Glória passou a frequentar a nossa casa constantemente com o apoio de minha sogra que agia como se nada tivesse acontecido. Era sempre no domingo que ela surgia, sempre com algum pretexto e quase sempre ficava para o almoço; eu nada podia fazer, porque como vou explicar que não quero ela por perto? Uma pessoa tão solicita, tão preocupada com todos e que só queria ajudar? Não dava para tratar mal, eu não sabia o que fazer para mantê -la longe de nós. A casa não era minha, nunca foi e eu me ressentia por não ter o nosso apartamento ainda, e para falar a verdade , Eron meio que se acomodou com esta situação, eu falava, falava quando estávamos a sós mas ele parecia não escutar , estava muito entretido com o trabalho e com a vaga que queria conquistar para que quando formasse fosse fazer uma extensão do curso fora do país;ele só falava nisto, além do nosso bebê, é claro, mas eu ainda não estava entendendo onde eu e nosso filho se encaixaria na cidade exterior que ele estava querendo levar, por que eu não queria ficar aqui com D. Cláudia a me infernizar a vida .
De uns tempos para cá, era só implicância comigo, eu estava errada em tudo, e minha opinião não contava em nada , somente Glória era inteligente e aquilo me fazia ficar menor,porque Eron e o pai dele não vinha em minha defesa nunca;Era incrível! eles pareciam cegos ou eu era a maluca, ou sei lá o quê.
Comecei a ter alergia para com Glória e ojeriza a minha sogra, que sempre que podia fazia questão de me humilhar.
Fui ficando triste e passei a viver mais para o meu filho e meu marido. Entendi que o meu lugar naquela casa era nenhum e apesar de Eron ser maravilhoso comigo , eu me sentia acuada porque não podia dar uma ordem sequer.
Ao final de três meses morando com minha sogra e com quatro meses de gestação, eu não aguentava mais .
Terminei o semestre da faculdade aos trancos e barrancos e queria viajar com Eron, que também precisava de um descanso.
A família tinha uma casa de praia , onde fomos para lá, após Eron tirar férias do trabalho. Minha barriga só fazia crescer;Eu estava fazendo um pré-natal direitinho e estava indo tudo bem com o bebê , que não sabíamos ainda o sexo, pois não dava para ver ,mas eu pressentia que era um menino, e eu queria que se parecesse com Eron. Eu sonhava com isto!
A casa era linda, e tinha bastante verde, cercada de coqueiros e árvores diversas por todo o lado. Finalmente tínhamos tempo para ficar a sós e era tudo o que queríamos, eu mais do que nunca.
OS dias foram esplêndidos, passávamos boa parte na praia e voltávamos para almoçar, muitas vezes era eu que fazia almoço e outras pedíamos comida, pois eu ficava mole em muitas ocasiões por conta dos hormônios.
Faziamos amor incessantemente , era como se estivéssemos em lua de mel. Eu estava feliz, muito feliz, mas como dizem, alegria de pobre dura pouco, porque na terça feira, em que Eron tinha ido dar um mergulho rápido para almoçar um peixe que eu estava preparando para comermos regado a vinho branco, fui surpreendida com um barulho na área externa , vindo da piscina e vozes.
Fui até o meio do jardim da frente, quando parei e avistei D.Claudia e as malas , bem como Glória com as suas.