Notas: E aqui novamente está mais um capitulo, e com a ajuda da minha querida @MissSunshine_SH, que revisou este capitulo para mim, terminei ele mais rápido.
Então boa leitura!!!
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Sob a vasta chuva pesada, dirigia sua moto sem problema algum usando a gravidade. Não queria se mostrar preocupado ou desesperado, apesar de seu coração o enganar com suas aceleradas batidas rítmicas. Precisava se manter calmo e precisava manter a calma, já que provavelmente não é nada grave e quem sabe não seria como antigamente, com o maior pregando-lhe peças. Só que sua mente gritava em alerta, que algo aconteceu, que Osamu não estaria bem.
_Droga! Maldito de merda! É bom que esteja vivo!
Exclama furioso, ao mesmo tempo que mantinha a concentração na estrada que era impossível de se enxergar. Sentia os nós dos dedos começarem a doer, só então notando que apertava as manoplas da moto com força, claro, sem pôr a gravidade, não seria louco para estragar a sua mais querida Kawasaki Ninja H2, que lhe foi custado muitos meses de seu salário. Na verdade, foi comprada por impulso, graças ao termino de namoro quando expulsou o moreno de seu apartamento.
Graças ao seu conhecimento e vivência nas ruas noturnas de Yokohama, sabia exatamente quando virar uma esquina, tinha um mapa mental de toda a cidade. Poderia correr às cegas pelos mais sombrios becos e vielas, que saberia aonde estava. E é graças a isso que mantinha firmemente na rua recém alagada. Se continuasse assim, logo os rios e lagos iriam transbordar e correr o risco de invadir as casas. Isso sim seria um desastre total para Yokohama.
Estava se aproximando do local, e pelo endereço, sabia que não iria levar diretamente ao hospital Central de Yokohama. Fazendo seu corpo gelar internamente e suar frio, sentindo novamente o incômodo no estômago se tornar ainda mais forte.
O local não era lá o que imaginava ser, na verdade nem sabia o que esperava ver. Era um prédio de apenas três andares. Não havia placa alguma, ou se havia, foi levada pela forte chuva. Estacionou a moto em uma viela entre o tal prédio e um outro edifício maior. Não queria correr o risco de a chuva derrubar a moto e arranhar toda aquela maravilha, mas o coração doía só de imaginar que ele iria pegar chuva. Dazai iria pagar por uma nova pintura! Isso se ele ainda estiver vivo.
Suspira se arrepiando por imaginar ele morto. Podia ter se passado dois anos, o relacionamento podia ter acabado de uma forma nada amigável, mas no fundo daquele poço de orgulho, havia o sentimento que antes se sentia confortável em sentir. O sentimento que tentou de todas as formas afogar. O amor por Dazai Osamu.
Sua mente estava em turbilhão, com hipóteses, teorias ou uma possível imaginação do que estaria acontecendo. Se apressou e se aproximou da porta de metal, a única à vista ali, nem sequer janela havia na frente do prédio. Muito suspeito... E se fosse alguma armadilha? Bem, quem seria o louco de armar uma armadilha contra o Mafioso mais temido de Yokohama? E ainda mais usar o seu amado ex-namorado como isca? A pessoa estava procurando por um túmulo, isso se tivesse piedade em deixar tal ser inteiro.
Sacudiu a cabeça em negação para dissipar os pensamentos eufóricos e ao tocar a maçaneta, a gira para testar se estava trancada, mas pelo incrível e bizarro que pareça, ela estava destrancada, fazendo-o assim, abri-la facilmente. Adentrou o local sempre atento aos arredores.
Era um hall de entrada, a luz acesa e tudo organizado, tudo normal se não fosse pela falta de presença humana no ambiente. Nem na recepção, não havia ninguém mesmo.
Aquilo tudo tornava os instintos de Chuuya ainda mais suspeito. Estava na cara que era uma armadilha. Rapidamente tirou a pistola do coldre da parte traseira da calça e a destrava.
_É sensato trazer uma arma de fogo em uma situação como esta, mas presumo que não seja necessária considerando a situação em que se encontrará, a não ser se atender ao pedido do Sr. Dazai em pedir para atirar na cabeça dele...
Era a mesma voz de antes na ligação. O ruivo mirou a porta de onde vinha a voz do senhor que surgia e o observa com uma certa calma que fez Chuuya sentir uma paz interna que nunca havia sentido antes. Todos aqueles pensamentos em pânico e ansiedade de antes haviam desaparecidos, como se jamais estivessem o perturbado antes.
_O que está fazendo? - Perguntou o ruivo abaixando a arma. - Isso é alguma habilidade sua?
_Todos me perguntam a mesma coisa. – Ele se aproxima do ruivo sorrindo solenemente. – Mas não, não é nenhuma habilidade. É apenas algo que desenvolvi ao ter que lidar com pacientes que precisam de tratamentos especiais.
Ficando frente a frente com o mafioso, o senhor de cabelo grisalhos que ia até seus ombros em um rabo de cavalo fino. Sua idade já passava dos 60 anos, mas com uma postura ereta e caminhada firme, como se a idade fosse apenas aparência.
_Que seja, o que o senhor quer comigo? Se for algo relacionado a Dazai, então diga de uma vez! – Diz já começando a perder a paciência. Não por estresse, mas por ansiedade.
_Sim, sim, tem relação com o Sr. Dazai. Ele precisa de ajuda, mas ele não quer que eu contate a Agência de Detetives Armados. Só que ele disse o seu nome. Mexi no celular dele e o encontrei.
O senhor se afasta e volta a andar para a porta de onde havia vindo.
