Drunk In Love - Supercorp

By spearswitch

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(TERMINADA) O destino se encarregou de juntar Lena Luthor e Kara Danvers em um país diferente e em uma cidade... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15 - Emma
Capítulo 16 - Wasted Youth
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29 - Penúltimo capitulo.
Capítulo 30 - Final
Capítulo 31 - Especial.

Capítulo 17

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By spearswitch

Kara deixou a câmara sobre a mesa enquanto abria a bolsa para guarda-la. O evento que Imra conseguiu para ela cobrir até que tinha sido divertido, gostava de fazer freelancer às vezes, e um que pagava bem como aquele? Oh, esses eram seus favoritos. Olhou ao redor, as modelos estavam terminando de se trocar para irem a qualquer coquetel depois das fotos.

Lena estava trabalhando, não a veria nos próximos dois dias.

Suspirou.

Era errado sentir tanta falta dela?

Outro suspiro.

Estava perdida por Lena, tudo nela era tão cativante, não se cansava nunca de estar perto, de ouvi-la, de conversar sobre a vida, trabalho o que fosse. Sempre era tão fácil conversar com ela.

"Eu te amo" Ela tinha dito as palavras quando a deixou em casa antes de ir trabalhar, podia ainda sentir o coração acelerar. Nunca imaginou se entregar assim a alguém, não sabia que era capaz de viver algo tão bonito. Nem sempre os relacionados eram como de seus pais e Lena era a prova disso.

— O pessoal vai para um bar aqui perto, por que não vem com a gente?

A voz de Imra cortou seus pensamentos a levando diretamente ao presente.

Sorriu fechando o zíper da bolsa.

— Oh não, estou louca para chegar à minha casa tomar um bom vinho e relaxar.

Imra inclinou a cabeça para o lado e um sorriso brincalhão e sedutor brilhou no canto de sua boca.

— Podemos fazer isso também. — A morena com sotaque britânico tocou o colarinho de sua camisa. — Sabe que está me devendo uma saída.

Sim estava; em outra época.

Outra Kara.

— Podemos fazer isso um dia desses, assim a apresento a minha namorada.

Os olhos grandes e verdes a olharam com evidente surpresa.

— Namorada? Kara Danvers, namorando? Desde quando?

Imra tirou a mão de cima então aproveitou e colocou a bolsa entre elas.

— Não muito, mas o suficiente para saber que gosto muito dela.

— Hmm. Tá aí uma coisa que eu nunca esperava. — A risada rouca de Imra ecoou pelo estúdio. — Alguém te enlaçou, não é? Eu sempre soube que quando caísse por alguém, todo esse papo de "não quero me relacionar sério" cairia por terra. — Imra balançou a cabeça ainda rindo. — Acontece com todas, foi bom ter tido você com os que se divertem por um tempo.

Franziu a testa tentando entender o ponto.

— E quem disse que ainda não me divirto?

— Acabou de negar ir a um bar, você nunca faria isso solteira. — Imra sorriu. —Acontece Kara.

Incomodada, deixou a bolsa novamente na mesa.

— O que tem a ver eu não querer ir ao bar, com meu namoro?

Imra apoiou as mãos na mesa e se inclinou um pouco, dando a Kara uma visão generosa da curva dos seios.

— É primeiro sinal de controle emocional; a pessoa não está aqui, mas mesmo assim você se reclusa só para agrada-la. Vivi muito disso para saber.

Lena e ela nunca tinham conversado sobre saídas, mas tinha certeza que a namorada não se importaria em uma saída para tomar uns drinks, a questão era que; não queria sair e isso não tinha nada a ver com seu namoro.

— Sinto decepcionar você, mas meu namoro não está interferindo, eu apenas não quero ir.

Imra voltou a rir.

— Então porque não me prova isso e vem?

Nesse momento Lucy apareceu na porta.

— Ei Kara, vamos?

Tinha ligado para Lucy ir buscá-la, a amiga trabalhava ali perto.

— Olá Lucy, estava agora mesmo tentando convencer Kara a ir tomar um drink conosco, mas ela não quer. O que acha?

Lucy olhou de Kara para Imra.

— Bom, acho que eu aceito esse drink. — Lucy exibiu uma expressão cansada. — Tive um dia de cão.

Imra deu uns pulinhos eufóricos.

— Agora só falta você.

Kara revirou os olhos e Lucy a incentivou.

— Vamos lá, é melhor que ir para casa ficar pensando no que Lena está ou não fazendo.

Dedicou uma careta a amiga.

— Não faço isso.

Lucy e Imra riram enquanto guiavam Kara até a saída.

(...)

— Luthor é melhor eu subir, parece feio lá em cima.

Lena olhou mais uma vez o local. Sim parecia. Era mais um caso de desmoronamento, épocas de chuva sempre causavam isso. Os mesmos problemas ano após ano e ninguém tomava uma providência para alojar aquelas famílias em locais seguros.

Irritada com a situação deslizou o dorso da mão pela testa.

— Sou mais leve que você, para mim vai ser mais fácil me posicionar e falar com a vítima.

Seu companheiro de trabalho olhou um pouco incerto.

— Luthor não faz muito tempo que esteve no hospital, quero conservar seu traseiro intacto.

Sentindo um pouco o desconforto abandona-la, sorriu.

— Meu traseiro vai estar mais seguro se eu subir, seu peso pode agravar os problemas.

— Certeza?

— Claro, agora vamos logo com isso. — Olhou ao redor. — A equipe de resgate, onde está?

— Já estão posicionados, tudo que tem que fazer é jogar a corda e fazer com que a criança consiga por.

