Como se fosse a primeira vez...

By kim_hath

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(Concluída) - (Revisada) Vinte anos presos no esquecimento, um metrô, um acampamento, um homem... Todas as re... More

Back to Tokyo
Taehyung's home
Harmony
Amnesia
Show me the truth
Different ways
Come be my teacher
Promise

The second first time

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By kim_hath

- HATHAWAY -

Tomei meu sorvete com tanta pressa que senti minha garganta congelando por causa do gelo e nem me lembro do sabor que peguei. Senti que eu finalmente havia encontrado algo e pela primeira vez eu não estava preocupada se recuperaria minha memória ou não, pode ser algo clichê de se dizer mas não passa da mais pura verdade, Taehyung me mostrou sem se esforçar que viver pelo passado não é viver, e eu confesso que seu plano de criar memórias novas me soa muito mais atrativo do que recuperar as antigas, apesar de que eu ainda quero muito lembrar.

Saímos da sorveteria logo que ele pagou a conta, nós andamos até o metrô em silêncio, silêncio esse que eu decidi quebrar quando nos sentamos já do lado de dentro.

- Aonde vamos Tae?

- Quer mesmo estragar a surpresa? - Ele virou pra mim sorrindo, me peguei o encarando demais... Taehyung percebeu. - Uma moeda por seus pensamentos.

- Vai me dar uma moeda mesmo? - Perguntei divertida.

- Tem minha palavra. - Ele falou tirando uma moeda de seu bolso e me entregando, a peguei e guardei.

- Eu estava pensando que o seu sorriso é lindo. - Isso o fez sorrir mais, coloquei minha mão direita em seu rosto e me aproximei de Taehyung, ele juntou nossas testas.

- Só falta você dizer que gosta da minha voz. - Olhei pra ele cada vez mais encantada.

- Sua voz é sexy, eu gosto. - Taehyung gargalhou mas sem se afastar, seu riso me contagiou e eu sorri também.

- Essa é a Akemi que eu conheço.

Ninguém falou nada depois disso, meu olhar alternava entre seus olhos e sua boca, o dele também. Taehyung levantou sua mão e colocou sobre a minha que ainda estava em seu rosto.

- Uma moeda por seus pensamentos. - Devolvi o mesmo, Tae desviou o olhar por alguns segundos e eu peguei a moeda que ele havia me dado, o entregando de volta.

- Estou pensando que eu tenho um auto controle incrível por não ter empurrado você na parede desse metrô e reivindicado sua boca, porque eu tô maluco pra fazer isso.

- Por que não faz? - Desafiei

- Não me provoque... - Ele respondeu tentando fazer uma cara ameaçadora, mas só conseguiu ser mais fofo. - Falando sério agora, eu ainda não posso... Estou esperando o momento certo.

- E qual é o momento certo? - Me aproximei mais, ficando a milímetros de distância da sua boca.

- Você vai saber. - Taehyung roçou levemente seus lábios nos meus e depois se afastou.

Esse simples contato mexeu comigo de tal forma que eu nem conseguia mais olhar pra Taehyung, não por experiência própria mas por observar demais eu percebi que quando uma pessoa faz a mesma coisa várias vezes ela se acostuma e aquilo não a afeta mais como antes, o mesmo acontece com os remédios, você toma um para cólica por exemplo e ele funciona de primeira, mas depois de usa-lo demais você tem que mudar a dose ou usar uma mais forte pra conseguir o mesmo efeito. Por que eu estou falando isso? Foi a única forma que eu encontrei pra explicar o que havia acontecido, sei que muitas pessoas vêem um roçar de lábios como algo besta, nada demais, mas eu não vejo assim, talvez porque eu nunca tenha experimentado conscientemente antes de hoje, e eu posso dizer com absoluta certeza que, assim como a primeira dose de um remédio, foi bem intenso, e ter sido com Taehyung foi ainda melhor.

Assim que descemos do metrô Tae me conduziu até um lugar bem arborizado repleto de turistas, andamos por alguns minutos apenas apreciando a vista, depois Taehyung abriu os braços e falou empolgado:

- Bem vinda ao Imperial Palace East Garden! - Baixei seus braços sorrindo e o virei pra que continuassemos a andar.

- Esse lugar é lindo!

- Esse parque foi construído no antigo terreno do palácio de Edo, está vendo aquelas árvores e montanhas no horizonte? - Ele apontou pra longe.

