OLÍVIA POTTER [4]

By _autorah_

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▻ Depois de ter uma matéria sobre si mesma publicada no Profeta Diário, Olívia se prepara para o seu quarto a... More

OLÍVIA POTTER E O COMENSAL DA MORTE
1 - O Profeta Diário
2 - O encontro na Freezy Funny
3 - A dupla satânica... ops, Sr. e Sra. Fontana
4 - Reconciliação
5 - As cartas não enviadas
6 - A Chave de Portal
7 - Weatherby
8 - Bulgária VS Irlanda
9 - Caos
10 - Sirius Black é... inocente?
11 - As vestes a rigor
12 - Três patetas
13 - O Torneio Tribruxo
14 - A fantástica doninha saltitante
15 - As Maldições Imperdoáveis
16 - "Isso é ridículo!"
17 - A chegada de Beuxbatons e Durmstrang
18 - O Cálice de Fogo
19 - Quatro campeões e um infarto
20 - "Torneio Triboboca", por Gina Weasley
21 - As aventuras do suco de abóbora
22 - A Águia e a Serpente
23 - A matéria de Rita Skeeter
24 - Memórias felizes
25 - O empurrão de Alastor Moody
26 - A Primeira Tarefa
27 - A cozinha de Hogwarts
28 - O anúncio de Minerva McGonagall
29 - Irene Winters
31 - O Baile de Inverno (Parte 1)
32 - O Baile de Inverno (Parte 2)
33 - O furo jornalístico de Rita Skeeter
34 - Aquilo que lhes foi tirado
35 - A Segunda Tarefa
36 - Snuffles
37 - As Revelações do Jogo de Xadrez
38 - A vingança de Durmstrang
39 - O desaparecimento de Bartô Crouch
40 - A Penseira
41 - A Terceira Tarefa
42 - O falso Moody
43 - Lord Voldemort
44 - Priori Encantatem
45 - Os caminhos se separam
46 - O tributo a Cedrico Diggory
CAPÍTULO BÔNUS - A CARTA
CAPÍTULO BÔNUS - 5 DE JUNHO DE 1995
RESPOSTAS

30 - A Aposta

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By _autorah_

MARATONA DE ANO NOVO 🎉🎊
30/46

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Sou eu quem tem excesso de confiança aqui.

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-Expelliarmus! -Draco exclamou, apanhando a varinha de Olívia no ar. Então ele deu um sorriso vitorioso que a fez revirar os olhos. -Você está contando?

-Definitivamente não. -Ela respondeu, pegando a varinha da mão dele e voltando para sua posição.

-Bom, eu estou. Essa foi a quinta vez. -Draco se gabou, abrindo um sorriso orgulhoso.

-A quinta vez de dez. Isso significa que está empatado, não que você ganhou, gênio. -A garota disse o óbvio.

-Você tem que aprender a aceitar uma derrota, Potter.

Olívia olhou para ele com indignação.

-Olha quem está falando.

-Beleza. -Ele deu de ombros, se colocando na posição de ataque tradicional, pronto para mais um duelo.

Em total contraste, Olívia suspirou e se sentou no chão.

-Cansei. -Disse, cruzando as pernas e deixando a varinha de lado.

Draco olhou para ela, parecendo seriamente frustrado.

-Mas está empatado. -Argumentou como se aquilo resolvesse toda a questão.

-E? -Olívia inclinou a cabeça e sorriu, fazendo o garoto olhá-la com uma careta.

-Isso não se faz. -Draco resmungou, sentando-se à frente dela.

O silêncio entre os dois se manteve por alguns vários minutos enquanto Olívia repassava em sua cabeça uma longa lista com todos os deveres e atividades acumuladas que deixara para última hora, o que incluía um resumo de 30 centímetros para História da Magia sobre um assunto que ela nem sequer se lembrava qual era.

-Ei. -Draco chamou-a. -O Baile está chegando...

-Que informação interessante, Draco. -Olívia disse, fingindo desinteresse.

-É sério. -Ele riu. -Você quer ir comigo?

-Hmmm...

Então Olívia se levantou e pegou a mochila que estava sobre poltrona vermelha, no canto da sala. De lá, ela tirou um bloco de notas.

-O que é isso? -Draco franziu a testa.

-Esta é a lista de meninos que me convidaram para o Baile, estou vendo se vale a pena dispensar todos eles por você.

Draco bufou e se aproximou dela, mas Olívia não o deixou pegar a lista.