Lena assentiu. Tranquilizar o menino que talvez fosse o problema, uma situação como aquela assustava adultos imagina uma criança.

Olhou para seu companheiro e ele fez sinal, imediatamente começou a subir. Os escombros estavam por toda parte, tinha que tomar cuidado onde pisava. A chuva não estava ajudando muito com a visibilidade e maldita luz a cegava mais que ajudava.

— Merda! — Exclamou suprimindo um grito de dor.

Passou por um local com vidro, oh aquilo estava indo bem. Ignorou a dor na coxa e seguiu. A roupa era para proteger afinal, a questão era que não estava usando uma para aquele tipo de situação. Caíram ali por que era os bombeiros mais próximos junto com a equipe de resgate e para médicos.

Ava por sinal estava por lá.

Esperava pelo menos ganhar um pirulito.

— Ei. — Olhou através do buraco com a luz da lanterna. Podia ver o menino com clareza, seria fácil. Ele era um belo de um sortudo, o caos que estava ao redor e justamente onde estava tinha ficado intacto. — Pode me ouvir?

— Sim. Onde está minha mãe?

Lena olhou ao redor e no ponto afastado perto dos paramédicos viu a jovem mulher. A podre tinha saído para comprar leite com o filho mais novo enquanto o mais velho dormia. Aquilo salvou a vida dela.

— Ela está bem querido, está pronto para sair daí?

— Sim, por favor.

Sorriu. Era um bom começo.

— Qual o seu nome? — Perguntou tentando distrai-lo do medo.

— Léo.

— Oh, certo Léo, eu sou Lena. — Tirou o equipamento e foi jogando para baixo. — Já fez nós Léo?

— Já, não sou bom.

— Chegou a hora de ser. — Quando a corda estava o suficiente, o guiou. — Você pode ver que tem um quase short nessa corda?

— Parece uma grande cueca, odeio cuecas.

Lena riu.

— Sim, parece. Pode entrar nelas?

— Acho que sim.

— Ótimo.

Iluminou o máximo que pode o local, olhou mais uma vez em expectativa. O terreno não estava mais deslizando, mas sabia que se a chuva apertasse tudo poderia mudar.

— Pronto, Lena.

— Muito bem, agora pode sentir um cinto bem próximo a sua barriga?

Demorou um pouco, mas respondeu.

— Estou sentindo.

— Muito bem, encaixe para mim.

O menino demorou, mas o fez. Lena sorriu extremamente orgulhosa.

— Bom Léo! Vou deixar você agora com o pessoal do resgate.

— Lena, eu não quero ficar sozinho.

A voz infantil a comoveu.

— E não está, vou ficar bem aqui esperando você.

— Promete?

— Prometo.

Sorriu, o menino ficaria bem.

— Bom trabalho Luthor. — Seu companheiro bateu em seu ombro quando se juntou a ele.

— O menino fez tudo sozinho, eu apenas ajudei.

O homem olhou para sua perna, o que a fez olhar também.

— Sangue demais aí, vá atrás de ajuda.

— Não posso, não agora. Prometi esperar.

O homem a olhou com repreensão.

— Luthor...

Lena o ignorou e focou toda sua atenção no resgate que começava a entrar em curso.

(...)

— O que quis dizer com "você fica em casa pensando em Lena?"

Aproveitou a ausência de Imra, para questionar a amiga. Lucy deixou o drink de frutas vermelhas que estava bebendo sobre a mesa.

— Nada, relaxe. Estava apenas brincando.

— Sabe como é difícil estar em uma relação pela primeira vez? Poxa, Lucy. Esse tipo de comentário faz com que eu me sinta como meu pai, me faz sentir que vou acabar vivendo a minha vida para outra pessoa.

Lucy deixou o copo sobre a mesa, olhou para Kara e notou a seriedade nas palavras e no olhar da amiga.

— Desculpe? Não me dei conta do que disse, tive um dia de merda hoje. — Esticou a mão e apertou a de Kara. — Não quero que minhas palavras causem confusão em seus sentimentos, gosto de vê-la com Lena e não acho que seja uma relação como a de seus pais ou como a que tive com seu irmão, longe disso.

Os ombros de Kara caíram demonstrando o quão aliviada tinha ficado com as palavras da amiga e ex cunhada. Sabia que Lena não era como sua mãe, mas ela? Quem garante que não podia se tornar como seu pai?

— Não quero estragar as coisas com Lena, gosto dela, Lucy. — Olhou para o copo e para o líquido vermelho dentro dele. — Estou apaixonada por ela. — Os olhos de Lucy se abriram um pouco e brilho de aprovação nasceu neles. — Morro de medo de perder o controle e me ver como meu pai um dia.

— Oh, Kara! Isso não vai acontecer, vocês dois são tão diferentes e estão com pessoas diferentes. Você é a pessoa mais sensata que conheço, sei que sua relação com Lena é algo novo e algo que você nunca esteve interessada, mas mesmo assim está se permitindo viver essa relação. — Lucy apertou sua mão um pouco e sorriu. — Está amando e isso é lindo, e com uma pessoa como Lena? Ambas tem muita sorte.

Kara não costumava se emocionar com facilidade, mas às palavras de Lucy trouxeram um alívio ao seu coração e um refresco a sua mente tão grande que sorriu amplamente para amiga.

— Obrigada, ouvir de você significa muito para mim.

— É meu dever ter dar clareza, sua relação com Lena parece tão boa, Lena é... Bom, sua namorada é linda!

Kara sorriu, mas logo se fingiu de possessiva.

