[N/A] Boa Leitura :)
A iluminação fraca do banheiro da velha residência iluminava razoavelmente a peça decadente, mas desempenhava o suficiente para o momento. Momento este em que as duas estavam acolhidas uma com a outra depois dos eventos do baile de máscaras, desde a pequena aventura que compartilharam no banheiro ao assassinato do sheik Faruk.
- Não vou te abandonar, okay? – Natasha se distanciou meramente dos lábios de Daisy, apenas para que pudesse olhar em seus olhos e transparecer suas certezas em cada sílaba – Estamos juntas nisso. – a ruiva pegou a mão direita da inumana, entrelaçando seus dedos uns aos outros – Mas... – murmurou, ainda com os olhos fixos nos da outra mulher. Se Daisy quisesse se afastar, lhe daria total apoio.
- Não me arrependo do que fiz. – a vigilante prontamente ressaltou, o som doce, ainda que firme – Teria conseqüências. Posso lidar com isso. – assegurou.
A preocupação da espiã chegava a acalentar seu coração de inúmeras maneiras diferentes, mas o sentimento era recíproco. Fez o que fez justamente por isso, mesmo assim, soube segundos antes de puxar o gatilho, que seu dedo pressionou um caminho perigoso. Cruzou uma linha desconhecida.
- Sei que nenhuma célula do seu corpo faria algo diferente. – Natasha pressionou com carinho seus dedos na mão entrelaçada com a dela, sem nunca quebrar o contado duradouro entre seus olhos – E sei também que todas as células do seu corpo lidam a cada segundo com o remorso por não poder fazer diferente. – a ruiva concluiu, amena e precisa, fitando-a com uma sinceridade desconhecida em seu âmago – Estamos juntas. Mas... Se quiser se afastar disso. Eu vou entender. – riu suavemente – Por mais que você deixa toalha molhada em cima da cama, nunca fecha o monitor do notebook, comeu minhas balas de menta... Não aceite perder em Monopoly, nem em uma luta... – citou os diversos costumes de Daisy na quinzena de dias que haviam passado a sós, com um sorriso suave, embora o tom fosse crítico.
- Em minha defesa, sei que você trapaceou. – pontuo acusatória, igualmente a ruiva, a vigilante abriu um sorriso doce para a mulher centímetros em sua frente.
- Tudo bem... – Natasha assentiu prolongadamente – Escondi uma propriedade do jogo. Tenho uma reputação a zelar. – maneou a cabeça para o lado e revirou os olhos. Daisy bateu devagar no ombro da espiã com a mão livre.
- Ei! Estava falando da luta. Quer dizer que trapaceou naquele maldito jogo também? – semicerrou os olhos, acusatória. A espiã sorriu com a expressão falsamente zangada da inumana.
Durante a trajetória de uma longa e infeliz vida, manchada de vermelho; de seu sangue, sangue de qualquer pessoa que tivesse o azar de ser seu alvo. Por todos os anos de sofrimento, todas as mentiras, todas as mortes, todas as perdes, a perda substancial de si mesma. Naquele momento, desfrutava com alívio da interação genuína com a mulher que chegou ao seu coração com a mesma velocidade de um projétil.
Em um momento se deparou rindo de uma brincadeira... E quando percebeu, viu a figura da vigilante em sua frente embaçada. E apenas quando sentiu a tato gélido da mão de Daisy em sua bochecha, foi que percebeu que uma lágrima imprópria escorria por sua bochecha.
- Desculpa. Não era pra isso acontecer. – murmurou, e com apreço retirou a mão da mulher de seu rosto.
Considerou se afastar. Qualquer resquício que a infame espiã russa pudesse deixar transparecer de emoção deveria ser quebrado imediatamente... Aprendera ser algo tão vital quanto o oxigênio. Mas não conseguiu. Não com ela.
- Também não vou te abandonar. – a inumana assegurou, com uma mão repousando gentilmente sobre a curvatura do pescoço de Natasha, e a outra ainda entrelaçada com a da ruiva – Só se você se cansar dessa bagunça que eu sou...
O tom era brincalhão, porém internamente sentiu uma pontada de dor. Não queria que Natasha se cansasse dela, cresceu vendo as pessoas se cansaram dela, não queria que ela se cansasse também.
- Já me viu rindo e chorando. – disse casualmente, aproveitando da sensação apaziguadora do carinho suave em seu pescoço, inclinou a cabeça para o lado e fechou os olhos, desfrutando do contato – Poucos conquistaram isso. É mais especial para mim do que imagina. – sussurrou – É aterrorizante. – pressionou os olhos fechados com força – Desculpa, era pra ser sobre você. – murmurou, afastando-se minimamente da inumana, conseqüentemente perdendo o toque dos dedos macios em sua pele sensível.
- É sobre nós. – Daisy assegurou, acariciando gentilmente o polegar sobre a mão entrelaçada a sua – Eu... – a inumana levou a mão livre para retornar ao contato anterior.
Passou o polegar e o indicador com apreço pela bochecha de Natasha e desceu com cautela pela curvatura do maxilar fino, descendo mais abaixo a mão pelo pescoço, pressionou os cincos dedos na pele límpida da espiã, explorando com estima a pela desnuda a vista, não tardou em percorrer para o osso ressaltado da clavícula.
Afastou centímetros a camisa que a ruiva usava e sorriu minimamente vendo alguns vergões próximos na região, pequenas áreas arroxeadas que ela mesma havia provocado horas atrás no banheiro do hotel, quase imperceptíveis, mas que se destacavam na pele clara. Quebrou a distância insignificante entre seus corpos, com a mesma mão que percorria a pele alva, subiu e afastou uma mecha ruiva, aproximou vagarosamente seus lábios do lóbulo do ouvido da espiã.
- Disse que precisava me foder. – disse baixo, delineada de ronquidão. Natasha prontamente fechou os olhos, desfrutando das palavras que acabara de ouvir. Um ofego quase inauditivel deixou suas cordas vocais, e seu corpo reagiu instantaneamente com o tom rouco diretamente em suas pulsações, decorrendo em uma pontada conhecida no centro – Talvez eu precise... Sabe. – prolongou sugestiva.
- Não... – a ruiva murmurou resignada, desvinculou qualquer contato tátil com a vigilante e levou apressada sua mão apoiando-se sobre a pia do banheiro, pressionou os nós do seu dedo com força na cerâmica – Foi exaustivo tudo que aconteceu... Talvez devemos esperar mais um pouco. – as palavras entrecortadas quase não saíram, pois a boca da inumana desceu para a curvatura do pescoço da espiã. Apenas percorrendo o caminho em um toque sutil, mas com intensidade absurda.
- Talvez tenha razão. – Daisy fechou os olhos momentaneamente para enfim se afastar minimamente, fitando as íris azuis da ruiva, inexpressiva – Aconteceram muitas coisas. – meneou a cabeça assentindo.
- Quero fazer as coisas certas com você... – Natasha murmurou, pendendo a cabeça para o lado para admirar a mulher em sua frente completamente.
Algo rondava sua mente desde o momento que se beijaram depois do fadigo dia em que acertou a lamina na inumana em troca de sua "lealdade". Cuidando da mulher por uma ferida que ela mesma causou, percebeu o quanto fazia errado; que queria fazer certo. Falhou tanto. Queria enterrar completamente a assassina cruel que foi criada para ser, e ser... Digna de amor.
- Nath... – a vigilante sussurrou arrastadamente, pôs carinhosamente ambas as mãos no rosto da ruiva e virou para que a mesma lhe fitasse – Faça com que eu me sinta bem. – pediu. Os olhos castanhos beirando a um tom negro de desejo. E novamente, Natasha pressionou as pálpebras com força, assim como seus dedos na cerâmica da pia, respirou fundo e soltou o ar pesadamente – Não há nada errado.
Farta de reprimir a todo custo seus desejos mais intrínsecos, enrolou seus braços na cintura da morena em sua frente, guiando o corpo da mulher para pressionar contra a bancada da pia, prensando a si mesma contra a inumana.
Coloco apressadas ambas as mãos no quadril de Daisy. Exerceu demasiado autocontrole quando desceu lentamente seus dedos para adentrarem a camiseta de algodão que a mesma usava, e a ergueu minimamente para cima, revelando a pele quente e macia, e notou-a estremecer levemente com o contato gélido de suas mãos. Sorriu quando a mulher em seus braços, também passou os braços sobre seu pescoço, deixando-as completamente ligadas.
