For You ¡Hiatus para correção...

By favlarinas

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Já imaginou deixar o seu país de origem e ir para outro no qual tudo é completamente diferente? Não é nada fá... More

Prólogo.
02. The party
03. You?
04. Neighbors?
05. An unexpected part 1.
06. An unexpected part 2.
07. Exchange of glances and memories back

01. Helou, LA.

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By favlarinas

Any POV.

07:55 AM.
Los Angeles, CA, EUA.

A brisa suave fazia meus fios de cabelo voarem à medida que pisava firme no acelerador do carro, sentindo o ar fresco contra meu rosto, fazendo-me respirar fundo. Eu estava me sentindo tão bem e confiante, todo o nervosismo que sentia minutos atrás havia desaparecido, dando lugar a uma sensação boa. Era como se tudo pudesse dar certo, e eu faria isso acontecer.

1 mês.

Fazia exatamente um mês que havia me mudado para LA com a minha família. Minha mãe conseguiu uma boa oportunidade de emprego, e por coincidência do destino, eu havia conseguido uma bolsa de estudos na Sierra Canyon School. Foi como um sonho. Era um sonho. Ainda me lembrava do pequeno surto que tive quando li o e-mail de aprovação, o susto que minha mãe levou quando dei o primeiro grito de felicidade, ela jurou que alguém havia conseguido entrar no meu quarto e era uma tentativa de sequestro.

Delírios da dona Priscila.

Me senti nas nuvens, sem dúvidas foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu tinha uma vida boa no Brasil, era rodeada de pessoas, tinha uma vida social razoável, isso inclui estar presente em algumas festas e sociais organizadas pelos meus amigos e claro, tinha alguém. Eu estava ciente que essa mudança repentina havia causado um baque na vida da minha mãe, era a família dela que estava ficando para trás, mas nem mesmo isso foi capaz de fazê-la desistir. E eu agradecia por isso. Era uma grande oportunidade para mudarmos nossas vidas completamente e agarramos isso com todas as forças.

Era o meu primeiro dia no colégio, a grande movimentação de alunos transitando de um lado para o outro me fez respirar fundo enquanto estacionava o carro em uma vaga livre. Por uma fração de segundos eu me senti dentro de um filme clichê de adolescentes, qualquer semelhança era mera coincidência. Atravessei o campus observando os grupos passarem ao meu lado, todos eufóricos enquanto conversavam animadamente.

Eu não era a única novata ali, não era possível.

Observei o papel em minha mão que continha as informações necessárias para eu conseguir encontrar minha classe. Era um pequeno mapa do colégio, eles realmente achavam que ninguém ficaria perdido ali. Que engraçado.

A medida que caminhava pelo enorme corredor procurando o meu armário, podia sentir alguns olhares curiosos me acompanharem. Eles nunca viram uma brasileira? Não que isso esteja escrito na minha testa, é claro. O fato de ter várias pessoas me encarando como se eu fosse um ser de outro mundo me incomodava. Encarei a folha de papel em minhas mãos, desejando mentalmente que não fosse no final do corredor, e sim onde eu estava.

O barulho alto da porta do armário batendo ao meu lado me fez dar um pulo de susto e um grito, podendo sentir duas mãos segurarem firme nos meus ombros, no momento em que ergui o meu rosto encarando a garota em minha frente que me olhava com um sorriso largo. Seus olhos brilhavam.

Que susto, porra.

— BRASILEIRA?! — ela praticamente gritou, fazendo-me erguer as duas sobrancelhas e balançar a cabeça.

— Oi? — murmurei.

— Dios mio, já posso agradecer aos céus. Eu sabia que teria outra latina, eu senti isso, sabe? Foi uma premonição. Estou tão feliz. Eu te falei, Noah. — ela estava eufórica, seus braços envolveram o meu corpo em um abraço caloroso. A garota praticamente se jogou em cima de mim.

Que porra estava acontecendo?

— Meu Deus. — não contive uma risada baixa, eu sequer conseguia retribuir ao abraço.

— Você é brasileira, eu sabia. — ela se afastou. — E é simplesmente maravilhosa.

Ok. Eu não estava entendendo absolutamente nada.

— Muito obrigada...? — a olhei esperando que me dissesse o seu nome.

— Sabina. — ela sorri de orelha a orelha ao se apresentar. — Sou Sabina Hidalgo, a rainha desse colégio e a melhor pessoa que você vai conhecer nesse lugar.

— Por Deus, Sabina... Você vai assustar garota. — a voz do garoto atrás dela chama nossa atenção, eu nem havia percebido a sua presença ali.