— Anda olhando minha namorada, Lucy?

Lucy deixou o copo ruidosamente sobre a mesa e riu quase engasgando.

— Se eu gostasse de mulher, pode apostar que estaria com sua namorada sou eu.

Kara riu e com petulância levantou o queixo.

— Sinto muito, Lucy, mas Lena é apaixonada por mim.

Revirando os olhos dramaticamente, Lucy voltou a pegar a bebida. Os olhos verdes indicaram a Kara a direção de Imra.

— Você chegou a dormir com ela?

Kara tomou um pouco do líquido gelado de seu drink enquanto observava à morena.

— Uma vez, depois de uma sessão de fotos.

— Ela parece querer mais.

— Pena para ela, não quero e nem penso em outra mulher que não seja a minha.

Lucy sorriu e lhe tocou o braço.

— Por que não me apaixonei por você ao invés de seu irmão?

Kara deu de ombros sem modéstia.

— Me pergunto o mesmo, eu era um ótimo partido. — Abraçou Lucy pelo ombro. — Uma igual a mim você não vai encontrar.

Lucy jogou a cabeça para rindo e lhe deu um tapa no braço.

— Idiota, vamos beber.

Kara levantou o copo e ambas brindaram, era bom relaxar pensou se sentindo leve.

(...)

— Lena? Você está bem? — Era Michaela.

Olhou loira mulher, o que ela estava fazendo ali?

— Não nada. — Olhou para a coxa e o corte não tinha sido profundo, mas consideravelmente extenso. — Ava já fez a desinfecção, só vai colocar o curativo.

Michaela se sentou ao seu lado na maca.

— Fiquei preocupada.

— Não precisa ficar, estou bem. — Inclinando a cabeça para o lado e ignorando a dor insistente, olhou a bela moça. — O que está fazendo aqui?

Notando que a jovem desviava o olhar, tocou o rosto dela e a fez virar, infelizmente para sua não surpresa, lá estava: O canalha tinha batido nela outra vez.

— Mick...

A loira negou.

— Eu o denunciei, Lena.

As palavras vieram com o choro exausto e dolorido da jovem, Lena a tomou com cuidado pelo ombro.

— Foi o melhor, você não merece viver assim.

— Eu o amo e não quero ama-lo.

— Eu sei meu bem. — Acariciou os fios loiros. — Veio sozinha?

— Não. — A jovem limpou o rosto. — Meus pais estão me esperando, eu vou para casa deles.

— Isso é bom, fique lá o tempo que for necessário. — Apertou a mão dela. — Vamos sentir sua falta no trabalho.

— Eu também vou sentir sua falta. — Michaela se inclinou e lhe beijou o rosto. — Por favor, se cuide!

— Você também querida, me ligue.

— Vou ligar.

Viu a jovem se afastar, esperava que ela ficasse bem, tinha um instinto protetor com aquela moça. Esperava que ela fosse muito feliz.

— Ei, Lena. — Virou para Ava.

— Você viu Michaela?

— Sim, ainda bem que ela largou o imbecil.

Ava começou a fazer seu curativo.

— Como está o menino?

— Bem, melhor que nós duas. — Ava riu. — Está contando sobre o resgate a todos do hospital.

— Parece ser um bom garoto.

— Sim, a mãe dele não parava de chorar. Tivemos que seda-la.

Ava terminou o curativo.

— Obrigada.

Levantou, e começou a se vestir. Ainda tinham trabalho, mas Ava a fez sentar quando se vestiu.

— Onde pensa que vai?

Franzindo a testa olhou para amiga.

— Trabalhar.

Ava riu.

— Você vai para casa, Lena.

— Ava? Um corte não me tira de combate.

— Um corte não, mas a inflamação dele sim.

— É sério isso?

Ava assentiu e cruzou os braços.

— Já falei com seus superiores.

Lena suspirou.

— Isso não é justo, nem bem comecei a trabalhar.

— Pois da próxima vez tome mais cuidado.

Ava olhou a hora e fez uma careta.

— Não posso levá-la, meu plantão acaba só pela manhã.

— Posso ir sozinha, obrigada.

— Quer que eu ligue para Kara?

Lena considerou, mas negou. Não tinha razão para preocupar a namorada e sabia que a mesma tinha uma sessão de fotos.

— Posso ir sozinha, um táxi não vai me matar.

— Tudo bem, mas me ligue quando chegar.

Lena se despediu da amiga, mas parou na porta.

— Onde é o quarto do menino?

Ava sorriu, já esperava que Lena perguntasse.

— Segundo andar, no final do corredor. Eu disse a ele que você iria.

Sorrindo Lena se encaminhou ao encontro do pequeno que tinha ajudado a salvar.

Bateu na porta duas vezes e os olhos castanhos do menino imediatamente se iluminaram quando a viu parada na porta.

Atravessou o quanto e se aproximou da beirada da cama.

— Como está se sentindo campeão?

O menino fez uma pequena careta e gesticulou um mais ou menos com a mão.

— Não gosto de injeções.

— Eu também não, mas temos que tomar.

Ele suspirou alto.

— É o que minha mãe diz. — Ele olhou ao redor. — Ela está no outro quarto, tiveram que fazê-la dormir.

— Aposto que quando acordar ela vai ficar muito orgulhosa de tudo que fez.

— Ela está. Disse que sou o herói dela.

— Oh, isso sim é um grande título.

O menino assentiu.

— Como você está? A médica disse que se machucou.

— Ah, não foi nada demais. Apenas um pequeno corte na coxa, não vai demorar a sarar.