- Novamente aqui. – a vigilante sussurrou, e apenas pelo tom da voz a ruiva soube que um sorriso malicioso estampava a face da sua parceira. Natasha apenas balançou minimamente a cabeça e repousou sobre o ombro da inumana, focada em contornar a pele expostas tortuosamente.
A espiã enviesou para trás, e a inumana afastou seus braços da ruiva para que a mesma pudesse fazer seu trabalho sem adversidades. Natasha levantou ainda mais o tecido da camisa, na altura dos seios da morena, a mesma abriu um sorriso satisfeito com os olhos contempladores vidrados em seu corpo. Levantou os braços com os lábios curvados em um sorriso de provocação, a espiã prontamente atendeu seu intuito e retirou por completo a camisa branca que cobria uma parcela do corpo de Daisy.
Natasha parou por um momento sua atenção nos seios desnudos e subiu para os olhos da mulher, observando com fascinação o cabelo negro bagunçados e os lábios entreabertos, respirando pesadamente. Pôs as mãos em suas bochechas e desceu simultaneamente para o pescoço da inumana, inclinou-se para ter um melhor acesso, assim como a vigilante enviesou suas costas sobre a pia, a ruiva passou os dedos sólidos para a clavícula e desceu, fitou a mulher sob seu toque e sorriu notando-a retribuir o contato visual com os olhos ansiosos, e desceu ainda mais, para os seios.
Natasha parou momentaneamente estática, procurando exercícios mentais para manter sua pulsação estável. O ritmo cardíaco, no entanto, corria na contra mão de ensinamentos de toda uma vida. Ressentida e com a respiração se desestabilizando, pressionando involuntariamente a mão vigorosamente contra a carne sob seu tato.
O gemido arrastado que a inumana proferiu logo após o ato foi o estopim para seus sentidos implodissem.
Afastou suas mãos dos seios e pôs nas coxas de Daisy, levando-a sentar-se sobre o balcão da pia, afastou as pernas da vigilante para que pudesse se colocar entre elas. Foi apressada em pressionar seu corpo contra a da outra mulher, roçando seus mamilos duros escondido pelo fino tecido da camisa contra os desnudos da vigilante. Natasha contornou seus braços na nuca da outra, que repetiu o gesto. Com pressa, a inumana buscou os lábios da ruiva. Pressionou com força, pegando a ruiva desprevenida por meros segundos, logo se recompôs explorou cada mísero pedaço da boca uma da outra sem a mínima modéstia.
Natasha pressionou ainda mais seus corpos, na busca de alguma forma aumentar o atrito gigantesco entre elas, enquanto a boca trabalhava ávida em se entrelaçar com a língua da inumana em um duelo bruto e molhado, suas mãos bagunçavam ferozmente as mechas escuras, apressadas em explorar de todas as formas possíveis da mulher se desmanchando sob seus braços.
Daisy passou suas pernas em volta da cintura da espiã, pressionando o corpo da outra mulher ainda mais contra o seu. Apoiou suas mãos na bancada da pia e permitiu que a ruiva descesse os lábios entre beijos e mordidas desferidas em seus seios livres de qualquer pano. Pendeu a cabeça para trás e fechou os olhos, sentindo um par de mãos lhe mantendo firme sobre a bancada e a língua úmida lhe marcando prazerosamente na áurea direita. Um sorriso malicioso brotou nos lábios pelo deleito prazeroso que é ter a espiã russa chupando de forma intercalada seus peitos.
- Só para assegurar, não vai me matar depois do sexo, certo? – a vigilante questionou. O divertimento em seu semblante contrariava o tom sério no qual proferiu. Natasha subiu novamente seus lábios, até chegar rente a boca da inumana e pressionar seus dentes no lábio inferior, puxando com sutileza a carne inçada de beijos anteriores.
- Como acha que ganhei o codinome Viúva Negra? – respondeu no mesmo tom, afastando-se minimamente para notar com divertimento o cenho em vinco da vigilante, para logo a mesma revirar os olhos e fitar a ruiva com o semblante despreocupado.
- Sei que não foi exatamente assim. – disse e se apressou em voltar para os lábios da espiã. Desta vez seus dedos trabalharam em conjunto, e retiraram sem muita sutileza a camisa que Natasha usava, jogando a peça em um canto qualquer do banheiro.
- Só para assegurar, não vai derrubar a casa em cima de nós enquanto eu estiver te fazendo gozar, certo? – a ruiva se afastou centímetros, apenas para que Daisy visse seu sorriso prepotente. A mesma sorriu com escárnio pela provocação rechaçada de promessas e desceu os olhos para o corpo quase nu em sua frente, que assim como ela, a espiã não usava nenhum sutiã. Fitou-a com contemplação.
- Não quero conversar agora. – a vigilante murmurou vidrada no corpo da ruiva. Desceu os olhos para as marcas quase imperceptíveis que fizera recentemente, assim como algumas cicatrizes visíveis espalhadas pela pele alva, de profundidades e formas distintas.
*Play: Khalid feat. Normani - Love Lies*
Por alguns segundos deixou sua excitação em ebulição um pouco de lado. Colocou suas mãos gentilmente sobre a marca no horizontal no ventre da espiã, nem ao menos saberia dizer se estava de fato tocando-a de demasiada suavidade que desempenhou. Arrastou sua mão direita para outra cicatriz, essa circular, próxima a sua costela. Natasha mordeu seu próprio lábio inferior, sentindo as cicatrizes de sua pele queimar com o toque sutil.
Sem querer prolongar mais o momento, Natasha dirigiu suas mãos com pressa para o cós da calça skinny de Daisy, desabotoando com habilidade. Ergueu minimante o corpo da outra para poder retirar a peça incomoda. Retirou a própria calça com a mesma precisão e agilidade que despiu à inumana.
Percorreu sua mão pelas costas da vigilante, subiu para a nuca enquanto a boca trabalhava em conjunto distribuindo beijos bruscos e molhados por todo o colo da mulher. Desceu as mãos pela espinha lombar e pairou pouco acima de seus destino, os lábios apressados subiram novamente para um beijo preguiçoso e erótico. As mãos da ruiva foram para as coxas desnudas da inumana, brincando entre descer para a parte interna e voltar para a posição inicial. No terceiro movimento, seus dedos insinuaram adentrarem o fino tecido impedindo Daisy de uma nudez completa.
A inumana considerava com seriedade implorar para que Natasha realizasse suas insinuações sem embolação, mas uma parte de si, que morria aos poucos cada vez que olhava para a espiã, ainda queria ficar no controle. Seu saldo estava abaixo de zero quando se permitiu apenas gemer enquanto a ruiva explorava seu corpo com devoção.
Não era tão forte quanto gostaria. E engatou seus dedos apressados nas mechas ruivas da mulher e pressionou sua cabeça para que finalmente descesse para o poço de luxuria entre suas pernas. Extrapolando seus sentidos, nem ao menos se lembrava do porque estava evitando fazê-lo. Apenas queria se sentir bem nos braços da espiã. Mas a mesma cortou seu movimento, pondo as mãos sobre seus punhos e retirando de trás da sua nuca.
- Calma ai apressadinha. – cantarolou maliciosa, voltou a firmar suas mãos na lateral das coxas da inumana – Não vou transar numa pia. Chega de pias entre a gente. – brincou. Ofegou quando sentiu o corpo de a mulher esfregar-se contra ela. Um gemido desprevenido e elevado ao normal soou quando a mão da morena atingiu seu ponto pulsante sobre a calcinha.
A ruiva passou ambas as mãos sobre as coxas de Daisy e desceu para a bunda, erguendo-a sobre a pia. Pressionou com urgência o corpo inerte em prazer da inumana contra a parede aposta, levou uma de suas mãos para maçaneta, abrindo completamente a porta. Beijou-a vigorosamente, enquanto suas mãos pressionavam firmes na carne sob seu tato. Os corpos desnudos em atrito realçavam todas as promessas veladas para momentos posteriores.
Em um lapso de disposição, a inumana conseguiu empurrar a ruiva para que seguissem para um quarto. Antes mesmo de se aproximarem da porta do cômodo, Daisy jogou seu corpo contra o da espiã, colando seus lábios ferozes, tanto sua língua quanto as mãos explorando o corpo da mulher contra a parede justamente em frente à porta do quarto.
Seus dedos pairaram na cintura, brincando de adentrarem em baixo do tecido da calcinha da ruiva, enquanto propositalmente um de seus joelhos fez pressão no ponto pulsante de excitação da espiã. A inumana apontou a palma de sua mão para porta, e com uma rajada de vibrações a mesma se abriu
Natasha empurrou seu corpo junto à inumana que bateu as costas contra a porta do quarto, adentraram a peça e antes mesmo de desfrutarem do conforto da cama, a ruiva novamente pressionou a vigilante em uma das paredes, perdida entre proporcionar e desfrutar do prazer.