-Hmm... Simas me chamou, Dino me chamou, um quintanista da Sonserina bem bonitinho me chamou também, sabia?

Draco semicerrou os olhos para ela e cruzou os braços.

-Quem?

-Fica no mistério. -Ela sorriu, voltando a atenção à lista.

Olívia passou os próximos minutos listando os nomes de todos os 13 garotos que a chamaram para o baile, fazendo Draco bufar, fazer comentários pejorativos, revirar os olhos e, por último, cruzar os braços e se jogar na poltrona, impaciente.

-Hmm... desculpe, acho que vou aceitar o pedido do Pierre, aquele francesinho é tão bonito. -Olívia concluiu, abanando-se com o bloco.

-É mesmo? -Draco arqueou a sobrancelha.

-É. -Disse ela como se fosse óbvio, sentando no braço da poltrona de Draco. -Mas nem tanto assim.

-E aí? -Draco perguntou pretensiosamente, aproximando o rosto do dela.

-Aí que eu posso considerar aceitar o seu pedido. -Olívia sorriu, acabando com a distância entre os dois e beijando-o rapidamente. -Mas é só considerar, não criaria muitas esperanças se fosse você.

Draco deu uma risada de escárnio, passando os olhos pelo bloco de notas em sua mão rapidamente.

-Quanta enrolação, Olívia. Você está querendo ir comigo desde que a Minerva anunciou o baile, tenho certeza.

-Claro que não. -Olívia negou veemente, levantando-se para guardar o bloco de volta na mochila. Então sentou-se na poltrona ao lado dele e ficou alguns segundos em silêncio antes de voltar a falar. -Draco.

Draco franziu a testa para ela.

-Vou te fazer uma pergunta.

-Sobre o quê?

Olívia sentou de lado na poltrona, ficando de frente para ele. Ela saberia se Draco mentisse, tanto por conhecê-lo melhor do que ele achava que ela conhecia quanto pela Legilimência em seu corpo que separava informações falsas das verdadeiras com a mesma facilidade com que Olívia conseguia distinguir cores diferentes.

-Você conhece uma menina chamada Irene Winters? -Olívia perguntou.

-Não pelo nome. -Ele respondeu sem hesitar.

-Ela é uma lufana do Primeiro ano e, hoje de manhã, eu a ajudei a... meio que fugir de uns dois alunos da Durmstrang...

-Você o quê? -Draco exclamou, interrompendo-a com os olhos arregalados. -Ficou doida? Os alunos de Durmstrang sabem magia pesada, Olívia, você não devia ter se...

-Como eu estava dizendo antes de você me interromper e de me subestimar... -Ela voltou a falar, lançando a ele uma cara feia. -... nós fugimos, eu fiz um deles cair na escada e, enfim, deu certo no final. Então eu fui conversar com ela e... a Irene começou a chorar porque alguns alunos tinham dito que ela não pertencia a Hogwarts e que a Lufa-Lufa é uma Casa para fracassados.

-E? -Draco estava indiferente.

-Ela disse que você estava nesse grupo.

Olívia sentiu uma leve pontinha de alívio por ele nem sequer ter cogitado a alternativa de mentir.

-Eu estava. -Confirmou com os olhos cinzas fixos nos dela. -Não fui eu quem falou com ela, mas estava

-Certo. -Olívia também manteve o contato visual. -Qual a finalidade de você me pedir desculpas pelo que aconteceu com a Hermione num dia quando, no outro, está ofendendo outra criança nascida-trouxa...

-Lá vem... -Draco murmurou, cruzando os braços e se endireitando na poltrona.

-Para com isso, eu só quero entender...

-Você não vai entender. -Ele logo interrompeu.

Olívia fez uma careta, mas, ao mesmo tempo, sabia do que ele estava falando quando afirmou que ela não entenderia.

-Tudo bem, talvez eu não vá mesmo. -Afirmou. -Talvez eu não entenda, porque ela é praticamente uma criança que começou a chorar porque achava que não era digna de aprender magia, sendo que ela não escolheu ser bruxa. Então, Draco, só tenta me explicar. -Ela olhou para ele, os olhos verdes alternando entre os seus. Draco parecia levemente incrédulo. -Eu estou falando sério, Malfoy. Pela primeira vez na vida, tenta me explicar o que você acredita.

Draco bufou e os próximos segundos foram preenchidos por um silêncio irritante enquanto, aparentemente, ele decidia se valia a pena explicar ou não. A garota apenas se sentou confortavelmente na poltrona, cruzou os braços e lançou um olhar a Draco que indicava claramente que não sairia dali até que ele falasse o que tinha para falar.

