Danificado - Divergent Fanfic...

By badgal_queenie

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Uma sociedade acuada, destinada a seguir um sistema que a divide em facções. Os inteligentes formam a Erudiçã... More

Prólogo
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Epílogo

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By badgal_queenie

• Maria •


Quico a bola no chão duas vezes e então a jogo longe. As crianças sem facção que estão no setor da Abnegação correm desesperadas atrás dela, rindo. Mas eu joguei longe demais, então eu as perco de vista. Por um segundo, tento me imaginar como elas. Uma Sol de Maria pequena correndo com roupas sujas e coloridas, despreocupada, mas fugindo a cada patrulha da Audácia. Me parece muito doloroso.
Na porta da casa que Quatro cresceu, Eric está sentado no chão me observando brincar com as crianças. Ele já tomou banho, mas continua com a touca preta na cabeça e, agora, veste seu colete de novo. Quatro está ao seu lado e os dois estão em silêncio, vez ou outra, eles cochicham. É estranho ver os dois juntos cochichando entre si.
O sol brilha de um jeito que faz com que minha nuca fique suando e os cabelos grudem no local, me deixando agoniada.
Vejo as crianças voltarem correndo, mas elas estão seguindo Tris que corre com a bola na mão. Ali está correndo junto com ela e as crianças.

— Maria! Maria! — uma das meninas grita — A Tris pegou a bola da gente.

— Então agora vocês têm que pegar dela. — digo

— Ah, não! Eu vi primeiro! — Tris grita rindo quando as crianças se amontoam em cima dela

— Eu vou dar uma parada, ok? Tenho certeza que Tris e Ali dão conta de vocês.

Me afasto das crianças e me aproximo do portão, encarando meu irmão e meu... O que Eric é meu? Namorado?
Enfim, encaro Quatro e Eric cochichando enquanto me olham.

— Posso saber o que os novos namorados estão murmurando? — franzo o cenho, debruçando no portãozinho

— Você leva jeito com crianças, Hippie. — Quatro comenta rindo

— Já você, não leva jeito com ninguém. — implico

— Assim você me magoa, irmãzinha. — ele finge estar ofendido — Eu tava aqui conversando com seu namorado sobre as intenções dele com você. Sabe como é, habilidades de irmão mais velho.

— Namorado? — franzo o cenho e olho pro Eric

— Ele entitulou. — Eric dá de ombros

— Se não for namoro, é o que então? — Quatro o olha — Seu pervertido.

— Eu não tenho medo de você, Quatro.

— Pois devia ter, número dois. — Quatro implica

— Eu ainda sou o líder. — Eric o encara

— Era. — Quatro corrige

— Você usurpou meu cargo. — Eric parece indignado — Isso é um crime, sabia?!

— Não se o antigo líder é um sádico maluco.

— Os dois idiotas podem parar de provocação barata? — reviro os olhos

— Ah, eu nem preciso provocar. — Quatro diz — A provocação tá vindo aí.

Olho na direção que Quatro aponta e vejo Drew e Jessie caminhando na companhia de Joanne e um grupo da Audácia. Sorrio ao ver meus amigos bem, mas também me lembro de Sam. Isso faz eu querer mais ainda atacar a Erudição e destruir a ditadura da Jeanine.
Fico um pouco receosa de ir abraçá-los, mas assim que Drew me vê, ele corre pra mim de braços abertos. Antes mesmo que eu consiga começar a andar até ele, ele chega em mim e me abraça com força, tirando meus pés do chão. Drew respira fundo em meu pescoço, como se o meu cheiro fosse sua salvação. Ainda estou de olhos abertos para ver Eric fechar a cara e Quatro rir da cara dele.

— Você está bem? — ele pergunta ao me colocar no chão — Maria, nunca mais me assuste desse jeito, mulher louca! — segura meus braços e me chacoalha

— Eu tô bem, cara. Relaxa. — acabo rindo

— Maria! — Jessie surge como um furacão e me abraça — Me desculpa, por favor, me desculpa! Você ainda é a mesma Maria, a hippie irritante que lutou com Eric e o chamou de loiro sebento várias e várias vezes. Me perdoa!

— Mulher, se recomponha. — digo rindo — Tá tudo bem. — a solto

— Eu quero furar os olhos da Jeanine por tudo isso. — ela resmunga

— Como conseguiu se livrar da Erudição? — Drew franze o cenho

— Tenho uma surpresa pra vocês. — digo ficando de costas para eles e de frente para as crianças que vinham correndo — Ali está a Ali. — aponto — Ela salvou minha vida.

O reencontro de Ali, Drew e Jessie foi lindo, depois de alguns segundos de estranheza. Eu dei um tempo pra eles conversarem e me sentei no colo do Eric, sentindo-o abraçar minha cintura com posse.

— Odeio o Drew. — ele resmunga

— Existe alguém no mundo que você não odeie? — pergunto

— Você e a Joanne. — ele diz como se fosse óbvio

— Você está tão próximo do meu irmão que eu achei que vocês já se amassem. — não perco a oportunidade de implicar

— Como é? — Joanne pergunta entrando no quintal da casa — Quatro e Eric vão casar? — entra na implicância

— Eu perdi meu namorado? — Tris se aproxima rindo

— Vocês são chatas. — Quatro resmunga

— Concordo. — Eric concorda

— Já estão concordando, que lindo!

***

Respirei fundo sentindo o peso da arma em minha mão. Eu estava não estava nem na equipe de Drew e nem na do Quatro. Eu fui escolhida pra ser guarda pessoal da Evelyn e isso me encheu de raiva. Eu queria saber qual era o plano por trás desse ataque todo. A Evelyn deixou claro que quer destruir a Erudição e, com isso, destruir toda a informação que eles têm. Quatro quer chegar primeiro ao laboratório central. Por que?