— Seu marido não liga se você se machucar?

— Não sou casada, querido, mas minha namorada nunca teve que lidar uma situação assim então eu vou ter que descobrir como ela vai reagir.

— Você tem uma namorada?

Assentiu vendo os olhos do menino brilharem.

— Que legal! Eu quero ter uma quando crescer. — O menino divagou. — O colégio é o mais importante para mim agora.

— Continue pensando assim que quando crescer, garotas incríveis farão fila para te namorar.

O menino riu.

— Espero que sim. — O pequeno levantou o olhar. — Sua namorada é bonita?

Imagem de Kara sorrindo lhe veio à cabeça.

— Sim, ela é.

— Posso ver?

Pegou o celular e abriu a galeria bem onde algumas fotos que tinha tirado de Kara estavam embelezando o local.

— Aqui está.

Leo pegou o aparelho e olhou para as fotos com entusiasmo.

— Caramba, ela é muito linda!

Aquilo arrancou um sorriso ainda maior de seus lábios.

— Eu disse.

Ele lhe entregou o celular.

— Espero que consiga uma tão bonita quando você ou ela.

— Oh, então sou bonita também?

Ele assentiu corando, mas sorrindo abertamente também.

— As duas são. — O pequeno olhou para as mãos. — Obrigada por ter me ajudado, Lena.

Lena esticou a mão e segurou a mão dele.

— Fique bem, isso já é suficiente agradecimento para mim.

O menino assentiu.

(...)

Exausta Kara jogou as chaves no canto da mesa e os sapatos perto do sofá. Alguns drinks e sua cabeça já tinha começado ficar um pouco dolorida, aquele tipo de drink doce tinha a tendência de deixá-la assim.

Tirou a roupa e as jogou dentro do cesto. Um bom banho e já estaria se sentindo melhor.

A água gelada desceu por seu corpo como um refresco. Tomou um banho longo aproveitando ao máximo o jato d'água sobre sua pele.

Pensou em Lena, gostaria de ligar. Saber como estava, como estava sendo a noite dela.

Apoiou a testa no azulejo gelado.

— Eu sinto sua falta. — Murmurou para as paredes silenciosas de seu banheiro.

Dormir sem ela estava sendo uma tarefa difícil. Lena tinha um jeito especial de fazê-la dormir, sorriu maliciosamente, depois de esgotar suas forças fazendo amor, sua bela namorada sempre acariciava seus cabelos de forma tranquila e carinhosa enquanto a envolvia em seus braços.

Fechou os olhos e era quase possível sentir o cheiro dela.

Saiu do banho encontrou uma camiseta velha da época da faculdade a vestiu e se jogou na cama de barriga para cima e com as mãos embaixo da cabeça.

Seus olhos azuis encontraram o teto.

— Eu sou namorada dela então isso me dá o direito de ligar, certo?/

Decidida esticou a mão pegou o telefone e discou o número de Lena, o qual já tinha decorado. Se ela estivesse ocupada, retornaria em outra hora e tudo bem.

— Ei pensei que estivesse dormindo. — Imediatamente seu coração disparou, Lena tinha atendido.

Um pouco surpresa com a rapidez pigarreou em busca de equilíbrio. Ergueu-se na cama e um sorriso veio junto com o movimento, só em ouvi-la já sentia que sua noite estava acabando de começar.

— Acabei de deitar, estou atrapalhando? Se não puder falar posso ligar depois.

— Não, não. — Ela interviu rapidamente. — Estou livre. Um minuto, amor. — Logo a ouviu falar com alguém e uma porta de carro bater. Lena voltou à linha. — Estou indo para casa na verdade.

O sorriso em seus lábios foi substituído uma linha fina de preocupação.

— Por quê? Aconteceu algo? Emma?

— Não, Emma está bem. — Ouviu um longo suspiro. — Tive um pequeno contratempo, Ava achou melhor eu ir para casa.

Sua preocupação ficou ainda maior.

— Que tipo de contratempo? Você está bem?

— Sim, estou bem. — Tentou tranquiliza-la. — Apenas um arranhão na perna, por mim continuaria trabalhando, mas Ava não concordou.

Kara remexeu as mãos nervosamente, tinha a sensação que concordaria com Ava.

— Onde está exatamente?

— Acabei de pegar um táxi para casa.

— Venha para cá, vou ficar mais tranquila se eu puder vê-la.

— Certeza?

— Claro que tenho, ande fale para mudar a rota. — Disse um pouco impaciente, estava tomada pela preocupação.

— Estou a caminho.

— Ótimo, vou preparar algo para comer.

— Kara, você já estava deitada não precisa se...

— Mais cedo ou mais tarde vai entender que é uma péssima ideia discutir comigo quando não consigo pensar com clareza.

Um longo silêncio.

— Eu estou bem, juro que estou.

— Só vou ficar tranquila quando eu por meus olhos em você, cariño.

— Te amo.

Sorriu sentindo o coração aquecer.

— Eu também te amo.

Levantou da cama; á esperaria na sala.

Não muito depois de meia hora, Lena estava tocando sua campainha. Correu da cozinha até a sala como se tivesse super-velocidade, estava tão nervosa desde a ligação que não sabia como tinha conseguido preparar o chá favorito de Lena.

— Ei.

Ela não parecia estar morrendo, de fato estava bem. Um alívio a dominou e um peso saiu do peito.

— Entre.

Oh, ali estava.

Quando Lena entrou, pode notar uma certa dificuldade no caminhar dela. Imediatamente fechou a porta e a ajudou a sentar.

