo das dela. "Essa é Davina, minha sobrinha-neta. Ela irá providenciar um lugar para vocês. Podem ir com ela agora, passo mais tarde para visita-los."

O planeta era bem pequeno. Gesin era formado por grandes ilhas que funcionavam como a base para o desenvolvimento de diversas aldeias. O povo vivia a partir da subsistência. Havia, é claro, um governo maior que regia o planeta, contudo, cada ilha possuía soberania para as decisões cabíveis a cada aldeia, tudo perante às leis maiores. E aquele local em que estavam era especial de certa forma. Era formado pela união de dois clãs: os Maegis e os Averins.

Os dois clãs no início eram inimigos. Maegis cultuava o lado sombrio, enquanto Averins tinha sua total devoção à luz. Como os dois clãs viviam na mesma ilha com o igual pretexto de terem herdado as terras das maiores forças divinas das quais seguiam, tornou-se inevitável as disputas por territórios.

Com o passar do tempo e as guerras se tornando cada vez mais constantes entre os dois clãs, o planeta Gesin teve grande parte de sua natureza destruída, sendo assim sua magia prejudicada por esses dois grupos. Foi então que as demais ilhas decidiram intervir.

Um acordo de paz foi estabelecido entre os dois clãs sob ameaça de intervenção das outras ilhas do planeta. Eles concordaram então que os membros de cada aldeia não poderiam se relacionar com o da outra, criando assim uma fronteira imaginária, em que a ilha seria repartida igualmente pelos clãs, caso contrário, o acordo seria quebrado e a guerra reestabelecida. Foi o que aconteceu.

Além de ambos nunca terem aceitado muito bem a obrigação de dividirem a mesma terra, cinquenta anos depois do acordo, quando o planeta já havia reestabelecido parcialmente a paz, uma criança nasceu no povoado de Averins. A criança, contudo, não possuía as características típicas daquele povo. Seus cabelos eram como o fogo, não como a luz branca dos cabelos de sua mãe. A criança possuía um olhar severo, não terno como o das pessoas de sua aldeia. Nada como aquilo tinha sido visto antes, e é claro que grande rebuliço fora gerado, uma vez que os cabelos cor de fogo eram típicos do povoado inimigo.

Ficou evidente então o motivo para tal fato: o pai era um Maegis.

Ao descobrirem, os nativos da aldeia reuniram-se para buscar pelo homem que houvera rompido a pureza daquele clã. Eles expulsaram a mulher de Averins e caçaram o pai matando-o na fogueira abraçado com seu filho enquanto a jovem assistia a tudo para servir como exemplo.

Eles acreditaram que a punição seriviria de alguma coisa, que as pessoas aprenderiam com aquilo, mas não foi o que aconteceu.

O extermínio da criança rompeu a luz de Averins. A jovem mãe enlouqueceu e deixou-se levar pelas trevas, absorvendo qualquer tipo de ódio que poderia, fazendo com que seus poderes só crescessem. Ao descobrir a proporção de sua magia, prometeu que se vingaria de cada membro de seu clã, matando todos os homens, mulheres e crianças que pudesse.

Seu ódio trouxe dias de escuridão ao povoado, e, auxiliada pelos membros de Maegis, conseguiu assassinar muitos membros de seu antigo clã.

O extermínio foi um sucesso. O povoado de Maegis foi a loucura ao ver o tamanho poder que a jovem possuía. Decidiram então torna-la líder do grupo, acreditando que ter alguém como ela na liderança traria tanto poder ao povo que a construção de um reinado com proporções planetárias servindo ao lado sombrio estaria mais próximo de se concretizar.

Estavam completamente enganados.

Pouco depois a jovem líder passou a tiranizar os membros de Maegis. Sua loucura e ódio era tanto que chegou ao ponto de decretar que todas as crianças da aldeia fossem mortas com o pretexto de que as mães precisavam sentir o que ela sentiu quando perdeu sua criança, para que assim, o clã se tornasse mais forte com a propagação do sofrimento.