"Isso não vai acabar bem." Ela ouviu o garoto pensar.

-A sociedade bruxa tinha uma cultura. -Começou ele, parecendo levemente entediado. -Costumes, tradições, um mundo todo de magia, escondido dos trouxas, que são e sempre vão ser limitados demais para entender. Então os sangues começaram a se misturar e o nosso mundo foi invadido por eles, que não sabem nada de magia ou da história bruxa; eles chegam com costumes e tradições trouxas, abrindo brechas no nosso mundo pra que eles saibam de nós. Eles infectam a nossa sociedade aos poucos, e bruxos como Dumbledore se promovem de hospitaleiros e bonzinhos quando, na verdade, estão compactuando com a despurificação da comunidade bruxa.

Olívia levantou as sobrancelhas.

-Então... sua magnífica ideologia de pureza é baseada em uma... utopia? -Sua voz soou debochada ainda que não fosse a intenção. -Sério?

Ela continuou antes que Draco pudesse falar novamente.

-Não é como a realidade bruxa funciona e, ainda que fosse, qual o sentido de desmerecer os nascidos-trouxas e "traidores de sangue" agora que a mistura de sangues já foi feita?

-Você definitivamente não entende. Não quero ficar discutindo política com você...

Olívia conteve o ímpeto de revirar os olhos, sabendo que tinha tocado num ponto para o qual ele não tinha argumentação.

-Não fique agindo como se eu fosse um ser inferior que não entende a sua majestosa filosofia de vida, Draco.

-Como se você não fizesse exatamente a mesma coisa. -Ele retrucou.

Certo. Ele não estava totalmente errado nesse aspecto.

-Você quer tanto me fazer pensar como você que não passa pela sua cabeça que, talvez, eu acredite no que eu acredito simplesmente porque eu quero?

-Isso não é verdade. -Olívia balançou a cabeça.

-Por que você acha que não?

-Porque eu conheço você. Você é inteligente demais pra acreditar que pessoas como os nascidos-trouxas têm que pagar simplesmente por terem nascido com algo que eles não podem controlar.

-Não disse que eles têm que pagar, eu disse que eles não pertencem ao nosso mundo. -Draco rebateu. -E, quanto mais cedo eles e também os bruxos como os Weasley entendessem isso, mais cedo eles seriam expulsos do nosso mundo e a gente não precisaria lidar com os trouxas. Já é suficientemente ruim termos de nós esconder, sendo que somos muito mais fortes.

-Mais fortes e mais perigosos.

-Fala isso para os bruxos que morreram queimados na Idade Média.

-Você tem razão. -Ela disse brevemente. -Mas ainda é utopia. Você tem que ser realista, a comunidade bruxa tem que trabalhar com a realidade como ela é, não como vocês acham que deveria ser. E, no momento, ela contém puro-sangues, mestiços, nascidos-trouxas, gigantes e um monte de outros seres enfurnados em um sistema só. Nenhuma reforma ou revolução das trevas jamais vai reverter esse quadro. As coisas mudaram.

-Mudaram mesmo, e eu não sou obrigado a concordar com como elas são agora. -Draco deu de ombros. -O jeito que você pensa faz de você quem você é, uma grifinória, e grifinórios têm essa tendência heróica irritante de tentar salvar e incluir todo mundo. Vocês não sabem analisar a situação com racionalidade.

Olívia arqueou a sobrancelha para ele.

-Está me chamando de irracional? -A garota cruzou os braços. -Onde estava a sua super racionalidade nesses quatro anos de implicâncias sem sentido e pegadinhas idiotas?

-Uma coisa não tem nada a ver com a outra. -Draco falou, indiferente.

-Tem tudo a ver! -Olívia exclamou, levantou da poltrona. -Nunca passou pela sua cabeça que você só pensa assim por que foi criado para pensar assim?

-Não, porque não é verdade. -Draco afirmou, sustentando o olhar dela.

-Então está dizendo que, se você não tivesse que andar na linha da sua tradicional família puro-sangue, não se permitiria ao menos considerar que pode haver outra verdade que não a sua?

Draco abriu a boca para responder e hesitou. Por um milésimo de segundo, mas hesitou.

-Não. -Ele negou, olhando para ela com uma expressão firme, uma que ela havia aprendido a reconhecer como máscara. Olívia mordeu o lábio, sentindo o incômodo familiar. Aquela havia sido a primeira e a única mentira que ele contara durante toda a noite. -Acho que já deu.