Ele era alto, alguns fios de seu cabelo caíam em seu rosto, seus olhos castanhos se mantinham fixos em mim enquanto me olhava com um sorriso amigável.

Não consigo controlar uma risada e felizmente ela me acompanha.

— Sou Any Gabrielly, prazer.

— Relaxa, eu não vou perguntar se é como qualquer. — é quase impossível não rir. — Cala a boca, Urrea. — ela revira os olhos mas puxa o garoto, colocando-o na minha frente. — Brasileira, esse é o Noah.

Ela realmente era a melhor pessoa que havia conhecido até agora, deve ser porque conheço só ela.

— Eu agradeço. Prazer, Noah. — ergui minha mão em sua direção, cumprimentando-o.

— Prazer, Any. Espero que não tenha se assustado com a apresentação nada discreta da Sabina. — ele diz e eu balanço a cabeça, dessa vez não contendo um sorriso.

— Discreta é uma palavra que não existe no meu dicionário, mi amor. Tenho certeza que ela gostou, não é novata? — ela me encara.

— Digamos que eu já estou acostumada com loucura. — dei de ombros, tornando a olhar o casal parado na minha frente. — Vocês também são novatos?

— Eu? — ela aponta o dedo para o seu próprio peito e balança a cabeça — Felizmente não, conheço esse lugar como a palma da minha mão, assim como todos que estudam aqui.

— Praticamente nascemos aqui. — Noah brinca e joga seu cabelo para trás, dando-me a perfeita visão das pequenas argolas com uma cruz que usava.

— Então não vão se importar se eu pedir para me levarem até minha sala, não é? — dou um sorriso amigável.

— Claro que não, garota. Vem comigo que é sucesso. — ela sorri e envolve o seu braço ao redor do meu pescoço, guiando-me pelo corredor enquanto Noah tenta nos acompanhar.

Confesso que estava me sentindo acolhida, não que eu me importasse em ficar sozinha, meio que já havia me acostumado com a minha própria companhia, mas era uma boa opção ter novos amigos.

Talvez eu precisasse disso, mais do que gostava de admitir.

Por coincidência do destino, Sabina e Noah eram da mesma classe que eu. A empolgação da Mexicana era contagiante, ela realmente conhecia todos ali, já que a cada passo que davámos cumprimentava as pessoas e fazia questão de me apresentar como se fosse a "coisa" mais legal do mundo.

Sabina era louca.

— Ela é sempre assim? — me virei discretamente para Noah, enquanto entrávamos na sala.

— Acredite, você ainda não viu nada. — ele sorriu e passou a mão nas minhas costas.

Me sentei na mesa ao lado da garota e na frente de Noah, enquanto na minha frente sentava uma garota loira, que ao notar a nossa presença ali rapidamente se virou com um sorriso simpático.

— Hey, sou a Sina, prazer.

— Sou Any, não como qualquer, prazer. — sorri.

— Brasileira?

— Sim... Como você sabe? — praticamente murmurei.

— Pelo seu inglês. — ela riu.

Quem é brasileira? — outra garota se virou para nos olhar, já se metendo na conversa.

— A Any, ela é novata. — Sina apontou para mim e eu ergui minha mão acenando, dando um sorriso tímido para a outra loira.

— Prazer, sou Joalin. Você é linda.

— Não é? Eu falei que ela é maravilhosa e pasmem, ela ficou tímida. — Sabina se meteu no assunto e nós rimos.

— Obrigada, gente.

Atrapalho a conversinha das garotas? — a voz grossa do professor chamou a nossa atenção, fazendo-me ajeitar a postura na cadeira e olhá-lo.

— Claro que não, estávamos apenas recebendo a novata de forma amigável. — Sabina explicou, mas era nítido o deboche em seu tom de voz.

— Sei bem a sua forma amigável, Hidalgo. — ele a encarou durante breve segundos e eu a olhei de canto, vendo-a conter o riso. — Poderia se apresentar, senhorita? — ele me olhou.

Balancei a cabeça em concordância, sentindo uma pontada de nervosismo percorrer por todo o meu corpo ao notar os olhares curiosos dos alunos se voltarem para mim.

Foco, Any.

— Meu nome é Any Gabrielly, tenho dezessete anos e sou do Brasil. — dou um sorriso tímido tentando disfarçar o nervosismo.

— GOSTOSA! — Sabina gritou, mas se calou no mesmo instante ao receber o olhar de repreensão do professor.

— Eu amo o Brasil. — um dos garotos que sentava no fundo comentou.

E eu odeio você. — pensei.

— Muito obrigado, Any. Pode se sentar. — me sentei novamente e tornei a olhá-lo. — Seja muito bem vinda ao Sierra Canyon School, sou Charles, professor de química.

