Ponto de Vista Sophie Luna Swan.
- ENTÃO VOCÊ É UMA HÍBRIDA? - Jackson perguntou quebrando o silêncio da sala e me acordando de memórias de um tempo que nunca irá voltar. Sorri comigo diante da sua pergunta, nem eu sei o que sou direito.
- Eu prefiro o termo meia vampira - Falei olhando para ele e Alice - mas na realidade, não faço ideia do que eu sou ...
- Você já copiou muitos dons? É poderosa? ... - Emmett começou a pergunta sem parar e só parou porque Rosalie lhe deu uma cotovelada, sorri com essa cena.
- Eu perdi as contas de quantos dons eu tenho, há muitos vampiros espalhados pelo Brasil - Me arrepiei ao me lembrar do meu horror ao descobrir meu dom é, essa não havia sido uma experiência muito boa - dúvidas esclarecidas?
Emmett negou rapidamente com a cabeça mas não falou nada pois Rosalie o mandou um olhar cortante, segurei a risada. Carlise estava olhando com uma curiosidade estampada em neon na sua testa, acho legal a sede de conhecimento que ele possuí. Sorri para ninguém em especial e olhei para Isabella que não tirou os olhos de mim desde minha, hum, revelação bombástica?
- Isa ... - Comecei lentamente, sem saber bem ao certo o que falar.
– Conversamos em casa Sophie – Falou, seus olhos demonstravam toda a mágoa que ela estava sentido, Isa sempre foi transparente comigo, nunca conseguiu me esconder nada, tanto que eu sabia que havia algo de errado com ela mesmo estando longe.
Concordei com ela e olhei para o meu companheiro, isso é muito estranho, eu encontrei meu companheiro e não faço ideia de como agir, sem contar que o monstro estava me devorando por dentro, maldição.
– Se não há mais perguntas eu tenho que...
– Porque você disse monstro? – O anjo loiro me interrompeu, levantando do sofá e andando alguns passos em minha direção, oh droga, eu achei mesmo que isso ia passar batido, fiquei olhando para ele sem coragem de falar sobre esse assunto – Pelo modo como a senhorita falou, é quase como se...
Não pude deixar de sentir um arrepio quando senti seu doce cheiro selvagem, sorri de leve com seu tom de voz cordial, eu nunca vou me cansar de escutar essa sua voz rouca e o sotaque carregado. Ele vai me enlouquecer.
– Eu me referisse a ele como um ser único? – Completei sua fala quando ele mesmo não conseguiu, sorri de lado friamente – Esse não é um assunto que eu queria por em pauta hoje, ou que vocês devessem saber.
– Tudo bem, eu... Me perdoe – Falou visivelmente arrependido, ele apertou suas mãos com força quase como se estivesse se repreendendo.
– Está tudo bem, Jasper – O respondi com um sorriso de lado, porém parece que eu não fui tão sincera pois ele se aborreceu ainda mais, então tratei de arrumar – você não tinha como saber, ta bom?
Ele concordou de leve e deu um passo instintivo em minha direção, pude sentir que alguns dos presentes não estavam entendendo a situação, exceto os fuchiqueiros de plantão, Edward e Jackson.
– Eu esperei tanto por você – Tocou minha bochecha quando estava a centímetros do meu corpo, deitei de leve minha cabeça em direção a sua mão e me deleitei com este carinho.
Assim que sua mão fria entrou em contato com minha pele quente imediatamente a voz daquilo que existe dentro de mim se silenciou, a maldita voz que eu tanto implorei para se calar durante dois anos com um simples toque dele finalmente se calou.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas.
– Você é a minha paz – Sussurrei tocando seu rosto de leve, ele inspirou meu cheiro e senti seus olhos passarem por cada canto de minha face e pela primeira vez desde que eu me transformei nisso, um sorriso verdadeiro surgiu em minha face, obrigada Jasper, obrigada por existir.
Ele arrastou sua mão por cima de meu sorriso, como se quisesse pegar só para ele, sorri mais ainda com esse pensamento.