E, pela primeira vez, ninguém concordou com ela.

Foram inúmeras guerras. Nem mesmo um exérciito de mil homens era capaz de derrota-la. Sua força era cada vez maior e a cada dia que passava o clã de Maegis perdia seus membros.

Seus estragos estavam refletindo em toda a ilha. Não se era mais possível viver em paz. Já não havia mais distinção entre luz e trevas. Foi então que os dois clãs decidiram se unir para derrota-la.

A luta foi árdua, o esforço era mútuo. Com muita insistência eles conseguiram acabar com a vida da jovem.

Ela morreu nos braços da líder de Averins, que ao ouvir as palavras de lamentação da jovem embalou-a em um sono profundo e libertou sua alma para que seguísse rumo à vida eterna fora da realidade de Gesin. No fundo eles sabiam que ela era apenas uma jovem que fora rompida pelo caos da guerra.

Chegaram à conclusão de que jamais atingiriam sua unidade novamente, e, assim, preferiram encarar que não se podia trabalhar com as trevas ou luz unicamente. Entenderam que se precisava atingir o equilíbrio.

Levou um tempo para que recuperassem tudo que haviam um dia construído, mas, no fim, acabaram conseguindo criar uma nova conexão, a qual nomearam por Maverins. Uma unidade pacífica, formada por híbridos. Seres sensitivos que devotavam sua vida para servir à luz e as trevas, que devotavam sua vida ao equilíbrio.

"Esse local parece que nunca muda." Ben sussurrou para Rey. "Lembra-se? Da última vez que viemos pra cá também estava chovendo."

"É mesmo." Concordou Rey com um singelo sorriso.

Devido aos grandes oceanos que rondavam as ilhas, todos os dias acabavam em chuvas fortes.

"Vocês são casados?" Davina perguntou sorridente.

"O que?" Rey pigarreou.

"Perguntei se são casados. Posso colocá-los juntos em uma mesma cabana."

"Sim." Ben respondeu antes que Rey pudesse pensar em falar algo. Não lhe deu permissão a um protesto, apenas lançou um olhar de sabedoria a ela.

"Ótimo, então vou deixá-los juntos." Ela sorriu. "Aproveitem a estadia, caso precisem de mim é só chamar. Amigos de Pomfrey são meus amigos também!" Exclamou e então os guiou até o local onde eles se hospedariam.

Mais tarde quando já instalados em uma pequena cabana, Rey aproximou-se de Ben e ele previu o que ela iria perguntar.

"Disse que éramos casados para não ter que dar satisfação a ninguém. Preciso de você perto de mim caso nos descubram e resolvam atacar." Ben dizia removendo a túnica e revelando sua roupa típica de jedi.

"Pare de ler minha mente." Rey protestou.

"Eu não li, sabe que não consigo ler você."

"Sempre diz isso." Bufou rolando os olhos. Ele sorriu para ela.

"Eu não minto pra você, Renesmy. Sabe que uma de suas grandes habilidades é conseguir bloquear truques mentais." Aproximou-se da bolsa de pano que guardava seus pertences. "Eu durmo no chão, trouxe alguns lençóis, você dorme na cama."

"Não!" Protestou Rey. "Eu não ligo que durma aqui... digo... sério não tem problema mesmo, sou sua padawan, estamos sujeitos a essas coisas, não é mesmo!?" Ela sorriu timidamente. "Além do mais disse que somos casados, vamos agir como se fossemos então." Então a situação se inverteu, foi a vez de Rey sorrir enquanto Ben ficava sério. "O que foi?"

"Rey eu não quis me aproveitar disso, espero que saiba."

"Claro que sei!" Ela lhe tapeou o peito e os dois permaneceram se olhando por alguns segundos. Rey não sabia se fora o ar que ficou mais quente ou se seu corpo estava de tal forma lhe pregando peças. "Bom, eu... vou deixar tudo pronto então, amanhã teremos um dia cheio."

•••

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