— Obrigada. — ignorei completamente os demais comentários e cochichos dos alunos, focando toda minha atenção na aula.

[...]

Sabina praticamente me arrastava pelo enorme refeitório, de longe já podia ver Sina, Joalin e Noah sentados em uma das mesas com mais algumas pessoas.

— Se curvem plebeus, a rainha chegou. — ela diz alto, fazendo-os se virarem para nos olhar. — Essa é a Any, nossa pupila brasileira. — aponta para mim.

— Querida, coloque-se no seu lugar, eu já estava aqui. — um asiático fala e nos rimos. — Sou o Krystian, seja bem vinda.

— Esses são Sofya, Heyoon, Hina, Shivani e Lamar.

— Bem vinda. — eles falam em um uníssono.

— Obrigada. — me sentei ao lado de Sofya e só então pude perceber o quantidade pessoas que havia ali.

Eles ocupavam quase todo o espaço da mesa, sobrando apenas três lugares.

— Você se mudou recentemente? — Heyoon pergunta.

— Sim. Faz um mês que eu me mudei para cá.

— E os namoradinhos? — Krystian pergunta igual as tias nos almoços de família. — Largou o boy no Brasil?

— Começou a entrevista. — Shiv murmura e revira os olhos.

— Ahn... Eu não namoro.

— Uau. — Noah comenta e Sabina vira de uma vez para olhá-lo. — Digo, estou surpreso.

— Sei. — Lamar ri.

— Você mora sozinha? Qual a sua idade? Tem antecedentes criminais? Gosta de beber? É virgem? — Krystian fala de uma vez enquanto segurava o palito do pirulito na altura da minha boca fingindo ser um microfone.

— Wang, se comporte. — Hina dá um tapa em seu braço e ele se vira de uma vez fingindo jogar seu cabelo, ignorando-a.

— Krystian Wang, a poc entrevistadora. — Lamar comenta enquanto come as batatas em seu prato.

— Eu tenho certeza que a Any vai escolher outro grupo para ficar. — Noah fala e eu não consigo conter uma risada.

— Posso respirar? — balanço a cabeça para Krystian e ele nega. — Uh, ok.

— Cadê os modos, praga? — Sabina acerta uma bolinha feita de guardanapo nele.

— Fica na sua, Mexicana da sarjeta. — me virei vendo a garota colocar a mão no peito e fingir que estava ofendida.

— Eu vou bater nesse garoto, Noah não me segura. — ela faz menção de vir para cima dele e o asiático me agarra.

— Mas eu nem te segurei. — ele ergue as mãos em rendimento e nós rimos.

— Vocês são loucos.

— Conte-nos mais sobre você, Any. — Heyoon fala já apoiando as mãos no rosto para me olhar. Ela era linda.

— Queremos saber tudo. Não esconda nada. — Krystian acrescenta e eu balanço a cabeça.

— Eu não tenho muito o que falar sobre mim. — encolho os meus ombros e abaixo o olhar. — Bom, eu tenho dezessete anos, moro com a minha mãe e a minha irmã. Nas horas vagas pratico alguns passos de dança e gosto de cantar, acho que é só isso.

— Uau, temos mais um talento no grupo. — Noah aplaude e eu dou risada.

— Quem seria o outro? — pergunto.

— Praticamente todos gostam de cantar e dançar, é um hobby coletivo. — Lamar fala.

— Tem mais pessoas? — pergunto surpresa.

— Sim. — Heyoon responde — Bailey, Diarra e Josh faltaram. Você ainda vai conhecê-los em outra oportunidade.

— Eles também gostam de dançar? — eles dão risada e concordam.

— Diarra tem uma voz incrível e Josh... Bom, é o melhor dançarino que você vai conhecer. — Shivani explica.

— Uau, estou me sentindo em um grupo de talentos. Estou ansiosa para conhecê-los.

— Tenho certeza que vão se dar bem, Joshua é complicado mas é um bom garoto. — Hina fala e só então percebo quão fofa ela é.

— Mas convenhamos que nada e nem ninguém supera o nosso charme. — Sabina joga os cabelos no rosto de Noah fazendo todos rirem.

— Isso eu tenho que concordar. — sorri.

— Nós vamos dominar esse lugar, angelitos.

— Eu também quero. Vocês me ensinam a ser larina? — Sofya pergunta com o sorriso angelical.

Ela era muito fofa.

— Latina, Sofy. — Heyoon a corrigi e eu dou risada.

— Larinas! — Sabina grita e se levanta já agarrando o meu pescoço.

Eu realmente estava no lugar certo e com as pessoas certas.

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