Então Draco se levantou, pegou a mochila no canto da sala, levando-a às costas e se preparou para sair.

-Ei! -Olivia exclamou. -Ainda não acabamos.

-Acabamos sim. -Draco olhou para ela sem expressão. -Eu não estou mesmo afim de brigar com você de novo.

-Não estamos brigando, estamos apenas... -Então o garoto se aproximou dela e a beijou, interrompendo-a. -... conversando como bruxos racionais.

-Te vejo mais tarde.

-Sua doninha ridícula! -Olívia resmungou, atirando um dos livros sobre a mesa de madeira contra ele.

Draco desviou, pegando o livro com a mão.

-É... você seria uma péssima artilheira. -Então ele riu e, antes que a garota se aproximasse para lhe dar um tapa, ele saiu da sala sem olhar para trás.

¤¤¤

-Alguém está vendo o pirralho que dividiu o útero comigo? -Olívia perguntou, passando os olhos pelo Salão.

Marcel franziu a testa para ela.

-Você é estranha.

-Ele deve estar perseguindo a Cho Chang em algum lugar do castelo. -Rony respondeu, fazendo os cinco encararem-no. -Quê? Não sabiam? Fala sério, Olívia, você é le...

Então Olívia, Audrey e Hermione lhe deram um chute por baixo da mesa ao mesmo tempo.

-AH! QUE DROGA! -Resmungou ele abaixando-se para massagear a canela. -Qual o problema de vocês?!

Josh começou a rir. Alto. Marcel franziu a testa. O olhar dele era confuso, mas contido, como quem queria saber o que estava acontecendo, mas não perguntaria por ter noção de que não seria respondido.

-Ah! -Rony exclamou, finalmente entendendo que quase contara ao corvino que Olívia era legilimente. -Enfim... hum, vocês nunca tinham mesmo percebido o penhasco que ele tem por ela?

-Eu tinha. -Olívia deu de ombros, indiferente. -Só tinha também esperança de que o gosto de melhorasse do ano passado para cá. Acho que não.

-Por que não gostam dela? -Marcel perguntou. -Chang é praticamente uma mosca morta, não faz mal para ninguém.

-Exatamente por isso. -Olívia revirou os olhos.

-Eu acho ela legal até onde conheço. -Hermione discordou.

-Legal ou não, quando vocês quiserem contar ao meu querido irmãozinho que a Chang tem um penhasco pelo Cedrico Diggory, fiquem à vontade.

-Isso não vale, querida. -Audrey disse, apoiando a cabeça na mão e fixando o olhar na mesa da Lufa-Lufa. -Até eu tenha um queda por ele, assim como 90% da escola.

Olívia focou o olhar em Josh, que rápida, mas perceptivelmente, revirou os olhos e contraiu o nariz.

-Não que isso importe. -Audrey acrescentou distraidamente, levando um pedaço da tartelete de limão à boca. -Eu já tenho um par. Um par irritante, porém fofinho, e não é o Rony, porque o Rony só é irritante.

Josh franziu a testa, lançando uma expressão indignada a ela.

-Eu não sou fofinho!

"Claro que é, Josh, você é adorável" Olívia pensou, fazendo com que suas palavras alcançassem a mente de Josh, que se esforçou para não fazer cara feia para ela.

"Sai da minha cabeça!"

-Você é fofinho sim! -Audrey exclamou, sorrindo para ele numa clara provocação. Então tirou os óculos do rosto de Josh e colocou-os no seu. -Um fofinho cego! Pelo amor de Deus, menino!

"Que fofo! Ela está fazendo piadinhas sobre sua cegueira, Josh fofinho!"

"Olívia. SAI. DA. MINHA. CABEÇA."

"Por quê? A sua cabeça é fofinha e adorável assim como você." A voz dela soava provocante mesmo em pensamento.

-Fofinho! -Marcel, ao lado de Olívia, resmungou, observando a cena com desdém. -Acha ele fofinho porque não dorme no mesmo quarto que ele.

Olívia e Rony caíram na gargalhada.

-Um dia... -Josh começou a falar, observando-os com um olhar astuto. -... eu vou me vingar de cada um de vocês.

-Audrey, Hermione. -Olívia chamou, lançando um olhar hipnotizado fingido a Josh. -Ele não fica fofinho e adorável quando faz ameaças?