Seus olhos deveriam estar denunciando toda preocupação que estava sentindo já que Lena tocou seu braço e o apertou levemente.

— É apenas um arranhão.

Não importava pensou, mesmo assim estava machucada e se fosse algo mais grave? Tentou se controlar quando o pânico quase a dominou.

Lena sabia se cuidar, era o trabalho dela.

Desviou o olhar dos verdes com medo dela ver o terror neles.

— Recebeu alguma medicação?

Suas mãos tremiam enquanto arrumava uma posição para a namorada se sentir confortável.

— Uma injeção no braço e uma cartela de analgésico para tomar se eu sentir dor. — Sentiu a mão de Lena em seu braço de novo, dessa vez um pouco mais forte. — Olhe para mim, Kara.

Assim o fez, suas mãos tremiam, as apertou com força tentando não parecer boba.

— É apenas um corte superficial, o único motivo de eu ter sido liberada é Ava achar que pode infeccionar, não corro nenhum risco. — Lena a fez sentar ao seu lado. — Não queria que soubesse, não quero preocupa-la, ainda mais sem motivo.

Sentindo que seu corpo parava de tremer, buscou os olhos verdes.

— Desculpe, é só...

Lena negou e lhe tocou os lábios com dois dedos a impedindo de continuar.

— É nossa primeira vez e não vai ser a última, só quero que saiba que sei me cuidar.

Assentiu tentando aliviar a tensão em seu corpo.

— Só me mantenha informada, sim? Não que eu pense "não quero preocupa-la" vou me preocupar mil vezes mais se tiver que ouvir de outra pessoa que não está bem.

Os olhos verdes a examinaram por infinitos minutos.

— Combinado.

Finalmente sorriu a ela.

— Estou me sentindo um pouco culpada.

Lena franziu a testa confusa e tirou um mexa loira do rosto de Kara.

— Por?

— Desejei tanto ver você hoje que talvez o universo tenha me ouvido.

Aquilo iluminou um sorriso no rosto bonito de Lena.

— Mesmo não gostando de estar ferida, é bom ver você também.

Lena tocou seu rosto e acariciou a lateral dele com carinho e aos poucos sem desviar os olhos dos seus nem por um segundo, juntou seus lábios a beijando inicialmente com docilidade e aos poucos buscando e explorando sua boca com paixão.

— Hmm... — Murmurou o ruído enquanto usava as mãos para tocar Lena.

Lena sorriu entre o beijo o que a fez sorrir também, lentamente abriu os olhos e encontrou um belo par de olhos cor esmeralda a olhando com adoração.

O momento doce foi interrompido pelo toque da campainha.

Kara suspirou sem querer se afastar de Lena.

— Deve ser a comida, porque não vai lá dentro e fica mais confortável? Vou arrumar aqui.

Lena concordou, aproveitaria e tomaria um banho. Odiava cheiro de hospital e não deitaria com Kara assim. Trouxe os lábios da fotógrafa novamente até o seu antes de deixa-la levantar.

— Quer ajuda? — Kara perguntou a meio passo da porta.

Negou.

— Já volto. — Ela assentiu, mas sem deixar de olha-la.

Kara deixou o último copo sobre a mesinha, havia pedido uma comida leve, já era tarde e ambas dormiriam logo.

— O cheiro está bom.

Imediatamente levantou a cabeça à voz da mulher, sorriu tendo certeza que seu olhar demonstrava toda adoração que sentia por Lena.

— Vem. — Esticou a mão e Lena não hesitou em toma-la se sentando ao seu lado. — Aqui. — Entregou a ela uma compressa de gelo para por na coxa, agora com as pernas a mostra, Kara podia ver o curativo.

— Obrigada, K. — Lena colocou sobre o corte e suspirou, ainda estava dolorido.

Fechou os olhos por alguns instantes deixando a sensação anestésica da compressa tomar o local. Quando abriu os olhos novamente, viu a expressão preocupada no rosto de sua fotografa. Tocou o rosto dela roçando as pontas dos dedos na lateral.

— Estou bem.

— Dói muito?

— Nada que eu não possa suportar.

Kara assentiu e se inclinou para lhe dar um beijo no rosto.

— Pedir espaguete com brócolis.

Lena sorriu.

— Parece ótimo para mim.

Kara serviu as duas e ligou a TV e colocou em um dos filmes que estava passando, não que fosse realmente prestar atenção.

— Como foram as fotos?

— Hm. Bem, mas cansativo. — Mordeu um pedaço de frango grelhado. — Saímos para tomar um drink depois, Lucy passou por lá para me pegar e Imra insistiu.

Lena bebeu um pouco do chá gelado que Kara tinha preparado.

— E Imra é?

— Faz parte da organização da revista para a qual eu fiz as fotos.

— Mm.

Kara remexeu o macarrão.

— Você se sentiria incomodada se eu dissesse que ela e eu... hm... já ficamos juntas?

Lena a olhou e Kara não soube como definir a expressão da namorada.

— Você se sentiu incomodada com Helena?

Kara tragou a bebida.

— Sabe que sim.

— É o mesmo que sinto.

— Hm. Parece justo, mas saiba que foi só uma vez, dificilmente repetia a dose.

— Não posso julga-la, já tive minha cota de "uma noite" também.

Kara deixou um risinho escapar e Lena a olhou intrigada.

— O que?

Kara balançou a mão ainda sorrindo.

— Gosto de conversar com você, só isso.

Lena riu.

— Oh, sim. Eu também. Sabe, sou uma ótima ouvinte.

