All through the night [Namjin...

By LilaSYunoh

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1945, o mundo vivia em guerra. Enquanto o mundo se destruía, o amor de dois garotos crescia, até ser destruíd... More

|Avisos|
Capítulo 1: Ahn Je-hyu
Capítulo 2: Shin Nakama [+18]
Capítulo 4: ...e destruição de outros.
Capítulo 5: Lugar novo, novas experiências.
Capítulo 6: Dias que não voltarão [+18]
|Avisos²|
Capítulo 7: Vida nova
Capítulo 8: Rumo aos EUA. [+18]
Capítulo 9: We Collided
Capítulo 10: Início de tudo
Capítulo 11: Will you...
Capítulo 12: ... be my boyfriend?
Capítulo Final: That will be all [+18]

Capítulo 3: Criação de laços...

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By LilaSYunoh

Quem é esse garoto...

...ele é lindo.

Shin Nakama e Ahn Je-hyu finalmente haviam se conhecido. Por alguns segundos eles ficaram se encarando. Shin olhando os olhos sofridos de um coreano sofrido e Je-hyu olhando os olhos rasos de um menino diferente, de uma pessoa bem cuidada, que não fora massacrada por uma ditadura, nem pela morte de seus pais. Ali, naquele exato ponto, naquele exato momento no espaço-tempo, dois polos diferente, duas galáxias distintas, duas vida vividas diferentemente, estavam se colidindo.

O transe dos dois terminou quando a assistente social cumprimentou Sakura Nakama - bom dia, senhora Nakama - fez uma pequena reverência com a cabeça.

- Bom dia! - sorriu para a assistente - esse é o garoto? - olhou para Ahn com olhos convidativos que exalavam um sentimento semelhante ao que a mãe biológica de Ahn exalou em seus últimos momentos, a assistente, então, assentiu - tudo bem contigo, meu querido? - Je-hyu assentiu dando um sorriso triste - qual é o seu nome? - a mulher perguntou mesmo já sabendo.
- Me chamo Ahn Je-hyu, prazer em conhecer - falou em japonês o que impressionou a mulher - espero que possa cuidar bem de mim - se curvou em frente à mulher - obrigado por me acolherem em sua casa - seus olhos estavam marejados.

Enquanto tudo isso acontecia, Shin não tirava os olhos de Je-hyu, que também não tirava os olhos de Shin.

- Entrem, por favor! - gesticulou chamando ambos para entrar - farei o café da... - olhou para a cozinha e viu que a comida já estava pronta, olhando direto para Shin que estava vidrado em Je-hyu - Shin? Foi você que fez isso? - o mais novo olhou rapidamente para sua mãe e assentiu.

- É... E-eu queria fazer um café coreano para ele. Aí eu peguei aquele livro ali... - apontou para o livro - ...e fiz o café - passava as mão no cabelo pelo nervoso e vergonha - fiz mal? - colocou a cabeça de lado.

- Você fez muito bem! - passou a mão na cabeça do filho - me economizou um tempão, arigatō! - voltou sua atenção às pessoas na porta - entrem!

- Infelizmente eu tenho que voltar agora - virou-se para Je-hyu - não precisa se preocupar, eles são pessoas incríveis - abraçou o mais novo e se virou à senhora Nakama - cuide bem dele! - sorriu, fez uma reverência e tomou seu caminho rumo à Coreia.

- Entre Je-hyu - colocou a mão no ombro do mais novo - Shin, leve a mala dele para o seu quarto, por favor! - gritou enquanto levava Je-hyu à sala de jantar.

- Certo, okāsan! - pegou a mala de Ahn Je-hyu e levou para o seu quarto.
- Obrigado por me receberem, senhora Nakama - se referenciou novamente - eu não sei se conseguiria ficar naquele abrigo por muito tempo - seus olhos estavam começando a formar lágrimas - depois do que aconteceu com meus pais eu não sei se eu conseguiria aguentar muito tempo sozinho - as lágrimas começaram a descer, logo a senhora Nakama as limpou.