Eu vi as duas equipes começarem a tomar o prédio e, ao lado de Ali, Jessie e Tris, eu entrei no prédio escoltando a Evelyn. Ouvi alguns disparos, mas não demorou muito para que os soldados aliados da Erudição fossem rendidos. Eles estavam em menor quantidade e, acredite ou não, os Sem-Facção são muito bons soldados. A diferença entre eles e a minha Audácia são as técnicas.

— Eles já abriram caminho. — Evelyn diz — Vamos direto para o laboratório principal.

Nenhuma de nós responde. Juntas, nós andamos em círculo, com Evelyn no meio da gente. Ela caminhava confiante, usando uma roupa toda branca e uma braçadeira que, a partir de agora, simbolizava os Sem-Facção. Todos nós usávamos essa braçadeira agora.
No elevador, tudo parecia estar em câmera lenta. Eu conseguia ouvir a respiração pesada das meninas e conseguia sentir a confiança da Evelyn daqui. Ela estava adorando o fato de poder ressurgir das cinzas sob a proteção dos seus filhos. Agora, com essa pose de super mulher, não parece em nada com a mulher gentil que cuidou de mim e conversou comigo hoje de manhã. Tenho medo que, ao ter poder, ela fique tão louca quanto Jeanine.

Saímos do elevador quando chegamos no último andar e eu vejo uma fileira de Aliados rendidos e soldados Sem-Facção. Quando entramos no laboratório, Quatro está mexendo disfarçadamente no computador central do laboratório enquanto Eric encurrala Jeanine. Ele está com a frieza nos olhos de novo. Um arrepio sobe na minha espinha.

— Evelyn! — Jeanine arregala os olhos ao vê-la

— Acredita em fantasma? — Evelyn sorri presunçosa

— Impossível. — ela parece apavorada — John disse que... Não!

— John mentiu pra você. — Evelyn sorri — Nem John e nem Logan eram seus lacaios naquela época, Jeanine.

— Você virou o Eric contra mim e agora se alia a mulher que matou o homem que te criou! — ela me encara

— Não fala com ela! — Eric rosna, tomando minha frente, mirando sua arma no rosto dela — Não chegue perto dela! Não se atreva, nem mesmo por um segundo, a olhar pra ela!

— O que conseguiu com ela? Sexo? — ela ergue uma sobrancelha para Eric — Eu sou tudo o que restou da sua família. Sou quase como sua mãe!

Nesse momento, Eric solta um rosnado alto, larga sua arma e agarra o pescoço de Jeanine com as duas mãos. Eu abaixo a minha arma e saio do encalço de Evelyn, me aproximando, segurando seus ombros.

— Eric, não faça isso. — peço

— Não. Ouse. Falar. Da minha. Mãe. — ele diz pausadamente, apertando seu pescoço

— E-Eric... — Jeanine diz sem ar, ficando vermelha, tentando fazê-lo soltar o aperto

— Eric, se você fizer isso, ela ganha. — tento persuadí-lo

— Destruam tudo. — ouço Evelyn ordenar

— Eric! — grito pra chamar sua atenção

“Por favor, quando eu tiver divagando, me puxe de volta pra realidade. Eu não quero ser o cara mau.”

Lembro-me de como ele me suplicou para que eu o trouxesse pra realidade a cada vez que a fera dentro dele tomasse o controle. Só que eu não sei o quão forte essa fera é e eu não sei se sou mais forte que ela.

Jeanine já tem os olhos esbugalhados e rosto mais vermelho que sangue. Os dedos de Eric estão começando a ficar roxo.

— Eric Coulter! — grito e puxo seus ombros

Ele se debate com força, o que faz com que eu desequilibre e caia por cima da mesa de metal do laboratório, derrubando algumas coisas que estavam ali em cima. Tris mira sua arma em Eric, assumindo a minha frente. O barulho das coisas caindo parecem ter efeito na mente dele, já que ele solta Jeanine e ela cai no chão tossindo e puxando o ar desesperadamente. Jessie me ajuda a levantar e Ali assume a postura rígida ao lado de Tris, em alerta.
Eric pisca freneticamente e arregala os olhos ao me olhar. Eu reparo, pelo canto do olho, que Quatro termina de teclar no computador central do laboratório e se aproxima. Os Sem-Facção começam a destruir tudo.

— Jeanine Matthews, você está presa. — Quatro diz se aproximando, mirando sua arma nela

Vejo Magnus, o homem de confiança de Evelyn, puxar sua arma e efetuar dois disparos. O corpo de Jeanine chicoteia no chão e seus olhos se arregalam. As balas pegaram em seu peito. Jeanine, num ato lento, encosta sua mão no pé do Eric, como num pedido de socorro. A vida sai de seu corpo, mas seus olhos continuam vidrados em Eric. Eu vejo aquilo o desestabilizar. Seus olhos se arregalam e ele põe as mãos na cabeça, tampando os ouvidos, encarando a mulher morta.

— O que você fez? — Quatro grita para Magnus

— Derrubei o sistema. — Magnus diz duro

Eles começam a discutir, mas eu só me preocupo com Eric que começa a tremer.
Eu me aproximo e o abraço. Ele deita sua cabeça na curva do meu pescoço e eu começo a ouvir seus soluços, indicando que está chorando. Em meio a todo o caos de Evelyn e Jeanine, parece que meu mundo parou. Somente Eric importa agora.

____________________
AquelaAutora

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