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NOTAS DO AUTOR
Oi gente, voltei! Eu iria atualizar ontem, mas fiquei sofrendo demais assistindo a live de Marília Mendonça e não deu pra terminar o capítulo. KKKKKKK
MAAAAAS, aqui está ele pra vocês.
Boa leitura, até mais.
ps: fiquem em casa e se protejam! <3
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Arizona Robbins Point Of View
Semanas depois
Resolvemos voltar para Manhattam assim que notamos a melhora do senhor Carlos, a cada dia mais ele estava satisfatoriamente bem, retirando de nós, toda a preocupação. Os médicos pediram para que o homem ficasse por mais algum tempo em Seattle, mas a teimosia o fez voltar para sua terra natal, Carlos dizia que o México era o seu conforto e que poderia muito bem ser tratado lá. Devido à insistência do homem, o deixaram voltar juntamente com a senhora Lúcia e a sua filha caçula Carla. Com sorte, Callie conhecia uma clínica de fisioterapia ótima no México, perto dos arredores onde a família morava, sendo assim, ligou para o seu contato e o indicou ao pai. Estava tudo entrando nos trilhos, , apesar do cansaço corriqueiro, a latina encontrava-se feliz, desde que chegamos à Nova York, Calliope e eu não sossegamos, nossa agenda estava lotada, não imaginávamos que ao voltar, iríamos ter tantos pacientes nos esperando.
Lúcia e Calliope estavam se aproximando aos poucos, era satisfatório ver minha sogra se esforçando para tornar tudo agradável de novo, finalmente a mulher deixou de lado o orgulho e rendeu-se. Sofia estava radiante com tudo isso, apesar do distanciamento, a minha pequena gostava dos avós e sabia o quão importante eles eram para sua outra mãe.
E sobre a minha conversa com April, depois de muito pensar a respeito do assunto, decidi tentar engravidar, o "e se" não saía dos meus pensamentos, contudo, o importante é dar o primeiro passo. Irei falar com a Addison sobre isso e não quero que a Calliope saiba, não enquanto eu não tiver certeza que deu certo. Talvez eu esteja sendo injusta ou egoísta, porém, não quero criar expectativas, vai que não funcione? As estatísticas constam que mulheres na minha idade são mais difíceis de engravidar, mas ok, eu vou tentar afastar de mim esses pensamentos negativos, dizem por aí que atraímos o que pensamos, não quero atrair negatividade.
[...]
– Bom dia, Robbins. - Nicole me cumprimenta. – Por sinal, trouxe um café para você. - A mulher estende o copo no ar para que eu pegasse e estranho a atitude visto que minha amiga era o mau humor em pessoa de manhã.
– Bom dia, Nic. - Respondo gentilmente. – Qual bicho mordeu você?
– Por quê? O que eu fiz? - Ela indaga.
– Ué, você nunca está de bom humor pela manhã. - Digo o óbvio. Nicole sorri de canto.
– Talvez eu tenha dormido com um passarinho verde...
– Arrisco dizer que esse passarinho seja uma "passarinha" - Faço as aspas com as mãos. – bem colorida. - Concluo.
– Talvez você esteja certa! - A mulher esboça um sorriso de orelha a orelha ao terminar a frase.
– NÃO ACREDITO! - Dou um pulo da minha cadeira, indo abraçá-la, Nicole solta um gritinho pelo susto tomado. – Desembucha, anda... Quem é a mulher que está te arrancando risinhos bobos pela manhã?
– Ok! Sei que se eu não falar, você vai ficar insistindo com essa voz irritantemente alegre até eu ceder.
– Você me conhece tão bem...
– É a Regina Mills, eu a conheci numa conferência em Londres, satisfeita?
– Sim, mas só vou ficar satisfeita por completo ao conhecê-la.
– Só passando por cima do meu cadáver! Você vai ficar mais irritante ainda. - Nic revira os olhos.
– Ótimo, nos encontraremos no seu velório. - Sorrio debochadamente. – A propósito, tchau querida, o dever me chama. - Me levanto da cadeira dando-lhe um beijo na bochecha e me retiro do local.
– Você não vale o chão que pisa, Robbins! - Ouço-a gritar, mas estou tão longe que nem sinto a obrigação de responder.
[...]
Parece que todas as grávidas de Manhattam resolveram sair de casa para ir visitar a nossa clínica, algumas solicitavam apenas a minha presença, na verdade, eram pacientes mais antigas, já outras, não possuíam tanta preferência assim, no final do plantão, eu estaria exausta.
