B and E [Livro 3]

By TakeoGaldyno

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Este spin off de O Belo e o Fera, se passa depois dos eventos que mudaram a vida de Thales e seus amigos. Co... More

Introdução
Introdução II
UNI WorldHidden
O Trote
Semente Da Amizade
Mary Louisie & Xandryni
O Primeiro Encontro
Com Quem Andas
A Festa I
A Lista
A Busca
A Busca II
Chance
Uma Surpresa Indesejada
Aproximação
A Festa II
Aquele Domingo
Persistência
Addora
Tudo Que Eu Não Precisava I
Tudo Que Eu Não Precisava II
Cristopher, o Racional
Desconfiança
Sondagem
Aquele Garoto
Bia
O Susto
A Queda da Primeira Barreira
A Queda da Segunda Barreira
Um Novo Olhar
Sozinho
Início De Um Novo Capítulo
Dia De Neve
Química Inexplicável I
Química Inexplicável II
O Poder De Encantar
Almoço Indigesto I
Almoço Indigesto II
Apoio Inesperado I
Apoio Inesperado II
Querido Amigo
A Queda Da Terceira Barreira
(RE)Aproximações I
(RE)Aproximações II
Rompendo Laços
(RE)Aproximações III
(RE)Aproximações IV
Um Novo Olhar
Início Da Tormenta
Início Da Tormenta II
Fique, Por Favor!
Fique, Por Favor! II
Extremos
Aproximações Perigosas
Investigação
Fantasmas
Conta Própria I
Conta Própria II
Confusões Perigosas
Desconfianças
Desconfianças II
Desconfianças III
Respostas De Um Passado Nada Distante I
Respostas De Um Passado Nada Distante II
Respostas De Um Passado Nada Distante III
Respostas De Um Passado Nada Distante IV
Encontrar a Verdade
Máscara
Melhor Amante
Máscara II
Estranhamento
Mais Dúvidas I
Emboscada
Mais Dúvidas II
Mais Dúvidas III
Força
Eu Escolhi o Amar
Nuvem De Desgraças
Carga
Gosto Amargo do Fracasso
O Óbvio
Bryan, o Imprevisível I
Bryan, o Imprevisível II
Bryan, o Imprevisível III
Bryan, o Imprevisível IV
Bryan, o Imprevisível V
Bryan, o Imprevisível VI
Bryan, o Imprevisível VII
Bryan, o Imprevisível VIII
Bryan, o Imprevisível IX
Bryan, o Imprevisível X
Prelúdio I
Prelúdio II
Prelúdio III
Prelúdio IV
Prelúdio V
Prelúdio VI
Prelúdio VII
Prelúdio VIII
Prelúdio IX
Prelúdio X
Pedestal
Quase Completo
A Queda da Dama de Ferro
Curando Feridas I
Curando Feridas, Parte Final
Capítulo Bônus

Fúria

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By TakeoGaldyno

***Esteban

Aquela noite chegou ainda mais fria. Eu tinha acabado de tomar um banho quente e de vestir meu pijama.

Depois do jantar, voltei imediatamente para o dormitório e cuidei das minhas higienes pessoais, tinha planos de dormir cedo pois sabia que minha semana seria longa. Tendo que trabalhar na clínica, me sobraria pouco tempo para fazer qualquer coisa.

Eu me encarava no espelho do banheiro enquanto passava um medicamento no pequeno corte sobre o nariz. Ainda estava meio dolorido, porém, o inchaço já havia melhorado significativamente.

Restavam apenas os hematomas que me causavam preocupação. Eu tinha medo que maquiagem não fosse o suficiente para cobrir aquelas manchas.

Temia que quando a chefe da clínica visse aquelas marcas, me mandasse dar meia-volta imediatamente. Ninguém quer ter a imagem de sua empresa vinculada à qualquer tipo de violência.

Assim que saí do banheiro, imediatamente apaguei as luzes e fui direto para a cama. Me deitei, me cobri totalmente e fiquei pensando em uma maneira de explicar a doutora Suzana o que havia me acontecido.