Daisy deu o primeiro passo em empurrar a espiã para a cama, a mesma caiu sentada no colchão desgastado e não perdeu tempo em laçar a cintura da inumana e trazer a mesma contra ela. A espiã distribuiu beijos molhados por toda barriga da morena em pé na sua frente, que entrelaçou suas mãos nos cabelos ruivos enquanto gemia pelo contado dos lábios em sua pele.
Num único impulso Natasha trocou de posição. Ficando em pé, se apoio apenas com o joelho no colchão, enquanto o semblante malicioso cintilava em completo ápice ao ver a inumana de joelhos na cama, espalmando ambas as mãos entre os lençóis. A ruiva levou a mão esquerda para a espinha dorsal da morena, e desceu com contemplação para as nádegas, adorando as curvas deslumbrada. Aproximou completamente seu próprio corpo, e ergueu sua vigilante se desmanchando de prazer em seus braços, até a mesma estar com as costas em atrito com seu corpo.
Natasha escorou o queixo no ombro esquerdo de Daisy. Uma de suas mãos subiu pelo busto, percorreu pele à cima e parou na garganta da vigilante, enquanto a outra iniciou o contato no abdômen, e desceu vagarosamente para o destino desejado por ambas. Ultrapassou o fino tecido da calcinha, liberando um ofego proferido pela inumana, que levou o braço esquerdo sobre os cabelos ruivos bagunçados, e outra mão retirou por completo a ultima peça, extremamente incomoda no momento, para em seguida sobrepor seus dedos na mão da espiã que descia com demasiada lentidão para tamanho desejo que nutria.
Qualquer esforço que pudesse por ventura tentar não foi o suficiente para refrear os gemidos da inumana quando sentiu os dedos adentrarem pausadamente seu interior, levando suas emoções a beira de um precipício pela lentidão da ruiva. Pressionou o quadril para frente na busca desesperada por um contado mais profundo, mas a espiã espalmou a mão que antemão pairava sobre sua garganta no busto da morena e a manteve-a colada com as costas contra seu peito. A ruiva riu astuciosa com os gemidos de aflição da inumana.
"Se você está triste, não esconda.
Confie em mim, você não precisa negar isso.
Me mostre onde está o seu amor."
Penetrou por completo o ponto pulsante da sua parceira. Estava torturando-a, mas também estava sofrendo com a tortura, o que não foi justo. Explorou as dobras entre pressões firmes, suavizando o pulso, para logo invadir vigorosamente a vagina da vigilante, firme e sem pudor, aumentando gradativamente seus impulsos ao ouvir os gemidos prazerosos da mulher em seus braços.
Sucedeu-se por mais alguns minutos, além do mais, tinham outra tarefa a fazer ainda, está nem um pouco prazerosa.
~
Daisy e Natasha deram passos lentos, ainda que firmes, passando pela estrutura metálica do quinjet e atingindo o solo árido de Tabuk, a cidade ao noroeste da Arábia Saudita. O ponto de encontro foi à região montanhosa da cidade, conhecida por tal característica de altos picos e seguimento desértico. Foi conveniente, deu a privacidade requisitada para o teor do encontro que teriam.
Ambas analisaram o grupo de homens em frente. Cerca de dez pessoas, em trajes da região: todas estavam com o lenço gutra sobre as cabeças, com a corda igal prendendo o pedaço de pano de algodão. O manto thobe branco cobrindo todo o corpo, realçando o colarinho e o modelo justo. O homem no centro, aparentemente mais velho, trajando roupas semelhantes, o que difere dos demais foi o manto preto bisht sobre seu corpo adornado por detalhes dourados, e o lenço sobre a cabeça em uma estampa xadrez. A maioria portando fuzis em mãos.
Natasha se aproximou cautelosa devido ao que estava em seus braços, analisando qualquer reação hostil advindo dos estrangeiros. Pôs-se em frente, a poucos metros, do homem mais velho. Mohamed Faruk, o pai de Ali Faruk. A ruiva colocou com cuidado o corpo sem vida do filho do árabe no chão, sempre atenda a qualquer reação indesejada, assim como Daisy, logo atrás da espiã russa.
- Fala inglês? – questionou a inumana após alguns segundos de silêncio ocasional.
- Acha que sou idiota, menina. – resmungou o velho em um perfeito pronunciamento da língua, lhe lançando um olhar severo. Daisy ergueu os braços em sinal de rendição e desviou os olhos para as montanhas que os cercava. Murmurou um "okay" e deixou com que Natasha prosseguisse com o encontro.
- Como combinei com seu assessor. – a espiã disse neutra – Aqui está. – apontou com o queixo para o corpo de Ali repousando no solo árido enrolado em um saco preto.
O corpo ainda em bom estado, mesmo que meramente resfriado, o cálcio não havia agido por completo nos músculos. As três horas que dariam indícios de seu estado fúnebre atingiram seu pico e os indícios apareciam gradativamente. Os eventos que aconteceram na madrugada por volta das duas da manhã deste mesmo dia no horário de Nova Iorque, se passaram pouco mais de três horas, mas já estavam na parte da manhã na Arábia Saudita pelo fuso horário.
Após o cálido e reconfortante momento que ambas tiveram, agiram rápido em entrar em contato com a família de Faruk por vias extremas. Chegaram a tempo antes que a "equipe de limpeza" sumisse com o primogênito morto do Sheik. Então estavam as duas em outro continente, entregando os restos de um homem para ser enterrado na sua casa. Souberam nos momentos finais de vida que Ali procurava um novo lar, assim como sabia que procurava anistia em outro país, mas por causa de uma guerra que não deveria lhe pertencer, não por conta de suas raízes. Um bom filho sempre retorna a sua casa.
- Sinto muito pelo que aconteceu. – a inumana disse, em seguida engoliu a bile desconfortante na garganta. A espiã foi bem direta em pedir que pronunciasse apenas o necessário no encontro improvisado com aqueles homens. Ainda sim o comentário saiu espontâneo. Aproximou-se de Natasha, frente ao vetusto Faruk .
- Quem fez isso com meu filho? – a voz grossa soou rígida, não um pergunta, uma exigência. A inumana encolheu os ombros com o tom áspero. A ruiva trocou o peso da perna e fitou-o com os olhos semicerrados, insípidos perante sua postura rígida.
- Você. – respondeu Natasha, inexpressiva – Quando o envolvendo em seus esquemas ilícitos. – cruzou os braços em frente ao busto.
- Perguntei quem fez isso ao meu filho. – apontou com o indicador para o saco preto com o olhar severo – Americana insolente. – resmungou intransigente. A espiã sorriu minimamente. Daisy apenas observou absorta em seus próprios pensamentos.
- Sou russa. – rebateu com resquícios de um sorriso nos lábios. Brigar com os grandes não era o mais inteligente no momento, portanto a ruiva ajeitou a postura e soltou um suspiro fraco.
- Posar ao lado de um palhaço com as cores azul, branco e vermelho me remete a outras conclusões. – o tom rude soou como se proferisse algo de extremo desgosto e desprezo. Natasha ignorou sua postura ofensiva e olhos severos entre o lenço xadrez e prosseguiu:
- Seu filho morreu porque estava no lugar errado, na hora errada, e no meio das pessoas erradas. – afirmou cética, olhando para a face rugosa do velho árabe, que retribuía o contado visual exalando seriedade.
- Eu o matei. – a vigilante proferiu em alto e bom tom, olhando fixamente para o pai de Ali.
Mohamed semicerrou os olhos fitando a mulher de cabelos negros, inexpressivo, aparentemente ponderando algo. Quando se deu por satisfeito, tomou das mãos de um dos seus homens parado ao seu lado um dos fuzis e ergueu, apontando para inumana. Os olhos negros de Mohamed nublados, fixos na mulher. Os demais subordinados do Faruk também ergueram o cano de suas armas na direção delas, sobretudo Daisy.
A vigilante ainda o fitava sem vacilar, parada com a respiração regular. Foi fácil as palavras saírem por seus lábios e não se arrependia de dizê-las. Natasha concentrou-se em refutar seus batimentos cardíacos que saltaram em disparado com o risco eminente... A ruiva prontamente deu um passado ao lado, se pondo entre as arma e a inumana estática.
- Se não fosse ela, seria outra pessoas. Foi inevitável o que aconteceu. – Natasha disse pausadamente, espalmou as mãos em frente, pedindo por paciência da parte de Mohamed Faruk. Inútil, obviamente.
