Como uma manhã de sol após a tempestade, como o orvalho é para as folhas, como uma mãe é para os seus filhos, como Romeu foi para Julieta, assim é você para mim, Christian. Nada do que eu possa escrever justificaria o que estou para fazer, mas quero que saiba que te amo e que faço isso por nós dois.
O meu país precisa de mim e eu jurei servi-lo enquanto viver, não espero que me entenda, mas estando aqui com você me sinto uma traidora de causa maior.
O dever sempre virá antes do prazer.
Por favor, não me procure.
Annie.
Quatro meses.
Quatro meses que eu havia sido abandonado por ela.
Eu deveria ter desconfiado de que alguma coisa estava errada quando ela voltou para casa naquele fatídico dia e quando nos amamos como nunca naquela mesma noite, mas nunca passaria pela minha cabeça que acordaria no outro dia com a cama vazia e um bilhete debaixo do travesseiro dela.
Ela havia sido uma covarde!
Percebi que no fim o amor a pátria sempre ficaria entre nós, e o pior de tudo é saber que o que tivemos foi resumido por uma única misera e mentirosa palavra "prazer". o meu lado emocional ainda não acredita que ela tenha escrito espontaneamente, porém o meu lado racional a odeia por ter me feito de trouxa por tanto tempo.
- Eu vou arrancar você do meu coração! - Digo em alto e bom som.
- Quando conseguir me diz a receita. - Elliot diz entrando no meu quarto. - Se bem que não quero esquecer a Kate.
- Mais deveria. - Digo irritado. - Elas nos usaram, quem garante que aqueles dois homens que entraram no meu apartamento foram a mando da Helena mesmo?
- Essa fuga delas é muito suspeita. - Meu irmão rebate. - E é claro que elas não foram as mandantes da invasão ao seu apartamento, Christian. - Afirma. - Não deixa a Helena fazer a sua cabeça novamente.
- E se a Helena sempre estivesse me dizendo a verdade? - Digo exasperado ficando de pé. - Ela nunca deixou de me procurar e me deu a oportunidade de ter a minha vida de volta. E onde está a Ana? - Pergunto tentando conter a dor forte que sinto no peito.
- Está em algum lugar esperando o momento certo de aparecer. - Meu irmão diz com calma.
- APARECER? - Eu grito. - Ela foi embora, ela correu na primeira oportunidade que teve. Você não leu o bilhete que ela me deixou? Elliot, elas não irão voltar! Aceite isto e pare de alimentar falsas esperanças. - Digo já saindo pela porta.
- Onde você vai? - Meu irmão diz me seguindo.
- Trabalhar! É apenas para isto que eu sirvo. - Falo alcançando as chaves da porta e do carro e saindo em disparada para o único lugar que tenho paz: o laboratório.