A mulher tinha sido tão simpática comigo, uma boa explicação era o mínimo que ela merecia. Mas naquele momento, eu não conseguia pensar em nenhuma que me fizesse parecer menos um saco de pancadas.

Dei um suspiro. Minha vontade era de ser mais forte naquele momento... Se eu não fosse tão banana, não teria deixado Bryan fazer aquilo comigo.

Aquele ódio que o garoto sentia por mim e por meus amigos, claramente estava começando a me prejudicar, e muito! Se eu perdesse aquele emprego por causa daquela agressão, eu jamais o perdoaria.

Virei para um lado e comecei a sentir o sono chegar, com certeza eu apagaria logo. Minhas pálpebras começaram a ficar mais pesadas, senti meu corpo entrar em um certo estágio de relaxamento, foi quando ouvi um barulho de chaves na porta do quarto.

Assim que ouvi a porta se fechar novamente, passos quase que silenciosos andaram pelo quarto escuro. A voz de Benjamin me chamou quase que sussurrando:

- Esteban... Está dormindo?

Eu estava com a cabeça totalmente coberta pelo edredom, o frio daquela noite realmente estava de incomodar. Sem mesmo me mexer, respondi a pergunta do meu amigo:

- Estou quase.

- Foi mal te incomodar. - Ele se desculpou. - Eu estava planejando voltar mais cedo, mas meus pais insistiram pra que eu ficasse mais. Aos quarenta e cinco do segundo tempo que meu pai resolveu me trazer.

- Não liga pra isso, Ben... O quarto também é seu. Eu não me incomodo com nada.

- É... Eu sei. - Pelo tom da voz dele, eu deduzi que ele estava sorrindo.

- E como foi o fim de semana com seus pais? - Mudei de assunto.

- É sério isso?! - Ouvi Ben caminhar pelo quarto novamente, logo em seguida escutei o click do interruptor anunciando que o mesmo havia acendido as luzes.

- O que foi? - Perguntei ainda mantendo a minha cabeça coberta pelo edredom.

- Eu cheguei cheio de coisas pra te contar e você nem sequer olhou para mim. Vai ficar se escondendo aí debaixo desse edredom até quando? Também quero saber suas novidades! Creio que tenha uma notícia para dar ao seu amigo aqui.

- Como?! - Me fiz de desentendido por um instante.

- Ora! E a entrevista? Como foi?! - Ele foi bem direto.

- Ah... Foi bacana. - Eu insistia em me manter coberto.

Eu estava sentindo um receio enorme. Temia pela reação de Benjamin ao ver os hematomas no meu rosto.

- Só bacana? Não conseguiu a vaga?

- Começo amanhã à tarde, Ben. - Respondi.

- Eu sabia que tu ia conseguir! Você é o máximo, amigão!!! - A euforia do rapaz era evidente no som de sua voz.

Pouco depois de sua comemoração, senti um peso sobre meu corpo. Ben havia se jogado em cima de mim e me abraçava. Ele comemorava como se eu tivesse realizado a maior das façanhas.

- Não é pra tanto, Ben! - Eu tentava controlar a animação do meu amigo.

- Como não?! Isso é mega importante pra você! E se é importante pra você, pra mim também é! - Ele puxou o edredom e descobriu o meu rosto.

O silêncio agora predominava no ambiente. Benjamin mantinha seus olhos arregalados fixos em meu rosto, ele parecia estar processando algo mentalmente.

Com certo cuidado, ele levou uma das mãos até o meu nariz, em seguida tocou a lateral do meu olho. Seu semblante revelava descrença...

- Quem fez isso contigo?! O que diabos aconteceu com você?! - A ira imediatamente se estampou em seu rosto que sempre transparecia calma. - Era por isso que estava escondendo o seu rosto de mim esse tempo todo?!

- Ben, se acalme...