- Tão tola menina. – respondeu com as palavras ácidas repleta de desprezo, os punhos firmes no fuzil apontando em direção as duas mulheres – Me dê um bom motivo para que não as mate aqui mesmo. – pediu fingindo considerar algo.
- Não houve escolhas. – a vigilante declarou centrada – Poderia ser qualquer um. Zemo cavou a cova, queria alguém para recolocar a terra.
Mohamed com toda sua impotência permaneceu cético com as palavras proferidas pela assassina de seu filho. O fuzil firme em suas mãos experientes que tantas vidas também já tiraram. O notável sheik olhou para o saco preto onde seu primogênito jazia e voltou sua visão para as duas mulheres que o trouxeram para sua casa, não deixará com que Ali padecesse em uma vala qualquer no solo pecaminoso dos americanos. Teria sua vingança, não no momento. Abaixou os braços sem nunca sequer oscilar na sua postura ostensiva.
- Pela vontade Dele Ali morreu. Meu filho encontrará o paraíso no Dia da Ressurreição. – disse o homem, o tom severo e olhos fixos na lona preta – Embora fosse um covarde aos olhos do Conselho, foi um homem justo perante sua família. Ele reconhecerá seus feitos terrenos em vida no seu julgamento final. – disse firme suas convicções religiosas, e ergueu os olhos para as duas mulheres um pouco mais a sua frente – Mas me ousam atentamente. Sei de suas relações contraditórias com meus negócios. Sairão ilesas hoje, pois trouxeram meu primogênito para ser enterrado conforme nossos costumes, deram a Ali uma chance de desfrutar do Paraíso. Apesar de opuser a alguns de nossos pilares... Ali adorou a nossa família e a Deus com tal apreciação nunca antes observada por mim. Sua alma será recompensada pelos seus atos. Meus vieses são distintos, ainda sei que o reencontrarei. – acentuou – Vocês duas. No nosso próximo reencontro, não hesitarem em fazê-las provar do sabor da morte. – declarou objetivo – Estará reservado a sua assassina o pior dos castigos.
- Okay. – Daisy murmurou arrastadamente. Acabaram de lhe ameaçar de uma morte lenta e dolorosa, estranhamente soou como um dia como qualquer outro. Lidando com Watchdogs, não faltou foram ameaças das mais diversas ditas com repugnância. Não muito diferente foi à sensação para Natasha.
Quando nada mais foi dito, ambas se viram, desta vez de mãos vazias e entraram no Quinjet em meio à região montanhosa de Tabuk. Antes de colocar os pés na rampa de metal, Natasha parou e virou-se para o grupo de homens árabes. Definitivamente estava insatisfeita em sair com tal ameaça em suas costas, ainda mais quando a intimidação remetia precisamente a sua parceira.
- Certo, da próxima vez que nós nos encontrarmos. – falou calma, fitando Mohamed com os olhos de tons claros exalando o desafio que tanto tentou ocultar anteriormente – Acredite em mim, não será legal. – declarou neutra e estendeu o contato visual com o vetusto Faruk por mais alguns segundos, para enfim virar-se e seguirem adiante.
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Natasha pressionou a alavanca do piloto automático e se acomodou na poltrona no Quinjet, apenas apreciando o céu de cima a 13 quilômetros de altura: o sol iluminando a vastidão do horizonte enquanto a aeronave adentra por entre as nuvens límpidas espalhadas pelo céu do continente africano. Daisy que estava no co-piloto, desviou seus olhos da vista estupenda, mas que naquele ponto de sua vida após por muito tempo ter passado vivendo no ônibus, se normalizou.
No fim das contas, seus olhos tinham uma vista mais deslumbrante ainda e que poderia afirmar ser impossível posteriormente enjoar-se.
- Se continuar me olhando assim vou pensar que quer me beijar. – a voz dócil de Natasha soou despertando a inumana de seu estado contemplador. A mesma riu com suavidade pela escolha direta das palavras da ruiva, prendeu o lábio inferir entre os dentes pelos seus desejos se alastrando com a frase despretensiosa da espiã. Definitivamente queria beijá-la.
- Onde estamos indo? – questionou Daisy, dissipando os pensamentos calorosos que estavam tomando forma. – Vamos visitar seu amigo? – questionou tranqüila, fitando diretamente a ruiva, que virou sua cabeça para a vigilante, olhando-a com os olhos calorosos.
- Não quero alertar ninguém sem necessidade. – negou sutilmente com a cabeça e suspirou – Nos Estados Unidos ainda é cedo... Temos algumas horas até que nossa presença seja requisitada por Bryan. Ainda mais depois de... Tudo. Acho que será bom... Sabe uns minutos para tomar um fôlego. Definitivamente tomar um fôlego dessa vez. – a ruiva ergueu os lábios num sorriso contido, fitando a inumana – Longe de tudo. – estendeu sua mão, sendo acalentada no gesto por Daisy pondo sua própria sobre a de Natasha.
- Mohamed tem dúvidas quando à nossa lealdade. Mas não tem receios sobre até onde iremos. – Daisy ponderou pensativa – Está com medo. Existem muitas desavenças entre eles mesmos, remorsos de tempos passados... Desestabilizando a fonte, congestiona toda a operação. Precisamos quebrá-los de dentro para fora. Do resto à ação e reação vão dar conta. – acariciou com suavidade o pulso da ruiva.
- Foi meio estúpido. – admitiu a ruiva, sorrindo com leveza – Quando deu essa idéia. Fiquei com receio de que... Estivesse entrando no precipício da auto-aversão. – explicou. Os olhos fixos exalando suavidade sobre a vigilante. A inumana ergueu minimamente o canto dos lábios, sentindo um sentimento apaziguador reconfortante.
- Seja nos Estados Unidos ou na Arábia Saudita, o comportamento humano segue um padrão. Pode haver bilhões de nuances, mas se ainda existe fatos impugnados, como as guerras... Desavenças... Existe um padrão. Sou boa em padrões. – interrompeu a caricia na mão da espiã apenas para entrelaçar seus dedos.
- Algoritmos... – Natasha murmurou, fitando suas mãos juntas – É fácil pressupor que alguém como eu seja implacável e dissentir da presença de outras pessoas. – comentou em tom baixo, pensativa.
- Nem se passasse minha vida inteira buscando respostas eu poderia desvendar o enigma que é a existente de Natalia Alianovna. – declarou amena, o nome que leu nos sinais saiu pausadamente, como se desfrutasse do som, um pouco de receio se de fato era o que entendeu. Pressionou suavemente seus dedos em um aperto gentil na mão da outra, olhou para e espiã e um sorriso malicioso adornou sua expressão – E não me importa se não gosta de companhia, deflorou minha inocência, agora estará presa a mim para sempre. – provocou. Natasha ergueu as sobrancelhas, incrédula, e não conteve a risada de divertimento
- Inocência, Johnson? – questionou zombeteira, olhando para a mulher com instigação. Daisy riu com leveza, e voltou à atenção para o céu azul e algumas nuvens aleatórias.
- No orfanato... O nome que me deram era estúpido. Então me dei o nome de Skye. Quando descobri quem eu realmente sou, assumi o pacote completo. – comentou despretensiosa, riu consigo pelo fato. As freiras nunca aceitaram que se autonomeou, mal a aceitaram. Posteriormente descobriu que sempre foi a S.H.I.E.L.D. lhe protegendo, mas saber disso não apagou as mais de duas décadas de abandono.
- Skye... – Natasha sussurrou como se pronunciar o nome lhe agradasse imensamente.
- Natalia... – a inumana repetiu, na mesma entonação da outra. No contato mútuo entre seus olhos novamente.
- Sabe... Estou contente. Com você, se perdoando. Aceitando... – a espiã assumiu, fechou momentaneamente os olhos para então voltar a fitar a vigilante.
- Não cheguei onde estou agindo com imprudência. – respondeu amena, com um sorriso leve e despreocupado nos lábios, os olhos fixos na espiã – Minha... Minha mãe armou para que parecesse que a S.H.I.E.L.D. atacou o lar onde alguns inumanos moravam. – Natasha gentilmente desvinculou sua mão apenas para passar a acariciar a pele desnuda no pulso da inumana – Eles, nisso incluo eu, acreditamos que estávamos em guerra. Achei que o oposto também funcionaria. Uma oferta de paz poderia garantir nossas vidas naquele momento e danificar a estrutura frágil de... Tudo isso. Seja lá o que tudo isso significa. – suspirou repousando a lateral da cabeça sobre o estofado e fechou os olhos, a ruiva repetiu o ato em sua poltrona, mas encarando-a fixamente. Alguns segundos em uma observação minuciosa da parte de Natasha, um sorriso orgulhoso adornou seus lábios.