Escutei um pigarro e nossa bolha foi estourada brutalmente, senti as veias em meus rosto se remexer e eu me segurei ao máximo para não me transformar ali perante eles, vou matar quem nos atrapalhou. Foi bom enquanto durou não é, pequeno mostro?
– Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? – Alice perguntou olhando feio para Edward, então foi o topetudo que nos atrapalhou, idiota.
– Baixinha, o Jasper e a Sophie são...
– Nada que vos interesse, fofoqueiro – Olhei com uma cara feia para Jackson que fez uma falsa expressão de mágoa, apenas ignorei – eu vou dar um gato para vocês dois – Apontei de Jackson para Edward, assim que me afastei um pouco de Jasper, a nossa proximidade nubla meus pensamentos – assim vocês cuidam das 7 vidas dele e com sorte, deixam de cuidar das vidas alheias.
Não preciso nem dizer que Emmett caiu na gargalhada e dessa vez Rosalie acompanhou ele, meu cunhado apenas me mandou um sorriso irônico e Jackson me mostrou a língua em um ato infantil.
– Alice seu marido é uma criança – Olhei para a fadinha, sim eu apelidei Alice de fadinha, ela parece a Tinker Bell.
– Eu sei Soph, mas você se acostuma – Ela piscou para mim com um sorriso enorme, e não voltou a pergunta, obrigada universo.
– Obrigada meu amor, você sabe como acabar com meu ego masculino.
Revirei os olhos com a implicância de Jackson e olhei de rabo de olho para Jasper, ele estava segurando a risada e assim que sentiu meu olhar se virou para mim e abriu um sorriso que ofuscou tudo ao meu redor.
Ele tem um sorriso maravilhoso, oh então agora meu querido monstro não quer mais matar nosso companheiro. Bipolar.
– Eu gostaria de conversar com você, senhorita – Escutei aquela voz potente e extremamente sexy de Jasper me resgatando de meus devaneios, sorri maravilhada com sua linguagem antiga e respeitosa, oh Jasper seria meu sonho de homem perfeito? Eu tenho quase certeza que sim.
– Eu também gostaria, Sir.. Whitlock – Falei serena e com uma calma que eu raramente possuo, perto de Jasper eu sinto todo meu ser em uma plenitude fora do comum, ele é mesmo a minha paz.
– Me da a honra da sua companhia para uma caminhada? – Ele falou me colocando uma mão em suas costas e a outra estendendo para mim, sorri de lado, bem que eu queria doce anjo.
– Eu gostaria muito, mas temo que não poderei – Toquei sua mão de leve, ele franziu a sobrancelha com minha fala e se aproximou, tirando uma mexa de cabelo do meu rosto.
– Porque não, meu lir... – Ele travou ao perceber o que ia falar, pigarreou desviando seu olhar por alguns segundos, parecia estar em uma briga interna, logo ele voltou a grudar seu olhar no meu – Se me permite perguntar, porque não, senhorita?
– Se você quiser, pode me chamar de Sophie ou Luna, embora seu cavalheirismo esteja me encantando – A ultima parte saiu sem querer, maldita mania de falar sem pensar, observei um sorriso largo se abrir em seu rosto, eu ainda não entendo como ele pode ser tão lindo assim – respondendo sua pergunta, tenho que ir me matricular no inferno...
– Você vai se matricular na escola? – Alice me cortou confusa, concordei.
– Mas você já não concluiu o ensino médio? – Falou Rosalie, tão confusa quanto a fadinha, mordi de leve o meu lábio inferior e pendi minha cabeça de leve para a direita.
– Eu perguntaria o mesmo sobre vocês, loira – Sorri de lado quando ela concordou revirando os olhos sorrindo – eu já conclui sim, mas vou fazer novamente o último ano, tenho sorte que falta apenas poucos meses para terminar – A respondi e divaguei alto.
– E você vai fazer novamente, porque...? – Emmett perguntou me olhando embasado, eu entendo seu horror Emmett – Porque você vai fazer novamente por livre e espontânea vontade?
– Não é bem vontade Emmett, está mais para, hum – Pensei e nada veio a minha cabeça – na realidade é para cuidar de Isabella, depois do que aconteceu eu não vou deixa-la sozinha um segundo se quer.