- Sim. - E realmente eu via, colinas ao longo do horizonte e uma floresta linda sobre elas se estendiam até mais longe do que meus olhos conseguiam alcançar.

- Foi lá que nós acampamos, por causa do frio as inscrições só abrem durante o verão, então por agora não podemos ir lá, mas bem que eu queria.

- Teremos tempo. - Falei colocando minha mão em seu ombro, ele sorriu pra mim e segurou minha mão, retirando-a de seu ombro e entrelaçando nossos dedos, assim voltamos a caminhar.

Escutamos as orientações do guia da história do palácio de Edo e seus moradores, isso levou praticamente a tarde toda, depois que a excursão acabou eu o questionei.

- Estou indignada! O palácio não existe mais! - Escutei isso na tour e nunca fiquei tão frustrada, eu queria conhecer o palácio.

- Não, não existe... Mas sabe o que ainda estão de pé? Os portões principais, as guaritas, parte do salão e os calabouços.

- Podemos entrar lá? - Perguntei esperançosa.

- Infelizmente não... - Taehyung falou de um jeito tão enigmático que eu já sabia que vinha alguma coisa por aí. - As ruínas do castelo não são abertas ao público, e não tem nenhuma foto de lá nas mídias pra gente sequer saber como é lá dentro.

Algo me veio a mente como um flash, resolvi comentar antes que eu esquecesse.

- Se não tem fotos publicadas então como você tem uma no celular? - Juntamente com isso mas uma dúvida me veio. - E como eu reconheci o calabouço?

- Confia em mim? - Taehyung me perguntou olhando no fundo de meus olhos, tão no fundo que é como e ele estivesse visualizando minha alma.

- Com toda a minha vida. - E eu sabia que não era a primeira vez que eu o respondia isso.

- Então vem. - Ele puxou minha mão e nós saímos do parque.

Duas horas se passaram, o parque fechou e nós estávamos do lado de fora jantando, depois de comer um balde de frango apimentado e rir bastante das caras e bocas de Taehyung ele nos levou até a parte de trás das grades que protegiam o local.

- Nós vamos invadir? - Ele revirou os olhos.

- Ah vai, não é como se já não tivesse feito antes. - Meus olhos se arregalaram mais.

- Eu já invadi um lugar? - Taehyung riu.

- História pra outra hora, prometo que te conto. Agora vamos. - Ele colocou as mãos em concha fazendo um apoio para que eu pudesse subir nas grades, me apoiei em seu ombro e me impulsionei pra cima, depois que cheguei ao topo eu pulei para o outro lado.

- Sua vez.

Taehyung subiu e desceu com um leveza impressionante, depois de parar ao meu lado ele segurou minha mão e nós seguimos em silêncio e abaixados, eu podia ver alguns seguranças de longe vistoriando o local, mas Tae sabia por onde passar sem ser pego, e de alguma forma meus pés sabiam também, pois o seguiam sem errar o caminho.

Quando chegamos as ruínas do palácio eu não conseguia ver nem um palmo a frente, iluminados pela luz da lua e das estrelas Taehyung me conduziu até que estivessemos passando pelo primeiro portal, de lá eu sabia que a próxima parada era os calabouços, me questionei mentalmente por essa informação.

Após andar alguns metros uma sensação estranha me invadiu e eu como reflexo puxei Taehyung uns bons passos para a direita, ele me olhou questionador.

- Você ia cair em um buraco. - Respondi simplesmente.

Ele arregalou os olhos em surpresa e ligou a lanterna do celular por dois segundos apenas para confirmar a enorme cratera que estava ao seu lado.

- Tá escuro Akemi, não dá pra enxergar, como você sabia?

- Não sei... - E eu realmente não sabia. - Eu só... De algum forma tinha certeza que havia um buraco aqui.

Ele acenou e continuamos andando, até que finalmente eu pude ver o portal que dava acesso aos calabouços, Taehyung ficou mais empolgado e apressou o passo para entrarmos. Assim que já estávamos do lado de dentro já era possível acender a lanterna sem que algum dos guardas percebesse, Tae a ligou e tudo o que eu vi foram diversas celas empoeiradas por um corredor enorme.

- Você pode assumir daqui. - Tae me disse entregando a lanterna pra mim.

- Mas eu não conheço nada. - Peguei a lanterna um pouco receosa.