Depois de sair de uma pequena cirurgia, corro diretamente para outra, trabalhar com bebês que nem nasceram ainda era uma das minhas especialidades e ver a alegria das mães ao ver que seus filhos nasceriam cem por cento saudáveis era satisfatório pra mim. É essa certeza que eu quero ter ao engravidar, que meu bebê nascerá saudável.
Após o almoço, decido parar de enrolar e ligar logo para a melhor amiga da minha mulher.
A ruiva atende no primeiro toque.
– Alô, Addie?
– Oi Ari, aconteceu alguma coisa? - Indaga preocupada.
– Não, está tudo bem. - A tranquilizo do outro lado da linha. – É que eu queria falar sobre um assunto, você está disponível agora?
– Eu iria checar alguns pós-operatórios, mas isso pode esperar. - Ela solta um risinho meio abafado. – Me conta, qual é o assunto?
– Então... - Respiro fundo. – Você sabe que o sonho da Calliope sempre foi ter mais de um filho, de repente, isso se tornou o meu sonho também, mas quando tentamos, eu sofri aquele aborto espontâneo, vieram às brigas e o fim você já sabe... - Fecho os olhos, falar sobre isso ainda doía um pouco. – Mas... Mas... Agora eu quero tentar de novo, quero tentar engravidar e quero a sua ajuda.
– OH MEU DEUS! - A ruiva solta um gritinho fino ao telefone e eu afasto o aparelho do meu ouvido, a voz dessa mulher pode ser aguda demais às vezes. – É claro que eu irei te ajudar, mas... A Calliope já sabe? Ela vai ficar tão feliz quando souber! Eu...
– Hum... Addison? - Interrompo-a.
– Sim querida?
– Não conte para Callie, eu não vou contar agora.
– Por quê? - Ela questiona.
– Primeiro eu quero ter certeza, entende? Não quero fazê-la criar expectativas iguais da última vez, não quero estragar tudo.
– Você não vai estragar tudo, Ari. Como eu sou uma ótima profissional... – A ruiva diz se gabando e eu sorrio. – Esse procedimento vai dar certo! O sigilo entre médico e paciente estará garantido, fique tranquila.
– Que bom. Obrigada por entender, Addie!
– Não precisa agradecer Ari! Mas quando vai vir a Seattle para darmos play nesse sonho?
– Quero "dar play" - Uso seu próprio dialeto. – O mais rápido possível, então vou me organizar aqui para no próximo mês viajar até Seattle, tudo bem pra você?
– Sim, tudo ótimo. Porém, como vai despistar a sua mulher? A gente sabe o quanto a morena é curiosa...
– Simples, levarei a Sofia comigo para não viajar sozinha e irei falar que estou indo a uma conferência, como a Callie odeia esse tipo de evento, ela não vai fazer tanta questão de ir.
– Ok, loirinha você é um gênio, mas não maltrate nossa latina, ok? Ela merece saber sobre isso.
– Eu sei, Addie. Toda espera vai valer a pena. - Concluo.
– Assim esperamos! - Diz por fim. – Mais alguma coisa que queira falar comigo?
– Não, era apenas isso, obrigada mais uma vez!
– Fique tranquila, Robbins. Então... A gente vai se falando, certo?
– Sim, a gente vai se falando, agora vou indo, beijos Addie!
– Beijos, loira! Até mais.
A gente se despediu e encerramos a ligação, checo as horas no celular e vejo que tenho mais alguns minutos antes de voltar ao trabalho, portanto opto tirar um leve cochilo.
[...]
– Meu amor! Pensei que chegaria mais tarde hoje, o que aconteceu para você chegar nesse horário? - Calliope perguntou vindo até mim na porta, pegando minha bolsa e selando nossos lábios em seguida.
– As duas últimas pacientes remarcaram a cirurgia pra amanhã, portanto, meu plantão se encerrou mais cedo.
– Isso é ótimo. - A latina sorri mostrando quase todos os seus dentes brancos e bem alinhados. – Chegou bem no momento em que eu iria servir o jantar.
– Eu amo isso, sabia?
– Isso o quê? - Ela indaga franzindo as sobrancelhas.
– O seu sorriso. Ele é... Ele é perfeito. Sempre acho que com o tempo eu vou me acostumar a vê-lo, mas sempre que penso isso, acabo me enganando, eu me apaixono por cada pedacinho seu todo dia, mais e mais.
