Devas os mensageiros

By adelineschaewer

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Sinopse Sam é uma menina que pertence a dois mundos diferentes. Certo dia, utilizando-se de um de seus dons v... More

I - Premonição
II - FIO DE PRATA
III - desdobramento
IV - a escola
V - armadilha
VI - cratera
VII - procura
VIII - revitalização
IX- conselho
X - A saída da escola
XI - O reino de silbury
XII - Estátua de gelo
XIII - Floresta das ilusões
XV - Floresta do suspiro
XVI - O vale das lágrimas
XVI I- Segredo
XVIII - A poção
XIX - Recuperação
XX - Sacrifício

XIV- Origem

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By adelineschaewer

No templo de Silbury.

– Sam, posso ver seu sinal? – Perguntou Leonel à menina, que prontamente lhe mostrou o pulso e disse: – Esta é minha mancha.

Leonel analisou de vários ângulos:

– Parece uma árvore! – Disse ele, enquanto examinavam tentando decifrar o desenho:

– Taranis, o que você acha? Olhe!

 Taranis olhou atentamente, e respondeu baixinho:

– Eu já vi esse desenho! Onde eu o vi? Hum... Espere um minuto!

 – E foi até uma velha estante, repleta de papiros e livros

empoeirados, à procura de um livro em especial, apontando o dedo indicador para cada livro enquanto a outra mão tentava retirar a poeira e teias dos livros:            

– Esse não, não, também, vai ver... Ah! Você está aqui, venha! – Taranis se esticou e ficou na ponta dos pés, não conseguindo alcançar o livro, proferiu uma palavra mágica :  

– Levatum! – Levitou alguns centímetros até alcançar o livro. Em seguida, disse:

– Descendit terram. – E levitou até os pés tocarem o chão novamente. Segurando o livro, voltou à mesa, abrindo-o o folhou, e eufórica:

– Já sei! É a árvore cósmica, considerada o centro do universo.

– É isso, a árvore Yggdrasil! –Afirmou Leonel, todo entusiasmado. – Isso é estupendo! É maior do que podíamos imaginar. Ela realmente é descendente de Simon.

Leonel aproveitou a distração da menina, que conversava com Elion, e sussurrou a Taranis:

– Só que mais poderosa!

Taranis não hesitou em mostrar sua preocupação, pois eram muitos poderes para uma garotinha tão pequena:

– É, veremos realmente qual é a sua verdadeira natureza.

Mestre Leonel calou-se por alguns instantes. Segundos mais tarde, chamou:

– Crianças! Vamos estudar!  A mágica sai de dentro do seu coração, a maior magia é do amor. –Ensinou o ancião de Silbury (clã da terra) aos pupilos.

– Eu posso fazer mágica? – Disse Sam curiosa: – Eu acho que estou sonhando!

– É magia! Não isso ai! – Retrucou Elion.

Leonel percebeu que a menina, naquele momento, não sabia quem era, e decidiu explicar:

– Vou lhe contar uma história: Cracia nem sempre foi uma cidade pacata. Há muito tempo atrás havia dois irmãos, embora os dois tivessem nascido em Silbury, um não pertencia de fato ao clã. Assim, quando ficou maior, foi revelada a sua verdadeira natureza. Ele não suportava permanecer em seu clã de origem, pois seu nível vibratório não era compatível com o dos demais, fazendo-o passar mal. Então, ele foi para o clã dos magos de Belial, tornando-se um mago muito poderoso, mas sua ambição o deixou extremamente perverso. Tão perverso que um dia roubou o pentagrama do templo central de Cracia, e abriu o portal de Annwn, a cidade dos sonhos, que separa o reino Malkuth do reino dos humanos. Esse Elemental de natureza bizarra atravessou os portais, chegando ao mundo dos humanos com o desejo de governar a humanidade, mas havia um Elemental com poderes idênticos capaz de neutralizá-lo. Seu próprio irmão, que o seguiu até o mundo dos humanos, recuperou o pentagrama e o capturou, trazendo-o a Cracia, onde o conselho o aprisionou. Mas o bom jovem ao regressar da missão, solicitou ao Conselho a permissão para deixar Cracia. O Conselho o advertiu de que perderia sua imortalidade, e possivelmente não poderia voltar a Cracia. Mesmo assim, o jovem Simon decidiu viver entre os humanos. Ele havia se apaixonado. Você, Sam, é neta do poderoso gram. Mir Simon. Possui poderes como os de seu avô.

Sam compenetrada na história, entristecida, disse,:

–Tenho saudade do meu avozinho. Mas então eu posso fazer... Mágica! Uau...

– Não é propriamente mágica, mas magia de usar os dons, e quanto mais você usa o dom maior ele se torna. No entanto, como tudo na vida, deve ser usado com equilíbrio, ou ele pode nos destruir, pois toda ação tem uma reação. – Explicou Leonel pacientemente.

Elion estava encantado com a história. A fim de chamar sua atenção, Leonel questionou:

– Onde paramos na aula passada?

Elion todo entusiasmado abriu sua bolsa, retirando dela alguns papiros, colocou-os sobre a mesa e respondeu altivo:

– Leis da hermenêutica, mas, Mestre Leonel, hoje eu encontrei o portal de Argatha.

– E vimos um trotrou. – Sam se intrometeu.

– Troll! – Elion corrigiu a menina.

– Isso aí. Troll! – Retrucou Sam.

– Como? – Questionou Leonel, surpreso.

– Nós nos perdemos pelas cavernas da montanha. – Respondeu Elion, encarando a menina.

– Isso é ótimo! Descobriram o caminho de Stanhengue, muito bem! Embora isso seja mais um problema. Continuemos com as leis da hermenêutica! – Proferiu Leonel.