- São só celas Akemi, escolha uma e entre, estarei atrás de você.

Convencida por ele eu reforcei meu aperto na lanterna e segui andando, as celas pareciam todas iguais e mesmo que nenhuma me chamasse atenção eu sabia que alguma delas era importante de alguma forma.

Não saber qual estava me matando.

Depois de caminhar uns bons quinhentos metros uma cela pequena e bem mais conservada do que as outras fez uma luz se acender em minha cabeça, virei pra lá e entrei, também percebi que tal como havia me dito, Taehyung permanecia atrás de mim.

- Eu já estive aqui antes não é? - Perguntei enquanto iluminava aquele lugar apertado e as inscrições na parede, haviam riscos paralelos como se fossem pessoa contando os dias, eu ficava em pé tranquilamente, mas se Taehyung fosse dois centímetros mais alto ele não caberia aqui dentro.

- Já sim... Viemos aqui depois do acampamento, sabe aquele buraco? Eu caí dentro dele da última vez, e se você não tivesse avisado hoje eu teria caído de novo.

Iluminei seu rosto para que eu pudesse vê-lo melhor, ele se afastou um pouco por causa da luz mas depois suas feições se suavizaram, percebi sua pupila que estava super dilatada diminuir rapidamente por causa da claridade, seus olhos eram tão escuros quanto eu me lembrava.

- Essa cela é a principal não é? A cela da foto que você tirou e que eu reconheci, aqui que eles colocavam os piores malfeitores, por isso o dobro da proteção e o tamanho. - Eu tinha certeza absoluta que Taehyung havia me explicado isso antes, recebi a confirmação quando seus olhos, iluminados pela luz da lanterna, começaram a marejar.

- Você lembra? - Tirei a lanterna de cima dele.

- Não... Eu não lembro, mas sei que me falou isso... Você disse, não disse?

- Eu disse sim.

Fechei meus olhos e respirei fundo, eu estava pela primeira vez desde o acidente tendo um resquício de esperança de voltar ao normal, mas eu precisava ser forte, eu precisava obrigar o meu cérebro a me dar alguma informação, eu precisava colocar ele no controle e ver o que iria me mostrar.

Esse foi todo o incentivo que eu precisava pra desligar a lanterna.

- O que está fazendo? - Taehyung perguntou quando fomos mergulhados no breu daquele calabouço.

- Quero tentar uma coisa.

Coloquei a lanterna no bolso traseiro da minha calça, fechei meus olhos e espalmei minhas mãos no peito de Taehyung, eu esperava sentir o físico de um garoto no inicio da puberdade, mas senti os músculos de um homem feito.

- Você criou mais corpo...

Passei minhas mãos por seus braços até que encontrassem as dele, entrelacei nossos dedos e levantei nossas mãos.

- Suas mãos estão maiores...

Continuei o explorando ainda de olhos fechados, ele não se opôs em nenhum momento, apenas me deixou sentir, e se eu ainda tinha alguma dúvida de que Taehyung não havia feito parte da minha vida eu as sanei quando percebi que meu corpo ainda lembrava dele, e ainda conhecia cada parte do corpo dele. Subi minhas mãos até encontrar seu rosto, passei dois dedos em sua bochecha tentando encontrar a cicatriz que eu sabia que estava lá.

- Sua cicatriz está mais suave, praticamente imperceptível.

- Você só consegue perceber ela quando sabe que está lá. - Foi a única coisa que ele me respondeu.

Parei com a exploração e voltei minhas mãos para o seu peito.

- Você não é o garoto de antes.

- Não tenho mais dezesseis anos Akemi.

Fiquei na ponta dos pés e envolvi meus braços em seu pescoço.

- Será que você pode se abaixar? Sei que fui eu que te beijei aquele dia mas nós tínhamos a mesma altura antes.

Ele baixou a cabeça rindo, mas ele abaixou demais então antes que eu pudesse beija-lo ele enterrou a cabeça novamente no meu pescoço, deixando um beijo suave nele.

- Você tá lembrando bem rápido.

- Eu não tô lembrando, eu só sei. - Ele se afastou do meu pescoço e parou o rosto a centímetros de distância do meu, eu conseguia sentir sua respiração.

- Quer recriar aquele dia?

Balancei a cabeça dizendo que sim, agradeço aos céus por ele ter entendido porque estava muito escuro pra ver.