– Mas as crianças vão estar com ela na escola – A doce Esme falou e Carlise concordou, Isa me olhou suplicante para não soltar mais uma de minhas doces respostas, sorri de lado. Me segurei pra não gargalhar quando ela falou "crianças".
– Não me levem a mal – Comecei lentamente, o sorriso irônico no meu rosto não condizia com minhas palavras, Isa só negou com a cabeça – mas eu não confio a segurança da minha irmã a ninguém além de mim.
– Isso é compreensível querida – Carlise falou, ele é tão doce quanto sua companheira, concordei vendo que isso não os magoou, mas não posso dizer o mesmo do topetudo.
– Vai ter que se acostumar, cunhado – Pisquei em ironia para ele, que concordou de leve.
– Eu vou conquistar sua confiança – Ele falou e Isa concordou com ele, sorrindo os dois me olharam e eu estreitei os olhos, acho difícil – assim talvez você me ajuda com Charlie.
Gargalhei alto, eu sabia que papai não gostava dele, ai como meu papis poderoso é maravilhoso.
– Agora se me dão licença, eu tenho um diretor para hipnotizar – Olhei longos segundos para meu companheiro e lhe mandei um beijo, dei um tchau para geral e sai correndo não sem antes ver o sorriso do anjo loiro. Isa voltaria com meu carro, já longe eu ainda pude escutar Emmett perguntando "ela falou hipnotizar?" ri sozinha, até que gostei dos Cullen, principalmente de um em especial. Jasper Whitlock.
– TO NA BANHEIRA ISABELLA – Gritei do banheiro quando escutei Isa chegar e perguntar a papai onde estou.
Eu já havia ido até a casa do diretor e também havia comprado meus materiais amanhã mesmo eu já iria começar a estudar, ninguém merece ter que passar pelo ensino médio novamente, só de lembrar me dá náuseas. Tudo por Isabella. Ela ainda vai me fazer enlouquecer, é sério.
Ela entrou no banheiro e sentou na borda da banheira, me olhou de modo carinhoso e pegou o shampoo para passar em meu cabelo.
– Lembra que quando éramos pequenas você lavava meu cabelo e eu lavava o seu? Foi por sua causa que eu parei de ter medo de tomar banho na ducha – Ela começou e uma lágrima solitária desceu por meu rosto.
– Eu sinto muito por não ter te contado Isa – Comecei, sem olhar em seus olhos, meu coração estava apertado, está é uma parte muito dolorosa da minha vida.
– Quem tem que se desculpar aqui sou eu Lun, me perdoe por não estar ao seu lado nesses últimos anos, mil perdões – Ela falou, molhando meu cabelo e começando a secá-lo – eu sinto muito mesmo por tudo o que você teve que passar, eu nem imagino o quanto você sofreu minha irmã, e eu sinto muito por não estar ao seu lado, por não ter limpado suas lágrimas, não ter te levantado do jeito que eu prometi que faria, eu peço que me desculpe por ter quebrado nossa promessa – Eu levantei e coloquei o roupão, minhas lágrimas desciam sem parar e tudo que eu guardei durante todos esses anos voltou a tona, todos os muros que eu tinha construído em voltar dos meus sentimentos caíram, eu caí novamente, mas desta vez Isabella estava ali para me salvar de mim mesma – eu juro a você que nunca mais vou deixá-la, você nunca mais vai sair do meu lado, pode chorar, pode gritar, pode cair que eu vou estar aqui para te segurar, eu nunca mais vou sair do seu lado meu grude , nunca mais.
E então nos braços da minha irmã eu chorei, eu esperneei, eu gritei, eu me quebrei, porque eu sei que quando eu terminasse ela estava ali para limpar minhas lágrimas e me colar novamente. Ela não perguntou nada, não fez nada a não ser me abraçar e sussurrar incansáveis vezes que ela estava ali para mim e que sempre estaria.
Isa não perguntou o porque, não perguntou sobre o que eu passei esses anos, ela respeitou meu espaço pois ela sabe que quando eu estiver pronta eu vou falar, mas a pergunta é, eu algum dia vou estar pronta?
Como alguém se recupera depois de perder sua própria humanidade?