– Se eu tivesse que escolher entre te amar ou respirar, eu usaria meu último suspiro pra dizer: eu te amo! - Callie diz usando toda sua ternura, tenho certeza que agora minhas pupilas estavam altamente dilatadas por ela.
– Eu amo tanto você, meu amor... E te amarei por mais mil anos. - Confesso abraçando-a logo após, distribuindo beijos por seu pescoço trilhando caminho até seus lábios carnudos.
– Ei vocês! Não cansam de estar agarradas?
Quebramos o nosso contato assim que ouvimos a voz irreconhecível da nossa filha.
– Você é uma empata...
– Foda! - Sofia completa antes mesmo de mim. – Isso eu já sei, mãe! - Ela revira os olhos. – Mas é que vocês vivem se pegando pela casa, não tenho culpa de chegar quase sempre nessas horas.
– Primeiro: cuidado com esse linguajar, eu vou meter um sabão nessa sua boca! - Calliope adverte. – Segundo: você tem um ponto. Porém, duvido que não fique assim com o Brendon.
– Brendon? - Franzo os cenhos sem entender. – Quem é esse?
– Ué, mamãe! Não lembra? É o meu namorado... - Sofi responde.
– Desde quando? Você só tem doze anos!
– Acorda Arizona! Nossa filha já tem dezoito anos. - Minha mulher responde, com um semblante esquisito.
– Não... Não tem!
– Calliope! Arizona! O meninão de vocês já está de banho tomado. - Rihanna informa enquanto desce as escadas com um bebê nos braços.
– A meninona também está! Deu trabalho, mas agora está cheirosinha... - A senhora Doralice afirma descendo também as escadas, a mais velha tinha em seus braços outro bebê.
– Como assim? Eles não são meus! - Murmuro estando super confusa.
– Claro que é amor, inclusive, estou grávida do nosso quarto filho. - Ponderou Callie enquanto acariciava a sua barriga.
– Essa não é minha família, eu não lembro de nada disso. - Exclamo assustada, negando incontáveis vezes com a cabeça, balançando-a para um lado e para o outro.
Todos presentes na sala me olham de maneira estranha, de repente me sinto fraca e me sento no sofá enterrando o rosto na palma das mãos.
– Meu bem... -Calliope se senta ao meu lado, depositando uma de suas mãos em minhas costas. – Não se desespere, nós somos sua família, mas não a do presente.
– O que quer dizer com isso? - Levanto a cabeça para encará-la.
– Somos o seu futuro.
– Mas... - Tento falar, mas Callie ergue seu dedo indicador e o coloca nos meus lábios, calando-me.
– Vai dar tudo certo, querida. Confie em mim e acima de tudo, confie em si mesmo. - Ela deposita um beijo carinhoso na minha testa fazendo-me sentir uma calmaria imensurável.
De repente, vejo tudo ao meu redor diluir-se em mil pedacinhos, virando areia e sumindo, inclusive minha família.
– AONDE VOCÊ S VÃO? - Grito com a voz embargada.
– Não se preocupe mamãe, nos encontraremos de novo. - Outra criança surge em meio ao amontoado de areia acenando para mim, seu sorriso era idêntico ao de Calliope.
[...]
– NÃO! - Abro os olhos de forma brusca e percebo que estou sozinha no quarto dos médicos. – Então era tudo um sonho? Oh meu deus! - Respiro fundo, bastante aliviada.
O Pager que estava no bolso do meu jaleco começa a tocar.
– Droga! Parece que advinha... - Resmungo baixo para eu mesma enquanto me levanto.
Em seguida pego o jaleco que estava preso a cabeceira de ferro da cama e me retiro do quarto entrando nos corredores indo até o lugar onde me convocaram.
– Que sonho mais estranho! - Penso enquanto caminho.
Horas depois...
Depois de horas no plantão, finalmente eu havia largado. Agora eu estava dentro do carro a caminho de casa, aproveito que o sinal fechou pra enviar uma mensagem para Callie.
A.R: Querida, você já chegou em casa?
C.T: Acabei de chegar, estou indo agora mesmo tomar um banho. Por quê?
A.R: Estou perto daquele restaurante japonês, vai querer que eu leve o nosso jantar?
C.T: Oh céus! Parece que você advinha, sabia? Sofia comentou agorinha que queria comer yakisoba.
A.R: Tudo bem, então nós teremos yakisoba no jantar hoje! Vejo vocês em meia-hora, beijos.
C.T: Ok amor, beijos e se cuida! Até mais.