- Eu me declarei pra você na floresta, aqui a atitude é toda sua.

Eu sorri e o beijei, de forma tão repentina quanto da última vez. Nossos lábios apenas se encostaram uma vez... Duas... Três... E apesar de ser simples tinha seu encanto pessoal. Entrelacei meus dedos em seu cabelo aprofundei um pouco o beijo, Taehyung estava calmo, apenas seguindo o meu ritmo, mas pude perceber o quanto aquilo o estava afetando pelo aperto que só se intensificava em minha cintura. Quebrei o beijo pra falar duas coisas.

- Sua boca não está com gosto de pêssego, e você continua parado, acho que isso não mudou.

Eu não pude ver sua expressão, mas eu não precisei, Taehyung deixou bem claro o seu ponto. Ele me puxou pela cintura até que estivéssemos próximos de novo então falou no meu ouvido.

- Não comi pêssego hoje, e eu fiquei parado porque queria recriar aquele dia, eu tinha dezesseis anos e nunca tinha beijado uma garota.

- Já recriamos o primeiro beijo, podemos voltar pro dia de hoje. - Falei simplesmente.

- Graças a Deus.

Taehyung me empurrou até o outro extremo da cela e me beijou, dessa vez não foi nada parecido com o que dois projetos de adolescentes classificam um beijo. Fechei os olhos enquanto ele investia em meu pescoço, minhas mãos o exploravam tal como as suas faziam comigo, até que o puxei pra cima novamente e voltei a beija-lo.

- Só não vou levantar você porque senão vou bater sua cabeça no teto.

- Nós já fizemos isso alguma vez? - Taehyung parou de me beijar quando eu perguntei.

- Isso? - Ele questionou desentendido.

- Isso... - Falei enquanto colocava minhas mãos por dentro de sua camisa.

- Ah... - Ele sorriu... - Eu era inocente demais, e você também... Não fizemos nada além de trocar alguns beijos leves.

- E agora? - Perguntei enquanto arranhava suas costas.

- Agora eu já sei muita coisa... Te esperei por cinco anos Akemi, e eu vou recuperar o tempo perdido.

Não pude falar mais nada porque Taehyung reivindicou minha boca de novo, depois disso eu não pensei em mais nada.

***

- Pode pular, eu te seguro.

Estávamos escalando a grade pra fora do parque, Taehyung já estava do lado de fora e eu estava descendo, quando ele disse que me seguraria eu apenas pulei, Tae me segurou como prometeu que faria.

- O que achou do lugar? - Ele perguntou enquanto caminhavamos de volta pra casa.

- Incrível, quero voltar mais vezes. - Taehyung entrelaçou nossos dedos e nós permanecemos em silêncio até chegar, quando entramos a primeira coisa que eu fiz foi me jogar no sofá.

- Estou exausta!

- Eu sei... - Ele disse de pé na minha frente. - Beijar toma muita energia.

Peguei a almofada do sofá e joguei nele, Taehyung saiu da sala rindo e depois voltou com dois copos de suco de pêssego.

- Isso é de propósito? - Perguntei ao pegar o copo.

- Como pode pensar isso de mim? Tenho as intenções mais puras possíveis. - Ele disse sorrindo enquanto sentava.

- Sei...

Taehyung tomou um gole do suco dele e depois me deu um beijo lento, sorri quando enfim senti o gosto de pêssego.

- Agora eu estou sentindo o gosto. - Falei.

- E agora eu consegui terminar minha missão. - Ele me beijou uma última vez e se afastou pra terminar o suco. Bebi um pouco do meu e depois me virei pra Taehyung.

- O que vamos fazer agora? Eu ainda preciso voltar pra casa.

Ele terminou o suco e colocou o copo na mesinha de centro, fiz o mesmo.

- Agora eu quero curtir você, amanhã a gente planeja o futuro. - Tae se levantou e eu fiquei de pé junto com ele. - Dorme comigo? Se não quiser eu vou entender.

O empurrei para o corredor.

- Vá pra cama, vou colocar uma roupa confortável e apareço lá.

Ele assentiu e foi pro quarto dele, não demorei muito pra me trocar, mas estávamos tão cansados que quando eu cheguei Taehyung já estava dormindo, então apenas entrei debaixo das cobertas e o abracei.

Ali eu dormi instantaneamente.

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