POVS HANUI
Corri o máximo que pude, não parei até estar de frente para os seguranças, tais quais me olhavam espantados. Agarrei o braço dos dois e apenas consegui dizer um 'me sigam por favor'.
Enquanto Hanui corria com os seguranças em direção ao quarto de Kyung, as coisas por lá não estavam das melhores.
POVS Kyung
Eum se aproximava de mim enquanto xingava até meus antepassados e eu tinha a cada passo que ele dava, mais certeza de que aquele era meu fim.
Eum era o filho mais velho de Mit-hyuk, chefe de um dos maiores cassinos da Coreia. Se Eum era ruim, hyuk era pior, bem pior.
Eu soube da existência de hyuk em uma noite fria, quando Jin-ho chegou em casa todo machucado e finalmente me contou sobre suas apostas perdidas e não pagas, além dos empréstimos que fazia para poder apostar mais. Naquela mesma noite tivemos nossas janelas apedrejadas e cachorro morto em nosso quintal, aquela é uma das imagens que nunca sairão da minha memória.
Acordei de meus pensamentos com Eum agarrando meu queixo e gritando.
- Você está me escutando sua vagabunda? O seu prazo ACABOU. Ou você me paga agora, ou juro que acabo com sua raça.
Hanui chegou com os seguranças a tempo de impedirem Eum desferir o primeiro tapa no rosto de Kyung.
- VOCÊ. PARE AGORA. – Gritou Hanui
Eum olhou para trás com a mão ainda elevada enquanto a outra ainda segurava o queixo de Kyung.
Hanui sentiu pela primeira vez calafrio em sua espinha, nunca tinha visto olhos tão maldosos e vazios.
Ao perceber a situação os dois seguranças tiraram suas armas de choque e apontaram para Eum, fazendo com que o mesmo soltasse Kyung e elevasse os braços de forma debochada.
Eum estava saindo do quarto quando deu mais uma olhada para Kyung e sussurrou apenas para que ela escutasse um 'seu prazo acabou sua vadia, eu vou acabar com você.' Esse passou esbarrando nos seguranças que o acompanharam até a saída.
Ao ver que Eum não estava mais no quarto, Kyung soltou uma respiração que nem sabia que estava prendendo e se entregou a um choro descontrolado, cheio de raiva e mágoa.
POVS HANUI
Hanui não queria estar no meio de todo aquele conflito que envolvia Kyung e sabia que esta precisava de um tempo sozinha, então apenas encostou a porta do quarto e foi pegar a água com açúcar e bolinho de arroz.
No caminho uma mulher desconhecida esbarrou em Hanui e deixou cair uma pulseira de um recém-nascido com a data '05 de Julho de 1987', Hanui até pensou em correr atrás da moça, mas quando olhou para o corredor, não tinha mais ninguém além de alguns enfermeiros.
Enquanto voltava a ir em direção ao refeitório, Hanui não conseguia parar de pensar no por que uma pulseira de recém-nascido estava com uma mulher aleatória e não no braço do provável bebê que teria nascido no dia anterior de acordo com a anotação.
- HANUI – Gritou uma voz familiar
Ao virar para trás, ela viu quem menos queria, Dong-Yul, então tratou de guardar a pulseirinha no bolso da calça antes que o mesmo a visse.
- Sim doutor?
- Você viu a Jin Joo? Até agora ela não fez o que eu a pedi e os policiais já estão a caminho.
- Não senhor. O que o senhor pediu a ela?
- As imagens das câmeras, quero que você vá agora atrás dela e descubra o que ela está fazendo e o porque da demora, quando a encontrar diga que quero ela na minha sala o mais rápido possível, sem mais enrolações e que acho bom que as filmagens estejam junto.
- Mas senhor, eu preciso...
- Sem mais! SERÁ QUE AGORA TODOS SE ACHAM NO DIREITO DE PASSAR POR CIMA DE ORDEM MINHA? VÁ AGORA GAROTA! – Dong-Yul saiu sem deixar que Hanui o respondesse
Eu vou acabar saindo desse hospital se isso continuar, eu não aguento mais esse médico, sinto que a qualquer momento vou pegar uma caneta e enfiar no crânio dele...
Ok, vamos lá Hanui... você consegue.
Primeiro, entregar a água e bolinho a Kyung, depois faço o que esse engomadinho me pediu, de qualquer forma, quem vai se ferrar é a Jin Joo, que aliás, sumiu desde cedo. - Hanui fez suas notas mentais e se direcionou ao quarto de Kyung, esquecendo totalmente da pulseirinha que tinha colocado a minutos atrás no bolso de sua calça.