Josh bufou e, minutos depois (após mais risadas e piadas sobre sua fofura imutável), ele se levantou para pegar um livro que esquecera no salão comunal e Audrey se ofereceu para ir junto, levando consigo um cacho de uvas para aplacar sua "fome implacável". Olívia observou com olhos atentos os dois saírem do salão principal, então, assim, que os perdeu de vista, abriu um sorriso para os amigos

-Vamos fazer uma aposta?

-É sobre o que eu acho que é? -Marcel arqueou a sobrancelha para ela, que assentiu.

-Não, Olívia, sem apostas! -Hermione falou. -Melhor não se meter nisso.

Rony franziu a testa, completamente confuso.

-Se meter no quê?

-Eu aceito. -Marcel disse, decidido. -Rony, vai participar?

-Participar de quê? O que vocês estão apostando? -O ruivo estava completamente confuso.

-Ele ainda não entendeu, e é melhor que nem entenda. Audrey é a Gina II dele. -Olívia sussurrou para ele.

-Beleza. -Disse o corvino, o canto da boca se curvando num leve sorriso.

-Ótimo. -Olívia se virou para ele. -Do jeito que os dois são lerdos, eu aposto que eles só vão tomar uma iniciativa nos próximos anos. -Olívia propôs, estendendo a mão para ele.

-E eu aposto que eles não vão ser tão lentos assim. -Marcel falou por sua vez, apertando a mão dela. -Não passa deste ano letivo.

-Ótimo. -A garota assentiu. -Se você perder, vai fazer tudo o que eu quiser por um mês, inclusive meus deveres

-Quanta falta de criatividade. -Marcel disse.

-E o que você vai querer se ganhar? -Olívia perguntou.

-Você vai perder, então vai descobrir em breve. -Ele disse simplesmente, cortando um pedaço de panqueca logo em seguida.

Olívia revirou os olhos.

-Sou eu quem tem excesso de confiança aqui, Legrand. -Disse. -Acordo fechado, então.

-Ótimo, isso vai ser divertido.

-Ninguém vai me dizer mesmo o que está acontecendo? -Rony perguntou, desesperado.

-Melhor você não saber. -Hermione avisou, se negando a responder as perguntas que vieram a seguir, quando todos seguiram em direção às suas respectivas salas.

¤¤¤

O vestido de Olívia da Madame Malkin já havia ficado pronto e, inclusive, já tinha chegado a Hogwarts. Audrey fez uma festa quando viu que a caixa que Winky (mais duas corujas) trouxera era um vestido, mas Olívia não deixou ninguém ver. Apenas no baile. Josh e Marcel continuaram sentando-se com eles na mesa da Grifinória dia sim dia não, revezando as refeições para se sentarem com seus outros amigos também. No começo, Olívia achava que era apenas por causa dela e de Audrey, mas, eventualmente, foi percebendo que Josh adorava conversar sobre Quadribol com Harry e Rony, que era um assunto de que Marcel não gostava, e este passara a conversar cada vez mais com Hermione (principalmente sobre assuntos polêmicos, como a F.A.L.E), além de ser o único, além de Harry, que vencera Rony mais de duas vezes no xadrez-bruxo.

Do grupo, Harry, Marcel e Rony eram os únicos sem pares, já que Audrey iria com Josh e, não tão surpreendente assim, Vítor Krum convidara Hermione. Sim, Hermione iria ao Baile de Inverno com o campeão de Durmstrang, por quem Olívia estava começando a sentir uma leve simpatia, apenas por ouvir Hermione contar sobre ele.

-Ele nem sabe pronunciar meu nome direito. -Riu quando as três estavam no dormitório, conversando após o jantar. -Mas é uma gracinha ficar vendo-o tentar.

-Aaaaaaaaaah! -Audrey deu pulinhos histéricos, abraçando com força o travesseiro. -Vocês são tão fofos! Alguns meninos de Durmstrang me convidaram, mas eu já tinha aceitado o convite de Josh e acho que foi bem melhor assim. Ele é um dos meus melhores amigos, muito melhor do que ir com um garoto que eu nem conheço só por ele ser bonito.

Hermione franziu a testa para ela.

-Mas o Josh é bonito. -Disse, fazendo Olívia rir. Elas tinham feito um excelente trabalho em fazer Hermione deixar de ter vergonha de falar algumas verdades.

-Ele é mesmo e não me deixa esquecer disso. -Audrey disse, rindo.

Hermione lançou um olhar bastante sugestivo à loira, que imediatamente ficou vermelha.