Escorreguei sobre o colchão para me sentar apoiando minhas costas na cabeceira. Meu amigo continuava a me encarar com certa revolta enquanto dizia:

- Me acalmar?! Só depois que tu me disser quem foi a desgraça que fez isso contigo!!!

- Benjamin, é sério... Eu estou bem. Não precisa se preocupar com isso. Foi apenas uma bobagem. - Eu estava com medo de contá-lo a verdade e ele não receber muito bem.

Era evidente que ele estava super nervoso com aquela situação. E se eu o contasse e ele fosse exigir explicações de Bryan no outro dia? Certamente se meteria em problemas por minha causa. E o garoto havia deixado bem claro que não queria meus amigos o desafiando mais... Do contrário, ele viria atrás de mim novamente.

Suspirei fundo... Eu estava me sentindo muito tenso. Que explicação eu poderia dar a Benjamin?

- Me escuta, Ben... Eu não quero que se meta em problemas, então é melhor esquecermos esse assunto, está bem?

- Claro que não está nada bem! Olhe só pra você! - Ele apontou para o meu rosto!

Eu nunca que imaginei algum dia ver alguém como Benjamin com tanta fúria nos olhos ao me ver machucado. Pela primeira vez depois de tanto tempo, eu estava sentindo que alguém realmente se importava verdadeiramente comigo.

Depois de muito tentar fazer com que Benjamin se acalmasse, fui obrigado a falar a verdade. Não tive escapatória:

- Foi o Bryan. - Soltei de uma vez.

- Eu sabia! Aquele filho da mãe mimado! Ele não tem limites? Quem ele pensa que é?! - Ele ficou ainda mais alterado.

- Ben, me escuta! - Pedi calmamente tocando o joelho dele.

- Não tenho nada pra escutar, Esteban. Aquele covarde te bateu, é tudo que eu precisava saber! Todo mundo é testemunha do quanto aquele moleque imaturo não te deixa em paz!

- Por favor, deixa eu te explicar uma coisa! - Pedi quase que implorando.

- Vai... Fala! - Ele se ajeitou mais confortavelmente no colchão.

- Isso foi um aviso... - Comecei a explicar calmamente. - O Bryan deixou bem claro que se algum de vocês desafiarem ele de novo, ele virá atrás de mim mais uma vez. Ele mandou eu dizer principalmente para Xandryni parar de desafiá-lo na frente dos outros.

- Olha o tamanho do ego desse filho do cão! - Ben balançou a cabeça negativamente. - Não suporta ouvir as verdades! Parte para a covardia contra quem não consegue se defender sozinho!

- Eu já estou acostumado a lidar com essas coisas, Benjamin... Eu só preciso que, por favor, vocês não se metam nessa história. Não quero que vocês se prejudiquem por minha causa. E outra coisa... Se esquecerem esse assunto, talvez ele me deixe em paz... Ele já descontou a raiva que queria. Não vamos fazê-lo acumular mais ódio.

- Esteban... - Ele disse descrente. - Tá mais do que na cara que aquele imbecil nunca te deixará em paz... É assim que os homofóbicos fazem... Vivem tentando diminuir os gays por se acharem superiores, quando na verdade não passam de vermes! Ou melhor... São muito piores! Que os vermes me perdoem pela infeliz comparação, não merecem ser comparados a homofóbicos!

- Ben... Só vamos deixar isso pra lá, por favor... Eu acho que já tive o suficiente dessa história. - Pedi.

- Não sei, Esteban... Não Posso te prometer nada. Não sei qual será a minha reação quando ver a cara daquele infeliz de novo.

- Ei... - Peguei a mão dele com delicadeza. - Pelo menos me prometa que vai tentar se controlar... Por favor...

Benjamin suspirou tenso, mordeu o canto da boca e em seguida falou:

- Olha... Prometo que vou tentar me controlar... Mas não garanto que vou conseguir. Um vacilo ou uma olhada cínica daquele idiota e eu não respondo por mim.