- Está cansada? – a ruiva questionou, em parte absorta, outra apenas pelo prazer que é provocar Daisy.
- Estou. – murmurou – E a culpa é sua. – resmungou.
- Quero que veja algo. Depois você e sua inocência podem descansar. – disse com gracejo e, ainda de olhos fechados, resquício de um sorriso estampou a face da inumana.
~
Natasha adentrou o local com seus dedos entrelaçados ao de Daisy, a ruiva um passo a frente já que a outra estava olhando deslumbrada para cada canto do templo. O corredor se estendia por metros, e de ambos os lados ficavam cabines separadas pelos pilares de milhares de anos, talvez até mesmo os primeiros na história da humanidade. A espiã virou a cabeça para trás, apenas para observar sua parceira analisando cada detalhe com fascínio.
Chagando no final do corredor, se depararam com as grandes Necrópoles de Gizé, em meio às toneladas de areia o os tons amarelados mesclados com alaranjadas do deserto de Cairo. Diversas pessoas transitando entre os três monumentos colossais, desde turistas a arqueólogos.
Natasha andou por entre as estruturas milenares da região, carregando consigo Daisy. Desviaram dos olhos de alguns dos locais egípcios, mantiveram suas presenças as mais remotas possíveis da lente de câmeras distribuídas nos pontos de grande movimentação. Distanciaram-se também dos turistas e seus telefones simultaneamente conectados a redes sociais. Seus rostos estavam estampados com um grande "procuradas" no mundo inteiro, não precisam das autoridades mundiais sendo um empecilho agora que estavam progredindo para um desfecho.
A ruiva subiu alguns poucos degraus das pedras desgastadas pelo tempo, distanciando-se gradativamente da multidão. Ultrapassaram alguns blocos de pedras, algumas estruturas recentes, outras com mais de quatro mil anos atrás. Afastaram-se o suficiente para contemplar as pirâmides deste a maior: Quéops, média: Quéfren e a menor: Miquerino, junto a Esfinge de Gizé e o deslumbrante sol caminhando rumo ao seu pico no céu azul acompanhado de algumas nuvens do Egito.
- Há alguns anos roubei um artefato dentro da pirâmide de Quéops. – comentou a espiã, admirando a paisagem e sentindo o vento esvoaçarem seus cabelos – Vou dizer algo... Mas não conte a literalmente ninguém. – Natasha fitou a inumana, os olhos sérios ocultando seu divertimento com o fato em questão – Prometa. – pediu. Daisy franziu o cenho, mas logo assentiu e murmurou um baixo "prometo" – Fiquei com receio de desencadear alguma maldição. A Múmia é bem persuasiva.
- Certo considerar essa hipótese. – declarou Daisy, pressionando os lábios uns nos outros para evitar rir. Sem agüentar, a inumana riu abertamente com a notável espiã russa, uma das melhores, senão a melhor, admitindo ter tido medo de despertar alguma maldição milenar.
Natasha olhou para a vigilante, dividida entre admirá-la e se zangar por ter sido motivo de zombaria, uma sensação nova deveria admitir. Preferiu a sensação reconfortante de fascínio vendo o sorriso contente de Daisy.
- Deveria ter feito prometer não rir. – murmurou com falsa irritação. A inumana conteve-se e olhou para a ruiva, embora o semblante neutro, o brilho cintilando nos olhos caramelos constatava seu contemplo para com Natasha.
- Alienígenas existem. Não ficaria surpresa. – a vigilante balançou os ombros, e retirou apressada os fios de cabelo que se intrometiam na sua visão pelo vento constante do Cairo.
- Claro, garota metade alienígena. – provocou a ruiva, e cutucou o ombro direito da inumana, um contato rápido e zombador, que fez com que Daisy seguisse com os olhos o caminho da mão da mulher, sorrindo levemente.
- É lindo. – declarou a hacker, virou a cabeça para os grandes monumentos.
- Sim, é sim. – foi uma frase automática. Natasha estava mais interessada em dedicar sua concentração em apreciar cada detalhe da beleza sino-americana. O perfil bem desenhado completamente nítido pela luz natural dos raios de sol, destacando ainda mais a coloração da íris castanha, agora quase dourados pela iluminação, e os fios negros voando pelas rajadas ventosas do deserto.
- Natasha... – Daisy virou a cabeça para sua companheira, que desviou os olhos apressada.
- Uhm... – murmurou, recompondo-se do seu pequeno momento.
- Somos as pessoas boas ainda, certo? – o sussurro intenso fez com que a ruiva prontamente voltasse a fita-la.
- Somos necessárias. – respondeu ambígua. Não poderia afirmas que elas são as pessoas boas, não quando sua história estava enraizada na devastação e o sofrimento abundante.
- Confesso que gostaria de ouvir algo mais satisfatório. – resmungou voltando a observar as pirâmides ao longe.
- Seu coração é bom. – Natasha exibiu toda a sinceridade que poderia em cada sílaba, desejava que sua parceira quitasse suas preocupações – Apenas o fato de questionar o quão boa é, prova que você é boa. – afirmou – É uma das mochinhas. – sorriu minimamente, olhando para a inumana.
- Também, Natalia. – Daisy assegurou. Um brilho ardiloso apareceu nos olhos castanhos quando notou a espiã mexer o maxilar, inquieta. Natasha deu um passo à frente, quebrando qualquer distância pairando entre elas e se inclinou sobre a vigilante, o suficiente para dizer o que precisava dizer atingindo-a da forma que desejava.
- Natalia... – pausou – É o nome que quero ouvir saindo por sua tentadora boca enquanto estou no meio das suas pernas, explorando todos os cantos, então... Entrando em você com a mesma precisão que uma British L115A3 atinge seus alvo. Quando não agüentar, deixar vim... Grite por Natalia. – os sussurros certeiros despertaram tanto em Daisy quando Natasha memórias frescas e prazerosas – Vem. – afastou e exibiu um falso sorriso donzel – Precisamos descansar um pouco. – e seguiu caminhando.
- Sua sorte é que estou cansada de mais para contestar. – disse resignada, seguindo a ruiva.
- Pensei que gostava de quanto eu tentava. – disse provocativa, fazendo a inumana resmungar e revirar os olhos.
~
Uma semana depois...
Natasha saiu apressada para o quarto ao lado com os acessórios que encontrou, rente a porta, abriu a mesmo com o ombro já que estava com as mãos ocupadas. Daisy estava em pé, de costas, apenas com a calça jeans e terminando de enganchar a presilha do sutiã. Maneou a cabeça em negação com a demora da outra mulher. Observou a mesma revirar entre a cama, certamente procurando a blusa. Evitou rir e foi até a cadeira ao canto, com a blusa de manga curta dobrada sobre a mesma.
Ajeitou as coisas em uma mão, pegou e jogou para a inumana, que pegou e murmurou um "obrigada" e pôs a peça. A primavera em Nova Iorque proporcionava dias amenos durante a tarde, sobretudo quando o sol brilhava como estava sendo o caso naquele dia. Natasha ergueu o que carregava, entregando metade para a outra mulher.
- Sabe que não podemos sair assim, não é? – questionou a inumana com bom-humor estampado na voz, olhando para os objetos em mãos. Pegou o óculos circular vintage e o pôs, logo ajeitou o boné escrito "I Love NY" na cabeça.
- Esse ou um escrito "I Love Quack". – comentou e balançou os ombros com desinteresse.
- Digo... Com isso. – apontou com os indicadores a si mesmos, expressando a obviedade de sua voz. Daisy riu consigo pela indolência da outra.
- É um disfarce. – disse indiferente, logo balançou os ombros novamente, pegou seu próprio óculos, semelhante ao da inumana, e um boné verde escrito "Starbucks".
- Nath, boné e óculos... – pausou – Não é disfarce. – a inumana olhou com divertimento para a ruiva em frente à porta, e na sua frente.
- Arrume algo melhor, Carmen Sandiego. – rebateu séria, embora também apreciasse a tranqüilidade do momento no tom irônico. A espiã revirou os olhos e se aproximou do notebook para checar as ultimas informações.
- Talvez tenha se esquecido de algo. – Daisy disse com o tom zombeteiro anterior, se arrastou pela cama até estar no lado da ruiva, que fitava concentrada o monitor do eletrônico, algo que ambas vinham fazendo freqüentemente nessa última semana.