-Não, não... claro que não, Hermione! -Exclamou. -Sabe que somos amigos.

-É, Hermione. -Olívia disse, passando o braço pelo ombro de Audrey. -Eles são amigos, não tem nada errado com a velha e boa amizade.

Hermione revirou os olhos e voltou o foco a pentear seu cabelo.
Ela sabia que Olívia estava tentando adiar qualquer atitude do potencial casalzinho até o ano seguinte, tudo por causa da maldita aposta. E, sinceramente, Olívia achava que estavam todos indo no caminho certo para que ela ganhasse, até que, no dia seguinte...

-Vou dizer à Audrey que eu gosto dela. -Josh jogou a bomba assim que alcançou Olívia num dos corredores.

A garota arregalou os olhos, sentindo o coração acelerar. Marcel, que estava atrás dele, abriu um sorriso maldoso e piscou para ela.

-Quem te deu essa ideia horrorosa?

A animação de Josh murchou.

-Horrorosa?

-É, Josh, Horrorosa. -Disse ela, passando o braço pelo ombro dele.

"Droga, garoto, por que você tinha que ser tão alto?"

-Audrey não gosta de você. Ainda -Explicou, soando gentil. Seu argumento era pretensioso, mas não deixava de ser verdadeiro. -Dizer que gosta dela a fará se afastar e aí a amizade de vocês vai para o lixo, é isso que você quer?

-Garotas pensam demais! -Marcel interrompeu displicentemente, fazendo Josh olhar para ele. A neutralidade e a certeza com a qual ele falava o fazia soar extremamente convincente. Olívia cerrou os olhos. -Você precisa dizer logo a ela o que sente antes que seja tarde demais. Tem muita gente aqui que acha a Parker bonita, Josh, quanto tempo acha que vai demorar para ela aparecer namorando outro Kol?

-Audrey não é idiota, ela não vai namorar outro idiota como o Kol. -Olívia falou, lançando um olhar homicida a Marcel. -E o Josh não pode contar a ela o que sente, esperando que, por mágica, ela comece a gostar dele e eles sejam felizes para sempre. Por favor, Josh, seja racional.

-Exatamente. -Marcel falou. -A racionalidade exige que você pare de perder tempo.

-Ah, me poupe, ele não está desesperado para conseguir uma namorada. Se você está carente, vá arranjar uma para você. -Olívia acrescentou.

-Parem! -Josh exclamou, se separando deles dois. -Vocês só estão me confundindo mais, dêem um tempo!

Então saiu a passos pesados, deixando os dois plantados no corredor. Quando Josh já não estava mais à vista, Olívia deu um tapa no braço de Marcel, que riu.

-Algum problema?

-Não pode interferir na aposta!

-Você interferiu na aposta! -Ele exclamou, cruzando os braços numa clara acusação.

-Não, Legrand, não inteferi. -Olívia mentiu.

-É mesmo? -Ele sorriu. -Não foi isso que a Hermione disse.

Olívia semicerrou os olhos para ele.

-Não roube meus amigos!

-Eu não roubei nada. Ela está do meu lado. -O corvino deu de ombros. -Ambos queremos que você perca.

-Segura minha mochila, por favor? -Olívia perguntou, estendendo a mochila para ele, que franziu a testa para o pedido.

-Claro.

-Obrigada. -Então ela abriu o zíper e tirou o livro de Poções da mochila, usando-o para bater contra o braço de Marcel em seguida.

-Nossa. -O garoto revirou os olhos, tirando o livro das mãos dela. -Você é mesmo uma dama, não é?

-Obrigada. -Agradeceu, tirando a mochila e o livro das mãos dele. -E boa sorte encontrando um par para o baile sem a minha ajuda.

-Eu não ia mesmo pedir sua ajuda. -Ele apertou as alças da mochila, endireitando a postura.

-Mas ia precisar dela, sua habilidade de socialização é péssima! -Disse a garota por cima dos ombros quando deu as costas para seguir seu caminho.

-Não é nada! -Marcel exclamou.

-Então não vai ter problema.

Harry chegou ao mesmo tempo que ela no salão comunal com uma tremenda cara de enterro.

-Dia ruim? -Olívia perguntou.

-Péssimo!

-Luzes encantadas! -Disse ela.

-Claro, querida. -A Mulher Gorda respondeu gentilmente e o quadro se abriu.

-Obrigada.