- Não me chame de senhora Nakama - disse limpando suas próprias lágrimas - se for confortável para você, me chame de okāsan ou omma, ou de Sakura, caso não esteja confortável - Shin estava ouvindo a conversa do quarto - e não chore, agora você tem uma família novamente, podemos não ser sua família de sangue, mas seremos sua família de coração - abraçou o mais novo que a abraçou de volta. - eu vou acordar o meu marido, venha comigo, vou mostrar seu quarto.

- Certo, okāsan - ele olhou para a mulher que estava sorrindo.

- Infelizmente nós não temos outro quarto, então você vai dormir com o meu filho - pararam na frente da porta do quarto de Shin - Filho, mostre seu quarto ao Je-hyu, eu vou acordar seu otōsan!

- Certo, okāsan - foi em direção a porta, morrendo de vergonha - entre... Por favor - não conseguia olhar para Je-hyu por sua cara estar vermelha - bem... É... E-essa é a minha cama - que agora é nossa, pensou - esse é o meu guarda roupa - que também é seu agora, pensou novamente - acho que... É isso. Pode ficar à vontade, eu vou esquentar o café de novo - quando foi sair do quarto sentiu uma puxada em seu braço. Je-hyu o tinha segurado.

- Obrigado por me deixar ficar com você no quarto, deve ser horrível ter que dividir sua privacidade com outra pessoa - se curvou.

- Não faz isso - deu uma risada baixa - não é como se estivéssemos nos casan... - parou a frase por causa da vergonha - não precisa agradecer, eu me ofereci para isso... Minha mãe já vai sair do quarto - olhou em direção ao quarto dos seus pais, ouvindo um barulho - vamos para a cozinha - estendeu a mão para seu novo irmão - prazer em conhecer, me chamo Shin Nakama - Je-hyu então apertou a mão de Shin.
- Me chamo, Ahn Je-hyu, pode me chamar de Je-hyu.

- Pode me chamar de... Hyung? Isso, hyung - disse sorrindo já que sua vergonha estava se dissipando.

- Shin hyung - disse rindo para o mais velho.

- Vamos para a cozinha - ambos foram e nem perceberam que não haviam soltado suas mãos.

Alguns minutos depois os adultos saem de seu quarto, finalmente Nagisa viu o filho daquele que um dia o ameaçara, mas isso não importava. Je-hyu não tinha culpa disso, o passado de um familiar não o impediria de amá-lo com seu filho.

- Olá Je-hyu, muito prazer. - pegou a mão do mais novo e o cumprimentou - me chamo Nagisa Nakama, mas pode me chama de otōsan ou appa - riu para ele, que devolveu com um sorriso sincero.

- Prazer em conhecê-lo, otōsan - riu com vergonha dos olhares.
Todos estavam assentados à mesa, tomando seu café coreano especial feito por Shin.

- Isso lembra sua casa, Je-hyu? - Sakura olhou para o garoto que estava comendo sem dar tempo para a respiração.

- Ohh... Eu nunca comi isso na minha vida - a inocência dessas palavras mexeu com a senhora Nakama que se entristeceu na mesma hora - minha família era pobre, a gente comia lamen todo dia depois que nos mudamos para Daegu - ele finalmente tinha descoberto onde morava - é uma das melhores coisas que já comi - sorriu para todos, principalmente para Shin que ficou olhando o mais novo comer.

- Pode comer devagar - Shin sorriu pra ele - eu fiz bastante - Je-hyu olhou para Shin e riu com as bochechas cheias formando um boquinho. Que fofo, Shin pensou rindo para o mais novo.
Todos haviam terminado de comer, então Sakura chamou Je-hyu - você estudava na Coreia?

- Eu estudei até me mudar pra Daegu, minha mãe era minha professora, quando morávamos na capital, aí nos mudamos e ela parou, eu estou 1 ano atrasado.

- Você tem vontade de estudar? - sim, ele tinha, ele tinha muita vontade. Je-hyu assentiu - eu vou te levar à escola na segunda, tá bom? - o menor assentiu com um sorriso radiante em sua face - você está sorrindo muito hoje - estava rindo.