- Bom... Já é um começo... - Dei um sorriso amarelo. - Eu só não quero que se meta em confusão por minha causa. Somos bolsistas aqui, quero que lembre-se sempre disso... Qualquer deslize que cometermos, estamos fora!

- Droga! Me sinto um merda impotente devido à essa situação. Bryan sabe que somos bolsistas, e usa isso contra nós. É revoltante!

- É, eu sei. - Concordei. - Mas vamos mudar de assunto?

- É... Você pode até tentar fazer minha cabeça, mas quero só ver o que tu vai fazer quando a Xandryni ver teu rosto todo ferrado desse jeito. Quem segura aquela fera? - Ele me lembrou da parte mais explosiva do nosso círculo de amizades.

- É por isso que vou ter que contar com você, amigo. Preciso que me ajude a controlar a ira de Xandryni. Não quero que ela seja expulsa por fazer alguma bobagem.

- Vamos ter que ser bem cautelosos com ela. - Disse Ben.

- É... Eu sei.

Depois de finalmente conseguir acalmar meu amigo, enfim pudemos conversar melhor sobre o final de semana dele com os pais. Ele me contava detalhadamente e super animado sobre tudo que fez quando estava em casa.

Depois ele começou a tocar no assunto que eu imaginava que ele sequer se lembrava... Enquanto me olhava com um sorriso nos lábios, ele falou:

- Eu falei com os meus pais sobre você ir comigo lá para casa no próximo fim de semana.

- Eu jurava que você já tinha se esquecido disso, Ben... Jura que vai insistir nessa história? - Revirei os olhos.

- Ei! Te convidei com o maior carinho, amigão! Não aceito qualquer tipo de desfeita! - Benjamin riu.

- Não é desfeita. - Falei. - É que, sei lá... Acho que eu não me sentiria a vontade de passar um fim de semana na sua casa. Como você se sente tão a vontade em levar alguém como eu para dentro da casa de seus pais?

- Pode parar aí mesmo, Esteban! - Ben ergueu uma mão indicando que não queria mais ouvir minhas objeções. - Eu já te disse que meus pais são super de boa. Se o seu medo é o fato de eu levar um amigo gay para casa e meus pais se sentirem desconfortáveis, sinto lhe informar... Eles pouco se importam com isso. Eu, inclusive, já disse a eles qual sua opção sexual.

- Não acredito! - Exclamei.

- Pois pode acreditar! Eu te disse que meus pais são os melhores, não disse? - Benjamin abriu um largo sorriso.

- Pelo jeito eu arranjei um amigo muito insistente, não é mesmo? - Perguntei.

- Você nem faz idéia, cara! - Ele riu.

- Então a gente se decide até o final da semana... - Escorreguei o meu corpo sobre o colchão para me deitar novamente. Ben me deu espaço, sentando-se mais na beirada. - Quem sabe até lá, você não esquece essa idéia absurda!

- Tu jura, né?! - Ele deu uma risada. - Não vou abrir mão de passar um final de semana com meu amigão! E meus pais merecem conhecer um cara bacana como você... É injusto privá-los disso!

- Você me superestima demais, Ben... Não sou tudo isso. Sou super sem graça. - Cobri minha cabeça para tentar dormir.

Senti Benjamin levantando-se da beirada da minha cama, em seguida ouvi seus passos. Mais uma vez o click do interruptor anunciou que o rapaz havia apagado as luzes.

Ouvi vários sons a seguir... Ele mexendo em sua mochila, seu armário... Depois ouvi um abrir de porta... Deduzi que ele estava entrando no banheiro.

Antes de ouvir a porta se fechar, a voz de Ben mais uma vez se direcionou a mim:

- Olha, Esteban... Tu pode até se achar sem graça e tal... Mas isso é algo que você mesmo pensa sobre si... E em hipótese alguma, tu pode privar as pessoas da alegria de se encantarem por você... Só pense nisso.

Em seguida, a porta se fechou.

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