O comentário brincalhão fez Kara rir ainda mais, deixou o prato e o copo sobre a mesa.

— Não seja palhaça, sabe o que estou falando.

Lena também se inclinou deixando igualmente o de Kara, seu copo e prato sobre a mesa.

— Gosto de conversar com você também. — A olhou profundamente por infinitos minutos. — Hoje ajudei a resgatar um menino, Léo. Muito corajoso, mostrei a ele uma foto sua e segundo o jovem rapaz você é muito linda.

Kara descansou o rosto sobre a mão enquanto apreciava o belo rosto da mulher a poucos centímetros de distância.

— Foi assim que conseguiu seu arranhão? — Tocou a coxa de Lena roçando as pontas dos dedos com cuidado perto de onde ela tinha o curativo posto. Envolta podia notar a vermelhidão, a pele branca de Lena não escondia nada. Ergueu o olhar para ela. — Como foi?

Lena tocou os fios loiros acariciando as mexas entre os dedos.

— Um desabamento em um bairro carente, quando chegamos lá, eu fui encaminhada para auxiliar no resgate de Léo e na subida acabei me machucando.

Kara segurou a mão de Lena em seus cabelos e tocou com os lábios o pulso da namorada deixando ali um pequeno beijo.

— Você é minha heroína.

Corando Lena negou como Kara já esperava que ela fizesse.

— A única coisa heroica sobre mim é ter conquistado seu coração.

Kara sorriu com a boca e com os olhos de forma adorável. Lena nunca se cansaria daquele sorriso.

Com ternura voltou a acariciar os cabelos loiros.

— Estou feliz de ter vindo para cá, não tem nada melhor que sua companhia para mim.

Kara fechou os olhos por alguns segundos, ainda tinha aquele belo sorriso apaixonado nos lábios, quando abriu o belo par de azuis olhos se encontrou com o par esmeralda a olhando com tanto amor que o ar quase lhe faltou e seu coração foi tomado de felicidade.

— Te amo, cariño.

— Também te amo, K.

Já na cama Kara ainda permanecia desperta apreciando o rosto e a respiração tranquila da namorada ao seu lado. Antes de deitar, Lena tinha ligado para Ava, para dizer onde estava e que se sentia bem e logo tinha adormecido. Tinha se negado a tomar outro analgésico com a desculpa que já tinha tomado no hospital, mesmo com a recusa, deixou o comprimido ao lado da cama caso ela acordasse com dor.

— Mm, está sem sono? — A voz rouca e pastosa de Lena quebrou o silêncio do quarto.

— Uhum. Então estou me dando um tempo para admirar você.

Lena abriu um olho de cada vez dando a Kara a bela visão dos olhos verdes. Notando a curta distância entre elas, Lena franziu o cenho.

— O que está fazendo aí tão longe?

Kara riu.

— Eu estou bem aqui ao seu lado.

Lena colocou a mão no meio sentindo o pequeno vão e fez uma careta em desaprovação.

— Muito longe, venha aqui.

— É melhor não, não se esqueça do seu ferimento.

Já tinha esquecido a dor na perna, mas não estava doendo mais que um leve puxar. Entreabriu as pernas logo puxando a de Kara a deixando confortavelmente entre as suas mesmo sobre os protestos de preocupação da loira.

— Minha perna está ótima. — Murmurou voltando a fechar os olhos e acomodando Kara confortavelmente entre seus braços. — Mm... Agora sim. — Pode sentir o sorriso de sua fotógrafa crescer nos lábios que estavam contra seu pescoço.

Kara beijou aquele ponto sensível e abriu os olhos apertando um pouco mais seu corpo. Desceu a mão com lentidão e apreciação pelas costas da loira, acariciou toda a extensão algumas vezes repetidamente até deixar o toque concentrado no meio das costas de Kara.

— Hmm. — Kara suspirou contra sua pele. — Estou realmente feliz que esteja aqui.

Sorrindo Lena beijou o topo da cabeça da namorada conduzindo as duas a um sono profundo e tranquilo.

(...)

Kara tateou as cegas a mesinha ao lado da cama, seu celular estava tocando estridente.

— Deus, alguém está morrendo? — Disse assim que atendeu.

— Desculpe Kara, não queria acorda-la. Lena está com você?

Roger. Merda!

Kara se desvencilhou dos braços de Lena com extremo cuidado e saiu do quarto.

— Desculpe Roger. Ela está aqui, mas está dormindo.

— Não quero incomodar, mas a bolsa de Emma estourou. Estamos no hospital. — O homem parecia em plena angustia. — Ela está chamando por, Lena.

— Oh! Claro, logo estaremos aí. — Se preparou para voltar ao quarto. — Lena sabe qual o hospital?

— Sim, é o mesmo que Liz nasceu. — O homem falou algo com alguém e logo voltou a dar atenção a Kara. — Obrigada, vou esperar vocês.

Jogou o telefone no sofá e correu para o quarto, Lena teria uma bela surpresa.

Agachou ao lado da cama, onde ela dormia como um bebê. Tocou o cabelo dela o tirando do rosto o deixando atrás da orelha.

— Cariño? — A chamou brincando com a orelha rosada.

Lena abriu os olhos com certa dificuldade por conta da claridade do abajur ao seu lado, os olhos verdes focaram no rosto da namorada a sua frente.

— Kara? Por que está aí? Você está bem? — A pergunta imediata de preocupação, causou um sorriso em seu rosto.

— Estou bem. Sinto te acordar, mas Emma entrou em trabalho de parto. — Os olhos verdes imediatamente entraram em alerta. — Roger ligou, estão esperando por você.