- É que eu não consigo esconder minhas emoções, eu estava triste até a hora que cheguei aqui - olhou nos olhos de sua okāsan - desde do dia em que meus pais morreram eu não sorri, não tinha motivo para isso, pra que sorrir quando se está triste? - seus olhos estavam ficando molhados de novo - fingir estar bem quando na verdade não está pode afastar qualquer pessoa que queira ajudar, então se eu estou triste e mal eu expresso, ajudas são sempre bem-vindas.

- Adotar você foi um presente, você é tão precioso - abraçou seu novo filho - eu vou te dar todo amor do mundo - ela realmente ia - eu tenho dois filhos agora... - respirou fundo - Antes que eu comece a chorar, eu vou sair e comprar seu material e te matricular na escola, vai arrumar suas coisas no quarto, daqui a pouco eu volto.

- Vai com cuidado, okāsan - ela o abraçou e ele retribuiu.

Je-hyu, assim que Sakura saiu de casa, foi para o quarto de Shin, que agora também era seu quarto.

A porta estava fechada e Shin estava dentro do quarto, Je-hyu então bate na porta - posso entrar? - não abrira a porta.

Shin então abriu a porta - não precisa pedir permissão, o quarto também e seu agora - sorriu para o mais novo, fazendo uma indicação para entrar.

Entrando no quarto, Je-hyu ficou maravilhado de ver um quarto tão grande, já entrara lá uma vez, mas não tinha percebido o tamanho dele, agora, com mais calma, ele viu. Tudo naquele quarto era grande... - coloca suas coisas ali - Shin indicou o guarda roupa - você vai dormir aqui - bateu do lado esquerdo onde estava.

- Certo - começou a tirar as poucas coisas que tinha na sua mala e colocando em cima da casa para organizar.

- Você só trouxe isso - olhou para o rosto do mais novo espantado, como alguém só tinha aquilo de roupas?

- É tudo o que eu tenho - passou a mão nas roupas - foi minha omma que fez, elas são tudo que me sobrou dela - limpou seus olhos marejados.

- Sorte que você tem o meu tamanho, eu posso te dar algumas roupas, eu não uso todas - disse passando pelo mais novo - você até que é bem forte, também quer entrar no exército? - começou a pegar algumas roupas.

- Eu fiquei assim depois da puberdade, mas eu fazia trabalho físico na Coréia - passou a mão em seu braço - eu nunca pensei em entrar no exército - olhou para Shin que novamente estava o encarando - porque você olha tanto pra mim? - deu uma risada boba.

Porque você é lindo e um gostoso, pensou.

- Ahmm? É-é que e-eu... - estava gaguejando e parou de falar, ignorando a pergunta e se virando para o guarda roupa, vermelho como sangue.

Je-hyu riu da falta de jeito de Shin, achou fofo.

Enquanto Shin pegava as roupas no guarda roupa ele deixou-se na cama e acabou adormecendo enquanto olhava o teto de seu novo quarto. Nada pode estragar isso, vai ser tudo perfeito, pensou.

- Je-hyu, expe... - Shin viu que o mais novo estava dormindo e voltou a encará-lo - você é tão lindo, tão fofo - sentou do lado do mais novo - eu vou cuidar de você - deitou-se e acabou adormecendo.

Algumas horas depois Sakura chega em casa - eles ainda estão no quarto? - dirigiu-se até lá e viu os dois dormindo abraçados, não de um jeito malicioso, mas de um jeito que mostrava proteção, expressava um amor mais forte do que qualquer coisa - que fofo - fechou a porta rindo pela fofura do momento e foi para a cozinha fazer o jantar.

[...]

Je-hyu foi o primeiro a acordar e perceber que estava sendo abraçado por Shin, aquilo não o incomodou, pelo contrário, ele se sentiu protegido.

- Meninos! - Sakura gritou - venham comer! - Shin finalmente acordou e fingiu surpresa ao acordar agarrado a Je-hyu.

- Dormiu bem? - Je-hyu perguntou sorrindo.

- Melhor impossível! - sorriu ladino para o outro.

Ambos se levantaram e foram jantar, e logo perceberam que tinham dormido praticamente o dia todo. A noite seria longa pra eles nesse dia.

[...]