Chuuya pode apenas o observar quieto raciocinando aquelas palavras, realmente Dazai não estava bem ao ponto de não chamar a Agência. Algo grave por assim dizer, pois isso já acontecera antes. "Quando Dazai estava em apuros, mas não queria envolver a Agência no meio, então me chamou, mas o que mais perturbava Chuuya era: Para que Dazai pediu a outro me contatar?"
Com a preocupação apenas aumentando, pôs-se a seguir o senhor de idade, não se importava se havia sido convidado ou não a segui-lo, queria logo ver Dazai. Se fosse alguma armadilha, poderia se livrar dela rapidamente, sempre foi assim mesmo.
Seguindo o senhor de idade pelos corredores, até chegar a uma escada que ia para o primeiro andar do prédio. Ambos não falavam nada, apenas o som abafado da chuva do lado de fora e os passos que ecoavam por conta dos sapatos de couro de Chuuya sobre a pedra fria daquele corredor. Era de uma certa forma, desconfortável aquele ambiente para o mafioso. Mesmo olhando ao redor, não soube dizer que tipo de lugar exatamente era aquele. As várias portas que haviam pelo corredor estavam fechadas, apenas algumas lâmpadas estavam acesas ao decorrer do corredor até a base da escada. Nela, as lâmpadas que ficavam na parede estavam algumas acesas e outras apagadas, dando um ar mais macabro ao local.
_Por aqui, por gentileza. – Pede o Doutor entrando em uma porta ao chegar na primeira plataforma da escadaria. – Tive que mantê-lo nesse andar, os quartos daqui não tem janelas grandes, então é menos arriscado do que nos quartos acima.... – Comenta como se Chuuya já fosse ciente do que ele se referia, e claro, Chuuya entendera o que aquelas palavras significavam. "Suicídio".
_Poderia me dizer o que aconteceu com ele? Por que ele está em um lugar como esse? – Pergunta agora mais calmo e sem ameaça na voz. Não havia motivo para tratar rudemente o senhor a sua frente que não representou nenhuma ameaça até agora.
_Hum... É complicado dizer. Seria mais fácil se você visse com os próprios olhos. E que ele te explique melhor, já deve estar acordado.
Chuuya não dissera mais nada, sabia que não iria conseguir suas respostas por ele, então bastava apenas guardá-las para questionar ao Dazai que parecia estar realmente ali, mas o mal pressentimento estava desconfortável demais, um sentimento de angústia, como se não desejasse ver o que estava por trás da porta onde ambos pararam em frente.
Assim que ele destrancou a porta, algo que deixou Chuuya intrigado, afinal, por que infernos aquela porta estava trancada pelo lado de fora? Por que ele estava mantendo Dazai preso? Mas não teve tempo de formular as perguntas em voz alta, pois o Doutor abriu a porta revelando um quarto de hospital, as paredes todas brancas, havia apenas uma cama no canto da parede, não havia armário, mesa, cortina, e como o senhor havia dito antes, apenas uma janela pequena no topo da parede.
Na cama, estava Dazai sentado e encostado na cabeceira da cama com apenas um travesseiro, que ao notar as fitas nas laterais do mesmo, estava firmemente amarradas na cama, mas não era o quarto vazio ou a porta trancada e as amarras no travesseiro que fez Chuuya arregalar os olhos e encarar a cena sem realmente acreditar no que via.
Dazai Osamu, considerado o homem mais forte para o Mafioso ruivo, um homem ágil, habilidoso e com uma mente sobre-humana. O homem que uma vez foi o motivo de estar vivo, que uma vez partilhou moradia. O homem que era o amor de sua vida. Estava ali agora, naquela cama usando roupas de hospital, com algemas nos dois pulsos que ligava a barra lateral da cama e.... Faixas que cobriam seus olhos e bandagens que cobria seus ouvidos.
_D-Dazai...? – Chama o mafioso adentrando o quarto após o Doutor dar espaço
_Não adianta.... Ele não ouve mais... – Afirmou o que Chuuya mais temia em ouvir. – Não sei o que aconteceu, mas o encontrei há duas semanas largado na viela aqui do lado... Estava gravemente ferido e ensanguentado. Ele ainda enxergava e ouvia na primeira semana, mas ele começou a perder aos poucos a visão e a audição. Infelizmente não consegui restaurá-los....
_Visão?! Está... Está dizendo que Dazai está cego? – Olhou para o médico que apenas afirmou com a cabeça. Chuuya andou apressadamente até Dazai e sentou ao seu lado. – Dazai? Sou eu, Chuuya! – Exclama o mafioso, mas nada. Nenhuma reação além do mover de cabeça do moreno ao sentir alguém sentar ao seu lado.
_Doutor, poderia me soltar? Prometo não tentar mais nenhum suicídio... – Comenta com a voz rouca. – Haha.... – Uma risada fraca, sem qualquer resquício de emoção. Aposto que já deve ter tirado tudo que é perigoso do quarto de toda forma.
Chuuya não percebeu até então, que estava chorando. Era surreal vê-lo naquele estado. Com cuidado, tirou as algemas de seus pulsos e pega com cuidado em suas mãos. Olhando para baixo, como se tentasse enxergar suas mãos ao senti-las serem pegas e apertadas com carinho, ao sentir aquele couro que conhecia tão bem, pôde apenas reprimir os lábios.
_C-Chuuya? – Perguntou o moreno com a voz embargada.
_Dazai, sou eu.... – Responde, mesmo compreendo que o moreno não mais ouviria sua voz.
Sentiu o moreno retribuir o aperto nas mãos, mas desta vez trêmulo e soltou um soluço engasgado. O chão de Chuuya começou a se destruir ao ver o homem mais forte para si, entrar em prantos.
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O capitulo foi curto, mas prometo que o proximo será mais longo! Até a próxima!!