Lena deu um pulo da cama esquecendo por completo a perna dolorida.

— Merda! — Voltou a sentar com mão apoiada na coxa como se aquilo amenizasse a dor.

Kara se posicionou ao seu lado com olhos azuis cheios de preocupação.

— Cuidado. — Ela analisou o ferimento. — Está sangrando.

— Não é nada demais, vai passar.

— Oh não banque a orgulhosa comigo, sei que está doendo. — Sabia que tinha pomada e curativo, ela mesma cuidaria de Lena. — Tome um banho para despertar, quando sair me encontre na cozinha, vou preparar um café e logo trocar seu curativo.

Lena ia protestar, mas por quê? Kara queria cuidar dela e ela queria cuidar de Kara. Não havia nada de errado nisso. Ergueu o queixo delicado e beijou os lábios dela com suavidade.

— Me dê alguns minutos e estarei lá.

Kara sorriu e assentiu deixando Lena ir para o banho.

(...)

Emma teria o bebê, esperava que chegassem a tempo. Com Liz ela não demorou muito a dar a luz.

Cruzou o saguão do hospital com Kara ao lado segurando firmemente sua mão. Era uma sensação tão boa ter ela ali, Kara não tinha obrigação de sair de casa tão cedo, mas fez questão de acompanhá-la. Um calor aqueceu seu peito com o amor que sentia por sua bela fotografa e com aquele sentimento aflorado, elevou as mãos das duas até os lábios beijando os dedos de Kara entrelaçados com os seus.

Quando a olhou os olhos azuis apenas sorriram em resposta ao gesto.

— Lena, ainda bem que chegou, não acho que vou conseguir entrar. — Roger estava trêmulo e sua expressão era de puro desespero.

Lena soltou à namorada e o segurou o fazendo sentar.

— Não se preocupe, vou entrar e ficar com ela, mas se mudar de ideia, faça os médicos saberem. — Olhou para Kara. — Se ele quiser entrar, faça isso acontecer, sei que é bem persuasiva. — Piscou para ela e voltou a se concentrar em Roger. — Kara vai ficar aqui com você, se precisar de algo peça a ela.

O homem segurou sua mão com força.

— Obrigada, Lena.

Sorriu para ele.

— É um prazer estar aqui.

O soltou e se voltou para sua fotógrafa.

— Se precisar de alguma coisa, Sara não vai demorar a chegar. Fale com ela.

Kara apoiou as mãos em seus ombros.

— Vou ficar bem, se concentre em Emma e no bebê e não deixe de cuidar de sua perna. Por favor, se doer, tome o analgésico.

— Vou fazer isso. — Suspirou juntando a testa com a de Kara. — Obrigada por estar aqui.

Kara apertou um pouco seu ombro com as mãos então a olhou por alguns segundo, roçou seus narizes e a beijou com doçura.

— Diga a Emma que desejo uma boa hora.

— Vou dizer.

Beijou os lábios de Kara mais uma vez e logo foi de encontro a Emma.

— Elas estão lá há muito tempo? — Sara deixou a bolsa ao lado de sua cadeira e se sentou ao seu lado.

Kara olhou o relógio.

— Umas duas horas.

Sara escreveu algo no celular e voltou o olhar para Roger.

— Ele parece desesperado, por que não está lá dentro?

Kara olhou na mesma direção enquanto tomava seu milésimo café.

— Está nervoso, não conseguiu entrar.

Sara revirou os olhos azuis.

— Homens... Ava deve chegar a qualquer momento, talvez ela consiga mais informação.

— Ótimo! Essa falta de informação me deixa louca.

— Como Lena está? Ava me contou que ela se feriu ontem.

Kara adoraria saber como Lena estava nesse exato momento, tinha certeza que não havia tomado o analgésico.

— Segundo ela, ótima! Mas é notável que sente dor.

Sara balançou a cabeça rindo.

— Luthor é uma cabeça dura, sempre é assim quando se trata do próprio bem estar.

— Sou bem durona quando quero também, Lena parece estar entendendo isso.

Sara riu.

— Sabe quando Lena me contou sobre vocês em Vegas, pensei que ambas eram loucas. — Piscou para a namorada da amiga. — Francamente ainda acho que foram.

Dessa vez Kara que riu.

— Hmm... Tenho certeza que fomos, mas veja só onde estamos agora.

Sara assentiu.

— É esse meu ponto, eu soube que Lena estava encantada por você nas primeiras palavras que usou para descrevê-la. Deixe-me lembrar "Deslumbrante, tão radiante e livre." Foi exatamente isso.

Abaixando o olhar, Kara sorriu.

— Você foi à única que mesmo sem estar ali conseguiu fazer com ela sorrisse depois da morte de Liz e eu não conseguia entender como alguém que só tinha cruzado o caminho dela por uns dias a tinha marcado tanto. — Sara olhou para o corredor depois de volta para Kara. — Mas vendo vocês juntas, compreendi a ligação.

Kara abaixou o olhar para as mãos.

— Quando a vi fiquei tão confusa, não esperava sentir tanto e nem queria sentir, mas lá estava eu pensando nela querendo estar com ela e agora. — Encontrou com os olhos de Sara. — Tudo que sei é que não consigo me ver sem ela.

Sara tocou seu ombro e o apertou.

— Tenho certeza que Lena se sente da mesma forma.

Kara sabia que sim e se sentia com sorte por isso.

— Vocês são os familiares de...

Roger cruzou a sala não dando tempo a medica de falar.

— Como Emma e o bebê estão?