– Er. O quê? – Sam parecia confusa.

Elion tirou os olhos do papiro e respirou profundamente pronunciando pausadamente:

– Her-me-nêu-ti-ca! Quantas luas você tem, pirralha?

– Eu não sou pirralha, não tenho lua nenhuma, tenho sete anos! E você? – Retrucou Sam.

– Eu vou completar 16 luas. – Elion respondeu arrogante.

– Você é velho! – Disse Sam gracejando dele.

– Não sou velho nada, velho é... – Elion retrucava, mas foi interrompido pela menina.

– Arquia?

O menino deu um suspiro encarando a menina, que furtivamente olhou para Leonel.

– Bem, eu tenho muitas luas, com muito orgulho! Arquia deve ter umas três luas a mais que eu. – Leonel intrometeu-se na conversa.

– E Taranis? – Quis saber Sam.

– Não é gentil perguntar o número total de luas dos Elementais. Para saciar sua curiosidade, tenho 358 luas! – Taranis revelou.

– Eu tenho sete anos! – Disse novamente Sam.

– Uma lua completa corresponde a sete anos no mundo dos humanos. Então, pequenina, você tem uma lua completa. – Explicou Taranis.

– Vamos continuar nosso aprimoramento. – Interrompeu Leonel. – Estávamos falando sobre as leis. Qual é a primeira?

Elion, novamente verificando suas anotações, respondeu:

– Mentalismo.

– Tudo começa com o pensamento. – Explicou Leonel: –E a segunda?

– Lei da correspondência. – Respondeu Elion.

– Isso mesmo, tudo que está em cima está em baixo. –Disse Leonel: – Isso nos leva à terceira, que é...

– Lei da vibração, segundo a qual nada esta parado, tudo se move. – Respondeu Elion de imediato.

– Muito bem, Elion. Fez seu dever de casa! A quarta lei é a da polaridade. Tudo tem os dois pólos. A verdade tem os dois lados, masculino e feminino. – Ensinou Leonel.

A menina começou a rir baixinho, provocando riso em Elion. Neste instante Arquia entrou apressado na sala de Leonel. Interrompeu a aula e foi direto ao assunto de vital interesse:

– Leonel, você tem em sua sala de poções um vidro com sangue de dragão? Quando cheguei ao templo central, fui direto à sala de poções à procura de alguns ingredientes. Abri vários vidros da prateleira, separei algumas ervas, mas a erva principal não é o suficiente para a poção. Por isso retornei a Silbury.

Na mesma hora, Leonel levantou-se para atender o amigo:            

– Professora Taranis, a senhora fica com as crianças. Continue a ministrar a aula!

Leonel e Arquia caminharam em direção à saída da sala rumo ao corredor que os levou a várias outras portas, sendo que uma delas era a porta da sala misteriosa de Leonel:

– Um vidro contendo a planta talvez, não há certeza. Mas viva? Hehe. Vamos até meus guardados.

Leonel chegou à porta de sua sala e retirou do cinturão uma chave, colocando-a no buraco do cadeado. Ao virá-la, fez-se um forte clarão. Arquia começou a rir:

– Você ainda usa esse truque?

– É, mas isso ainda funciona aqui, as crianças temem a luz do cadeado, mas logo, logo saberão que é uma simples brincadeira. Venha! Vou compartilhar meu segredinho. – Disse Leonel, conduzindo o amigo à parede de tijolos que se afastaram uns dos outros, abrindo como uma porta de correr, levando-os a um corredor escuro e sombrio. No corredor, Arquia admirava os desenhos nas paredes, decifrando-os:          

– Cruz de Malta, cruz de Tao, cruz de Anu, cruz ansata, cruz em X, talvez a mais importante, demonstrando a união entre os mundos superior e inferior.

 Antes que Arquia tecesse comentários mais profundos sobre as cruzes, Leonel o chamou:

– Arquia, venha! Finalmente vou compartilhar meu segredinho. – O portão de grades se abriu, levando-os à sala especial com inúmeras prateleiras e milhares de potes cobertos por teias de aranhas. Arquia, fascinado pela quantidade de potes, exclamou:

– Aqui deve ter a planta!

Os vidros e as prateleiras tremeram como se houvesse um terremoto, a sala movimentou-se mudando de lugar, a porta encaixou-se em uma passagem secreta que, ao abrir, revelou luzes vindas de cristais que cobriam a estufa com diversos vasos de plantas penduradas como trepadeiras. Leonel, entusiasmado por surpreender o amigo, só o observava. Arquia mais encantado do que nunca, por ver tantas plantas preciosas reunidas em vasos num único lugar, imediatamente começou a proferir o nome de cada uma delas:                 

– Hypericum canariense, Cardamono, Cedranella, Lycium barbarum, Flome vine, Anni visnaga, Narciso, Madressilva, Mandrágora, Romã... Que maravilha, isto é estupendo. Eu não me lembrava de que havia tantas, mas ainda não encontrei o sangue de dragão. Espere! Será esse pequeno galho?

Leonel foi até o pequeno vaso, encontrando a muda seca:

– Pelos sóis! Ainda ontem eu a reguei, agora isso!

O fato o deixou triste. Não tendo mais como ajudar seu amigo, Leonel calou se:

– Espere! – Pegou o pequeno vazo e continuou:

– Se a raiz estiver viva, eu... – Retirou a raiz da terra. E decepcionado disse:

 – Ela está morta! Agora só... – Encarando o amigo sugeriu uma solução.

– É onde estou pensando? – Indagou Arquia. – Leonel com  um pequeno gesto, confirmou.

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