Após tomar seu banho, Je-hyu vestiu umas das roupas dadas por Shin - ficaram boas em você - fez cara de surpresa - melhores que em mim.

- Você acha? - deitou do lado de Shin, que já havia tomado banho e já tinha deitado - obrigado - deu uma risada vergonhosa.

- Mais cedo, você disse que não queria ir para o exército, não é? Por quê? - virou o rosto para Je-hyu, que olhava para o teto - não tem vontade de honrar o seu país?

- A Coreia não tem exercito, na maioria das vezes são apenas os desordeiros que são obrigados a entrar no exército japonês. E o Japão não é meu país - falava com um tom calmo e sereno, não querendo transparecer o certo ódio que tinha ao Japão - eles invadiram minha terra, mataram meu povo, acabaram com a minha cultura e os poucos que resistem são mortos. Como honraria um país assim? - olhou para Shin, que aparentava incômodo pela fala de Je-hyu.

- Acho que a invasão da Coreia e dos outros territórios foi necessária - começou a mirar o teto - quando uma cultura e um país são fracos, outro deve tomar as rédeas.

Je-hyu, então, sentou-se e cruzou as pernas, estilo índio - mas quem decide que a cultura e um país são fracos? - olhou diretamente para os olhos de Shin - a partir do momento que uma cultura é subjugada, a partir do momento que ela é "assassinada" por outras que supostamente são mais fortes ou melhores, é nesse momento que aquele país se torna fraco. Exércitos não fazem um pais ser forte, política não faz um país ser forte, dinheiro menos ainda. O que faz um país ser forte é a cultura, é o povo que a mantém viva.

- Mas... - levantou também - você não iria quer expandir sua cultura para os outros?

- Você iria querer que outro país impusesse sua cultura aqui? - olhou no fundo do olho de Shin.

- Não... - pensou por um breve segundo - claro que não.

- É por isso, não é justo fazer com os outros aquilo que você quer que façam com você - sorriu para o mais velho não mostrando rancor, mas passando uma visão diferente dos fatos - eu acredito que a graça do mundo, mesmo não o conhecendo por inteiro, são as diferenças. Eu via no jornal as fotos de vários países que pareciam vários dentro de um, como o Brasil. Só em uma foto, eu vi muitas pessoas diferentes, imagina como seria triste a cultura deles ser destruída pelo, não sei, Estados Unidos, por exemplo.

Shin pensou por alguns segundos - você está certo, me desculpa se eu te ofendi - curvou a cabeça mostrando arrependimento.

- Não faz isso - colocou a mão no queixo do mais velho levantando sua cabeça, Shin ficou vermelho - fico feliz que você está disposto a ouvir outra opinião e mudar a sua a partir disso.

Sakura entrou no quarto - vão dormir, já está tarde.

Certo, okāsan - disseram ao mesmo tempo.

Ambos se deitaram - eu prometo que vou te levar lá - Shin falou baixinho no ouvido de Je-hyu.

Je-hyu sentiu um arrepio percorrer seu corpo e seu coração acelerar - o-o que? O-onde? - Se virou para Shin.

- Para o Brasil, vou te levar lá um dia. É uma promessa - colocou a mão no rosto de Je-hyu - nós vamos lá, nem que seja a última coisa que eu faça.

Je-hyu abraça Shin em um ato não pensado, ele foi através de um sentimento, um instinto - obrigado - soltou o mais velho com vergonha - eu vou te cobrar - eles riram baixo - Boa noite - sorriu.

- Boa noite - devolveu o sorriso.
Mesmo tendo se conhecido há algumas horas, Je-hyu e Shin já haviam criado uma ligação, um fio que os unia, uma promessa a ser cumprida.

~~~~~~~~~

Olá, gente!

Esse capítulo foi bem soft e longo - ele ia ser bem maior nas eu dividi e fiz o capítulo 4, tanto que os nomes dos capítulos se complementam.

Desculpa por algum erro, ou por exagerar nas críticas sociais que eu tentei fazer.

Obrigado a todos que estão lendo ♥️♥️

Votem e comentem pra eu saber se vocês estão gostando.

Até o próximo capítulo!

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