- O que eu teria me esquecido...? – murmurou, fixa na sua tarefa – Você, no entanto, se lembrou de invalidar meu disfarce. – rebateu.
- Nunca disse isso... – comentou casualmente, olhando para a ruiva despretensiosamente, analisando-a concentrada em sua tarefa, com a luz do sol adentrando pela janela e acentuando drasticamente a beleza da mulher – Seus olhos são lindos. Você é linda. – disse baixo, ajeitando-se na cama no lado da espiã, arrastou os dentes pelo lábio inferior.
- Sabe fazer uma garota de sentir especial. – a ruiva maneou a cabeça para fitar a vigilante, sorrindo levemente – E... O que foi esquecido...?
- Oh... Isto. – Daisy quebrou o restante da distância entre elas e colou seus lábios no de Natasha, desfrutando do contato visceral em um dia que poderia ser irrevogável tal momento.
~
Ambas adentraram o corredor rechaçado de lixos e entulhos. Caminharam despreocupadas em direção a porta em um dos prédios. Daisy parou antes de atingir seu objetivo, analisando de perto o carro de Caleb Zemo, que avistaram na entrada do baile beneficente. O esportivo conversível reluzia a lataria tingida de vermelho, as frestas do sol entre os prédios que pegavam o veículo apenas ressaltava seu brilho. A vigilante de aproximou, arrastando preguiçosamente a palma da mão na lataria polida e reluzente. O Rezvani Beast soava bom de mais para um sociopata como Caleb.
- Esse nome é ridículo. – pontuou Natasha, olhando para a placa preta com as letras verdes escritas "Hydra".
- De quem foi a idéia disso? – apontou a vigilante com descaso em direção a placa sobre a porta – Ridículo. – revirou os olhos. A espiã se aproximou da mulher, o suficiente para se curvar e sussurrar em seu ouvido:
- Nossos parceiros. – zombou. Daisy maneou a cabeça para poder fita-la e soltou uma risada de diversão.
- A única parceria que tenho é com você. – rebateu no mesmo tom, exceto pelo sorrisinho malicioso que desenhou seus lábios ao completar a sentença.
- Sinto lisonjeada. – a ruiva retribuiu o sorriso – Vem. – e abriu a porta de metal da boate. – Bryan suspeita que tenhamos algo. – comentou. Logo após o baile de máscaras o Zemo mais velho referia ao relacionamento delas como algo a mais, no entanto, nada que soasse como se desencadeasse algum problema. Até mesmo compactuou na farsa de infiltração até o momento.
- Aquele desgraçado não é estúpido. – resmungou. Natasha assentiu.
Adentraram a boate no qual havia se familiarizado e deparam-se com o grupo no qual tem o infortúnio de conhecerem: os dois pares de irmãos, e mais algumas pessoa no qual não haviam sido formalmente apresentas, e o próprio Bryan não fazia questão de dar-lhes credito na operação.
Um rosto em particular, lembravam-se com exatidão da face. O outro homem que estava ao lado Caleb no laboratório francês. Sentado em uma das poltronas, o homem aparentemente mais velho, com fios de cabelos brancos, assim como a barba feita, bem desenhada em tons cinza. Usando um terno alinhado, e a postura prepotente, assim que notou estar sendo analisado, se virou para as duas mulheres com um sorriso superior. Natasha pressionou os lábios um no outro com descontentamento. Daisy retirou o óculos e suspirou baixinho.
- Cara do xadrez. – a vigilante se pronunciou após um longo suspiro – Finalmente.
- Senhorita Johnson, Romanoff, apresento a vocês Miguel Fagundes. – Bryan se pronunciou quando notou as duas mulheres, sentado ao lado do cientista, apontou casualmente para o homem mais velho com a mão – Chefe do Departamento de Genética do I.M.A., e também o homem por trás dos resultados promissores das pesquisas com o material genético de seres aprimorados.
- Quer dizer "inumanos"? – Daisy questionou sem sequer tentar esconder seu sarcasmo.
- Seres geneticamente aprimorados, sim. – respondeu Miguel com descaso – Chame como quiser seus semelhantes, inumana. – rebateu, embora o tom sereno, seus olhos escuros cintilavam o veneno de suas palavras. Uma dose de desprezo pela espécie, algo que a morena aprendera com a obcecação de uma caçada infeliz a quem naturalmente se tornou.
- Podemos discutir nomenclatura em outro momento. – Natasha decidiu ser um bom momento de intervir – Chamou aqui. – balançou os braços – Por quê? – olhou para Bryan.
- Miguel está tendo alguns problemas... Com algo de uma cobaia. – o primogênito dos Zemo explicou centrado.
- Com alguns inumanos, quis dizer. – a vigilante interferiu com desprezo. Em momento algum renegou quem era na frente daquelas pessoas, sabia que enquanto acreditavam na sua predisposição, não era um problema.
- Como desejar, senhorita Johnson. – respondeu Bryan exibindo um falso sorriso. – Apenas preciso que este... – gesticulou com a mão – Inumano. Colabore com uma bolsa de sangue. Doação. – assegurou elevando minimamente os lábios, despreocupado. – Marcos, de Nova Jersey. Poderes de sensitividade. Os homens de Caleb tentaram capturá-lo algumas semanas, em seus termos. Mas foram detidos por forças maiores. – disse resignado, fitando a inumana com os olhos acusatórios.
- Um incomodo que parece me perseguir... – Caleb declarou entre dentes, na sua postura relaxada em uma das poltronas, com uma garrafa de cerveja na mão, olhando para Daisy com desdém.
- O mesmo. – a inumana rebateu. Deixando visível seu estado enojado para com o homem.
- Quem é que vai nesta missão? – questionou Natasha centrada.
- Caleb se voluntariou. – Bryan disse comedido – Nada definido. As novatas gostariam de se opor? – ergueu-se sobre o sofá e juntou ambas as mãos, olhando para ambas com seriedade.
Daisy se lembrava vagamente de um homem com poderes de sensitividade no qual ajudará antes de tudo, um bom rapaz no qual foi energético em agradecê-la ao salvar dos Watchdogs. As informações batiam e não possuía duvidas de que não seria a mesma pessoa. No entanto, chances de ser um teste para com elas estavam evidentes, mas prontamente assentiu para o questionamento. Não deixaria com que Caleb se aproximasse do inumano.
- Eu e Natasha podemos ir. – respondeu firme. A ruiva ao lado exibiu um aceno firme com a cabeça.
- Temos um problema, então. – Caleb se pronunciou, erguendo do estofado no qual estava sentado confortavelmente. Aproximou-se das duas mulheres paradas frente à entrada, ainda com a garrafa em mãos. – Aquele bostinha é meu. – declarou com um sorriso cruel estampado na face, dando passos calmos em direção a morena. A inumana pressionou as mãos em punho, exercendo seus ensinamentos de autocontrole.
- Calma meus companheiros. – interferiu Bryan, se aproximando do irmão e de Daisy, que se encaravam tensos. Natasha fitou a situação, atenta a qualquer hostilidade advindo de um deles. O primogênito dos Zemo pôs as mãos nas costas dos dois, com o semblante de divertimento – Proponho que resolvemos esse impasse. – disse, intercalando seu olhar entre a inumana e o soldado. Natasha observava a situação inquieta.
- Como? – a ruiva se pronunciou, olhando para a cena com hesitação.
- Uma luta, entre os dois campeões aqui. – Bryan deu um tapinha animado no ombro musculoso do irmão.
- Eu poss. – a ruiva iria se voluntariar, certamente, mas a vigilante ergueu a mão, olhou de relance para espiã, e Natasha entendeu que pedia apenas para que confiasse nela, portando deixou com que prosseguisse.
- Tudo bem para mim. – Daisy declarou prontamente, com os olhos vidrados no mais novo dos Zemo, que fitava a mulher com mandíbula trincada.
- Claro que sim. – zombou, penteando com a mão o cabelo – Com seus privilégios. – disse recriminador.
- Uma luta sem poderes, Caleb – assegurou Bryan, divertindo-se com o receio do seu familiar. O mais novo passou alguns segundos em seu semblante duro, ponderando se levava a adiante. Odiava os seres aprimorados, e um combate frente a frente com uma não era muito animador.
- Quem ganhar fica com a missão? – questionou ríspido, olhando para o irmão, que assentiu – Vou querer o óculos também. – apontou com o queixo para a mão da vigilante, que segurava a peça vintage ainda. Daisy olhou para o objeto em mãos e deu de ombros, quase riu com o pedido de Caleb.