Jogo o celular no banco ao lado e volto com a atenção para o trânsito, o sinal havia aberto. Chegando ao restaurante, faço os pedidos de sempre, o garçom já nos conhecia, éramos a família que sempre pedíamos por "Yakisoba e Sushi" quase toda semana. Após ter ficado pronto, volto para o carro e dirijo por mais dez minutos até chegar em casa.
– Tem alguém nessa casa? - Pergunto ao abrir a porta e ver que não tinha ninguém na sala.
– Mamãe! - Sofia vem descendo as escadas correndo para me abraçar.
– Oi meu amor! - Abraço-a de volta. – Eu já não disse que era pra descer os degraus devagar?
– Eu sei, eu sei... Mas eu não sou um bebê! - Sofia faz bico ao responder.
– Você sempre será o meu bebê, mocinha. - Pincelo seu nariz carinhosamente com meu dedo. – Cadê sua mãe?
– Estou aqui, amor! - Ela responde descendo a escada. Olho para a mulher e vejo que seus cabelos estavam com um penteado diferente.
– O que houve com seu cabelo? - Questiono segurando o riso.
– Sofia e eu estávamos brincando de salão de beleza. - Responde. – Não ri!
– Mas eu não estou rindo, amor...
– Está muito bonito, não é mamãe? - Sofia pergunta para mim.
Olho para Calliope novamente e depois para a nossa miniatura.
– Sim, meu anjinho. Está muito bonito. - Digo esboçando ironia e dando ênfase a palavra "muito".
– Você me paga! - A latina murmura entredentes.
– No débito ou crédito? - Sorrio do seu semblante fazendo menção de sair de perto dela, porém, sinto-a me puxar de volta prendendo meu corpo ao seu.
– Você é muito debochada, sabia?
– Eu? Que nada... - Dou um sorrisinho de canto. – Sofia, meu bem, pegue a sacola com o nosso jantar e coloque na mesa, sua mãe e eu estamos indo já.
– Ok mamãe! - A menina responde e corre para cozinha.
– Estou esperando meu beijo... - Digo assim que ficamos a sós na sala.
– E mandou nossa filha sair por quê?
– Quero um beijo melhor do que apenas um selinho. - Respondo e ela sorri com malícia.
– Não precisa nem pedir duas vezes...
Calliope me enlaça mais ainda em seus braços e toma minha boca para si, preenchendo o vazio com sua língua, o beijo era lento e intenso, do jeito que eu gostava, ora ela chupava meus lábios, ora ela mordia, me deixando inebriada com as sensações que me causava, após beijar meus lábios, Callie percorreu com a boca até meu pescoço marcando um caminho de beijos entre os vãos, depois voltou lambendo e chupando devagar até chegar a minha boca e depositar um selinho.
– Satisfeita? - Ela pergunta me desprendendo dos seus braços.
– Você sabe que meu desejo por você é insaciável.
Calliope sorri.
– Adoraria que você me mostrasse isso mais tarde quando estivermos no nosso quarto.
– Com prazer, meu bem. Agora eu vou tomar um banho e você vai ficar com nossa filha na mesa me esperando.
– Ok, não demora, estamos famintas.
– Pode deixar, senhoritas famintas.
Eu me afasto dela aproximando-me da escada e caminhando diretamente para o nosso banheiro dentro do quarto. Chegando, retiro toda minha roupa colocando as peças dentro do cesto e em seguida sigo para o box onde ligo o chuveiro permitindo que a corrente de água passe por meu corpo retirando toda sujeira acumulada ao longo do dia e me faça relaxar. Cerca de dez minutos depois eu estava novinha em folha, visto um pijama soltinho e desço para fazer companhia às duas mulheres da minha vida.
– Cheguei! - Digo ao me sentar ao lado de Sofia.
– Até que fim, se a senhora demorasse mais um pouquinho assim - Sofi mostra o que está falando fazendo gesto com o dedo indicador e o polegar. – Iríamos morrer de fome, não é mãe?
– Oh, sim... Sem dúvidas! – Callie concorda e sorri do drama que a filha fazia.
– Ok, mas que bom que eu cheguei! Assim ninguém morre hoje nessa casa.
Então começamos a comer, Sofia não parava de falar sobre o dia e sobre o quanto era talentosa na aula de teatro, sim, nossa filha fez a gente inscrever ela nessa aula extra, contava como horas complementares na escola, então unimos o útil ao agradável. Depois do jantar, fomos assistir uns episódios da série "Ravens's home" e sem querer, adormecemos na sala mesmo... Foi um dia cansativo, mas no final dele, eu tinha as melhores companhias comigo.