Para sua grande surpresa, viu Rony sentado, de rosto branco, num canto distante. Gina estava de um lado conversando, aparentemente numa voz baixa de quem consola. Audrey estava do outro lado, a mão firme em seu ombro.

-Que aconteceu, Rony? -Perguntou Harry se juntando aos três junto com Olívia.

Rony ergueu os olhos para os dois, uma expressão de horror no rosto.

-Por que fiz aquilo? -Perguntou ele enlouquecido. -Não sei o que me obrigou a fazer aquilo!

-O quê? -Olívia se aproximou.

-Ele... hum... convidou Fleur Delacour para ir ao baile. -Disse Gina. Parecia que estava fazendo força para não rir, mas continuou a dar palmadinhas no braço de Rony, demonstrando sua solidariedade.

-Você o quê? -Harry arregalou os olhos.

-Não sei o que me obrigou a fazer aquilo! -Exclamou Rony outra vez. -Quem é que eu estava fingindo que era? Havia gente, a toda volta, fiquei maluco, todo mundo olhando! Eu estava passando por
ela no saguão de entrada, Fleur estava parada conversando com Diggory, e uma coisa parece que se apoderou de mim, e convidei!

Rony gemeu e enterrou o rosto nas mãos. Ele não parava de falar embora fosse difícil distinguir o que dizia. Olívia se aproximou dele e começou a acariciar seu ombro também, mesmo que não fosse ajudar muito.

-A garota olhou para mim como se eu fosse um verme ou coisa parecida. Nem me respondeu. E
então... não sei... parece que recuperei o juízo e me mandei dali.

-Fleur é uma fresca, Rony. -Disse Olívia. -Você merece coisa melhor.

-Ela é parte veela. -Disse Harry. -Você tinha razão, a avó dela era veela. Não foi sua culpa, aposto
como você passou na hora em que ela estava jogando charme para Diggory e você foi atingido, mas ela está perdendo tempo. Ele vai levar Cho.

Os quatro encararam Harry, surpresos.

-Eu acabei de convidá-la para ir comigo. -Disse Harry sem emoção. -E ela me contou.

Um misto de compaixão e esperança pareceu tomar o rosto de Gina, mas a ruiva logo desviou o olhar para Rony novamente.

-Isso é uma piração. -Disse Rony. -Somos os únicos que não têm ninguém, bem, tirando o Neville. Ei, adivinha quem ele convidou? Mione!

-Quê! -Exclamou Harry, completamente distraído pela surpreendente notícia.

-É, eu sei! -Disse Rony, um pouco de cor voltando ao seu rosto quando ele começou a rir. -Neville me contou depois da aula de Poções! Disse que ela sempre foi muito legal, que o ajudava nos estudos, mas Mione falou que já estava indo com alguém. Ha! Como se fosse! Ela só não queria ir com o Neville... quero dizer, quem iria querer?

Olívia bufou. Aquele lance de "amizade" era absurdamente difícil com Rony.

-Eu iria querer. -Olívia disse, fazendo-os parar de rir. -Neville é muito legal, Rony. Se você gastasse mais do seu tempo conhecendo-o do que caçoando dele, entenderia.

Naquele instante Hermione vinha passando pelo buraco do retrato.

-Por que vocês dois não foram jantar? -Perguntou ela, vindo se reunir ao grupo.

-Porque as garotas que eles convidaram acabaram de recusar o convite! -Disse Gina, alfinetando-os.

-Obrigado, Gina. -Disse Rony azedo.

-Por nada, Ron. -Gina inclinou a cabeça, sorrindo para ele.

-Todas as garotas bonitas já estão ocupadas, Rony? -Perguntou Hermione com um ar superior. -A Heloísa Midgen está começando a parecer bem bonita, agora, não está não? Bem, tenho certeza de que vocês vão encontrar em algum lugar alguém que queira vocês.

Mas Rony estava encarando Hermione como se, de repente, a visse sob uma luz totalmente nova.

-Hermione, Neville tem razão, você é uma garota...

Olívia olhou para ele com um olhar mortal e sussurrou:

-Para de falar agora!

Mas Rony não ouviu.

-Bem observado. -Respondeu ela com azedume.

-Então... você poderia acompanhar um de nós!

-Não, não poderia. -Retorquiu Hermione.

-Ah, vai. -Disse ele impaciente. -Precisamos de pares, vamos fazer um papel realmente idiota se não
tivermos nenhum, todos os outros têm...

-Não posso ir com vocês, porque já estou indo com uma pessoa.