- E eu vou querer seu carro, também. – a inumana propôs com um sorrisinho divertido. Caleb enrijeceu os músculos faciais novamente – Vai me dizer que tem medo de perder para mim? – caçoou. O homem ouviu a risadinha feminina vindo detrás, no qual sabia perfeitamente se tratar das irmãs Von Bardas. Não seria ridicularizado, muito menos por mulheres.
Daisy olhou para Natasha, que a fitava com receio, mas se contentou em ficar distante. O quase imperceptível elevar nos lábios da inumana e os olhos castanhos brilhosos de confiança bastou para que a ruiva aquietasse onde estava, deixaria com que a vigilante desse o próximo passo, pois confiava plenamente na mulher.
- Acaba quando o primeiro desistir, ou desmaiar. – sentenciou Bryan – Não quero baixas entre meus parceiros. – a inexpressão em seu rosto deu lugar a um pequeno sorriso jocoso.
*Play: Ariana Grande - God is A Woman*
- Essa aberração não vai usar suas vantagens. – afirmou Caleb, olhando para o irmão que prontamente assentiu, Bryan meneou a cabeça em direção a vigilante, e antes que pudesse garantir algo da parte da mulher, observou com divertimento o irmão receber um soco na bochecha direita e cambalear para o lado.
- Finalmente um pouco de ação! – Lucia bateu palmas animada ao lado da irmã, que olhava para o desenrolar com empolgação.
Natasha deu alguns passos para trás, um sorrisinho orgulhoso querendo escapar sem seu consentimento. As duas treinavam todos os dias, e as contusões da inumana se recuperaram muito bem. Estava focada, confiante, e decidida. E a ruiva podia respirar tranqüila com a consciente de que sua parceira estava em condições de enfrentar o que fosse.
Seu sorriso ampliou assistindo a vigilante desviar de um soco de direita em sua direção e logo impulsionar seu corpo para frente, acertando novamente a face do homem, que voltou seu olhar para a morena queimando em ira.
Caleb foi apressado com os punhos em direção a morena, a mesma impulsionou o corpo rolando sobre uma das mesas da boate. Daisy deu passos lentos para o lado, ao mesmo tempo o Zemo seguia seu ritmo, zangado por começar com desvantagem.
Cansada do jogo que atuavam, a inumana se aproximou, desviou de um gancho de direita para acertar com precisão na costela do homem, o mesmo agiu rápido em pegar o braço da mulher sobre o seu próprio braço e imobilizá-la, amorena seguiu para acertá-lo com o punho oposto, mas foi pega pelas mãos firmes do homem, que agora exibia um sorriso prepotente.
- Só isso que você tem? Sinceramente, esperava mais de você, inumana. – disse brilhante, colocando todo seu desprezo na última palavra dita. Pressionou a mulher para trás, até deparar se depararem com o balcão do bar.
Daisy tomou impulso, em um movimento preciso e rápido, inverteram os lados. e pela troca brusca, Caleb desconcentrou-se e cambaleou para trás, tropeçando no balcão, e prontamente se virou, batendo as costas na madeira. A inumana frente ao homem acertou-lhe um chute no estomago, jogando-o mais sobre a mesa, ainda que em pé, a mulher virou-se para pegar impulso e acertou-lhe um preciso chute de lado na lateral, pegando na costela do homem, que se recuperava do golpe anterior, e antes mesmo de poder voltar ao foco, Daisy desferiu uma série de socos no rosto do Zemo, que aparentava estar alheio a uma reação pelos consecutivos golpes.
Com a agilidade bem desenvolvida pelas atividades recentes, deslizou sobre o balcão, na parte oposta do mesmo, e enroscou seus braços entorno do pescoço de Caleb, enquanto com um dos braços o sufocava, o outro servia de apoio para manter-se na posição. O Zemo mais novo tentou sair do aperto usando suas mãos para se desvincular, mas a posição inclinada para trás sobre o balcão dificultou suas tentativas.
Sem mais saídas, sentindo o apertou em sua garganta esgotar suas energias, os olhos escuros se fecharam e o corpo do homem suavizou sobre a mesa. Vendo a falta de reação de Caleb, Daisy afrouxou o aperto. Foi surpreendida quando o homem de súbito soltou-se de suas mãos, ligeiramente passou por cima do balcão novamente, mas foi recepcionada por um par de mãos agarrando-a pela camiseta e jogando-a contra a viga próxima a entrada, e um punho acertando-se o rosto.
Agachou-se a tempo de desviar de um dos socos do homem que atingiu o ar, apressou em ir para trás do homem, que prontamente também se virou, ficando frente a frente. Impulsionou para frente, desviou de quaisquer possíveis golpes e seguindo o ritmo do impulso, manejou o corpo para uma volta sobre a viga, pé a pé, foi o suficiente para um ângulo perfeito na curva para trás do seu corpo, pôs os braços sobre o pescoço do homem, que pelo impulso de tal força invisível, deslocou o corpo para frente e bateu com ímpeto contra o chão, ficando inconsciente.
Daisy resmungou, também no chão, com os braços ainda sobre Caleb. Soltou-se e virou sobre o chão, e se colou de joelhos para enfim levantar-se. Passou as costas da mão sobre o nariz e constatou o que suspeitava, estava sangrando. Olhou para os demais, ali presente, que olhavam para a cena como se estivesse em um espetáculo, provavelmente no mesmo entusiasmo que Romanos assistiam os sangrentos duelos de gladiadores.
Os olhos da inumana procuraram apenas uma pessoa, e assim que a encontrou, estática com os punhos cerrados olhando-a com o semblante sério, resquício de um sorriso estampou o rosto da vigilante.
- Marcos, de Nova Jersey. – Bryan pronunciou plácido, se aproximou do irmão desmaiado e reviro algo em seu bolso da calça, quando o encontrou, tirou de lá uma chave e estendeu para Daisy, que prontamente pegou – Município de Toms River, Rua Main, apartamento classe média 4B. Entrem às 18 horas em ponto. Apenas uma doação de sangue involuntária. – ordenou centrado.
~
As duas mulheres encostadas no parapeito do prédio analisam o edifício em frente, cuja distância de onde estavam é de apenas um prédio menor entre elas e seu objetivo. Ao redor, diversos terraços dos demais prédios desgastados e em constante uso pela sociedade mundana. Observaram o local de Nova Jersey a espera do horário demarcado por Bryan, analisando fixamente a janela do apartamento de Marcos alguns metros de onde estavam.
- Sem sinais de movimentação. – comentou a inumana, mexendo os pés, frenética, olhou para as mãos, abriu e fechou-as, sentindo os afeitos de socar alguém sem nenhuma proteção no local.
*Play: Sonder - Too Fast*
- Não quero ser essa pessoa... – Natasha murmurou, olhando fixamente para frente – Nem sei ser essa pessoa... – riu suavemente com a constatação – Mas... Passamos por bastante coisa e... De repente, peguei meus pensamentos em coisas que nunca passou pela minha cabeça. – disse pausadamente, sem saber exatamente como entraria no assunto em questão. Matar alguém? Fácil. Isso? Nem tanto.
- Pode falar comigo sobre qualquer coisa... Sabe disso, certo? – assegurou Daisy, olhando para a ruiva de viés.
- Ainda sente algo pelo... – pausou incerta se deveria prosseguir – Seu namorado que morreu? – perguntou em um fôlego, e pelos segundos seguintes apenas o silêncio.
- O amo. – respondeu baixo, voltando a fitar suas mãos.
- Será que seremos recebidas por arma? – mudou abruptamente o assunto, para a questão que debatiam anteriormente no carro.
- Lincoln sempre será alguém importante para mim. – a vigilante retornou, no entanto. Farta de ocultar seus sentimentos, de fingir ser forte, e de fingir que estava tudo bem, confortável o bastante para falar sobre com a ruiva.
- Bom... Certo. – murmurou sabendo que teria prosseguir – Isso se tornou estranhamente embaraçoso. – disse com falso divertimento – Transamos, e está bom para mim. – assegurou, fixa na janela sem quaisquer movimentos.