A médica sorriu.

— Vejo que são. — Ela esticou a mão parabenizando Roger. — Você tem um lindo menino, parabéns. E sua esposa está muito bem, vim buscar você.

Roger quase caiu, mas Sara o segurou.

— Parabéns papai.

Kara se aproximou e também o cumprimentou e Roger seguiu junto com a médica.

— Ufa que bom que foi tudo bem. — Sara olhou a hora. — Lena deve vim falar com a gente depois de se trocar.

— Ela deve estar radiante.

— Lembro como foi com Liz, nunca a vi sorrir tanto.

Kara sorriu. Pelo jeito que ela falava da filha, podia imaginar a emoção.

Olhou mais uma vez para o corredor esperando ansiosa ver Lena, mas novamente não havia sinal dela.

— Lena não está no quarto com eles. — Ava informou, a amiga de Lena tinha chego um pouco depois de Roger ir ver esposa e bebê.

— Não? — Perguntou sem esconder a preocupação.

— Lena conhece bem esse hospital, pelo que a enfermeira disse, ela saiu do banheiro e pegou o elevador. Ela achou que estivesse aqui.

Obviamente ali ela não estava.

— Será que a perna a incomodou?

— Pode ser, mas...

Lena cruzou o saguão com as mãos enfiadas nos bolsos caminhando na direção delas.

— Ei, onde estava?

Sara questionou antes mesmo que Kara.

— Estava conversando com o médico de Emma.

— Oh, tudo certo com eles?

— Sim, sim. Só queria checar algumas coisas já que Roger não me parece muito presente racionalmente falando.

Kara cortou a distância entre elas e agradeceu a privacidade que Ava e Sara deram.

— Como você está? — Podia ver nos olhos verdes que algo não estava bem, se o bebê e Emma não corriam risco, o que a estava Incomodando?

Oh! Liz! Como podia ser tão burra? Claro que aquele hospital e tudo estavam dando a Lena uma enxurrada de lembranças.

Lena a segurou pela mão a guiando a uma área mais privada.

— Me sinto egoísta Kara, quando o segurei, ele... Ele é tão parecido com ela que desejei ter Liz de volta.

— Oh, cariño. — A puxou para seus braços lhe dando um abraço apertado e protetor. — Você não é egoísta, Lena. É humana como qualquer um, claro que se lembraria de Liz. Tudo neste hospital deve lembrar sua filha. — Beijou o lado da cabeça descendo pelo rosto finalizando secando os olhos verdes com os lábios. — Chore, é um direito seu.

Lena segurou sua mão e beijou a palma com ternura.

— Já agradeci por estar aqui?

Kara sorriu e inclinou a cabeça para o lado.

— Não me importo em ouvir de novo.

As palavras arrancaram o sorriso que Kara esperava dos lábios da namorada.

— Ele é lindo!

— Oh, posso apostar que sim.

Acariciou distraidamente os fios negros desalinhados.

— Foi um parto tranquilo?

— Sim, pensei que seria mais complicado pela demora, mas não, o rapazinho se comportou perfeitamente.

— Hm, que bom! Assim posso considerar a ideia de me congelar para ele.

Lena ergueu uma sobrancelha e a rodeou com os braços.

— Não existe a mínima possibilidade disto acontecer, ele que arrume seu próprio namoro.

Kara jogou cabeça para trás rindo e quando voltou emoldurou o rosto de Lena entre suas mãos aproximando seus rostos.

— Ciúmes?

— Apenas cuidando da minha garota.

Lena á apertou um pouco mais e a beijou suavemente então deixou a cabeça descansar no ombro da loira.

— Como está sua perna? — A fotografa perguntou deslizando os dedos pelos fios negros enquanto sentia a respiração quente de Lena contra sua pele.

— Doeu um pouco, mas tomei o analgésico assim como pediu.

Kara sorriu ao sentir um beijo em seu ombro.

— Poderemos ver o bebê hoje?

— Só através do vidro, visitas só quando Emma for para o quarto.

— Imaginei. Você sabe que Alex quer muito ser mãe? Ela e Sam estão considerando a ideia.

Lena inspirou o perfume de lírios de Kara e lhe deu um beijo entre o ombro e curva do pescoço causando um leve arrepio na companheira então a encarou.

— Sam conversou comigo, acho uma ótima ideia. — Brincou com a ponta do nariz de Kara. — Pronta para ser tia?

— Tecnicamente vai ser meu segundo sobrinho, lembra que Ian e a esposa estão esperando bebê?

— Tinha me esquecido, uma grande família.

Beijou as mãos da loira e se levantou a trazendo junto.

— Vamos, Ava e Sara devem estar preocupadas.

Kara seguiu a namorada em silêncio e assim ficou enquanto a ouviu contar as amigas como tudo tinha ocorrido no parto de Emma. Aproveitou aquele momento para observa-la. Os olhos verdes brilhavam ao contar sobre o bebê, Lena era uma pessoa tão doce e mesmo sentindo as lembranças da filha que perdeu, mesmo assim estava ali com um belo sorriso. Tudo que ela precisava era um desabafo, se sentia honrada e feliz por ser essa pessoa para ela. Rodeou a cintura de Lena com os braços e sorriu quando ela a envolveu de volta.

— Eu te amo. — Sussurrou no ouvido dela, enquanto Ava e Sara contavam algo que não estava ouvindo, estava perdida demais em Lena.

Sentiu os lábios cobrirem sua testa e se manterem ali por um tempo.

Fechou olhos apenas sentindo o cheiro de Lena, nos braços dela era seu lugar. 

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