-Não, não está! -Disse Rony. -Você só disse isso para se livrar de Neville!

-Ah, foi? -Os olhos de Hermione faiscaram perigosamente. -Só porque você levou três anos para
reparar, Rony, não significa que mais ninguém tenha percebido que eu sou uma garota!

Rony arregalou os olhos para ela. Depois tornou a sorrir.

-Okay, okay, sabemos que você é uma garota. Satisfeita? Você vai com a gente agora?

Audrey bateu com a mão na testa.

-Eu já falei! -Disse Hermione muito zangada. -Estou indo com outra pessoa!

E saiu decidida em direção à escada para o dormitório das garotas.

-Ela está mentindo. -Sentenciou Rony, acompanhando-a com o olhar.

-Não está, não. -Disse Gina, dando um tapa na nuca dele. -Idiota.

-Ela já tem par há quase cinco dias, por aí. -Audrey disse, ainda com a cara enterrada nas mãos.

-Quem é a pessoa, então?

-Não vou dizer, não é da sua conta. -Gina respondeu, cruzando os braços.

-Vou me deitar. -Audrey disse, correndo para o dormitório.

-Certo. -Disse Rony, que parecia ofendidíssimo. -Essa história está ficando idiota. Gina, você pode ir
com o Harry e eu vou...

-Ah sim, claro, obrigada pelo pedido super educado e gentil, Ronald. -Gina disse num tom de voz sarcástico, revirando os olhos para ele.

Olívia conteve o impulso de apertar o braço de Harry para que ele se tocasse. Aquela era a deixa perfeita.

-Vou me deitar, gente. Boa noite. -Gina avisou, levantando-se.

Olívia arregalou os olhos e encarou Harry, que, naquele momento, encarava Gina como se fosse a primeira vez que a via na vida.

"Vamos, convide-a... convide-a..."

Então, livre de qualquer persuasão ou sugestão, Harry se levantou num pulo e perguntou:

-Gina, vocêqueriraobailecomigo?

A ruiva parou no primeiro degrau da escada, virando para trás com uma expressão confusa.

-Quê?

Harry engoliu em seco e repetiu, as mãos cruzadas atrás do corpo. O nervosismo dele era fofo e cômico ao mesmo tempo.

-Você gostaria de ir ao baile comigo? -Ele perguntou, olhando nos olhos dela.

Olívia imaginou a força de vontade que Gina precisou ter para não gritar ou dar pulinhos eufóricos, porque ela apenas abriu um sorriso contido, mas verdadeiro, e respondeu:

-Eu adoraria, Harry. Obrigada.

Então virou as costas e, tranquilamente, subiu em direção ao próprio dormitório. Olívia deu um gritinho e levantou as mãos para o alto.

-Os céus se alegram porque o mongolóide finalmente tomou uma atitude!

Harry não se deixou abalar pela provocação.

-Por falar nisso, Olívia, com quem é que você vai? -Ele perguntou, encarando-a.

-Que será que deu nelas? -Rony perguntou, felizmente interrompendo qualquer oportunidade que ela tivesse de responder.

Parvati e Lilá acabaram de entrar pelo buraco do quadro. Rony tinha os olhos fixos nelas. Ele respirou fundo antes de se levantar e sair numa linha reta até Parvati:

-Parvati? Quer ir ao baile comigo?

Parvati teve um acesso de risinhos.

-Tudo bem. -Disse por fim a garota, corando furiosamente.

-Obrigado. -Disse Rony, aliviado.

Então ele voltou a se sentar na poltrona, estranhando o olhar de Olívia sobre ele.

-Por que está me olhando assim? Eu consegui um par.

-Parabéns. -Ela disse. -Ainda acho que convidou a pessoa errada, mas parabéns.

-O que você quis dizer com isso? -Rony perguntou, mas ela não respondeu.

-Ei, você ainda não disse quem é o seu par! -Harry exclamou, mas ela já estava subindo as escadas para o dormitório e não respondeu.

Hermione e Audrey estavam jogadas em sua cama, em silêncio. Ela deitou ao lado da loira, sentindo a tensão do ambiente.

-Acham que eles ficam menos estúpidos com o passar do tempo? -Audrey perguntou.

-Espero que sim. -Olívia respondeu. -Notícia boa: Harry e Gina vão juntos.

¤¤¤

E aí, beleza?!

Aposta feita, basta saber quem vai ganhar. 😊

Fiquem com Deus 💙

💋 XoXo 💋

Até amanhã!

Fui.

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