- Mas... Preciso o deixar ir. – murmurou – Se ele pudesse falar comigo agora, tenho certeza que diria meu nome em repreensão, como se estivesse zangado comigo, para ocultar o quanto estava preocupado comigo. – um sorriso ameno se estampou na face da vigilante lembrando-se do loiro – Então, provavelmente citaria uma lista de termos médicos provando o quão nocivo é toda merda que eu me meti depois que... Aconteceu. – o tom critico não atingia o semblante suave – Diria para ele calar a boca, porque ele me deixou. Mas então... Ele se sacrificou para me salvar, e salvar o mundo de um monstro. Ele provavelmente me recomendaria um psicólogo do hospital que trabalhava para tratar do meu TSPT, e reconheço essa bagagem. – pausou – Lincoln é assim. Ele se importava comigo, e... Eu o arrastei pra esse bagunça todo. Vou o deixar ir, pois também me importo com ele. Com o que ele representa para mim... – os sons de suas palavras diminuíram drasticamente, maneou a cabeça para uma visão mais nítida da espiã russa, que ouvia tudo atentamente – Assim como você. Que eu sei que se importa comigo, e eu me importo com você. Mas não quero chegar ao ponto de ter que deixá-la ir... Não desse jeito. – a sobrancelha em vinco e o timbre quase inauditivel estampou todo seu medo com as palavras ditas.
Natasha olhou para os castanhos preenchidos por emoções de temor. Não poderia prometer algo, não quando a morte seguia-as em cada esquina. Sendo quem a ruiva é, sua morte segui-a como uma sombra. Por outro lado, poderia assegurar que tentaria estender sua presença o quanto pudesse. Não estava mais no Quarto Vermelho, deixou de ser prodígio de Yelena Belova, estava livre da KGB, apesar de acontecimentos recentes, fez amigos. Pessoas que se importavam com seus sentimentos, pessoas boas como Clint, que dera a uma assassina a oportunidade. E é adorada pela mulher ao seu lado, que acabou de expor todo seu medo de perdê-la.
- Acredita que nunca fui para Capadócia? – Natasha comentou, um mínimo elevar nos lábios, olhando para a inumana – Nem em uma missão. Nada. Nunca fui. – garantiu, divertindo com as sobrancelhas arqueadas da vigilante em surpresa – Podemos ser turistas por um dia? – perguntou, soando mais animada do que gostaria – Mais do que alguns minutos... Admirar um lugar histórico, bonito, como pessoas normais. – balançou os ombros – E uma linda mulher ao lado. – sorriu para Daisy, que retribui o gesto.
- Parece incrível. – assentiu contente, escorou o cotovelo do parapeito e se inclinou em direção à espiã – Isso seria como um encontro? – ergueu uma das sobrancelhas, questionando.
- É agradável pensar como tal. – a ruiva pressiono os lábios um no outro e assentiu – Temos um encontro então?
- Sim, nós temos. – maneou a cabeça em afirmação, sorrindo.
- O que acha que vêm agora? – o semblante anteriormente tranqüilo da espiã foi substituído pela duvida e receio do que se sucederia.
- Bogey? – questionou incerta. Natasha negou sutilmente, pensativa.
- Muito estrago um míssil teleguiado. – ponderou – Não querem chamar a atenção.
- Acho que uma bomba está fora de questão também. – a morena comentou, olhando para a janela a bons metros delas.
- Um tiro limpo. Talvez sniper? – a ruiva analisou em dúvida, olhando para a inumana com a testa franzida.
- Talvez. – Daisy deu de ombros – Ou não. Exposição não é um problema. Já teriam feito trabalho. – observou.
- Eu eliminaria o inimigo de maneira imperceptível. A morte de duas super-heroínas, mesmo procuradas pela polícia... Chamaria demasiada atenção. O governo já está de olho na causa. – Natasha comentou, calculando possíveis vias.
- Antes morrer, Ali entregou a Interpol recibos da conta de mercenários relacionados a um cara chamado Anton Ivanov. – a inumana disse pensativa – Poderíamos seguir por esse caminho. – pausou – E o primo dos Zemo? O de Sokovia? – questionou, olhando para a espiã, ainda escorada.
- Eles não se importam com ninguém, muito menos com a família que os renegou. É carta fora do baralho. – a ruiva comentou cética, se lembrando de quem iniciou tamanhas desavenças.
O silêncio pendurou por algum tempo. Natasha repousou suas mãos no parapeito, intercalando seu foco do seu objetivo e a mulher ao seu lado. Noto-a se ergueu pela mureta e também espalmar as mãos no parapeito, o suspiro pesado pelos lábios da inumana fez com que Natasha voltasse completa atenção para sua parceira.
- Vamos mesmo ir lá? – Daisy perguntou com resquícios de receio, e Natasha sabia exatamente sobre o quê, pois também estava apreensiva.
- Sendo cautelosa, Johnson? – brincou, ainda que mantivesse firme no semblante.
- Temos um encontro, lembra? – a vigilante disse com um pequeno sorriso nos lábios – Quero estar presente, assim como espero ter minha companheira de viagem.
- Tudo bem. – a ruiva assentiu, sentindo a energia revigorante da preocupação para consigo que passou a desfrutar – Seremos cuidadosas, okay? – afirmou cuidadosa, a inumana assentiu. – Seis horas em ponto. – disse, olhando para a tela do celular descartável que piscava. Olhou novamente para Daisy, que lhe encarava com o semblante preocupado e assentiu, sendo retribuída por um sorriso acolhedor da ruiva.
Seguiram em passos apressados para a escada de incêndio do prédio que estavam, desceram apressados os degraus de metal retos, a centímetros do solo do terraço da construção no meio, pularam para o piso de concreto vazio, e seguiram adiante até se aproximarem das escadas de incêndio do prédio de Marcos, subiram para as escadas em forma de "U", e subiram até a janela do inumano com dons sensitivos.
Seja qual for à abordagem, as duas sabiam que o momento posterior deveria ser executado com extrema cautela. Natasha foi a primeira a se aproximar da janela, abriu as persianas e analisou o interior: uma sala comum, nenhuma presença ou algo suspeito. Nenhum vestígio de qualquer odor que poderia entregar a presença de algum elemento nocivo, sem dutos de ventilação, nada nos azulejos do chão, a porta fechada.
A ruiva adentrou a apartamento sendo acompanhada da inumana, ainda em estado de alerta a quaisquer possíveis ameaças. Analisando cada mínimo canto, seguiram para a peça da área da cozinha, separada apenas por um balcão. Daisy engoliu em seco ao avistar estirado no chão um par de tênis, foi apresada averiguar e constatou o que suspeitou, vendo o homem jogado no chão com um buraco de bala entre os olhos.
- Merda. – murmurou. Cruzou os dedos atrás da nuca e suspirou, afastando-se do corpo de Marcos.
Antes mesmo que Natasha pudesse pronunciar algo, o som de chacoalhar de armamentos, assim como os passos bruscos no corredor do edifício se fez presente. A porta do apartamento abriu com um baque, e dela entrou indivíduos em roupas táticas de combate e capacetes de proteção, carregando em punhos carabinas e submetralhadoras. Diferente do que encontraram nas aventuras anteriores, souberam de imediato que o adversário não foi exatamente quem esperavam depararem-se. Como se o emblema nos trajes pretos de combate, as suspeitas de ambas se ratificaram quando uma mulher negra trajando um terno cinza sob medida destacou-se entre os demais indivíduos, a postura suntuosa de imponência e o símbolo de autoridade preso do cós da calça social esclareceu qualquer possível duvida.
As duas espiãs se entreolharem, Daisy virou a cabeça para fitar o corpo de Marcos, e voltou a fitar a ruiva. A russa analisou os homens, cobrindo as janelas e a porta. Não queria agravar a situação, e ambas ergueram os braços em sinal de rendição.
- Detetive Angela Pascal – a mulher afastou com a mão o paletó, exibindo com clareza o distintivo do FBI – Daisy Johnson e Natasha Romanoff, vocês estão presas por homicídio em flagrante, – dois agentes da SWAT se aproximaram delas, com algemas em mãos – e sob as acusações de homicídio doloso qualificado, ataque terrorista à Rua Alvarez, associação com organizações criminosas, roubo e seqüestro de diversos civis e quebra nas leis internacionais baseada no Acordo de Sokovia. – os metais gélidos da algemas passaram sobre o pulso de ambas – Têm o direito de permanecer em silêncio, e tudo que disserem poderá ser usado contra vocês.
Natasha virou para fitar Daisy, que a olhava com as sobrancelhas minimante erguidas. A espiã russa negou sutilmente para uma eventual reação da inumana, definitivamente mais problemas com o governo apenas dificultaria posteriormente. No entanto, ambas sabia o que significa.
- Parece que o inimigo do meu inimigo é meu amigo. – a inumana cochichou para a ruiva, que revirou os olhos e assentiu, sentido duas mãos lhe segurarem os braços, escoltando-as para fora. Uma reação melhor do que imaginou da parte de Bryan ao saber que sua pareceria estava designada ao fracasso.
[N/A] Cometários são bem-vindos, e inclusive adoro interações '-'
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